Na sociedade portuguesa lavra um problema bem mais grave que a dificuldade em encontrar soluções políticas: o carácter e a honorabilidade dos que gerem a coisa pública. Não é um problema do domínio do erro. Mas do âmbito da confiança. Há uma geração política que vive da política. E que confunde o Estado com o País. Entende que conquistado o Estado todo o país lhe pertence. O que o Estado lhe coloca nas mãos para cumprir a sua missão é deles. E que portanto não têm de dar explicações. Tudo o que fazem é para bem do país. E dos seus superiores interesses. É o país que deve estar agradecido ao que por ele andam a fazer. Mário Soares compara a situação ao vinho. Há anos em que a safra é boa e anos maus. Estaríamos a viver uma época de más safras. Talvez o problema seja apenas esse. Ou outro bem mais singelo: o da seriedade.
José Sócrates desde que assumiu funções como primeiro-ministro teve o orçamento de Estado que quis. Nomeou quem lhe apeteceu. Andou meses seguidos a anunciar o aparecimento de sinais de retoma na economia portuguesa. A defesa do Estado social, contra o liberalismo dos seus opositores. As obras e o investimento público. Ridicularizou quem dizia que o país caminhava para o abismo. Para a ingovernabilidade. É certo que houve uma crise internacional mas que só acentuou a que internamente já existia. E se conhecia. Agora esqueceu tudo o que andou a dizer. E caiu na real. Disse o que disse com o mesmo ar triunfal em que tem dito o oposto.Com uma suposta autoridade moral. Com o mesmo jeito arrogante. Com ar sisudo de quem nos está a fazer um grande favor. Frio. Com os habituais maneirismos. Sem uma ponta de sentimento. De tristeza. O natural seria que pedindo sacrifícios as palavras fossem escolhidas. Sinceramente sentidas. Mas a sua atitude, a crispação que não consegue evitar, revela a incapacidade de demonstrar alguma afectividade por aqueles a quem se dirige. Mesmo nas horas difíceis. E vai de cortar nos salários dos funcionários públicos e subir os impostos. Ele que meses antes se vangloriava que essa não era a solução. Só que hoje não temos como resolver o problema. As despesas com pessoal juntamente com as prestações sociais consomem 76% da receita. No passado, porventura, as soluções teriam um menor impacto que aquele que agora se prevê. Mas nesta altura a pressão dos credores falou mais alto que o keysianismo dos que gerem o dinheiro que lhes não pertence. Os grandes investimentos públicos vão ser reavaliados. E, para cair bem, anunciam-se medidas para controlar os gastos com o parque automóvel, elevado a signo da mordomia dos que assaltam o Estado. Ignora-se se os bem frequentados restaurantes à beira tejo pagos com os fundos próprios dos gabinetes também vão ser atingidos com as medidas de restrição da despesa. E se as viagens ao estrangeiro para ir ao futebol terminam.
O imposto sobre o consumo sobe. Resta saber se arrecadação fiscal dele resultante compensa a retracção que vai originar nas pequenas e médias empresas. A montante a economia fica exangue e com ela o desemprego. É o resultado da dívida descontrolada. O que não impede o Governo Civil de Lisboa de ir gastar cinco milhões de euros em carros blindados, a serem comprados por ajuste directo. O Governo Civil de Lisboa precisamente um dos organismos que devia ser extinto, como aliás todos os restantes governos civis.
Qual é o impacto que as medidas anunciadas vão ter nas politicas publicas desportivas? À data o homem do leme do nosso desporto ainda se não ouviu. E os habituais replicantes da voz oficial, em nome do “associativismo”, ainda não fizeram saber de sua justiça.
Na véspera do anunciado pelo primeiro-ministro o homem do leme do nosso desporto auto promovia-se com o vasto plano de centros de alto rendimento - uma espécie de sucts desportivas que mais tarde se saberá quem pagará o seu funcionamento - num exercício próprio, não de um pais em dificuldade, mas de um país que pode gastar sem problemas. E que pode investir em infra-estruturas sem cuidar da qualidade desse e investimento.Que o mesmo é dizer da sua sustentabilidade e rendibilidade futuras.
