segunda-feira, 10 de agosto de 2009

Londres 2012, Pequim 2008, veja as diferenças

A assinatura do contrato que estabelece as regras de apoio à preparação dos praticantes desportivos com vista à participação nos Jogos Olímpicos (JO) de Londres 2012, foi assinalada no passado dia 3 de Junho. O Estado Português contratualizou com o Comité Olímpico de Portugal (COP) a concessão dos apoios financeiros para a olimpíada em curso. Face aos elementos que vieram a público pretendemos fazer uma breve reflexão comparativa com o período homólogo relativo aos JO de Pequim 2008.
Em primeiro lugar a data. O contrato programa relativo aos JO Londres 2012 celebrado entre o Estado e o COP teve lugar a 03-06-2009, sensivelmente a metade do 1.º ano da olimpíada. Para Pequim 2008, idêntico procedimento teve lugar em 27-01-2005, no 1.º mês do ciclo olímpico correspondente.
No que concerne aos financiamentos destinados aos 3 projectos que integram o Programa de Preparação Olímpica Londres 2012-JO 2016 (Projecto Londres 2012, Projecto Esperanças Olímpicas para os Jogos de 2016 e Projecto Apoio Complementar), bem como para a gestão do programa, o montante a conceder pelo Estado ao COP é no valor de 14,6 milhões de euros. Segundo veio a público corresponderia a um aumento de 4,3% face aos 14,0 milhões de euros destinados ao então Programa Pequim 2008. Todavia, todos nós, incluindo os praticantes desportivos e os treinadores estamos sujeitos ao efeito da inflação. Os bens e os serviços de que praticantes desportivos necessitam para a sua preparação estão mais caros na economia. Como a nossa inflação, ao longo do período de 2005 a 2008, se situou em 2,3%, 3,1%, 2,5% e 2,6% (dados INE) o aumento nominal foi efectivamente de 1,6%. Nests conformidade, conclui-se que a preparação dos mais valorosos praticantes desportivos portugueses para Londres 2012-JO 2016, teve um acréscimo nominal de (1,6%) e não de 4,3%. Por projecto, a gestão do programa sofreu uma redução nominal de (-7,2%). Isto é, apesar do COP ter executado 100% das verbas no ciclo anterior, vai realizar a gestão do programa com menos dinheiro do que no período homólogo. No Projecto Apoio Complementar, também executado a 100% no ciclo anterior, destinado principalmente ao apoio aos clubes dos praticantes desportivos em preparação olímpica e às federações desportivas que obtenham resultados desportivos excepcionais, face aos valores anunciados temos uma redução nominal de (-23,8%), ou seja, em termos reais de passamos de 1.278.561€ para 1.000.000€. No Projecto Esperanças Olímpicas para os Jogos de 2016, também executado financeiramente a 100% no ciclo de Pequim 2008, registamos um acréscimo nominal de (0,9%). No projecto maior, designado Projecto Londres 2012, face ao homologo projecto Pequim 2008, temos um aumento real de (9,1%). Ou, seja, passámos sensivelmente de 9,5 para 10,4 milhões de euros. Nominalmente corresponde a (6,3%) de aumento. Porém, torna-se necessária uma observação. No Projecto Pequim 2008 o COP não aplicou a totalidade do financiamento que tinha sido colocado à sua disposição. Não aplicou e teve de devolver o montante de 837.307€, circunstância que deu origem a uma execução de 91% do dinheiro que estava disponível. Se considerarmos apenas este projecto e o montante executado, corrigido com a inflação dos 4 anos, temos agora para Londres 2012 um generoso e significativo acréscimo de 16,5%.
Para terminar, a última diferença significativa: Os objectivos. Efectivamente o contrato programa Londres 2012 que transfere meios financeiros de avultado montante – 14,6 milhões de euros – contrariamente ao contrato homólogo Pequim 2008, não estabelece objectivos desportivos para serem alcançados. Todos temos objectivos nas nossas vidas e nas nossas profissões. Todos os funcionários públicos os têm. Todos os professores. Todos os gestores e comerciais nas empresas. Os presidentes dos institutos públicos também. A nossa Selecção Nacional de futebol também os tem, que consiste em concreto, ser apurada para a fase final do Campeonato do Mundo de Futebol 2010. Todo o desporto de alta competição, por lei, artigo 8.º, do Decreto-Lei n.º 125/95, de 31 de Maio, quando recebe apoios públicos, é obrigado a definir objectivos desportivos. Sendo a preparação e participação Olímpica o topo do desporto de alta competição, não se compreende esta opção de não fixar objectivos no início do programa desportivo. E não me venham com a demagogia, ainda por cima no mundo do desporto, de que os objectivos podem funcionar como uma pressão sobre os praticantes desportivos que é contraproducente para a obtenção de resultados.
Lembram-se do que faltou à nossa comitiva em Pequim: Um desígnio nacional, uma liderança forte e um objectivo comum capaz de mobilizar a motivação e a superação de todos.

