A escolha de Alexandre Mestre para novo titular da secretaria de estado do desporto é uma excelente escolha para quem manda. Fica por demonstrar que o é também para quem é mandado.
A quem manda é sempre bom ter alguém leal, disciplinado, sempre elogioso, trabalhador incansável, metódico, pronto para tudo. E que não levante problemas. E que se fascine e idolatre quem o nomeou. A ponto de Passos Coelho ou Miguel Relvas correrem o risco de terem direito a foto na secretária do novel secretário de Estado. No que, se acontecer, não serão os primeiros. Neste sentido o governo não podia ter escolhido melhor.
Quem é mandado precisa de ser bem tratado. De ser ouvido. Dispensa bem a pose institucional e os formalismos do exercício do poder.Basta perceber que quem está do outro lado está lá para servir e não para agradar a quem manda. Sem truques. Que não trata os que estão em baixo com despotismo.Com desconfiança.Com insegurança. Que se preocupa menos com o que dizem dele e mais do que o que diz aos outros. Que perceba que nem sempre, quem manda governa. E que para governar é preciso saber mandar. Que entenda o que é o serviço público para além das mordomias e dos protocolos. E aqui o novo homem do leme vai ter de prestar provas.Com inteligência e sem sectarismo. Sabendo vencer o medo.
Nos últimos anos o PSD tratou as questões do desporto com vacuidade e ligeireza. Não se conhece um texto, uma opinião, um pedaço de doutrina que permita perceber qual é o entendimento que o partido que lidera o governo tem sobre os problemas desportivos do país. A sua produção é nula. A oposição à governação socialista ausente. E o programa com que se apresentou às eleições um mar de lugares-comuns. Nas palavras de um antigo governante (Hermínio Loureiro), o novel secretário de estado é um homem com um “pensamento estruturado” e com “uma visão estratégica sobre o desporto português”.Não sabia. É uma surpresa. Nunca li ou ouvi algo sobre a matéria. Mas não faltarão oportunidades para conhecer esse pensamento e essa visão, seguramente, do conhecimento, até à data, de um círculo restrito de pessoas.
De resto é curioso perceber a ideia pateta e provinciana ,já presente no programa eleitoral do PSD de que basicamente se trata de replicar internamente o designado modelo europeu de desporto – em crise na generalidade dos países europeus –o que significa preguiça intelectual e incapacidade de perceber que não é possível ser liberal na economia e estatista no desporto.
Resta aguardar pelo programa político para perceber ao que vem e ao que se propõe. Pode ser que o futuro nos traga surpresas. E que o leme entregue ao mestre, signifique também um mestre na arte de dirigir o leme.
A quem manda é sempre bom ter alguém leal, disciplinado, sempre elogioso, trabalhador incansável, metódico, pronto para tudo. E que não levante problemas. E que se fascine e idolatre quem o nomeou. A ponto de Passos Coelho ou Miguel Relvas correrem o risco de terem direito a foto na secretária do novel secretário de Estado. No que, se acontecer, não serão os primeiros. Neste sentido o governo não podia ter escolhido melhor.
Quem é mandado precisa de ser bem tratado. De ser ouvido. Dispensa bem a pose institucional e os formalismos do exercício do poder.Basta perceber que quem está do outro lado está lá para servir e não para agradar a quem manda. Sem truques. Que não trata os que estão em baixo com despotismo.Com desconfiança.Com insegurança. Que se preocupa menos com o que dizem dele e mais do que o que diz aos outros. Que perceba que nem sempre, quem manda governa. E que para governar é preciso saber mandar. Que entenda o que é o serviço público para além das mordomias e dos protocolos. E aqui o novo homem do leme vai ter de prestar provas.Com inteligência e sem sectarismo. Sabendo vencer o medo.
Nos últimos anos o PSD tratou as questões do desporto com vacuidade e ligeireza. Não se conhece um texto, uma opinião, um pedaço de doutrina que permita perceber qual é o entendimento que o partido que lidera o governo tem sobre os problemas desportivos do país. A sua produção é nula. A oposição à governação socialista ausente. E o programa com que se apresentou às eleições um mar de lugares-comuns. Nas palavras de um antigo governante (Hermínio Loureiro), o novel secretário de estado é um homem com um “pensamento estruturado” e com “uma visão estratégica sobre o desporto português”.Não sabia. É uma surpresa. Nunca li ou ouvi algo sobre a matéria. Mas não faltarão oportunidades para conhecer esse pensamento e essa visão, seguramente, do conhecimento, até à data, de um círculo restrito de pessoas.
