Apesar do interesse de estudos, investigações, estatísticas, m2 ou km2 de instalações desportivas, políticas desportivas públicas e outros quejandos, o olhar e a emoção acabam sempre, ou deveriam acabar, na prática desportiva efectiva.
Quem ama o desporto não pode perder espectáculos de tamanha grandeza performativa e estética como o Mundial de Atletismo a decorrer em Berlim e acessível nos nossos canais televisivos, mesmo sem ser nos canais codificados, bem-haja o desporto para além do futebol.
Obviamente, fico extasiada com os 9.58 nos 100m de Usain Bolt, ou com os 17,55 de Nelson Évora no triplo-salto, mas não deixo de me comover com aqueles/as cujos resultados e marcas se distanciam dos vencedores, que não figuram nos registos fotográficos, mas que se expõem e lutam para se superarem e melhor representarem os mais de 200 países cujas federações integram a IAAF.
Contudo, é o culto pelos primeiros que faz com que dos 30 atletas portugueses presentes nesta 12.ª edição dos mundiais de atletismo (bem vinda a Athletíssima...) fiquemos com “pele de galinha” com a vitória do Nelson Évora, ansiemos por outra medalha da Naíde Gomes e descuremos resultados impressionantes como o 5.º ou o 10.º lugares das nossas marchadoras (Vera Santos e Susana Feitor, respectivamente). Mas não são apenas os atletas internacionalmente reconhecidos, também Fernando Mota e Jorge Salcedo o são pelo labor, europeu e mundial, desenvolvido na modalidade.
E se ficamos contagiados com a perfeição, a excelência e o virtuosismo da técnica dos campeões, também devemos reconhecer e aprender com a humildade do pensamento e das palavras de muitos deles, basta atender ao seguinte depoimento do nosso saltador:
Nota: Voltando ao "mundo dos papéis", estranhas as habilitações requeridas para os procedimentos concursais para postos de trabalho no IDP ..!! Será que são as regiões que reclamam perfis diferentespara as mesmas funções (compare Aviso n.º 14762/2009 e Aviso n.º 14765/2009), ou será que existem outras razões que não descortinamos...??? Descansem o Bastonário da Ordem dos Advogados e os desempregados das licenciaturas em Estudos Europeus, o desporto ajuda na criação de empregos que à priori seriam para os licenciados da área...
quinta-feira, 20 de agosto de 2009
Berlim 2009
publicado por Maria José Carvalho às 17:38 Labels: Agentes desportivos, Prática desportiva
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14 comentários:
Ainda bem que voltam ao desporto e deixam as discussões de alecrim e mangerona. Quem conseguir ver este Mundial só recebe lições de educação, fair-play e competitividade.
Deveria também ser possivel a candidatura de Licenciados em Estudos Galaico-Durienses o que só beneficiaria a Região Norte.
Ao anónimo das 21:47
Bom desvio de agulha, mas acha então que o concurso, não o de saltos ou lançamentos, mas os do IDP não nos dão lições de "educação, fair-play e competitividade?", já que parece considerá-los de âmbito alecrinal e mangeronical. Valha-nos Deus!!!
Já que a MJ apresentou as declarações de um dos grandes do mundo, estas de outro gigante são bem demonstrativas da grandeza dos heróis, aprendam senhores dirigentes/politicos a reconhecer os vossos erros também :
O atleta jamaicano revelou igualmente que talvez na próxima competição apenas escolha os 100 ou 200 metros - «Talvez na próxima vez apenas deva participar nos 200 metros ou então nos 100. A minha forma não estava correcta, não corri direito, não foi uma boa corrida, mas foi rápida.»
Sempre que os PPD's/PSD's estão a levar no toutiço, logo aparece um bom samaritano a pregar contra as guerras de "alecrim e manjerona"!...
What else?
Olhem, olhem o anónimo da 21.47 é um ingénuo. Não sabe que como as leis que se fazem "à medida", também os concursos públicos e não só os do IDP são "à medida". Dedique-se mais a ver o Mundial, sempre vale mais a pena.
Mas lá por isso não se pare a «competição»…
Ora aqui vai: --- O ar absolutamente extasiado, e saudavelmente alienado, com que Maria José Carvalho nos convida a ver Berlim fez-me lembrar aquele Berlim que Helene Bertha Amalie Riefenstahl imortalizou em 1936.
As bestas inhumanas a serem vistas por milhões de espectadores sentados (agora, provavelmente a comerem pipocas e a consumirem anúncios). A verem o produto ideológico da alienação manipulado por aquilo que dizer ser «desporto».
O que se passa em Berlim 2009 é Desporto? Para quem aqui escreve, com a consciência que tem, é aceitável tamanha falta de sentido crítico?
Não, não estou a falar do usual doping após estas êxtases televisivas. Isso é demasiado banal nos últimos anos no desporto, e já não vale a pena enquanto houver o predomínio das argolinhas milionárias do Altius, Citius, Fortius.