20 comentários:

Anónimo disse...

Eis aqui um belo exemplo de um artigo assente em meias verdades!...

As meias verdades são como aquela história do copo meio cheio ou meio vazio, dependendo do ponto de vista do observador. Que o mesmo é dizer que as meias verdades são, também, e sempre, meias mentiras.

É o caso do contrato celebrado com o COP para Londres 2012, que o autor deste post pretende ter sido celebrado apenas a meio do ano de 2009, quando, no tempo do anterior Governo, argumenta, o equivalente contrato para Pequim 2008 foi celebrado em 27 de Janeiro de 2005.

Esta é a meia verdade. E onde está a meia mentira?

Ora bem, está no facto de que, ao contrário do que sucedia em 2005, o actual Governo assegurou-se previamente, através do Despacho nº 2045/2009, publicado em 15 de Janeiro, que os atletas não fossem prejudicados, ficando o IDP obrigado a pagar as respectivas bolsas até que o contrato-programa com o COP fosse celebrado.

Como este despacho foi assinado logo a 5 de Janeiro de 2009, pode até dizer-se que, nesta matéria, o actual Governo foi até mais lesto que o anterior, que só assinou o contrato a 27 de Janeiro de 2005.

Nesta matéria o actual Governo leva, portanto, uma vantagem de 22 dias!!!

Anónimo disse...

Generoso porquê?
Ainda ontem estive numa reunião onde foi anunciado que as verbas do denominado "projecto esperanças olimpicas" que deveriam ter sido liquidada até 31.12.2008 ainda não o foram. Estamos em Agosto de 2009 ora façam-se lá as continhas e....generoso onde? Se as federações cumpriram os planos apresentados, gastaram verbas que não lhes foram ainda recarssidas. devem a quem? aos bancos claro. Generoso...Milagreiro!!!!!

Anónimo disse...

Conclusão: No contrato de Pequim puseram o Estado e o interesse Nacional de cócoras perante os interesses do COI/COP. Assinaram de cruz, e exigiram medalhas desajustadas para a dimensão dos recursos do Pais. No contrato de Londres, foram acautelados os interesses do Estado Português, e dos atletas. E só depois de aceitarem isso, é que levaram a assinatura. Realmente houve uma diferença. Entre os que acautelam interesse público; e os que dão o aquilo que pertence aos contribuintes muito facilmente aos estrangeiros da Suiça e suas filiais.

Anónimo

Anónimo disse...

Fixar objectivos, é uma coisa; fixar medalhas, é outra.

Reduzir a fixação de objectivos à fixação de medalhas, ou pretender que, porque se não fixaram medalhas, é porque se não fixaram objectivos, é o mesmo que fazer-se de leitão vesgo, para mamar em duas tetas!

ftenreiro disse...

as medalhas são objectivos fixados pelos países mais desenvolvidos do mundo e na europa pelos menos desenvolvidos também e todos asseguram a conquista de medalhas em níveis superiores a Portugal

5 medalhas é o nível do nosso produto e da nossa demografia

quando não definimos estas metas há alguma coisa que não está bem

a nossa população já demonstrou ter genes para atletas campeões

o problema está nas condições criadas em todo o ciclo produtivo desde o tratamento das crianças quando ainda brincam a correr e a saltar

não estou a falar de caça aos talentos nem de regimes extraordinários mas às condições basilares que os jovens encontram na escola e no clube ao pé de casa

não falo do benfica, da escola de talentos do Sporting nem da capacidade negociadora do Porto

