Quando uma entidade desportiva –clube, associação ou federação - convida um responsável politico para uma cerimónia pública pretende valorizar o acto. Dar-lhe importância e promoção públicas. Poder, se for o caso, agradecer publicamente uma acção do governante. E, porventura, suscitar uma atenção da comunicação social que a presença de um governante sempre ocasiona.
Quem exerce funções públicas conhece este pesadíssimo caderno de encargos. Quem convida espera que o convidado aceite. O que nem sempre é possível. São centenas os convites para cerimónias. É impossível de atender a todos, muitas vezes em datas coincidentes. Mas quando o é, espera-se que o governante aproveite a circunstância para conhecer o trabalho realizado, ser sensível a uma pretensão ou até presidir a um acto para qual contribuiu. Não se espera que a sua atenção se centre em matérias que não estão na origem do convite. Ou do que não ocorre no acto para que foi convidado. Que aborde outras coisas que nada têm a ver com o motivo da sua presença. Se é convidado pelo Judo seria absurdo que falasse do atletismo. Se é um clube a convidar ou uma federação não se percebe que aborde questões de clubes ou federações distintas. A menos que alguma coisa tenham a ver com a cerimónia. Se o não têm, fazê-lo será sempre uma desconsideração para quem convida. Mais que uma desconsideração é um comportamento descortês, pouco elegante.
Esta abordagem não vale apenas para o acto oficial propriamente dito. Serve também para as abordagens que são feitas pela comunicação social. Que, muitas vezes, estando presente quer aproveitar a proximidade de um governante ou de um responsável politico para abordar outros assuntos da agenda mediática. No desporto, na maioria dos casos, para tratar de assuntos do futebol.
Ora quem convida o que pretende é a dar visibilidade pública ao que está na origem do convite. Se o convidado, tendo a oportunidade e a vantagem de falar á comunicação social, aceita falar de outros assuntos e não fala do assunto que está na razão de estar onde está, não empresta o contributo da sua figura, e da responsabilidade politica que transporta, a promover, a divulgar e a enaltecer o motivo da sua presença. Se a expressão é permitida pratica um acto de aproveitamento indevido. Na casa dos outros. Usa o tempo e o espaço alheios sem pedir licença a quem o convidou.
Um governante que pretenda falar á comunicação social tem sempre mil maneiras de o fazer. Não é preciso ir ocupar outros espaços. No atletismo deve falar de atletismo. No remo fala do remo. As modalidades bem precisam de respirar e ter alguma visibilidade. E o futebol tem o seu espaço. Estabelecer um código de conduta sobre esta matéria seria pedagógico para a própria comunicação social. Balizaria os territórios. Respeitaria as partes.
Quem governa, comanda. Espera-se um comportamento de acordo com a dignidade do lugar que ocupa. O que é válido para além das idiossincrasias pessoais, o modo como as assessorias trabalham ou as intimidades que se gosta de cultivar com os jornalistas. Vale pela função que se exerce.
O homem do leme do nosso desporto tem o mau hábito de aceitar falar à comunicação social sobre assuntos distintos dos que estão na origem daqueles que o levam a participar nesta ou naquela cerimónia pública. Ainda recentemente o fez em três dos quatro momentos em que aceitou falar sobre o caso Carlos Queiroz. É certo que, pelo menos aparentemente, a iniciativa não partiu dele. Mas dele devia partir a obrigação de respeitar quem o convida e, naqueles momentos, só aceitar falar do motivo da sua presença. Seria difícil?
Quem exerce funções públicas conhece este pesadíssimo caderno de encargos. Quem convida espera que o convidado aceite. O que nem sempre é possível. São centenas os convites para cerimónias. É impossível de atender a todos, muitas vezes em datas coincidentes. Mas quando o é, espera-se que o governante aproveite a circunstância para conhecer o trabalho realizado, ser sensível a uma pretensão ou até presidir a um acto para qual contribuiu. Não se espera que a sua atenção se centre em matérias que não estão na origem do convite. Ou do que não ocorre no acto para que foi convidado. Que aborde outras coisas que nada têm a ver com o motivo da sua presença. Se é convidado pelo Judo seria absurdo que falasse do atletismo. Se é um clube a convidar ou uma federação não se percebe que aborde questões de clubes ou federações distintas. A menos que alguma coisa tenham a ver com a cerimónia. Se o não têm, fazê-lo será sempre uma desconsideração para quem convida. Mais que uma desconsideração é um comportamento descortês, pouco elegante.