De resto é curioso perceber a ideia pateta e provinciana ,já presente no programa eleitoral do PSD de que basicamente se trata de replicar internamente o designado modelo europeu de desporto – em crise na generalidade dos países europeus –o que significa preguiça intelectual e incapacidade de perceber que não é possível ser liberal na economia e estatista no desporto.
Resta aguardar pelo programa político para perceber ao que vem e ao que se propõe. Pode ser que o futuro nos traga surpresas. E que o leme entregue ao mestre, signifique também um mestre na arte de dirigir o leme.
12 comentários:
Não poderia estar mais de acordo!
Aguardemos novos desenvolvimentos.
Concordo totalmente (não é para irritar anónimos) com o texto de JM Constantino.
Muito em especial com a ideia de que NÃO "basta replicar internamente o designado modelo europeu de Desporto" e rigorosamente tudo o que se segue até ao ponto final.
É isso mesmo!
Uma pena não poder ser JM Constantino o novo SED.
se não sabia, como diz, deveria saber.
o Dr. Alexandre Mestre é um dos que mais estudou o fenómeno desportivo em Portugal e, sim, tem doutrina publicada.
melhores cumprimentos
p
Esta questão dos anónimos pega-se.
Como é que se descontamina esta virose?
Será que são os mesmos???
Não conheço o novo secretário de estado do desporto e, por motivos óbvios, espero que corresponda ao pretendido pelo JMC (como, na verdade, espero de todos os governantes.
Independentemente disso, duas considerações:
1) não pode ser pior que a gárgola que lá estava antes (gárgola no sentido empedrenido e sem pulsação e não como forma de arte);
2) quanto a aplicar o liberalismo ao desporto (e à cultura) acho uma maravilha mas se isso acontecesse afogaríamos Portugal nas lágrimas do pessoal dos subsídios.
Ao P.
Repito:
Não conheço da obra publicada pelo actual Secretário de Estado qualquer produção que permita inferir algo como um pensamento estruturado sobre o desporto português e uma visão estratégia para o mesmo. São obras sobre direito e designadamente o comunitário, cujo mérito não discuto, mas que nada acrescentam ao tema suscitado. E tendo trabalhado com a pessoa em causa entre 2001 e 2005,quer em estruturas associativas, quer por via da administração pública e comnhecendo o que prodiziu nunca inferi a posse de uma qualquer “visão estratégica”.Mas posso estar equivocado e exista produção teórica que desconheça. O P. pode fazer o favor de me indicar a bibliografia que devo consultar e terei todo o prazer em corrigir o que agora afirmo.
Grato.
Estratégia e Desenvolvimento do Desporto
Nos anos do anterior consulado foi impossível conhecer um pensamento estruturado e publicitado sobre o desenvolvimento do desporto nacional. O anterior Governo entrou e saiu sem ter publicado um único documento que reflectisse sobre o nosso desporto na sua globalidade, que contivesse uma estratégia articulada e um quadro de financiamento fundamentado e conhecido. Reinou a discricionariedade e a improvisação, e os investimentos mal justificados e sem financiamento assegurado foram sucessivos. O Conselho Nacional do Desporto apagou-se e nunca se conheceram os seus verdadeiros contributos para o pensar do desporto em profundidade e nas suas múltiplas dimensões. No IDP nem estudos se fizeram que ajudassem a fundamentar, com os pontos de vista da economia ou da gestão, as escolhas que iam sendo feitas ou os diferentes caminhos que haviam de ser procurados. Não se faziam análises comparativas com outros sistemas desportivos, nomeadamente para ajudar a verificar das boas práticas ou de novas soluções de política pública. Agora, espera-se que se abra um novo ciclo onde seja possível haver espaço para pensar e repensar o nosso modelo de desenvolvimento do desporto e possa existir preparação e fundamentação reconhecida para as escolhas e decisões públicas que vão ser tomadas. E chega de legislação e mais legislação. Deve agora dar-se relevo ao pensamento estratégico e à implementação de objectivos essenciais de desenvolvimento desportivo. E dar primazia ao desporto, que é de desporto que se deve tratar com cuidado e visão de futuro. Com mais liberdade e menos intervencionismo e asfixia estatal, como no passado recente aconteceu.