O COP, o Comandante e os presidentes das federações fazem aquilos que observam ser possível fazer, 'business as usual'

depois os comentários deste anónimo são outra componentes do insucesso em querer retirar o valor ao debate que o colectividade desportiva e o Alfredo Silva aqui procuram fazer

não é complicado perceber, é extremamente dificil combater o que parece ser esta ignorância, incompetência e cobardia destes comentários e desta forma de nos relacionarmos (sei que o anónimo não me vai perdoar esta frase)

explique-se, por uma vez, sem fazer dos outros atrasados mentais, porque é que Portugal tem 22 medalhas olímpicas acumuladas nos séculos XX e XXI e os países nossos iguais têm centenas e países recentes com vinte anos e dois milhões de habitantes já nos passaram à frente

a nossa situação deve-se à fragilidade do nosso modelo de produção e desenvolvimento desportivo

querer encontrar soluções únicas e calar o debate técnico e científico deixa-nos mais iguais

Quantas vezes já vivemos ds Figos e Ronaldos e as estrelas do atletismo, que são com todo o mérito o exemplo do que devemos incentivar e investir, mas não representam todo o nível de eficiência absoluto do modelo de produção que deveriamos prosseguir

Anónimo disse...

Com a vossa licença, permitam-me entrar neste debate.
Para chamar a atenção para uma evidência.
A de que o FTenreiro, e por conseguinte o Alfredo Silva, não compreendem a questão.
Uma coisa é a responsabilidade do Estado. Outra coisa é a responsabilidade dos atletas, das federações e dos treinadores, ou seja do movimento associativo.
Os segundos têm autonomia, estipulada por lei. Não é o Estado que treina os atletas; não é o Estado que vai competir nos Jogos; não é o Estado que organiza os quadros competitivos; etc. Portanto, seria irresponsável por parte do Estado obrigar por lei as medalhas que se têm que obter ou não.
O FTenreiro e o Alfredo Silva não percebem uma coisa simples: -- O Estado não deve dar menos ou mais dinheiro e apoio ao Desporto em função dos resultados desportivos.
O Estado deve continuar a dar o mesmo dinheiro, e se possível mais, consoante a disponibilidade das Finanças Públicas, independentemente desses resultados.
O que o Ftenreiro e o Alfredo Silva têm é medo. Medo de pedir essas contas a quem devem. Vá lá, vão lá ao pé dos atletas e treinadores que foram aos JO e acusem-nos, olhos nos olhos, de não terem alcançado medalhas. Mas não.
Fazem como fazem todos os fracos: -- usam o Estado como bode expiatório de uma culpa que não lhe é legítimo, nem credível, ser-lhe assacada.
O Estado tem que cumprir a sua responsabilidade. Que é dar o mesmo ou mais dinheiro ao Desporto, independentemente do n.º de medalhas. Portanto, o FTenreiro e o Alfredo Silva não estão a falar de Desporto. Nem querem nesta mensagem saber dele para nada. Querem é fazer Política a pretexto do Desporto. Não percebendo que estão a ofender os atletas e os treinadores, e por arrasto o próprio Desporto. A pergunta que se poderia mesmo fazer era: São os referidos autores do Desporto?

Anónimo

Anónimo disse...

"O êxito na preparação de Portugal para os Jogos Olímpicos de Pequim 2008 está na base da decisão do governo de manter os moldes do apoio para Londres 2012 e Jogos de 2016, admitiu hoje em Pequim o Ministro da Presidência." Os moldes são como se sabe uma especialidade da industria de plastico da Marinha Grande.Pelo que pela sua propria natureza têm uma enorme adpatabilidade.Sobretudo a de usar os argumentos de acordo com as circunstâncias.E resgatar a autoridade e a qualidade do que se decide não faz parte do manual de procedimentos.E por isso não é de estranhar o que por aqui se vai escrevendo.Estranho seria que fosse diferente como estranho seria o Prof.Lobo Antunes continuar no Conselho de Ética depois de ter dito numa entrevista que nos últimos tempos nuca viu"um professor feliz e satisfeito.."