Esta abordagem não vale apenas para o acto oficial propriamente dito. Serve também para as abordagens que são feitas pela comunicação social. Que, muitas vezes, estando presente quer aproveitar a proximidade de um governante ou de um responsável politico para abordar outros assuntos da agenda mediática. No desporto, na maioria dos casos, para tratar de assuntos do futebol.
Ora quem convida o que pretende é a dar visibilidade pública ao que está na origem do convite. Se o convidado, tendo a oportunidade e a vantagem de falar á comunicação social, aceita falar de outros assuntos e não fala do assunto que está na razão de estar onde está, não empresta o contributo da sua figura, e da responsabilidade politica que transporta, a promover, a divulgar e a enaltecer o motivo da sua presença. Se a expressão é permitida pratica um acto de aproveitamento indevido. Na casa dos outros. Usa o tempo e o espaço alheios sem pedir licença a quem o convidou.
Um governante que pretenda falar á comunicação social tem sempre mil maneiras de o fazer. Não é preciso ir ocupar outros espaços. No atletismo deve falar de atletismo. No remo fala do remo. As modalidades bem precisam de respirar e ter alguma visibilidade. E o futebol tem o seu espaço. Estabelecer um código de conduta sobre esta matéria seria pedagógico para a própria comunicação social. Balizaria os territórios. Respeitaria as partes.
Quem governa, comanda. Espera-se um comportamento de acordo com a dignidade do lugar que ocupa. O que é válido para além das idiossincrasias pessoais, o modo como as assessorias trabalham ou as intimidades que se gosta de cultivar com os jornalistas. Vale pela função que se exerce.
O homem do leme do nosso desporto tem o mau hábito de aceitar falar à comunicação social sobre assuntos distintos dos que estão na origem daqueles que o levam a participar nesta ou naquela cerimónia pública. Ainda recentemente o fez em três dos quatro momentos em que aceitou falar sobre o caso Carlos Queiroz. É certo que, pelo menos aparentemente, a iniciativa não partiu dele. Mas dele devia partir a obrigação de respeitar quem o convida e, naqueles momentos, só aceitar falar do motivo da sua presença. Seria difícil?
16 comentários:
A explicação é simples:
Para os responsáveis políticos o que verdadeiramente conta é o Futebol.
É o Futebol que lhes dá 90% de visibilidade. Logo, passam 90% do tempo a pensar no Futebol.
Eles próprios estão lá por causa do Futebol. São homens do Futebol.
Não se pode esperar muito mais...
Como já afirmei várias vezes neste blog, o nível cultural desportivo da população portuguesa, mesmo das elites, é tão baixo, que os políticos, na generalidade e salvo raríssimas excepções, só sabem alguma coisa de Futebol.
O nível baixíssimo das pseudo-elites nacionais também resulta do facto de existir em Portugal uma corrente de "anti-futebolistas" primários, que acham que é de bom tom ser-se "contra o futebol"...
Não conseguem ser apenas "pró" qualquer outra modalidade desportiva; são, sobretudo, "contra" o futebol.
E são-no quase que em termos rácicos e xenófobos, a lembrar o Estado Novo qundo pretendia que "os desportos estão fora do génio do povo português" ou "a beleza do desporto perde-se quando se converte num modo de vida"...
Ele há anónimos e anónimos. Mas são todos anónimos, coitados...
Eu não respondo a anónimos.
Mas posso aproveitar comentários de anónimos para mostrar algumas características que geralmente são comuns aos anónimos, para além de serem cobardolas:
1) Não conseguem ler e interpretar um texto, talvez por terem frequentado esta desastrada escolaridade pós-25 de Abril;
2) Em consequência da anterior, tiram conclusões erradas do que acabaram de ler;
3) Fazem citações disparatadas, que nada têm a ver com o conteúdo do que acabaram de ler.
"Eu não respondo a anónimos"
Esta frase do Arquitecto Luís Leite é uma mentira e ele repete-a todos os dias quando se refere ao que os anónimos escrevem quer as palavras lhe sejam dirigidas ou não! O Arquitecto Luís Leite é um ruído que incomoda e prejudica o fluxo do discurso bloguístico com a repetição da sua interpretação pessoal do que outras pessoas têm a liberdade de fazerem.
O Ter Deveres
O ter deveres, que prolixa coisa!
Agora tenho eu que estar à uma menos cinco
Na Estação do Rossio, tabuleiro superior — despedida
Do amigo que vai no "Sud Express" de toda a gente
Para onde toda a gente vai, o Paris ...
Tenho que lá estar
E acreditem, o cansaço antecipado é tão grande
Que, se o "Sud Express" soubesse, descarrilava...
Brincadeira de crianças?
Não, descarrilava a valer...
