sexta-feira, 22 de agosto de 2008

JO: "Heroínas e Guerreiros..."

Passei a última semana a visitar um País estrangeiro e a conviver durante esse tempo com ex-atletas, treinadores e dirigentes de enorme prestígio nacional e internacional. E como foi bom aprender e emocionar-me até às lágrimas com as alegrias e as tristezas de um outro povo, coisa que até há bem pouco tempo pensava impossível dado o meu apego exageradamente nacionalista aos feitos e às gentes da nossa terrinha…
Provavelmente, quem nunca praticou desporto e particularmente o federado, o competitivo, não compreenderá cabalmente o que vou tentar explanar, mas assumo os custos de quem se expõe publicamente e nem sempre se consegue fazer compreender ou interpretar como gostaria.

De 4 em 4 anos direcciono o meu período de férias para a maior dedicação possível ao espectáculo dos Jogos Olímpicos, não apenas por necessidade ou imposição profissional, mas sobretudo pelo muito que vibro e me extasio com "as heroínas e os heróis, com as guerreiras e os guerreiros” do desporto.
São já algumas as Olimpíadas que acompanho e persigo loucamente: Montreal (1976), Moscovo (1980), Los Angeles (1984), Seul (1988), Barcelona (1992), Atlanta (1996), Sydney (2000), Atenas (2004) e Pequim, (2008). De todas elas retenho recordações e emoções ímpares, mas confesso, estou a ficar muito cansada e a perder muito do nacionalismo que com inocência, ou não, fui alimentando ao longo destes mais de 30 anos.

- Que País é o nosso, que género de pessoas são os portugueses que, em vez de jubilar com a dedicação, o esforço, a superação e a emulação de atletas que dedicam parte da sua melhor vida, a juventude, a uma causa tão nobre, esgotando as suas energias continuamente ao ponto de “morrerem no campo de batalha”, os despreza, os amesquinha, os desperdiça, os abate, os faz voltar para casa…?
- Que País é o nosso que alimenta em pleno auge da prestação internacional dos nossos melhores atletas, a “fogueira das vaidades” de quem exerce legitimamente o poder, a liderança do desporto nacional, em vez de aplaudir os sucessos desportivos, compreender e perscrutar os insucessos, apenas e tão só para os repetir, melhorar, ou então, remediar e contrariar no futuro?
- Que País é o nosso que perpetua nos poderes técnico, dirigente e político, anos a fio, os mesmos protagonistas e na hora da exposição pública, nua e crua dos nossos atletas, daqueles que verdadeira e dignamente se revelam perante nós, não escreve uma linha, não faz uma reflexão, não aponta uma crítica acerca do papel dos treinadores, dos dirigentes, dos políticos, quer sejam amadores ou profissionais, que foram e continuarão a ser os principais responsáveis pelas nossas prestações desportivas nacionais e internacionais?
- Em que País se transformou Portugal que, quando ao invés de continuar a assistir como sempre assisti, à união, à solidariedade, ao companheirismo, ao abraço no momento da felicidade ou da angústia, ouço e presencio a crítica gratuita entre colegas, o desrespeito pela individualidade, pelos maiores ou menores sacrifícios de cada um, sem que quem de direito intervenha pondo um ponto final na imaturidade, na arrogância e na crueldade?

NÃO, NÃO, não foi a este Desporto que eu há muitos anos aderi incondicionadamente! Não é este desporto que eu quero ensinar, aplaudir, e muito menos o desporto que quero para o meu filho e para as muitas crianças e jovens que, ao meu lado e longe de mim, têm partilhado estes dias da festa mais célebre do desporto mundial.

Já não alimento o sonho de poder na minha geração "dar a volta ao desporto nacional", mas não posso me eximir das minhas responsabilidades do dia a dia.
Entre muitas outras coisas, é hora de agora sim, se FAZER UM CONGRESSO DO DESPORTO NACIONAL sério, comprometedor e que aponte soluções realistas e eficazes para o futuro e não apenas, como é óbvio, para o desporto federado. Já perdemos demasiado tempo, 2009 e os anos que se seguem merecem mais e melhor Desporto, mais e melhor seriedade, mais e melhor qualidade de vida para todas e para todos os portugueses…!!!

9 comentários:

Anónimo disse...