Marcelo

Anónimo disse...

Parece-me útil que o Nuno Fernandes escreva neste blog sobre o que acha do diploma aprovado pelo Governo, no dia 5 de Agosto de 2009, sobre o desporto de alto rendimento.

Como ex-atleta de alto rendimento, penso que teria coisas interessantes para dizer.

E depois sempre seria uma "lufada de ar fresco", como diria o Luís Almeida Santos, ex-presidente da Federação de Andebol - um autor deste blog que, por uma vez, perceba do que está a falar!

Alfredo Silva disse...

Caro anónimo das 16:36, de 11 Agosto 2009

A minha conduta não é compatível com meias verdades.

São factos.
Factos correspondem à verdade inteira, e não a meias verdades, ora veja:
O contrato programa para a preparação olímpica dos praticantes desportivos para Pequim 2008 foi celebrado em Janeiro e homologo para os JO de Londres em Junho. Isto é factual.

Quanto ao Despacho de Janeiro, o que ele possibilitou foi a celebração de um contrato programa, em Fevereiro de 2008 destinado a conceder as bolsas.

Sobre o assunto estamos conversados.

Alfredo Silva disse...

Caro anónimo das 17:49 de 11 Agosto de 2009

Generoso no que diz respeito ao aumento. Corrigido com a inflação dos 4 anos, e considerando a taxa de excução do projecto Londres 2012, verifica-se um significativo acréscimo de 16,5% das verbas contratulaizadas. Coisa que é distinta das verbas liquidadas.

Alfredo Silva disse...

Caros anónimos sobre o tema dos objectivos e resultados.

Como é evidente objectivos desportivos são classificações desportivas. Como queiram, chamem-lhes medalhas ("podiuns"), diplomas, semifinalistas e o que mais entenderem.

Quanto à afirmação "No contrato de Londres, foram acautelados os interesses do Estado Português, e dos atletas." Nem comento, todos percebemos.

Um contrato é um acordo, em que as partes se comprometem a atingir objectivos. O Estado deve comprometer a outra parte a realizar certas actividades e a procurar obter certos resultados: objectivos desportivos.
Como é evidente, não é o Estado que ganha as medalhas. Todos percebemos, no estrito ambito do contrato, qual é a responsabilidade do Estado e qual deve ser a responsabilidade e "obrigação" da outra parte.

O Dr. Fernando Tenreiro já anda à uns anos a relectir e escrever com propriedade sobre o assunto.

Medo sobre a apreciações dos resultados dos atletas, meu caro veja a apresentação do Congresso de Outubto de 2008 da APOGESD, a qual está ainda disponível em http://www.forumolimpico.org/files/File/pdf/alfredo_silva_portugal_jo.pdf
Medo, meu caro. Liberdade, responsabilidade: Veja o que escrevi sobre o assunto: "Dos 9 praticantes desportivos que integravam o nível I, 2 (22%) concretizaram o objectivo ao terem conquistado classificações correspondentes ao seu nível."

Anónimo disse...

Sugiro aos responsáveis do blogue que solicitem autorização ao Secretário de Estado do Desporto para que alguns dos seus colaboradores possam incluir uma espécie de Conselho Editorial do blogue sugerindo quem deve escrever e sobre que temas. Assim era tudo mais fácil, rápido e transparente.

Anónimo disse...

Se as contratualizam e não as pagam não vejo a diferença. A não ser permitir escrever que contratualizam 100 unidades, liquidam 0 e a distinção fica onde?
Já entendi permite escrever este tipo de coisas e alimentar guerras partidárias de alecrim e manjerona. O comandante acaba por ter razão....recebe o seu subsidiozito e vai aturando as prosas..

fernando tenreiro disse...

ao anónimo de 13 de Agosto de 2009 12:37

o custo de participar num debate num blogue é zero

conquistar a credibilidade dando o nome próprio e debatendo com elevação os pontos em discussão tem um custo fixo elevado, que nem todos estão dispostos a sujeitar-se

Este custo elevado é suportado pelos donos do blogue e pelas pessoas que assumem um nome ou que mantêm um diálogo construtivo e que poderão manter o anonimato

dado que é mais barato ser anónimo a qualidade do produto dos anónimos neste blogue tem sido comprometido, por um uso elevado de intervenções inferiores ao pretendido pelos autores (penso eu de que...)