Um velho, do qual diziam ser analfabeto e ignorante, num recôndito do País esquecido, a propósito das imagens da ida á Lua disse: “Isso não é verdade. O que vocês estão a ver são apenas imagens num écran. É uma montagem daquilo que realmente se passa”.
Ainda o chamaram mais «burro». Ainda ficou com a credibilidade mais arrasada. Platão tinha dito o mesmo com a “alegoria da caverna”. Mas isso foi há muitos anos na Hélade.
Maurice Green, também ex-atleta dos 100m, disse na televisão depois dos 9,58 de Bolt: “Ele é maior, é mais forte, tem que fazer melhores resultados”.
Se fossemos Todos do mesmo tamanho e com a mesma força de Bolt faríamos «resultados desportivos de alto-rendimento» semelhantes. Mas não nascemos Todos com 2 metros, nem na bela Jamaica.
Mas um engenheiro pequenino, fraquinho de pernas, talvez consiga fabricar, qualquer dia, um robot que ande à velocidade da luz. E na playstation paltónica do aldeão analfabeto ainda faremos melhor que Usain.
Numa mensagem anterior coloquei a pergunta, que renovo, a propósito do mesmo que Berlim 2009: --- Precisaremos, no futuro, deste «corpo» para sobrevivermos? Para arranjarmos emprego, hoje? Não estarão os nossos «corpos» a mudar, já no presente (como comprovam os estudos científicos dos últimos anos), por causa dessa adaptação á futura sobrevivência?
O «corpo» de Bolt serve para que êxito adaptativo no futuro? Desaparecendo esse tipo de «corpo» morrerá com ele o Desporto?
Fazer uma Política para o «Desporto para Todos» não significará, já hoje, perceber essa mudança, e como ela afecta o nosso conceito actual de Desporto?
Este tipo de exaltação alienada, inatacável pela satisfação que hoje nos dá, ajudará ou prejudicará esse objectivo?
Desporto…
Anónimo
Disseram que a Professora Maria José Carvalho tinha posto «Berlim 2009» para amenizar. Esforcei-me por não amenizar.
Mas…
Para não estragar o tema por ela posto, e porque, por motivos de além-razão, o post de mestre José Correia está fechado com um belo laço, atiro a mensagem para o «iniciador» do assunto «estatísticas e dados», o “Estatisticamente falando» de J.M. Constantino.
Anónimo
O “Anónimo das 11:47” que dizer que «Berlim 2009» não é Desporto? Que disparate!
Estão todos a ver o «rendimento», aliás o «alto-rendimento motriz», e isso não é o que define o Desporto?
Não é assim que vem escrito nos textos e nos livros, a maior parte deles? Então, está certo. E o Anónimo está errado.
Talvez o Anónimo seja parva.
Ou não. Quer dizer, na sua, que o Desporto sem «rendimento» continua a ser Desporto, desde que haja «competição», mas se ela deixar de existir perde-se o Desporto?
E que ao ver «Berlim 2009» vemos «rendimento» mas não vemos »competição», porque as condições entre os atletas estão á partida truncadas da equidade e da igualdade que são a condição da «competição desportiva», mas não são a do «rendimento»?
Bem… Logo se verá, porque agora quero é ver «Berlim» descansada.
Anónimo
Exmos Senhores
Peço imensa desculpa !
Cá para mim desporto a sério é ler e compreender o texto dos anúncios dos concursos do IDP e imaginar a priori quem os ocupará !!
Isso sim é que é salto em comprimento, triplo salto, 100 metros, 400 obstáculoas...
Até me vou candidatar a ver se algum licenciado... em estudos-europeus, fica à minha frente.
Até me vou candidatar a ver se algum licenciado... em estudos-europeus, fica à minha frente
Força, pá!!! Assim é que é!!! Sobretudo porque a Gestão do Desporto tem muito maior credibilidade do que os Estudos Europeus, como toda a gente sabe....É que nem se compara!!!!
Houve um Anónimo que disse aqui que depois de acabar Berlim 2009 iamos assistir aos casos de doping. Tinha razão. Já começaram a verificar-se. Incrível. Ao que o desporto de alto-rendimento chegou...
Anónimo
Anónimo Licenciado em Gestão do Desporto disse...
Até me vou candidatar a ver se algum licenciado... em estudos-europeus, fica à minha frente.
Sim, acho que sim, realmente...
Até porque um licenciado em Gestão do Desporto tem muito mais credibilidade do que um licenciado em Estudos Europeus...
Então aqueles licenciados em Gestão do Desporto que compram os cursos com os seus conhecimentos... ui ui então isso é que é credibilidade??
Se ainda estivessem a falar de um licenciado em Gestão do Desporto em início de carreira, acabado de tirar o curso, com os seus 20 e poucos anos, cheio de ideias novas e vontade de trabalhar...
Mas não, estamos a falar de licenciados em Gestão do Desporto que tiram o curso para serem doutores e à custa dos conhecimentos e compadrios de muitos anos de relações duvidosas com o Desporto e os seus intervenientes.
A esses eu só digo para terem vergonha na cara e olharem para o que fizeram durante muitos anos...
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