terça-feira, 26 de outubro de 2010

Três anos

A Colectividade Desportiva teve um início atribulado, à semelhança daqueles cidadãos cujo registo não corresponde à data de nascimento. Como revela um dos associados fundadores: "No rigor das coisas, foi na tarde de 27 de Outubro de 2007 que, com um texto da Maria José de Carvalho, se abriram as portas da Colectividade Desportiva."

Prestes a completar o seu terceiro ano de vida - tomando como data de registo aquele dia do mês de Outubro - este espaço da blogosfera atingiu a maturidade. Os vários indicadores disponíveis assim o atestam. Mas, mais importante, tem sabido afirmar-se como um espaço de debate livre e plural sobre uma paixão por todos partilhada, mantendo-se fiel ao seu projecto editorial:

" (...) somos uma colectividade desportiva. Mas não somos – como nenhuma colectividade, de qualquer tipo, o não deve ser – um corpo fechado, de pensamento unitário, falando a uma só voz e percorrendo trilhos de olhos vendados. Cada um de nós – e todos aqueles que connosco entenderem partilhar o seu pensamento e expressão – tem o seu olhar sobre o desporto. Um mirar que nos diferencia e que, certamente, divergirá de outros olhares sobre o desporto, públicos ou privados, institucionais ou individuais. Não são olhares que procuram estabelecer certezas, nem que se arrogam da capacidade de dominar toda a montanha. São tão-somente, alguns olhares sobre o desporto."

Este é, e continuará a ser, o cartão de visita que o leitor poderá contar ao chegar à Colectividade Desportiva.


5 comentários:

Rui Lança disse...

Muitos Parabéns!

josé manuel constantino disse...

Diz Vital Moreira: sites electrónicos, usualmente sem filtragem, tornaram-se em locais cada vez mais mal frequentados, onde campeia a linguagem mais soez, os insultos mais desbragados, as atoardas mais ofensivas, a cobardia mais vil, enfim um território onde não vigora nem a lei de imprensa, nem o código penal, nem a educação, nem a decência”.
Sem cair na vulgaridade, não é despiciendo reconhecer que opinar sobre este ou aquela tema e contraditar essa opinião é um exercício que caracteriza uma sociedade aberta. E que se a discussão for pautada por regras de urbanidade e respeitabilidade o assunto só ganha em ser discutido. Todos crescemos intelectualmente na diversidade de pontos de vista. As controvérsias, se honestamente assumidas, são um factor de avanço e não de retrocesso. E por isso devem ser estimuladas. Mas seria ingénuo pensar que na convocatória ao debate todos comparecem com as mesmas armas.E com genuína vontade de debater. Ao debate chegam pessoas com diferentes motivações.Com experiências distintas. Desde gente carenciada de atenção aos que se julgam proprietários intelectuais de uma ou outra causa ou projecto. Pessoas que nunca se enganam. Ou cuja razão é inquestionável. Que leram o que os outros não leram. Também aparecem pessoas que, por formação ou personalidade, se entregam à prática permanente da agressão intelectual. Sempre assentes numa suposta superioridade moral. E muitas vezes a coberto do anonimato. Porque só dessa forma podem dizer o que dizem. Sem que possam ser responsabilizados.Apesar de tudo isto o resultado é positivo. E é, na medida do possível, para continuar.

Luís Leite disse...

Concordo com JM Constantino.
Parabéns ao "Colectividade".

Fernando Tenreiro disse...

Estive a almoçar com jovens do desporto e um deles disse que acompanhava o Colectividade Desportiva.

Os donos do blogue poderiam tornar público estatísticas do percurso.

No meu caso pessoal posso dizer que passei a conhecer melhor o desporto português e os seus agentes e noto diferenças noutras pessoas que são aspectos para melhor do que seria o desporto sem a presença do Colectividade Desportiva.

A todos Bem Hajam

Fernando Tenreiro disse...

O Panathlon Clube de Lisboa convidou o ex-Ministro da Educação, e do Desporto, Eng. Roberto Carneiro a discursar em Dezembro no 31.º aniversário do clube.

Recorde-se que Roberto Carneiro foi o único governante a assumir um estudo de longo prazo para o desenvolvimento desportivo português tendo simultaneamente feito a Lei de Bases do Sistema Desportivo.

O PROIDD um documento controverso porque a Ex-DGD não estava preparada para o fazer, ou não sabia o que dele esperar, ou o que fazer com ele, como depois se verificou.

À medida que os resultados da análise técnica e económica se iam avolumando fruto de um experimentalismo que exigia respostas a perguntas que não se tinham colocado na fase inicial, o PROIDD ganhou um volume adicional onde foram tratados capítulos relacionados com outras áreas da actividade da ex-DGD e que estavam para além do documento técnico programático relacionado com o desenvolvimento da actividade desportiva nacional.

Posteriormente o experimentalismo deveria ter dado origem ao aprofundamento dos conhecimentos e dos instrumentos e isso não aconteceu porque nessa altura os fundos comunitários chegavam em grande quantidade e a questão politicamente importante não era a aplicação correcta da nova riqueza mas arranjar aplicações para todo esse capital.

O resultado é conhecido porque Portugal manteve-se na cauda da Europa e faz legislação desportiva para tratar de tudo desde uma simples greve, a casos de má educação e não acerta com o desenvolvimento desportivo de nível europeu.

Por isso vale a pena recordar que há vinte anos houve um Ministro da Educação que pediu ao Desporto um programa de longo prazo para o seu futuro e do país.