Contudo, há que reconhecer que existe um investimento grande pelos autores do blogue

eu também não concordo com tudo o que eles dizem e já demonstrei o quanto discordo e também o quanto concordo. As minhas intervenções também têm pontos baixos

no computo geral o investimento dos donos do blogue é positivo


agora a outra questão é que se você acha que há meninos que se portam mal e quer dizer à professora, ou professor, faça-o em segredo

talvez não lhe tenham dito que fazer queixas à professora, ou ao professor, sobre os outros meninos, só porque eles jogam melhor à bola, ou sabem piadas, ou têm os melhores amigos, ou por um motivo qualquer que você nem sequer percebe

Depois você quer dizer a toda a gente que é amigo da professora ou do professor

como voce é um anónimo isso nada diz às outras pessoas, isso é uma conversa privada que você deve ter com a professora, ou o professor



A questão principal é que a sua posição parece ser a de destruir valor, substituindo-se aos donos do blogue sobre quem pode ou não publicar e não tendo a coragem para assumir o risco do investimento num blogue alternativo

Para além da solução 'original' que utilizou, uma solução económica alternativa que lhe deixo é a de pedir a alguém que subsidie o seu investimento num blogue que veicule a sua posição e a das pessoas que pensam como você

Desta forma você presta um serviço a alguém que remunera o seu investimento fixo da criação do seu blogue original

ou seja, o que lhe proponho é que coloque à venda no mercado as suas posições e encontre alguém que esteja disposto a pagar por elas e você até passará a ganhar dinheiro

Rico não sei se ficará, mas tente tem havido autênticos milagres na economia da internet

uma coisa parece clara que é a diferença entre o desporto beneficiar de pessoas que assumem os seus actos com custos directos e indirectos que são elevados, por exemplo, os donos do blogue, e o desporto poder sair prejudicado por outras pessoas que andam à boleia (free-riders na terminologia anglo-saxónica), por exemplo, o meu caso

se criar um blogue financiado avise-me para eu continuar a andar à boleia e você ganhar dinheiro

AJS disse...

parece-me haver aqui alguma confusão da parte do Anónimo (esta coisa do anonimato é esclarecedora).
Qunado diz "O Estado não deve dar menos ou mais dinheiro e apoio ao Desporto em função dos resultados desportivos.
O Estado deve continuar a dar o mesmo dinheiro, e se possível mais, consoante a disponibilidade das Finanças Públicas, independentemente desses resultados."
Não seria interessante pedir responsabilidade aos atletas e aos treinadores no sentido de estes justificarem para onde foi o dinheiro e qual a razão da ausencia de resultados. O F. Tenrreiro apontou e bem a situação de países com a nossa dimensão que têm outro tipo de prestação. Não me parece que a função do estado seja apenas a de verter dinheiro, cada vez mais dinheiro, para o movimento associativo. Curioso que o estudo hoje apontado no jornal Publico mostra que nem sempre as federações com mais dinheiro, quer absoluto quer relativo, sejam as que têm os melhores resultados. Também aqui se deveria parar para pensar. O que o Alfredo Silva e o Fernado Tenreiro têm publicado sobre o assunto parece-me sério demais para ser colocado em causa. A proposta do Anónimo quando no fundo pretende colocar uma "mordaça" nos comentários. Na realidade tudo seria mais simples.Mesmo que possa ser ironia quantos já não pensaram nela. A. J. Serôdio

Anónimo disse...

O Nuno Fernandes é que devia escrever sobre o alto rendimento...

Teria tanto a dizer!

E depois, sempre era uma lufada de ar fresco! Lá isso era!!

A não ser que o "espírito MFL" já esteja em vigor neste blog...

PS: "espírito MFL" é um acrónimo, que tem que ver com técnicas de calar companheiros dissidentes...

Anónimo disse...

Lá está o ftenreiro com as confusões do costume!

