1. Como é notório, a corrupção recrudesce, dia-a-dia, em Portugal. O País está a ficar corrupto e putrefacto. Consequentemente cheira a podre; é nauseabundo e pestilento o ar que nele se respira.
A situação é grave, porquanto a corrupção e a putrefacção não acontecem apenas na ordem económica e financeira. Também avançam nos costumes e hábitos que se vão estabelecendo; e, sobretudo, na ordem legal. Esta última, normalmente esquecida, é deveras preocupante, até porque se multiplicam as pressões, os insultos, as calúnias, ameaças e intimidações, os convites e insinuações, as sugestões e as chantagens de todo o tipo para que o entendimento das leis seja distorcido e flexível, para que o seu espírito e teor normativos sejam driblados, para que a sua aplicação se acomode a interesses espúrios e opostos aos que elas devem acautelar e defender. Estes sinais vêm de muitos lados, mesmo de onde não se esperam. A subserviência aos grandes e poderosos está em alta.
Resistir à avassaladora onda de corrupção legal é dever de todos e, particularmente, de quem está investido em funções institucionais. Mas não é tarefa fácil, tanto mais que, não raras vezes, se introduz a tentação de desistir, à medida que faltam ou se calam as convicções, as vozes da ética, da justiça e da rectidão, os apoios e estímulos, as cumplicidades e as solidariedades com que se julgava contar. O fardo torna-se, nestas alturas, muito pesado e quase insuportável. Todavia, nestas horas doridas e duras, há que abafar o lamento e sobrepor, à amargura e desilusão da sensação de abandono e solidão, a coragem de resistir. É este o legado que fica. De resto quem assim age colhe uma incomparável recompensa: a companhia da gente honrada do passado, do presente e do futuro, das qualidades e virtudes que enaltecem o carácter.
A situação é grave, porquanto a corrupção e a putrefacção não acontecem apenas na ordem económica e financeira. Também avançam nos costumes e hábitos que se vão estabelecendo; e, sobretudo, na ordem legal. Esta última, normalmente esquecida, é deveras preocupante, até porque se multiplicam as pressões, os insultos, as calúnias, ameaças e intimidações, os convites e insinuações, as sugestões e as chantagens de todo o tipo para que o entendimento das leis seja distorcido e flexível, para que o seu espírito e teor normativos sejam driblados, para que a sua aplicação se acomode a interesses espúrios e opostos aos que elas devem acautelar e defender. Estes sinais vêm de muitos lados, mesmo de onde não se esperam. A subserviência aos grandes e poderosos está em alta.
Resistir à avassaladora onda de corrupção legal é dever de todos e, particularmente, de quem está investido em funções institucionais. Mas não é tarefa fácil, tanto mais que, não raras vezes, se introduz a tentação de desistir, à medida que faltam ou se calam as convicções, as vozes da ética, da justiça e da rectidão, os apoios e estímulos, as cumplicidades e as solidariedades com que se julgava contar. O fardo torna-se, nestas alturas, muito pesado e quase insuportável. Todavia, nestas horas doridas e duras, há que abafar o lamento e sobrepor, à amargura e desilusão da sensação de abandono e solidão, a coragem de resistir. É este o legado que fica. De resto quem assim age colhe uma incomparável recompensa: a companhia da gente honrada do passado, do presente e do futuro, das qualidades e virtudes que enaltecem o carácter.
2. Num país a sério, os jornalistas, bloguistas e comentadores não são paus-mandados de ninguém, seja ele pessoa ou instituição, organização ou corporação de face exposta ou oculta. Nem escrevem ou falam sobre o que desconhecem, com o intuito de atiçar e explorar os instintos mais baixos e rasteiros que sustentam o populismo e desencadeiam alinhamentos emocionais e irracionais.
Num país a sério, não se calunia, insulta e persegue os cidadãos que pautam a sua conduta por princípios e valores éticos, morais e legais, pela decência e independência, pelo apego ao bem público e à obrigação de zelar por ele, sem receio e temor de enfrentarem as consequências da sua acção politicamente incorrecta e contrária aos comportamentos na moda.
Num país a sério, não são louvados e venerados nem tampouco saudados, com faixas e nomeações honrosas, os batoteiros e escroques, os espertos e oportunistas, os farsantes e mistificadores que aproveitam o estado de alienação e manipulação, de anestesia e demissão gerais para levarem por diante os seus mais sórdidos intentos. Para as suas espertezas e safadezas, num país a sério, não haveria contemplação e protecção nem sequer tolerância e compreensão.
Mas… não estamos num país a sério, onde se preze a claridade, dignidade, exemplaridade, nobreza, transparência e verticalidade das atitudes. Neste país, aqui e agora, andar de cabeça levantada e ser civicamente aprumado, livre, irrepreensível e limpo custa muito, é um acto de coragem e heroicidade, um bem muito caro, merecedor de hostilidade, de desprezo, de inveja e perseguição pela crescente horda de lambe-botas, de anões e corcundas acuados, dependentes e imbecis. O nosso antigo e amado país está a caminho de se transformar, pouco a pouco, num hospício de internamento de sonhos e ideais, num demente e ignóbil valhacoito de aquém-gente e de infra-homens.
3. Antes o país era pobre, mas possuía um enorme e inestimável capital: tinha em alta conta a honradez, a seriedade, a honestidade e a vergonha na cara e ferviam-lhe nos olhos, no rosto, no peito e na alma as inquietações da consciência. Hoje tem indivíduos muito ricos; caiu nas mãos de uma elite diversificada e instalada nas cúpulas de vários poderes. Essa elite fria e calculista engorda e medra na apatia, no cansaço e indiferença com que os cidadãos de bem, desiludidos e perplexos, olham o despudor que a anima.Porém nada é permanente. Resta deitar mão à luz da utopia e da esperança para não naufragar e sucumbir neste tempo de escuridão e neblina, de fealdade e imoralidade.
1 comentário:
Concordo absolutamente, embora o problema não seja só nosso. Está muito generalizado por todo lado. Só que, nalguns países, mesmo sem grandes referências éticas e morais, ainda há alguma vergonha e a Lei é aplicada.
Por falar em utopia, sugiro que se mude o nome desta partidocracia sem vergonha e sem Justiça para "Espertugal", o país do "salve-se quem puder".
Pelo menos até ao dia em que alguém a sério acabe por decidir tomar conta de nós.
Já agora, ao contrário de muitos bloguistas, não sou nem serei nunca "anónimo"... Assino sempre aquilo que penso e digo. Para dar o exemplo! Quem não deve não teme.
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