Permitam-me os associados e visitantes desta nossa colectividade que hoje dedique algumas palavras ao futebol na sua expressão mais imediatista, o que não é meu hábito.
O jornal desportivo “A Bola”, logo na primeira página e com amplo espaço em página interior, olha – diria em termos muito peculiares – o ocorrido no último treino da equipa do Benfica (ontem de manhã no Seixal).
Na primeira página titula-se: “Foi Jesus quem autorizou a entrada dos adeptos no Seixal”. Segue o jornal afirmando que o treino da manhã foi “marcado pelo diálogo entre o técnico encarnado e uma centena de jovens que o questionaram sobre a goleada sofrida no Dragão”.
Terá sido mesmo assim?
Claro que não e o jornalista, no interior, não consegue corroborar as chamadas de primeira página.
O grupo de adeptos – uma boa parte dos quais (pelo menos) pertencentes aos No Name Boys) – “juntou-se em frente à entrada principal do complexo encarnado e ameaçou entrar a bem ou mal”.
Depois de entrarem – pelos vistos com o beneplácito do treinador, pois, caso contrário, entravam a mal –, deslocaram-se “directamente para o relvado”, o que conduziu à interrupção do treino.
Lá foi o treinador ouvir as «queixas» da claque.
“O momento foi de elevada tensão, mas não houve qualquer tipo de violência física, apenas verbal, nomeadamente insultos. Jorge Jesus foi o principal alvo, mas também vários jogadores foram interpelados”.
“O plantel foi completamente apanhado de surpresa e o incidente impressionou negativamente alguns jogadores, em particular os que chegaram esta época ao clube.”
“Mas mesmo para os mais antigos da casa, uma confrontação como esta, em pleno treino, foi algo de inédito.”
“ Jorge Jesus ainda pensou, depois, retomar o treino, mas entendeu que não estavam reunidas condições para o fazer.”
O que se passou ontem no Seixal junta-se a outros episódios que no passado – e no futuro será também assim – tiveram lugar em treinos do Sporting e do FC do Porto, só para citar os «grandes» (?) e dá perfeita conta do peso das claques nos destinos de uma equipa de futebol.
Mas como diriam todos os administradores das SAD’S, membros dos corpos policiais, sociólogos «politicamente correctos», o Conselho Nacional do Desporto e membros do Governo, elas, legalizadas (?) ou nã0, fazem parte da «grande festa que é o futebol.
Assim seja, se assim o querem.
O jornal desportivo “A Bola”, logo na primeira página e com amplo espaço em página interior, olha – diria em termos muito peculiares – o ocorrido no último treino da equipa do Benfica (ontem de manhã no Seixal).
Na primeira página titula-se: “Foi Jesus quem autorizou a entrada dos adeptos no Seixal”. Segue o jornal afirmando que o treino da manhã foi “marcado pelo diálogo entre o técnico encarnado e uma centena de jovens que o questionaram sobre a goleada sofrida no Dragão”.
Terá sido mesmo assim?
Claro que não e o jornalista, no interior, não consegue corroborar as chamadas de primeira página.
O grupo de adeptos – uma boa parte dos quais (pelo menos) pertencentes aos No Name Boys) – “juntou-se em frente à entrada principal do complexo encarnado e ameaçou entrar a bem ou mal”.
Depois de entrarem – pelos vistos com o beneplácito do treinador, pois, caso contrário, entravam a mal –, deslocaram-se “directamente para o relvado”, o que conduziu à interrupção do treino.
Lá foi o treinador ouvir as «queixas» da claque.
“O momento foi de elevada tensão, mas não houve qualquer tipo de violência física, apenas verbal, nomeadamente insultos. Jorge Jesus foi o principal alvo, mas também vários jogadores foram interpelados”.
“O plantel foi completamente apanhado de surpresa e o incidente impressionou negativamente alguns jogadores, em particular os que chegaram esta época ao clube.”
“Mas mesmo para os mais antigos da casa, uma confrontação como esta, em pleno treino, foi algo de inédito.”
“ Jorge Jesus ainda pensou, depois, retomar o treino, mas entendeu que não estavam reunidas condições para o fazer.”
O que se passou ontem no Seixal junta-se a outros episódios que no passado – e no futuro será também assim – tiveram lugar em treinos do Sporting e do FC do Porto, só para citar os «grandes» (?) e dá perfeita conta do peso das claques nos destinos de uma equipa de futebol.
Mas como diriam todos os administradores das SAD’S, membros dos corpos policiais, sociólogos «politicamente correctos», o Conselho Nacional do Desporto e membros do Governo, elas, legalizadas (?) ou nã0, fazem parte da «grande festa que é o futebol.
Assim seja, se assim o querem.
Mas, depois, não vertam, como sempre, lágrimas de crocodilo.
4 comentários:
O texto de JM Meirim remete para outros conceitos que ajudam a encontrar respostas:
Clubite - Infecção grave dos neurónios, espalhada por todo o cérebro, patologia incurável.
Impede o pensamento racional e é potencialmente violenta.
É favorecida pelos Governos e pelas lideranças dos clubes e nada tem a ver com SADs.
Tem muito a ver com outro conceito que passo a enunciar:
Javardice - É uma maneira de estar no mundo própria dos "feios, porcos e maus" (vide filme de Ettore Scola de 1976).
Os javardos (em eduquês "inclusíveis") não aceitam as regras de comportamento social, sejam elas quais forem e fazem em grupo aquilo que não conseguem quando estão sozinhos.
Os javardos (porcos), sozinhos são simples nulidades, sem vontade própria. São cobardes e deixam de existir.
Juntos, têm por objectivo destruir tudo o que apanham para deixar marcas e provas que existem.
Governantes do Desporto - São personagens do mundo futebolístico que só existem enquanto a existir a clubite e javardice.
Gostam realmente de festa, mas a festa para eles só existe no futebol alienado. Sem alienação e javardice não há festa. E sem festa não há razão para estar lá.
Agarrando na frase de Luís Leite:
"Juntos, têm por objectivo destruir tudo o que apanham para deixar marcas..."
Exactamente como os animais que gostam de marcar o seu território... ou urinando ou deixando o seu odor.
Eu deixo a minha marca com um
Cordialmente
A comentar assim...sujeita-se à equiparação a anónimo por parte de LL!!!
José Manuel Meirim,
A sua chamada de atenção é importante por identificar um problema concreto do desporto profissional, em particular do futebol e dos grandes clubes portugueses: Benfica, Sporting e Porto.
Creio que o elemento fulcral é o fracasso da política desportiva relacionada com a ética e no combate ao hooliganismo.
O caso da má educação de um treinador nacional de renome com operadores públicos tinha demonstrado a fragilidade da política da ética e do combate aos actos de marginalidade, os quais se podem encontrar tão-só na linguagem e no relacionamento dentro do desporto.
No Congresso do Desporto, o Panathlon Clube de Lisboa enviou uma proposta e sugeriu medidas.
Houve sugestões e não houve quem trabalhasse em parceria e confiasse na sociedade civil para fazer singrar o desporto para bom porto. É natural que as histórias más surjam como pedras que destroem e conspurcam.
Sem políticas nacionais de ética não há boas instituições e, se considerarmos que o desporto seria um vector extraordinário para Portugal, verificamos como o sector tem problemas institucionais muito graves.
O seu poste não fala mas é importante que o desporto português tenha um código e uma política de ética. Mais do que declarações grandiloquentes, actos exemplares.
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