Leia aqui
as diferenças entre "free-rider" e "hitchhicker".

E daí...talvez o ftenreiro seja mesmo um free-rider!..Quem sabe....

ftenreiro disse...

você está a apanhar-lhe o jeito, até podemos conversar

o link que trouxe introduz outro conceito de "hitchhicker"

de acordo com o meu conceito económico e do uso que faço deste blogue eu sou um free-rider ou se quiser mais forte borlista

por exemplo se eu tivesse ido ver a exposição do Joe Berardo seria um borlista como toda a gente que pode pagar e prefere beneficiar sem nada pagar

se um dia for a pagar talvez vá ver a exposição do Joe Berardo

José Correia disse...

Laurentino e Moura: a dupla magnífica do Portugal dos Pequeninos!

Pequim foi já lá no Verão anterior em 2008, com os resultados conhecidos abaixo das metas previamente fixadas pelos responsáveis e a categórica assunção das responsabilidades para ninguém.

Vicente Moura, o eterno homem do barco no Comité Olímpico de Portugal (COP), desbocou primeiro a quente sobre os atletas e a imprensa, retemperou forças depois e lá ficou de novo, como se impunha, para mais um mandato.

Pelo meio apareceram alguns comentários de Sua Excelência o Secretário de Estado, Laurentino Dias, puxando dos seus galões de governante, de que muito haveria para mudar para o novo ciclo olímpico de Londres 2012. Mas sempre afirmava desde logo o Senhor Secretário de Estado que isso de fixar objectivos ou compromissos com resultados nas competições de 2012, objectivos e resultados que não se podem assegurar tranquilamente pois dependem dos desempenhos dos atletas nas provas, que não que fixar os objectivos isso era demais para o nosso Olimpismo.

E assim o desporto português, que só existe porque é competição, ficará sem objectivos e tudo e qualquer coisa servirá para justificar o trabalho de atletas, treinadores, dirigentes e governantes – e também o uso dos recursos financeiros que os contribuintes disponibilizarão para os Jogos de Londres.

Uma pérola magnífica esta iluminada ideia governamental de Laurentino Dias para uma actividade humana, o desporto de alto rendimento, que tem nas competições, nos resultados, na superação dos atletas, no trabalho aturado dos treinadores com eles diariamente durante meses e anos, a sua razão de ser.

Os nossos atletas em Londres 2012 competirão então para quê? Para fazer correr as camisolas e calções, simples e singelamente?

Mais de um ano passado sobre Pequim 2008 é assinado finalmente o novo contrato para preparação olímpica com mais dinheiro que o anterior – cerca de 16 milhões de euros.

E quem já viu esse contrato e o que nele consta que foi assinado há mais de um mês? Não ainda não é do domínio público, obviamente, nem os respectivos anexos/protocolos. Apenas se conhecem as verbas em causa, que subiram.

Isto é, quando parece terem deixado de existir compromissos desportivos, e provavelmente também não se estabelecem resultados para alcançar, sobem simultaneamente os recursos. E isto quando se sabe que os resultados anteriores, em Pequim, ficaram bastante aquém do estabelecido pelos dirigentes do COP, cujo máximo responsável agora se mantém para o ciclo de 2012.

Mas, pasme-se, vai-se aos sites da Secretaria de Estado, do Instituto do Desporto de Portugal e do Comité Olímpico de Portugal e nada, não se encontra sequer o rasto do novo contrato para Londres 2012. No site do COP nem um documento existe ainda, passado mais de um ano sobre Pequim, sobre o novo ciclo de Londres 2012. Nem o currículo do nosso campeão olímpico de Pequim, Nelson Évora, está actualizado no site do COP, dele nem consta o seu enorme feito de 2008 na China onde foi a única medalha de ouro. Comentários para quê?

Estamos portanto falados sobre transparência, prestação de contas, rigor, pensamento estratégico e competência nos nossos máximos governantes do desporto.

José Pinto Correia, Mestre em Gestão do Desporto

Anónimo disse...

"O desporto é um lugar estranho. Diz ser o que não é: um lugar recomendável" (Março/09 - JMC)

Sábias Palavras, que da memoria não se me apaga. Tantas são as vezes que as constato.