No recente XI Congresso da Associação Portuguesa de Gestão do Desporto, no fim de uma prelecção intitulada "Modelo de Gestão do Autódromo Internacional do Algarve", questionei o prelector acerca dos eventuais financiamentos públicos e parcerias público-privadas para a existência e o funcionamento desta infra-estrutura. Prontamente me foi respondido que não existiam apoios públicos a não ser os que advinham de candidaturas aos programas comunitários. Não era o momento para contraditar o prelector, contudo, agora e no seguimento de textos anteriores deste blogue apenas quero sublinhar que efectivamente há dinheiro público e muito para ao Autódromo Internacional do Algarve. Basta consultar o Despacho do Secretário de Estado Adjunto, da Indústria e do Desenvolvimento que considera o projecto da Parkalgar de grande relevância para a economia nacional e reúne as condições necessárias à concessão de incentivos financeiros previstos para os grandes projectos de investimento ou então o Contrato-programa de desenvolvimento desportivo celebrado entre o Instituto do Desporto de Portugal, IP e a Parkalgar.
Mudando completamente de assunto, permitam-me a seguinte observação:
Depois de procurar alguma informação na imprensa desportiva acerca de mais uma iniciativa da Associação Portuguesa Mulheres e Desporto, o Seminário Treinadoras: Dirigir novos desafios, realizada ontem, 16 de Outubro, no Centro Cultural de Belém, nada encontrei. Já não me espanto, apenas constato que a matéria “Mulheres e Desporto” continua a merecer a indiferença geral.
Registo com agrado que, pela primeira vez em 42 edições do mundial de ginástica artística (!!), Portugal está representado simultaneamente com equipa feminina e masculina (respectivamente 2 e 7 participações até à presente data). Há 23 anos que não havia um colectivo de seis raparigas nesta competição internacional, mas mesmo assim antevejo comentários arrasadores e desprezíveis nos próximos dias a julgarem os modestos resultados desportivos que este colectivo eventualmente alcançará.
Depois de procurar alguma informação na imprensa desportiva acerca de mais uma iniciativa da Associação Portuguesa Mulheres e Desporto, o Seminário Treinadoras: Dirigir novos desafios, realizada ontem, 16 de Outubro, no Centro Cultural de Belém, nada encontrei. Já não me espanto, apenas constato que a matéria “Mulheres e Desporto” continua a merecer a indiferença geral.
Registo com agrado que, pela primeira vez em 42 edições do mundial de ginástica artística (!!), Portugal está representado simultaneamente com equipa feminina e masculina (respectivamente 2 e 7 participações até à presente data). Há 23 anos que não havia um colectivo de seis raparigas nesta competição internacional, mas mesmo assim antevejo comentários arrasadores e desprezíveis nos próximos dias a julgarem os modestos resultados desportivos que este colectivo eventualmente alcançará.
São mais que muitos, e bem evidentes, os indicadores da insuficiente representatividade das raparigas e mulheres no cenário desportivo nacional e internacional (nos diferentes níveis de participação, sejam praticantes, treinadoras, dirigentes ou árbitras/juízas). Contudo, a estratégia, as políticas e as medidas para, paulatinamente, se superar este lastimoso estado são praticamente inexistentes, mas a este assunto voltarei em breve.
7 comentários:
Obrigada Prof., eu que estive no congresso também não me agradou a resposta do Eng., agora fico mais esclarecido.
António Gaspar
Sobre o financiamento público da Parkalgar, que me recorde, importa dizer o seguinte:
a) A assembleia Municipal de Portimão decidiu sob proposta da respectiva Câmara: alienar em direito de superfície 2 terrenos com a área de 421 500 m2 e de 1 896 500 m2, pelo prazo de 99 anos, no valor global de 1 740 000 euros;, para a implantação do Parque de Desportos Motorizados de Portimão -"ParkAlgar"; a isenção das taxas de IMI e de IMT, por um período de 10 anos, à ParkAlgar. Além destas propostas, a Câmara também isentou a Parkalgar, por um período de 12 anos, do pagamento de todas as taxas de publicidade, taxas de urbanização e infra-estruturas e taxas de licenças de construção e de habitabilidade (abrangendo um hotel de 5 estrelas e 160 vivendas a construir no local). Por outro lado, a Parkalgar nada pagará à Câmara pelo valor dos terrenos durante os primeiros 12 anos, pagando-os nos restantes 87 anos, o que dá uma média de 20 000 euros por ano. O valor de um dos terrenos adquiridos pela Câmara custou ao erário municipal a quantia de 1 350 000 euros;. E também vai construir as vias de acesso ao empreendimento, contribuindo para a concretização do mesmo.