José Pinto Correia
[O Segredo]
"O segredo
está em não deixar o tempo devorar-me,
mas devorá-lo eu
com dentes de terra
e medo
Mastigar tudo,
as sombras, as bocas,
as pedras,
o céu,
os ossos pendentes das caras
e as deusas a cavalo
- patas nas searas,
crina de faúlhas ao vento ..."
[José Gomes Ferreira]
Por enquanto tudo é segredo, mas transparece no Programa do XIX Governo Constitucional, "Desporto e Juventude" (pp 96-97-98), alguma matéria ínsita na proposta da Lei de Bases do Desporto subscrita pelo actual Secretário de Estado, em 2004, matéria que no tempo suscitou muitas dúvidas pela excessiva teorização e algum desconhecimento do mundo real do desporto.
Transportar, como o actual Secretário de Estado transporta, um excelente curriculo na área do direito desportivo, significa apenas que é excelente nesse âmbito.
E esse, se é necessário, não é suficiente.
Relembro o caso do Ministro da Economia da Suécia, ao qual se lhe perguntou das razões de sobraçar também a pasta do Desportos, tendo respondido que após as eleições, no Conselho de Ministros, nenhum Ministro queria a pasta do Desporto.
Perante esta situação, e considerando que o mundo do desporto não lhe era estranho porque tinha sido praticante e dirigente desportivo, não teve a menor dúvida em aceitar a pasta do Desporto.
Mas aqui não é lícito dizer-se que este Ministro da Economia, era apenas um excelente economista.
Manifesto total concordância com o texto de José Pinto Correia.
Quanto ao novo SED não o conheço, nem sei se é um homem que tenha passado pelo Desporto português pelo lado do terreno ou se apenas se confinou à teorização jurídica de gabinete.
Sei que o que tínhamos não serve.
Hoje fiquei petrificado com a notícia da reeleição, em lista única, por unanimidade, de Carlos Paula Cardoso, para a presidência da extinta(?), não representativa e inútil Confederação do Desporto de Portugal.
Como é possível?
As poucas Federações que ainda lá permanecem ensandeceram?
Estão satisfeitas com a festa anual do Casino, razão de ser única da defunta instituição?
O Desporto português, cada vez mais insignificante, está moribundo...
"... Aí temos o pórtico da pública governação com os seus ministros dentro.
- Truz truz truz!
- Quem é?
- Está em casa o Governo?
- Que lhe há-de querer? Se é peditório, pode entrar: se traz problema, S. Ex.ª saiu neste mesmíssimo instante para o palácio.
Ficamos sabendo (...) de uma boa vez para sempre, que o Governo se não ocupa das questões. É inútil sugerir-lhas, expender-lhas, propor-lhas, explicar-lhas, amenizar-lhas, impor-lhas na ponta de um cajado, ou mandar-lhas a casa numa travessa com ramos de salsa à roda e com limão em cima. O Governo o que não tem é tempo. Bem! Não se fala mais nisso. O tudo é haver quem explique as coisas! ..."
[Ramalho Ortigão, in As Farpas]
Espero que Ramalho Ortigão, desta feita, se engane.
Que a esperança seja a última a morrer.
Paulo Ferreira no Correio do Minho http://www.correiodominho.com/cronicas.php?id=2972 chama a atenção para a necessidade de alguém que não seja do sistema. Ora, se há uma coisa que Alexandre Mestre é, é um elemento servilíssimo do sistema. Vicente Moura, algumas federações e outros sistémicos que o sabem na mão estarão extasiados com a escolha 'surpreendente' do PSD. Alexandre Mestre será tão surpreendente como o Laurentino de 2005 e quando ele voltar a Algés. Por esta razão o que Alexandre Mestre terá de demonstrar é que se distingue de Laurentino Dias.
O Desporto português não tem solução porque o movimento associativo não quer.
Quando vemos um COP (decrépito e falhado), comandado por Vicente Moura e uma CDP (praticamente extinta) por Carlos Cardoso e Federações incapazes de se renovar (tal o dinossaurismo) e associar à procura de uma estratégia conjunta e soluções para o futuro, que esperar de uma área que é conjunturalmente insignificante para o novo Governo?
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