Na administração pública desportiva as dividas a fornecedores e outras entidades acumulam-se em cima das secretárias e desesperam os credores. Ninguém é responsável por nada. Os eventos somam-se. Todos os fins –de - semana o país acolhe eventos internacionais. A candidatura ao mundial de futebol, um evidente disparate, mantém-se. O activismo sem estratégia, colado a uma obsessão por em tudo aparecer só pode conduzir a maus resultados.
E o que se passa no topo das organizações desportivas? O melhor de sempre. Não há crise, não há dificuldades, não são necessários programas de controlo da despesa. Desde claro que suceda o óbvio: que os subsídios e o financiamento públicos não diminuam. Ou seja que não haja redução na despesa pública. E caso haja, que não chegue a nós. Elementar.
José Sócrates desde que assumiu funções como primeiro-ministro teve o orçamento de Estado que quis. Nomeou quem lhe apeteceu. Andou meses seguidos a anunciar o aparecimento de sinais de retoma na economia portuguesa. A defesa do Estado social, contra o liberalismo dos seus opositores. As obras e o investimento público. Ridicularizou quem dizia que o país caminhava para o abismo. Para a ingovernabilidade. É certo que houve uma crise internacional mas que só acentuou a que internamente já existia. E se conhecia. Agora esqueceu tudo o que andou a dizer. E caiu na real. Disse o que disse com o mesmo ar triunfal em que tem dito o oposto.Com uma suposta autoridade moral. Com o mesmo jeito arrogante. Com ar sisudo de quem nos está a fazer um grande favor. Frio. Com os habituais maneirismos. Sem uma ponta de sentimento. De tristeza. O natural seria que pedindo sacrifícios as palavras fossem escolhidas. Sinceramente sentidas. Mas a sua atitude, a crispação que não consegue evitar, revela a incapacidade de demonstrar alguma afectividade por aqueles a quem se dirige. Mesmo nas horas difíceis. E vai de cortar nos salários dos funcionários públicos e subir os impostos. Ele que meses antes se vangloriava que essa não era a solução. Só que hoje não temos como resolver o problema. As despesas com pessoal juntamente com as prestações sociais consomem 76% da receita. No passado, porventura, as soluções teriam um menor impacto que aquele que agora se prevê. Mas nesta altura a pressão dos credores falou mais alto que o keysianismo dos que gerem o dinheiro que lhes não pertence. Os grandes investimentos públicos vão ser reavaliados. E, para cair bem, anunciam-se medidas para controlar os gastos com o parque automóvel, elevado a signo da mordomia dos que assaltam o Estado. Ignora-se se os bem frequentados restaurantes à beira tejo pagos com os fundos próprios dos gabinetes também vão ser atingidos com as medidas de restrição da despesa. E se as viagens ao estrangeiro para ir ao futebol terminam.
O imposto sobre o consumo sobe. Resta saber se arrecadação fiscal dele resultante compensa a retracção que vai originar nas pequenas e médias empresas. A montante a economia fica exangue e com ela o desemprego. É o resultado da dívida descontrolada. O que não impede o Governo Civil de Lisboa de ir gastar cinco milhões de euros em carros blindados, a serem comprados por ajuste directo. O Governo Civil de Lisboa precisamente um dos organismos que devia ser extinto, como aliás todos os restantes governos civis.
Qual é o impacto que as medidas anunciadas vão ter nas politicas publicas desportivas? À data o homem do leme do nosso desporto ainda se não ouviu. E os habituais replicantes da voz oficial, em nome do “associativismo”, ainda não fizeram saber de sua justiça.
Na véspera do anunciado pelo primeiro-ministro o homem do leme do nosso desporto auto promovia-se com o vasto plano de centros de alto rendimento - uma espécie de sucts desportivas que mais tarde se saberá quem pagará o seu funcionamento - num exercício próprio, não de um pais em dificuldade, mas de um país que pode gastar sem problemas. E que pode investir em infra-estruturas sem cuidar da qualidade desse e investimento.Que o mesmo é dizer da sua sustentabilidade e rendibilidade futuras.
Na administração pública desportiva as dividas a fornecedores e outras entidades acumulam-se em cima das secretárias e desesperam os credores. Ninguém é responsável por nada. Os eventos somam-se. Todos os fins –de - semana o país acolhe eventos internacionais. A candidatura ao mundial de futebol, um evidente disparate, mantém-se. O activismo sem estratégia, colado a uma obsessão por em tudo aparecer só pode conduzir a maus resultados.