Os desportistas de eleição têm o sentido da JUSTIÇA e OPORTUNIDADE de falar quando deve falar e criticar e louvar quando o devem fazer.
O seu pensamento nesta crónica com os quais comungo, é uma boa resposta aos que se em representação do Nosso País, nos Jogos olímpicos Beijing 2008,atletas e treinadores, desde os mais credenciados, aos mais humildes e por isso ainda maior a admiração pelo dedicação á causa do Desporto, mas, e como vem sendo habitual a retaguarda da nossa embaixada desportiva esteve ao seu nível, abrindo criticas publicas em plena competição aos nosso briosos atletas, refiro-me ao Staff administrativo representantes das federações e acompanhantes e terminou com a declaração singular do Comandante do navio que resolveu abandonar o barco , porque tinham surgido, alguns problemas na casa das máquinas?.
AC

Anónimo disse...

“Dirigismo Desportivo Nacional: o exemplo vem de cima e vai ficar”!

Ontem, no dia 20 de Agosto, portanto há menos de vinte quatro horas e apenas uma volta de rotação da Terra sobre si própria, fazíamos no nosso BLOG (www.portugalestrategico.blogspot.com), os seguintes comentários relativos à prestação Olímpica em Pequim do “nosso Comandante do COP”:

“Agora, em 19 de Agosto de 2008, já com os “Jogos de Pequim” em fase adiantada de realização e perante o muito provável incumprimento das metas que estabeleceu para o “Desporto Olímpico” nos Jogos, o imérito “Comandante”, depois de criticar alguns dos atletas que competem nas pistas e lhes exigir “brio e profissionalismo”, tão prontamente quanto destemperadamente e fora de tempo se proclamou fora da recondução do barco Olímpico para os anos futuros.

É este inusitado volte face um abandono ou uma fuga ao fim de tantos e tantos anos de comando? Ou uma mais singela admissão e queda na realidade desportiva que ajudou a criar com tão longo consulado?

E de que servem, que contribuições dão ao desporto nacional, as suas inopinadas afirmações de que é agora indispensável, não o foi nunca antes no seu longo consulado, reorganizar e repensar o desporto em Portugal?

Então com que base de seriedade foi possível assumir os compromissos de tantas medalhas e pontos para um desporto tão carente de organização e repensar? Foi tudo isto, melhor dito o grandiloquente “Projecto de Pequim, o quê afinal?

Que andou o “Comandante” a fazer todos estes longos anos ao leme de um barco que foi incapaz de protagonizar uma nova organização e um indispensável repensar do nosso desporto?
(…)
Não, o “nosso longevo Comandante” não se pode ir assim embora. Ele tem de dizer aprofundadamente ao País e aos contribuintes, a quem intermediariamente através do Governo da época solicitou recursos, o que realmente mudou na organização do Comité Olímpico e das federações, na respectiva gestão, métodos e processos de planeamento, de treino e de apoio e acompanhamento dos respectivos atletas com o seu “Projecto de Pequim 2008” que permitiriam augurar tanto sucesso Olímpico e afirmar tão categoricamente que nunca antes se tinha feito tanto e tão bem.
(…)
E muito mais porque ainda no dia 2 de Agosto, uma semana antes de começarem os Jogos de Pequim, o Comité Olímpico e o “nosso Comandante” anunciavam oficialmente terem entregue ao Governo e ao Instituto do Desporto de Portugal o “Projecto de Preparação Olímpica Londres 2012 e Jogos de 2016”.

Com que visão, bases e estratégia desportivas, com que critérios, com que objectivos e metas e com que envelope financeiro foram elaborados esses “Projectos” para os futuros ciclos olímpicos, impõe-se perguntar perante tanta a agora anunciada pressa em abandonar o barco perante uma maré adversa em Pequim 2008?

Ou tratou-se de uma manobra de avanço para criar espaço negocial e consumar o facto oportunista de o Governo uns dias antes se ter disponibilizado para renovar o apoio ao “Projecto Olímpico de 2012” nos moldes do de Pequim 2008?”(fim de citação).

Hoje, dia 22 de Agosto, tudo é diferente e semelhante ao mesmo tempo. Diferente apenas o propósito da renúncia de continuidade do “Comandante”, semelhantes são todas as questões que levantávamos antes desta rotação da Terra em torno do seu eixo e de um oiro no peito de um Herói digno desse epíteto e da maior das louvações, questões que exigem, agora mais ainda, as responsáveis e inequívocas respostas.

Quanto ao mais está escrito naquele texto que citei acima.

A Maria José coloca outras importantíssimas questões que têm inequívoca ligação com os padrões de liderança e até o seu respectivo quadro de valores e condutas que se tendem a eternizar no poder das estruturas desportivas – federações incluídas.

