Quem se der ao trabalho de ler um programa de Governo ou quaisquer Grandes Opções do Plano, por certo não encontrará significativas alterações de tom e conteúdo. Aparte algum folclore narrativo, quem lê um, lê todos. Em singelo complemento informativo do texto de José Manuel Constantino, olhe-se as Grandes Opções do Plano para 2009, conforme afirmadas pelo Governo.
Sobre a palavra de ordem Desporto e Qualidade de Vida, numa vintena de linhas, afirma-se que, no seguimento da acção governativa desta legislatura, as realizações no âmbito do desporto incidirão em quatro vectores.
No que se refere à generalização da prática desportiva à população portuguesa, prosseguirá a implementação do Programa Nacional de Desporto para Todos (com o objectivo de aumentar os índices de prática desportiva, reduzindo progressivamente a taxa de sedentarismo da população portuguesa) e a execução do Programa Nacional de Infra-estruturas desportivas.
Por outro lado, no que respeita à modernização e melhoria do desporto português, tendo por finalidade o aumento da Qualidade de Vida e o contributo para a melhoria da Saúde Pública, serão melhorados os cuidados e serviços médico-desportivos, reforçar-se-á a luta contra a dopagem e aumentará a capacidade de respostas do laboratório de Análises e Bioquímica.
Um terceiro segmento da acção governativa, incidirá no domínio do reforço da dimensão internacional do desporto português, onde se continuará a apostar na organização de eventos de repercussão internacional.
Por outro lado, no âmbito do aperfeiçoamento do modelo de financiamento e das formas de apoio ao Movimento Associativo, o objectivo é consolidar a sustentabilidade do financiamento do sistema desportivo português e ao movimento associativo e garantir a assinatura dos Contratos-Programa de apoio ao desenvolvimento Desportivo para 2009.
Por fim, do conjunto de medidas a realizar em 2009, destacam-se a regulamentação da Lei de Bases da Actividade Física e do desporto (Lei nº 5/2007, de 16 de Janeiro) e as medidas de Saúde e Segurança nas Instalações Desportivas, O Primeiro Relvado, Modernização das Federações Desportivas, Mini campos Desportivos, Clubes Históricos, Centros de Alto Rendimento e Modernização e Requalificação do centro Nacional Desportivo do Jamor.
E está tudo dito.
Talvez não, se operarmos um pequeno confronto com o afirmado aquando das Grandes Opções do Plano para 2008.
Nesse documento, começava-se por destacar a obra de 2006-2007: publicação da Lei de Bases, consolidação da sustentabilidade do apoio e do financiamento ao sistema desportivo português (através, por exemplo, da modernização da «Rede Nacional de Infra-estruturas Desportivas»), a criação de infra-estruturas desportivas de proximidade em zonas urbanas com carências de oferta de equipamentos desportivos (concluído o concurso público que permitirá a instalação de 101 minicampos multiusos, destinados à prática informal de diversas modalidades), o início da requalificação e modernização do Complexo Desportivo do Jamor, a «Partida» do Rali Lisboa -Dakar 2007 (tendo sido garantida para Portugal a partida em 2008), o apoio ao «Campeonato Mundial de Classes Olímpicas de Vela 2007», a criação do «Observatório da Condição e da Aptidão Física da população portuguesa» (protocolado com as principais Faculdades da área da «Actividade Física e do Desporto» das Universidades públicas portuguesas, com o objectivo de criar um instrumento permanente de análise, diagnóstico e comparação dos vários indicadores nacionais e internacionais da actividade física e desportiva), a publicação das «Estatísticas do Desporto Federado em Portugal», a inclusão do Desporto Escolar no 1.º Ciclo do Ensino Básico como componente principal e obrigatória na área de enriquecimento curricular e a ratificação da «Convenção Internacional contra a Dopagem do Desporto da UNESCO».
E que tínhamos para 2008?
Em 2008, prosseguirá a implementação do «Programa Nacional de Desporto para Todos» e do «Programa Nacional de Infra-Estruturas Desportivas» e da «Carta dos Equipamentos e Infra-Estruturas Desportivas de Portugal», será implementado o «Observatório da Condição e da Aptidão Física da população portuguesa», apostar -se -á em iniciativas que coloquem o Desporto ao serviço da Saúde Pública (nomeadamente através da melhoria dos cuidados e serviços médico -desportivos e reforçando a capacidade de resposta do «Laboratório de Análises e Bioquímica» e a luta contra a dopagem) consolidar-se-á a sustentabilidade do apoio e do financiamento ao sistema desportivo português, garantindo a assinatura dos «Contratos – Programa de apoio ao Desenvolvimento Desportivo para 2008», com especial relevo para os Paralímpicos e para a participação portuguesa nos Jogos Olímpicos de Pequim 2008.