E o que se passa no topo das organizações desportivas? O melhor de sempre. Não há crise, não há dificuldades, não são necessários programas de controlo da despesa. Desde claro que suceda o óbvio: que os subsídios e o financiamento públicos não diminuam. Ou seja que não haja redução na despesa pública. E caso haja, que não chegue a nós. Elementar.
14 comentários:
Concordo na íntegra com a análise de JMC.
Como me dou ao luxo de ser mais radical, diria mesmo que a 3ª República (e não 2ª, como disseram muitos pseudo-esquerdistas que comem à mesa dos privilégios) chegou ao fim por via da decadência cultural, moral e ética.
O fim da partidocracia dará origem, um dia, por via revolucionária, a uma meritocracia que salve o país e o torne produtivo e poupado. Já não será para nós, os que vivemos sob dois regimes diferentes e tivemos todas as ilusões numa manhã de Abril.
O panorama, obviamente, manter-se-á enquanto não se der a implosão definitiva desta União Europeia sem direcção nem sentido.
Mais uns anitos...
Quem pretende que esta é a 2ª República - sucessora da 1ª, que começou em 1910 e terminou em 1926 - não é pseudo-esquerdista, como pretende Luís Leite.
É apenas quem entende que República é sinónimo de Democracia, pelo que o Estado Novo não foi republicano - mas sim ditatorial.
Mas percebe-se que haja quem pretenda assimilar Democracia e Ditadura - tudo sob o rótulo da República que, nesta visão, se oporia apenas à Monarquia.
É uma forma - como outra qualquer -de branquear a Ditadura, por um lado, e de minimizar a República, por outro, incorporando-lhe o Estado Novo.
Que o Jardim o faça, percebe-se; que o Leite alinhe nisso, também se percebe...
Este Governo não tem condições para sobreviver mais que umas semanas (poucas).
A conflitualidade social que vem já a seguir e uma eventual inviabilização parlamentar do orçamento podem acelerar a apresentação da demissão do 1º Ministro e do Governo.
Como não é possível haver eleições, a melhor e mais credível solução seria um Governo de iniciativa Presidencial de Salvação Nacional, aceite pelo Parlamento, composto apenas por meia dúzia de notáveis sexagenários ou septuagenários que não precisem de privilégios e que, entendendo-se sobre aquilo que é o superior interesse nacional, fizessem o que tem de ser feito.
Para tal há instrumentos que podiam inclusivamente passar pela proclamação do "Estado de Excepção", com suspensão dos direitos constitucionais.
Uma eventual viabilização do Orçamento de Estado para 2011 só irá contribuir para a agudização da conflitualidade social, sem resolver nenhum dos problemas estruturais de fundo, causados por sucessivos Governos irresponsáveis.
A alternativa mais interessante seria convidar o FMI a vir para cá durante uns anos, meter isto na ordem (financeira).
Mas a situação do país não é só financeira. É sobretudo política.
É o descalabro de um regime corrupto e sem vergonha, pelo que o próprio FMI, provavelmente, fugiria desta oligarquia a sete pés, quando se apercebesse das desigualdades instaladas, deixando-nos entregues a nós próprios e à caridade internacional da ONU de Guterres.
E isso é o pior que nos pode acontecer.
Então há um anónimo que acha que o Estado Novo não foi uma República? Então foi o quê? uma Monarquia constitucional?
O prezado anónimo não terá lido a Constituição de 1933.
Ou não teve conhecimento da eleição de Presidentes da República.
Paciência...
"Partidocracia"; "meritocracia"; "Governo de iniciativa Presidencial de Salvação Nacional"; "proclamação do «Estado de Excepção», com suspensão dos direitos constitucionais"; "problemas estruturais de fundo, causados por sucessivos Governos irresponsáveis".
O "programa" do Leite é, sem tirar nem pôr, igual ao programa do saudoso General Augusto Pinochet.
Antigamente, chamava-se a isto...fascismo. Com algum desprezo, acrescente-se.
Independentemente do número de Repúblicas existentes em Portugal, a sequência aqui pautada:
1.ª República (1911-1926)
2.ª República – Ditadura Militar (1926-1933)– Estado Novo (1933-1974)
3.ª República – Estado de Direito
parece levantar dúvidas em consagrar a 2.º República (Ditadura Militar e Estado Novo) como ocupando o segundo lugar cronológico porque, opinam alguns, não regulava o regime pela consagrada etiqueta da autoria de Jean-Jacques Rousseau "Liberdade, Igualdade e Fraternidade”, consagrado pela Revolução Francesa.