Lembro o desafio que lhe lancei num comentário a um seu post neste mesmo espaço antes do início dos Jogos.

Era o de acompanhar no site do UK Sport (que é a agência responsável pela condução do desporto de alta competição no Reino Unido) a forma como eram destacadas as participações dos atletas, as estratégias e objectivos que estavam traçados e assumidos e que perspectivavam uma subida do Reino Unido do 10º lugar em Atenas para o 8º em Pequim e 3º em Londres 2012.

Pois ali estão agora bem à vista os destaques dados às vitórias e aos restantes resultados dos seus atletas e a enorme ultrapassagem das metas previamente traçadas, que colocam agora já o UK num lugar invejável na competição global entre países.

Trata-se para quem vem acompanhando o esforço e investimento organizacional e material realizado naquelas paragens do recolher dos frutos de um trabalho com muita estratégia, muito brio e muito profissionalismo de todos – dirigentes, treinadores, médicos, terapeutas, atletas.

É de estudar aprofundadamente para retirar as lições comparativas, sobretudo se o “nosso Comandante” e o Governo quiserem vir a dar respostas às questões que você e eu colocamos – no uso pleno dos nossos deveres e direitos de cidadania democrática.

Já nem aqui falo de um verdadeiro Fórum sobre Desporto, chame-se-lhe Congresso ou outra coisa, o que sempre seria mais sensato dado o verdadeiro “flop” que foi o “Outro”.

J. Pinto Correia
(www.portugalestrategico.blogspot.com)

Anónimo disse...

De uma notícia da LUSA de hoje:

"Depois de uma noite pouco dormida, para assistir ao triunfo de Évora, Augusto Cardoso sentiu febre e suores frios e vomitou pouco antes de iniciar a prova, tendo mesmo de receber um injectável para poder alinhar, mas fez questão de chegar ao final, porque a qualificação para Pequim não foi fácil.

"Eu trabalho oito horas por dia e depois treino. Pinto gruas e a minha empresa deixou-me treinar para estes Jogos. Pagou-me dois meses de ordenado para eu ir fazer estágio e eu queria agradecer-lhes. Se eu estou aqui é graças a eles", afirmou.(fim de citação).

Este sim tem brio e é um verdadeiro profissional. O desporto tem destes heróis também!

Anónimo disse...

Na hora das grandes vitórias sabe bem uma critica construtiva e cheio de humor negro*.

Continuando a historia do Comandante (?) que abandonou o barco (da delegação e contra os atletas pela falta de profissionalismo e brio!!!???) com a sua anunciada demissão do COP, é importante informar que o mesmo refugiou-se com os seus directos colaboradores em Hong Kong, para ver os nosso cavaleiros nas provas olímpicas. De certeza que o Ex Presidente do COP pensava encontrar o Navio Escola Sagres atracado no porto, como aconteceu nos Jogos Olímpicos de Atenas 2004, para receber as altas patentes do nosso desporto português, mas NADA! O barco não foi por ordem do ministro das finanças e devido ao preço dos combustíveis!

Assim, efectuou-se uma reunião de emergência e decidiram voltar a Beijin. Durante

o percurso os homens do COP pensavam e reflectiam profundamente sobre as viagens, as ajudas de custa, as mordomias, os milhões que tinham do IDP, e passaram a questionar-se de que iriam passar a viver. Logo transmitiram ao Comandante: "o Senhor tem que arrepiar caminho e voltar a dizer o que não disse"! O Comandante pensou, mas como estava mesmo em cima da hora da prova do triplo Salto Nelson Évora, decidiu deixar ver o que é que o rapaz ia fazer.

E não é que o nosso valioso atleta ganhou a medalha olímpica (ouro). Claro que imaginamos o frenesim dos políticos todos a acotovelarem-se e atirarem-se para onde iria passar o Campeão para ficarem na fotografia e o comandante como bom português que é nem se importou de festejar o êxito desportivo brilhante com champanhe francês!!

Fiquei admirado no meio deste euforia toda a luta da ex campeã olímpica Rosa Mota. A propósito de quê, gosta esta campeã de estar em todas e dar opiniões d e tudo do desporto português? E se bem repararem de preferência à frente das câmaras, já parece o Eusébio dos anos 70. Será que o desporto parou após as vitorias excelentes de Rosa Mota e Eusébio? Saber retirar-se com a humildade, qualidade que o desporto sempre exige aos verdadeiros campeões e campeãs é um acto bonito e exemplar para os mais novos. Comportamentos muito mais sóbrios tiveram os ex medalhados olímpicos de ouro Carlos Lopes e Fernanda Ribeiro.