Que leve a minha vida dentro, arre, quando descarrile!...
Tenho desejo forte,
E o meu desejo, porque é forte, entra na substância do mundo.
Álvaro de Campos
in "Poemas"
Heterónimo de Fernando Pessoa
Falas de Civilização, e de não Dever Ser
Falas de civilização, e de não dever ser,
Ou de não dever ser assim.
Dizes que todos sofrem, ou a maioria de todos,
Com as cousas humanas postas desta maneira.
Dizes que se fossem diferentes, sofreriam menos.
Dizes que se fossem como tu queres, seria melhor.
Escuto sem te ouvir.
Para que te quereria eu ouvir?
Ouvindo-te nada ficaria sabendo.
Se as cousas fossem diferentes, seriam diferentes: eis tudo.
Se as cousas fossem como tu queres, seriam só como tu queres.
Ai de ti e de todos que levam a vida
A querer inventar a máquina de fazer felicidade!
Alberto Caeiro
in "Poemas Inconjuntos"
Heterónimo de Fernando Pessoa
Ora, em termos jurídicos, entendamo-nos: ninguém sabe quem é aqui o Sr. Luis Leite. A expressão "Luis Leite" podse ser uma expressão como outra qualquer, pode ser um "avatar". Em termos jurídicos, nomeadamente de prova, seria de considerar que o "Sr. Luis Leite" se identificasse, nomeadamente n.º do BI, Morada e Foto. Assim já saberíamos que a expressão "luís Leite" correspondia a uma pessoa determinada. Sem estes requisitos a expressão "Luís Leite" não passa de um ANONIMATO! É que por aqui ezistem anónimos que não jogaram ao berlnde com o Sr. Luis Leite e que, pelo facto não o conhecem de lado nenhum! Ipso Factum.
OAV
Ora aqui está como um anónimo me vem dar razão na caracterização que fiz do anónimo tipo, que na maioria dos casos é analfabeto funcional.
Vejamos, para começar, os erros ortográficos:
"Luis" errado; "Luís" certo;
"podse" não existe (gralha?);
"luís" errado; "Luís" certo;
"ezistem" errado; "existem" certo;
"berlnde" será "berlinde" (gralha?);
"Ipso factum" errado; "Ipso facto" certo;
Passemos a outros domínios da gramática:
"Luís Leite" é um nome próprio, não é uma expressão; uma expressão é uma frase;
Naturalmente, um anónimo que se preze não sabe o significado da palavra "anonimato". Mas também pode ser que não saiba ler e interpretar os meus dados pessoais no blog.
O mais provável é que nem sequer perceba nada do que acabo de escrever...
OAV é um belo nome anónimo. Parabéns!
Mia Couto pergunta se o anonimato será o mato desconhecido.
Identidade
Preciso ser um outro
para ser eu mesmo
Sou grão de rocha
Sou o vento que a desgasta
Sou pólen sem insecto
Sou areia sustentando
o sexo das árvores
Existo onde me desconheço
aguardando pelo meu passado
ansiando a esperança do futuro
No mundo que combato morro
no mundo por que luto nasço.
Mia Couto
Cogito
eu sou como eu sou
pronome
pessoal intransferível
do homem que iniciei
na medida do possível
eu sou como eu sou
agora
sem grandes segredos dantes
sem novos secretos dentes
nesta hora
eu sou como eu sou
presente
desferrolhado indecente
feito um pedaço de mim
eu sou como eu sou
vidente
e vivo tranquilamente
todas as horas do fim.
Torquato Neto
Eu
Sou só e sou eu mesma. O que pensem e digam
os demais, nada importa; eu tenho a minha lei.
Que outros a multidão, covardemente, sigam,
pelo caminho oposto, altiva, eu seguirei.
Que, sem brio e vergonha, outros tudo consigam
e que zombem de mim porque nada alcancei;
quanto mais, com seu ódio, o meu nome persigam,
tanto mais orgulhosa em trazê-lo, serei.
Às pedradas não fujo e as tormentas aceito;
mas a espinha não curvo em prol de algum proveito,
minha atitude sempre a mesma se revela;
A mim mesma fiel, a minha fé não traio;
e, se em dia fatal ferida pelo raio
tombar minha bandeira eu tombarei com ela!