Acontece que nem na 1.ª República a trindade de Rousseau foi respeitada. Houve tropelias de toda a ordem, prisões arbitrárias, desterros, censura, greves, desrespeito pelos sindicatos, bombas, arrolamentos das igrejas, ocupação de conventos para os transformar em quartéis, perseguição ao clero e aos jesuítas humilhados com mensurações antropométricas. Exactamente como agiram os liberais de 1820 que implantaram a Monarquia Constitucional.
Acontece ainda que algumas destas ocorrências serviram ao Estado Novo de plataforma para as implementar e aperfeiçoar. Não se entende em que é que o Estado Novo tinha de melhorar relativamente à 1.ª República, para obter o grau de 2.ª República. De resto, o signo “República” figurava nos selos, nas moedas, e na Presidência.
De resto, não há regimes perfeitos. Como esclarece Raymon Aron “os governos são representativos, mas, nem a forma de representação, nem as normas constitucionais estão estritamente determinadas no contexto social. Todas as sociedades modernas defendem a igualdade, mas podem ser liberais ou despóticas.”
O anónimo do costume não faz a mínima ideia do que é uma República. Muitas das Repúblicas da História (a maioria?) foram, na prática, ditaduras com Presidente eleito.
E, pelos vistos, acha que a democracia só é democracia se for como a nossa. A que nos levou ao fundo, nivelando por baixo e criando um Estado Social inviável e uma oligarquia corrupta. A das mais amplas liberdades. Lembram-se? Eu lembro-me, até porque antes do 25 de Abril já acreditava no socialismo democrático. Na verdade a ideia era do Willi Brandt e do Olof Palme e era Social Democracia, como depois de veio a confirmar quando Mário Soares meteu o Socialismo na gaveta.
E, naturalmente também acha que, em Monarquia, não há democracia.
Só em República. Como a José Eduardo dos Santos, por exemplo? Ou a de Mobutu? E a de Mugabe?
Só disparates, meu caro.
Depois, desata num ataque pessoal desenfreado, em que diz que "antigamente chamava-se a isto fascismo". Antigamente? Então e agora, já não?
O caro anónimo não faz a mínima ideia do que é "fascismo" e de que os poucos "fascismos" (ou aproximações) que encontramos na História foram regimes republicanos, em que o Ditador ganhou eleições mais livres ou memos livres.
O fascismo foi inventado por Benito Mussolini em Itália. Outros regimes posteriores ditatoriais, entre os quais o português do Estado Novo (republicano) de Salazar, o Espanhol (republicano) de Franco e o argentino de Pinochet (republicano) aproximaram-se, de facto do fascismo, mas no fundo foram apenas ditaduras militares.
"Liberdade e/ou Democracia" não têm relação directa com "República ou Monarquia".
Mas o caro anónimo que não sabe o que diz e não tem coragem para deixar de ser o que é, também não tem coragem para me chamar fascista, preferindo um "antigamente, chamava-se a isto...".
Com estes impulsos, pretende certamente defender o indefensável:
a incompetência deste regime e deste legitimíssimo Governo, em que o Primeiro-Ministro se entreteve a mentir descaradamente aos portugueses durante quase uma década, enquanto os amigos comiam à mesa do Orçamento e o país gastava aquilo que não tinha para gastar.
Olhe, o desprezo, perante tudo isto, é meu!
Como diz a Ana Gomes"é tempo de todos os socialistas se unirem, estoicamente, em apoio ao Primeiro Ministro, pela agrura de ter de decretar medidas durissimas e de arrostar com incompreensão e impopularidade.".Assim seja!!!!
Volto a repetir:
O "programa" do Leite é, sem tirar nem pôr, igual ao programa do saudoso General Augusto Pinochet.
Tal programa tem, como ideias-chave:
"Partidocracia"; "meritocracia"; "Governo de iniciativa Presidencial de Salvação Nacional"; "proclamação do «Estado de Excepção», com suspensão dos direitos constitucionais"; "problemas estruturais de fundo, causados por sucessivos Governos irresponsáveis".
Estas ideias são fascistóides e grotescamente reacçionárias.
A sabedoria de João Boaventura completa bem o texto de JMC.