b) O Instituto IEFP e Parkalgar assinaram um protocolo de cooperação;
c) A AICEP Capital Global, tomou uma participação na empresa Parkalgar ;
d) o Tagus Park financiou directamente um piloto(Tiago Monteiro)com actividades profissionais ligads ao citado autódromo;
d) O financiamento da administração pública desportiva é apenas um parte, pequena, dos dinheiros e bens públicos recebidos.
Não se preocupem, que o FMI não vai deixar que se gaste mais um cêntimo do Estado nessas coisas e em muitas outras...
FMI, vem depressa S.F.F.
A pergunta da Professora Maria José Carvalho foi pertinente e acertou na mouche como o José Manuel Constantino demonstra cabalmente.
Vou contar uma história que tem quatro ou cinco anos:
Certo prelector, um engenheiro afamado e rico em cargos imensos no desporto e em coisas que nunca conseguiu pôr a funcionar, fez uma prelecção no Panathlon Clube de Lisboa sobre o Golfe e o ambiente.
Todos os presentes ficámos maravilhados com os passarinhos a chilrear, as flores, a música celestial e a brisa marítima que a todos borrifava e transportava para locais idílicos fruto das relações deslumbrantes entre o golfe e a natureza.
Veio a parte das perguntas e eu enganado pelas minhas preocupações económicas disse-lhe que recentemente tinha ouvido um certo empresário do Algarve falar sobre o excesso de campos da região o que coincidia com a magnífica prelecção que todos tinhamos assistido para não subverter o equilíbrio entre o desporto e a natureza.
Não queiram saber, saltou-lhe a tampa e passou a dizer que o dito empresário era um corrupto porque tinha no Secretário de Estado do Turismo um antigo funcionário e que tinha feito três campos de golfe na reserva agrícola e na ecológica, etc. etc.
Os passarinhos e a música celestial voaram esbafuridos para outras paragens e isto sugere que há dinheiro para muitas coisas neste país mas que para o desporto ele pode não aparecer e que podem ser os seus próprios líderes a preferir que para melhor já basta assim.
Alguém aí desse (do outro) lado é capaz de me ilucidar sobre o que se vai passando no célebre Velódromo de Sangalhos, inaugurado há mais de um ano com grande pompa e circunstância?
Soube que já lá estão a residir 10 (dez) jovens ciclistas com 15/16 anos, os pioneiros do ciclismo em pista português (extinto antes do 25 de Abril) e que nunca foi uma especialidade em Portugal.
E que vai receber o Campeonato do Mundo "Masters" no fim deste mês com "350 ciclistas do melhor que há no mundo" nas palavras de Laurentino Dias (ver portal da SEJD).
Gostava de ser esclarecido, se for possível, sobre:
1) A obra já está terminada e devidamente apetrechada, mais de um ano após a inauguração?
2) Já foi feita a recepção provisória da obra? Se sim, já foi feita a recepção definitiva. A obra já se encontra paga?
3) Quanto custou? O valor orçamentado era superior a 10 milhões de euros, mas já ouvi falar (más línguas) em mais de 16 milhões... Ainda vai haver derrapagens?
4) Para que tem servido esta maravilhosa nave polivalente?
Que polivalência existiu, até agora?
5) Qual a relação custo-benefício?
6) Para que Jogos Olímpicos se estima a obtenção da 1ª medalha portuguesa de ciclismo em pista?
Antecipadamente grato pelas respostas.
Lá está o Luís Leite com estas perguntas.O que se sabe é que o Tiago Monteiro está a pensar ir treinar para a pista de Sangalhos de modo a fazer lá época de inverno em pista coberta....em contrapartida os jovens ciclista vão estagiar no Verão no autódromo de Portimão
Enquanto as federações pagam para transmitir as suas competições na RTP2 será que a Parkalgar paga alguma coisa pelas corridas disputadíssimas que transmite com 3 e 6 carros?
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