É muito difícil encontrar repetições de menções desde 2006-20o7 até 2009.
Sobre a palavra de ordem Desporto e Qualidade de Vida, numa vintena de linhas, afirma-se que, no seguimento da acção governativa desta legislatura, as realizações no âmbito do desporto incidirão em quatro vectores.
No que se refere à generalização da prática desportiva à população portuguesa, prosseguirá a implementação do Programa Nacional de Desporto para Todos (com o objectivo de aumentar os índices de prática desportiva, reduzindo progressivamente a taxa de sedentarismo da população portuguesa) e a execução do Programa Nacional de Infra-estruturas desportivas.
Por outro lado, no que respeita à modernização e melhoria do desporto português, tendo por finalidade o aumento da Qualidade de Vida e o contributo para a melhoria da Saúde Pública, serão melhorados os cuidados e serviços médico-desportivos, reforçar-se-á a luta contra a dopagem e aumentará a capacidade de respostas do laboratório de Análises e Bioquímica.
Um terceiro segmento da acção governativa, incidirá no domínio do reforço da dimensão internacional do desporto português, onde se continuará a apostar na organização de eventos de repercussão internacional.
Por outro lado, no âmbito do aperfeiçoamento do modelo de financiamento e das formas de apoio ao Movimento Associativo, o objectivo é consolidar a sustentabilidade do financiamento do sistema desportivo português e ao movimento associativo e garantir a assinatura dos Contratos-Programa de apoio ao desenvolvimento Desportivo para 2009.
Por fim, do conjunto de medidas a realizar em 2009, destacam-se a regulamentação da Lei de Bases da Actividade Física e do desporto (Lei nº 5/2007, de 16 de Janeiro) e as medidas de Saúde e Segurança nas Instalações Desportivas, O Primeiro Relvado, Modernização das Federações Desportivas, Mini campos Desportivos, Clubes Históricos, Centros de Alto Rendimento e Modernização e Requalificação do centro Nacional Desportivo do Jamor.
E está tudo dito.
Talvez não, se operarmos um pequeno confronto com o afirmado aquando das Grandes Opções do Plano para 2008.
Nesse documento, começava-se por destacar a obra de 2006-2007: publicação da Lei de Bases, consolidação da sustentabilidade do apoio e do financiamento ao sistema desportivo português (através, por exemplo, da modernização da «Rede Nacional de Infra-estruturas Desportivas»), a criação de infra-estruturas desportivas de proximidade em zonas urbanas com carências de oferta de equipamentos desportivos (concluído o concurso público que permitirá a instalação de 101 minicampos multiusos, destinados à prática informal de diversas modalidades), o início da requalificação e modernização do Complexo Desportivo do Jamor, a «Partida» do Rali Lisboa -Dakar 2007 (tendo sido garantida para Portugal a partida em 2008), o apoio ao «Campeonato Mundial de Classes Olímpicas de Vela 2007», a criação do «Observatório da Condição e da Aptidão Física da população portuguesa» (protocolado com as principais Faculdades da área da «Actividade Física e do Desporto» das Universidades públicas portuguesas, com o objectivo de criar um instrumento permanente de análise, diagnóstico e comparação dos vários indicadores nacionais e internacionais da actividade física e desportiva), a publicação das «Estatísticas do Desporto Federado em Portugal», a inclusão do Desporto Escolar no 1.º Ciclo do Ensino Básico como componente principal e obrigatória na área de enriquecimento curricular e a ratificação da «Convenção Internacional contra a Dopagem do Desporto da UNESCO».
E que tínhamos para 2008?
Em 2008, prosseguirá a implementação do «Programa Nacional de Desporto para Todos» e do «Programa Nacional de Infra-Estruturas Desportivas» e da «Carta dos Equipamentos e Infra-Estruturas Desportivas de Portugal», será implementado o «Observatório da Condição e da Aptidão Física da população portuguesa», apostar -se -á em iniciativas que coloquem o Desporto ao serviço da Saúde Pública (nomeadamente através da melhoria dos cuidados e serviços médico -desportivos e reforçando a capacidade de resposta do «Laboratório de Análises e Bioquímica» e a luta contra a dopagem) consolidar-se-á a sustentabilidade do apoio e do financiamento ao sistema desportivo português, garantindo a assinatura dos «Contratos – Programa de apoio ao Desenvolvimento Desportivo para 2008», com especial relevo para os Paralímpicos e para a participação portuguesa nos Jogos Olímpicos de Pequim 2008.