Qunato aos disparates que se ouviram nestes dias de comemoração da República, a começar pelo Dr. Almeida Santos que disse que "o Povo tem que sofrer as crises como o Governo as sofre", só revelam que este Regime já não tem justificação para se manter.
O dr. Almeida Santos (Presidente do PS) não se importa de revelar quanto é que recebe por mês entre reformas de Estado milionárias e vencimento de Presidente do partido? Quantas dezenas de milhar de euros?
Coitadinho, será que vai aguentar o congelamento das várias pensões reforma e os aumentos do IVA e do IRS?
E as reformas parlamentares de 8 anos que depois passaram para 12?
O que mais irrita é a lata e a desfaçatez desta malta que enriqueceu à nossa custa e à custa da tão apregoada liberdade!
O anónimo servil e dependente do Governo acha, ou melhor, repete, que as minhas ideias são copiadas do saudoso (para ele) General Augusto Pinochet.
Mais, acrescenta, martelando na mesma tecla, que as minhas "ideias são fascistóides e grosseiramente reacçionárias".
Temos então que:
1) O anónimo servil e dependente do Governo não pode escrever ideias "fascistas", porque não tem coragem e então resolve escrever "fascistóides", algo que ninguém sabe o que é;
2) Não sabe escrever "reacionárias" (é assim que se escreve agora e nunca teve cedilha), questão de importância menor;
3) O termo "reacionário/a" foi utilizado, nas últimas décadas, para qualificar, na terminologia marxista, quem se opõe ao Socialismo; se assim é e se isto que nos oferecem é "Socialismo" ou outra "coisa" qualquer, então sou mesmo "reacionário". Só não compreendo o "grosseiramente". Será também por cobardia?
O termo "reacionário", entretanto, caiu em desuso já há bastante tempo... Está "démodé" ("demodê" no novo acordo ortográfico).
Eu pensava e penso que isto era e é apenas um regime corrupto e podre, ainda por cima nas mãos de despudorados incapazes e mentirosos.
Tenho dito.
Quando Vasco Pulido Valente perguntou no Público, de 5 do corrente:
“Em 2010, a questão é esta: como é possível pedir aos partidos de uma democracia liberal que festejem uma ditadura terrorista em que reinavam “carbonários” vigilantes de vário género e pêlo e a “formiga branca” do jacobinismo?
Como é possível pedir a uma cultura política assente nos “direitos do homem e do cidadão” que preste homenagem oficial a uma cultura política que perseguia sem escrúpulos uma vasta e indeterminada multidão de “suspeitos” (anarquistas, anarco-sindicalistas, monárquicos, moderados e por aí fora)?
Como é possível ao Estado da tolerância e da aceitação do “outro” mostrar agora o seu respeito por uma ideologia cuja essência era a erradicação do catolicismo?
E, principalmente, como é possível ignorar que a Monarquia, apesar da sua decadência e da sua inoperância, fora um regime bem mais livre e legalista do que a grosseira cópia do pior radicalismo francês, que o 5 de Outubro trouxe a Portugal?"
(fim da citação)
Significa amedrontamento aos monárquicos que ainda não adormeceram, desde quando andaram a guerrear a 1.ª República, intermitentemente, e foram tolerados e controlados durante a 2.ª República, classificada metaforicamente, por Salazar, de “democracia orgânica” (o regime funcionava como o corpo humano, com cabeça, tronco e membros, com todas as suas funções interligadas), e agora, ainda pensam num regime dito democrático, que o renascimento da Monarquia poderá ser uma realidade.
Pelo menos as bandeiras monárquicas desfraldadas na via pública ou nas arruadas, não se esquivaram de relembrar as esperanças, na data em que a 1.ª República festejava o centenário da sua morte.
E lá continua o LL a responder aqueles que, repete vezes sem conta, nunca responder...os anónimos. Eu até o entendo, se não responder a estes não responde a mais nenhuns (por não estarem para o aturar) mas agora já começo a duvidar de alguns destes "anónimos" não são o próprio LL para "manter o fuminho da duscussão". Daquelas coisas que o Freud explica!!
Caro F. Oliveira,
Com ou sem Freud, agradeço o seu contributo para o assunto em discussão, sem dúvida bastante interessante...
Continue a colaborar com os seus sábios comentários.
Os meus respeitosos cumprimentos.
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