Florentino Barco à Vela
* em homenagem ao Atleta Olimpico Marco Fortes que individamente foi recambiado para casa mais cedo por ter afirmado palavras em tempo errado, e os outros eh!

Anónimo disse...

De 4 em 4 anos temos a opurtunidade de assistir a 3 semanas repletas de desporto.Muitas das modalidades só neste periodo ouvimos falar delas. Assume assim a TV um papel fundamental e pedagógico no ensino do verdadeiro espirito Olimpico. Penso que esta realaização da RTP, pecou em demasia na tentativa de exploração da polémica não ajudando em nada nos propblemas que as modalidades vivem.Sem especialistas que percebam em pormenor a vida e dificuldades das modalidades, o que passa cá para fora são as anedotas que aparecem da sinceridade e honestidade dos verdadeiros atletas, sim porque eles não têm as frases "feitas" dos futebolistas, que estaes jornalistas estão habituados a idrolatar.
Apesar da RTP ter realizado programas antes dos jogos que levavam ao conhecimento das pessoas a vida dos atletas, penso que nas noites Olimpicas se pecou por convidar elementos que não tem nada a ver com desporto que conseguiram transmitir uma ideia errada para o grande público sobre a nossa comitiva. A medida que os Jogos foram decorrendo, os programas foram melhorando mas já era tarde.

Maria José Carvalho disse...

Caro j. pinto correia,

Mais uma vez obrigada pelo seu contributo.
Já visitei o seu blog, e para além dos pormenores, como o do galo de Barcelos, permita-me que o felicite, sobretudo, pelo facto de reflectir e discutir o desporto num espaço público como o nosso, tão carente de mentes esclarecidas, atentas e conhecedoras do fenómeno desportivo.

Maria José Carvalho disse...

ao anónimo de 22 de Agosto de 2008 19:13.

Agradeço a sua atenção ao assunto tratado e fico sensibilizada quando anónimos/as dão sublime importância a casos de vida tão exemplares como o aqui registado no comentário. De facto, Portugal e os seus atletas de alto rendimento são maiores e melhores do que aquilo que alguns querem fazer parecer...

Maria José Carvalho disse...

Ao anónimo de 24 de Agosto de 2008 15:06

É verdade que grande parte dos nossos jornalistas gostam é de “sangue, polémica e bisbilhotices”…Porém, contactei e contacto com alguns deles que demonstram, como em qualquer outra profissão, rigor, honestidade e brio profissional.
A fraca cultura desportiva do País é de facto bem retratada nos vários canais televisivos e foi, mais uma vez, notória nestes Jogos. A falta de especialistas desportivos em estúdio é gritante, não porque eles não existam, pelo contrário, mas porque as escolhas ou recaem sempre nos mesmos comentadores (de alguns já nem conseguimos escutar a voz…) ou nem sequer têm o trabalho de procurar pessoas com conhecimentos específicos nas respectivas modalidades e disciplinas para melhor elucidarem os ouvintes. Informar, tornar os ouvintes mais cultos, mais esclarecidos não é preciso…o que é preciso é entreter…
A formação de jornalistas em Desporto é na verdade uma necessidade imperiosa.

Anónimo disse...

Pequim 2008 (parte 1) os Olímpicos e o ouro que tudo transforma.