É muito difícil encontrar repetições de menções desde 2006-20o7 até 2009.
Mais. Independentemente do colorido do Governo, em 2010, continuará ser muito difícil, registar qualquer operação de copy e paste.
3 comentários:
...e em 2050 também...
Bom Dia José Manuel Meirim
Se os textos mal se repetem e se são jurídica e politicamente válidos como prover uma leitura alternativa?
I
Assisti no sábado ao encontro entre a selecção de Portugal e a de Goa em Hóquei em Campo no moderno piso do campo de hóquei do complexo Desportivo do Jamor, onde me entusiasmei com algumas das jogadas de parte a parte, de uma modalidade para mim desconhecida. O Presidente da federação José Pedro Sarmento explicava os traços principais do crescimento recente da modalidade e das dificuldades prevalecentes para uma federação pequena que procura alcançar a dimensão das suas congéneres europeias.
No domingo, no Complexo Desportivo Carla Sacramento, na Amora, concelho do Seixal, em instalações categoria A, decorreram os Campeonatos Nacionais do Atletismo e enquanto o Presidente do Atletismo Fernando Mota recebia o recém-nomeado Vice-Presidente do Instituto do Desporto de Portugal, Fanha Vieira, na bancada cheia famílias de espectadores, entre as quais me encontrava, estas comentavam os resultados, explicavam aos filhos pequenos para onde olhar para seguir o curso dos engenhos e dos atletas e brejeiramente as mulheres enviavam beijinhos aos atletas para correrem mais e lançarem mais longe. No salto em comprimento Naide Gomes destacava-se das restantes colocando a corrida de balanço com mais 30% e no momento dos seus saltos a bancada levantava-se para acompanhar a sua performance.
Estes dois momentos do fim-de-semana desportivo mostram que o desporto português está a evoluir e o imenso trabalho que no terreno as organizações desportivas e os atletas fazem e o acompanhamento das populações.
A troca de ideias com os presidentes das federações, principalmente com aqueles cuja competência e dedicação às suas modalidades e ao desporto são inequívocos, e a participação numa competição ao lado dos espectadores dão-nos imagens fortes do desenvolvimento em curso e das potencialidades expectantes.
É difícil fazer a necessária ligação entre esta realidade e o estatuído.
Por vezes parece que os agentes desportivos privados poderiam trabalhar sem uma acção pública de realce.
II
Eu concordo consigo quando refere que quem lê um, lê todos os programas e gostaria de introduzir elementos de destrinça dessa leitura a partir dos elementos que aponta.
Quando refere não haver copy e paste é importante distinguir o que são os desejos dos governantes de transformação estrutural e a concretização conjuntural.
Ambos são importantes. É de verificar os programas estruturais de longo prazo que se mantêm por vários anos e depois compreender as acções conjunturais com eventual periodicidade anual.
Para uns e para outros é também significativo ter elementos estatísticos que distingam graus e a qualidade de realização, repetindo-se os projectos ou não.
No caso do hóquei em campo e do atletismo verificaram-se elementos quantitativos e qualitativos e a distância de duas modalidades em estágios diferentes de desenvolvimento: a primeira que procura consolidar os passos iniciais para alicerçar-se à competição europeia estruturando o trabalho dos clubes e das organizações de base; a segunda que tendo passado pela transformação de toda a sua produção para componentes mais técnicas coloca as suas/nossas novas estrelas à beira das medalhas olímpicas numa das disciplinas mais competitivas dos JO.
III
Assisti há algum tempo à avaliação externa de uma instituição nacional e enquanto os árbitros indicavam que não compreendiam qual era o “core” da actuação da instituição, os seus responsáveis explicavam uma vez mais o que faziam e as suas determinantes, renovando uns as suas dúvidas fundamentais e os outros a clareza dos seus objectivos.
A importância do “core” não tem sido suficientemente tratada no desporto.
Sem esse “core” tenderemos a um esforço superior e a não alcançarmos o que os nossos competidores europeus fazem à nossa frente.
Podem existir projectos, programas, planos, etc, no entanto nunca sabemos onde estamos e para onde vamos; reparemos na ausência de dados estatísticos relativos ao número de praticantes (por modalidade, sexo, escalão etário por exe.)e aquilo que se perspectiva (em concreto) pelos responsáveis.
Tenho a sensação que estamos a crescer em quantidade e qualidade no desporto de sofá.
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