Adelaide (Yde) Schloenbach Blumenschein
Sr. Luis Leite
Eu trabalho e o texto é resultado de ser escrito apressadamente! A minha área científica é "Letras" não "riscos" que V. Exa deve gatafunhar algures e mal porque não conheço obra sua nenhuma nessa área! Pelos textos que V. Exa escreve só se pode concluir que V. Exa é uma anedota no "desporto". Já vimos que come folhas de dicionário mas, em resultado, pouco conteúdo tem uma vez que está sempre a tocar a mesma tecla. Já reparou que as suas opiniões não são mais que simples redeacções de putos da 4.ª classe? V. Exa para me corrijir teria que ter um currículum melhor que o meu, o que duvido! Por isso, remeta-se aos seus dislates sobre assuntos que não percebe ou percebe mal. Pelo esforço da correcção do texto posso presumir que V. Exa dá aulas de desenho ao Ciclo! OAV
Ficámos a saber mais características próprias dos anónimos em geral e deste OAV em particular, para além das já referenciadas:
1) Não aprendem com facilidade: Luís escreve-se com acento agudo no "i"!
2) Trabalham (os outros talvez não) e são apressados;
3) Tendem a ser cientistas e de Letras, embora com evidentes limitações, pese o currículo;
4) Tratam os não-anónimos por V. Exa. (pretendem mostrar deferência);
5) Presumem com alguma facilidade aquilo que desconhecem;
6) Deviam fazer mais "redeacções" e cópias.
7) No fundo, são divertidos!
O que é que isto tem a ver com o post inicial? Nada. Infelizmente.
Laurentino e Sardinha Valem Quanto?
Nunca estive em nenhuma cerimónia pública com o Dr. Laurentino. Agora o que sei e já o disse há alguns anos aqui neste espaço é que nunca conheci qualquer contributo escrito ou oral profundo do Senhor Secretário sobre o desenvolvimento do desporto português.
Isso mesmo é fácil de verificar no seu sítio oficial onde não está patente qualquer discurso ou documento substancial sobre a melhoria global ou o desenvolvimento estratégico do desporto nacional. E o mesmo acontece praticamente também no IDP dirigido pelo Professor Sardinha, que está muito mais interessado nas questões da prática do exercício e da saúde do que em tratar de fazer evoluir o desporto. O que decorre neste caso pessoal dos seus interesses de carreira académica que obviamente tem privilegiado enquanto Presidente do IDP.
Isto sim, toda esta incapacidade de pensar e dirigir estrategicamente o desporto nacional, faz com que os nossos níveis de prática desportiva nem sejam referidos nem analisados pelos governantes, razão que nos impõe os mesmos rácios medíocres de há anos que muito recentemente voltaram a ser confirmados pelo Eurobarómetro da União Europeia.
Claro que sobre estes dados infelizes o nosso Dr. Laurentino e o seu émulo Professor Sardinha não disseram nada. A acção do Dr. Laurentino reduz-se agora desde há semanas ao mediático caso Queirós que esse sim dá-lhe protagonismo ainda que complique a vida da selecção nacional e se vá entretecer numa novela lamentável.
J. Manageiro da Costa
Maneiras de ver…
Onde você vê um obstáculo,
alguém vê o término da viagem
e o outro vê uma chance de crescer.
Onde você vê um motivo pra se irritar,
alguém vê a tragédia total
e o outro vê uma prova para sua paciência.
Onde você vê a morte,
alguém vê o fim
e o outro vê o começo de uma nova etapa.
Onde você vê a fortuna,
alguém vê a riqueza material
e o outro pode encontrar por trás de tudo a dor e a miséria total.
Onde você vê a teimosia,
alguém vê a ignorância,
um outro compreende as limitações do companheiro,
percebendo que cada qual caminha em seu próprio passo.
E que é inútil querer apressar o passo do outro,
a não ser que ele deseje isso.
Cada qual vê o que quer, pode ou consegue enxergar.
“Porque nós somos do tamanho do que vemos
e não do tamanho da nossa altura.”
Fernando Pessoa
LIBERDADE
Ai que prazer
não cumprir um dever.
Ter um livro para ler
e não o fazer!
Ler é maçada,
estudar é nada.
O sol doira sem literatura.
O rio corre bem ou mal,
sem edição original.
E a brisa, essa, de tão naturalmente matinal
como tem tempo, não tem pressa...
Livros são papéis pintados com tinta.
Estudar é uma coisa em que está indistinta
A distinção entre nada e coisa nenhuma.
Quanto melhor é quando há bruma.
Esperar por D. Sebastião,
Quer venha ou não!
Grande é a poesia, a bondade e as danças...
Mas o melhor do mundo são as crianças,
Flores, música, o luar, e o sol que peca
Só quando, em vez de criar, seca.
E mais do que isto
É Jesus Cristo,
Que não sabia nada de finanças,
Nem consta que tivesse biblioteca...
Fernando Pessoa
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