Acabaram-se os jogos, e para a representação Portuguesa, os balanços começaram antes do final, e pararam ai mesmo porque foram os ditos limpos com o ouro Évora (uma marca de detergente que remove os balanços pessimistas). A verdade é que retirando uma ou duas expressões infelizes dos Atletas causadas pela emotividade própria do desânimo, a verdade é que existe uma injustiça profunda para com os atletas. Não me parece que nenhum deles tenha ido propriamente visitar a china sem pensar em competir, e muito menos com o dinheiro dos meus impostos, a verdade é que (perdoem-me a redundância) a contribuição dos contribuintes não é a única fonte de financiamento, mas isto é irrelevante, a verdade é que muitos (lá vem a nossa cultura judaico cristã) crucificam os atletas por estes não voltarem do oriente vergados ao peso das medalhas no pescoço, mas destes quantos se preocuparam em comparar resultados, em ver tempos, em auscultar o que se passa? A verdade é que gostamos de estar sentados no sofá a bombardear-nos com heróis, sem pensar que os heróis não são só portugueses. É certo que tínhamos uma expectativa elevada, porque alguns destes atletas nos habituaram a grandes marcas nos últimos tempos, e porque os responsáveis do comité entenderam como boa a estratégia de criar essa expectativa (não condeno a opção era tão boa como qualquer outra, e como qualquer outra tinha consequências consoante os resultados), mas também é verdade que o que aconteceu também era uma hipótese e o espírito dentro da representação portuguesa começou a pesar em demasia, não é fácil aos atletas estarem constantemente a serem bombardeados com mails e mensagens da treta sobre as suas prestações, o animo começou a ser pesado e os velhos do Restelo regozijam-se pelos seus vaticínios que encontram no seu baú divididos no compartimento do se correr mal, se correr bem e se correr assim assim. A verdade é que esses velhos do Restelo tem as soluções certas para tudo, no conforto das suas pantufas e do alto dos seu douto saber, e muitas delas escondidas por debaixo da bancada televisiva, mas não equacionam absolutamente nada, e nem sequer colocam a mão na consciência para descobrirem que eles podem ser responsáveis pelo avolumar das nuvens negras nos atletas olímpicos, dizer disparates e criticas demagógicas e generalistas é demasiado fácil, (e ainda assim, se esta fosse modalidade olímpica, apesar de preparados os nossos velhos do reste-lo, talvez não trouxessem as medalhas) já não é fácil reconhecer, o trabalho destes atletas, o seu esforço e a sua obvia desilusão pessoal, claro que os resultados podem não ser medalhas, mas são esforçados e como se sabe as medalhas não chegam para todos, neste momento os nossos atletas precisam obviamente de apoio, e até de apoio profissional, acho que o nosso comité olímpico devia (possivelmente isso já está planeado) contratar psicólogo para trabalharem com estes atletas na recuperação pós jogos, como fizeram, ou deviam ter feito, antes dos jogos. Os nossos atletas estão de parabéns deram o seu melhor, alguns fizeram mesmo o seu melhor e outros tiveram o azar com eles, outros foram bombardeados pelo dever de ganhar como se não importassem os outros ou as condicionantes (sinceramente nem sei porque foram dar-se ao trabalho de competir, para os velhos do Restelo bastava que ficassem cá no nosso burgo, poupando assim o dinheiro dos nossos impostos, que depois os chineses mandavam via postal as respectivas medalhas). Para mim apenas duas falhas o trabalho psicológico e o espírito de grupo. Um mal que há muito afecta o desporto ( será que Phelps teria conquistado 7 medalhas e meia se por exemplo nas estafetas os seus colegas de equipa não se tivessem superado?) e afecta o desporto português (retiro daqui o futebol por vários motivos que ao caso não interessam) em especial porque o dirigismo também é exercido numa vertente muito individualista, que não critico apenas constato, porque exercido muitas das vezes por ex atletas virados para modalidades muito individualistas, possivelmente a reflexão e apoio psicológico também deverá ser virado para os dirigentes, não vejo mal nisso e principalmente desejo que se ouse. Mais do que criticas sobre a forma de actuar é necessário agir, actuar com ousadia e já agora experimentando novos conceitos sem ouvir os velhos do Restelo esses estará sempre lá sejam quais forem os métodos.
Para finalizar a todos os atletas OBRIGADO, são um exemplo para os portugueses se continuarem as vossas preparações, as vossas competições, não esquecendo nunca que só o facto de estarem nos jogos olímpicas vos torna pessoas de elite e exemplo para todos.
Pedro Tavares
P.S. Uma medalha de ouro também não torna tudo positivo nem poderá ela própria servir de desculpa a um dirigente que no meio da competição quando era preciso para comandar as tropas , diz que se vai retirar e depois da medalha detergente do Nelson Évora, já diz que não vai, neste caso em concreto cara sr. Vicente Moura, faça uma reflexão e retire-se, não pela trabalho realizado até aqui mas pela fraqueza do comando na altura em que era mais preciso. (um chefe militar nunca diria aquilo no meio do combate, e um chefe militar Japonês aguentaria a batalha até ao fim e de seguida pegaria no sabre – não se lhe exige tanto, até porque as culturas são diferentes, apenas se lhe exige que não equacione sequer a sua recandidatura, nem que tenha o apoio de todas as federações. E acredite que não é de má fé que o aconselho apenas espero manter o respeito que lhe tenho, eu e muitos portugueses).


Pedro Tavares