As propostas programáticas do PS e PSD para o desporto são menos do mesmo. E dos outros nem vale a pena falar. Não há uma novidade, uma proposta original ou um olhar diferente sobre o sector. É uma narrativa exausta. Tão pouco se aborda de modo concreto, e não vago, a incidência que o cenário macroeconómico e o controlo sobre a dívida pública vão colocar ao sistema desportivo. Aparentemente o desporto gozará, na perspectiva dos responsáveis políticos, de uma autonomia especial, que não carece de enquadramento específico. Ou então é irrelevante. E da parte das organizações desportivas não se conhece qualquer réplica. Tudo está bem, e ficará melhor, se o financiamento público do Estado não tiver reduções muito significativas.
O sistema desportivo vive, de há muito, sequestrado, desvitalizado e resignado perante as políticas públicas. Não tem pensamento, nem voz própria. Sofre de um tropismo sistémico incapaz de ver para além do aggiornamiento da agenda politica. O efeito das políticas de impacto positivo imediato incapacita-o de avaliar os efeitos marginais decrescentes que só o tempo traz, mas que consomem, e depois agravam, os efeitos positivos imediatos. O que se passou com os estádios do Euro passar-se-á com os centros de alto rendimento. Passa-se com o dinheiro público gasto em grandes eventos. Passa-se com muitas das infra-estruturas. Passa-se com a delegação de poderes públicos nas federações desportivas. Políticas públicas e associativas ignoram as variáveis externas que condicionam a produção de resultados desportivos. E deixaram de ter prospectiva. Não porque assim o desejem. Mas porque o modelo porque optaram a isso as conduz. A política desportiva baixou a uma técnica de gestão de factos desportivos. Umas vezes bem, outras assim-assim. Que ninguém sabe como ultrapassar. Nem como falar dos problemas. E um sistema desportivo sem questionamento caminha para a crescente perda de valor. Esta tendência não é exclusivamente nacional. A diferença está no que nos separa. Que tornam os efeitos das oscilações de conjuntura mais severas e com resultados mais difíceis de reverter.
O encarecimento dos bens e serviços desportivos e a redução do rendimento disponível das famílias faz prever uma retracção no consumo desportivo; uma parte significativa do tecido associativo terá acrescidas dificuldades por força da limitação dos financiamentos com ori gem na administração local; seria indispensável um plano de redução da despesa com o funcionamento da máquina do Estado central e local que libertasse alguns meios para o sector desportivo; eliminar o que são despesas desnecessárias, investimentos mal dirigidos, recursos pouco aproveitados, estímulos a uma culta desregrada de despesas.
Constitui para mim um enigma que pessoas informadas e cultas conhecedores dos processos de desenvolvimento desportivo optem pelo silêncio. Como compreender essa atitude? Aparentemente, poderes públicos e associativos, parecem estar mais preocupados em cuidar do modelo em que assenta o sistema desportivo que em apresentar soluções alternativas. Em mudar o menos possível. Parece que nada aconteceu no país. E que a ajuda externa que fomos obrigados a pedir não vai impor quaisquer restrições ao desporto nacional. Tudo se aceita e interioriza como um mal menor que não provoca qualquer reacção de mudança. Ou seja, é para continuar. É para resignar. Aceitando um sistema desportivo crescentemente mais administrativo, mais regulado, mais burocratizado e mais público. E, com tudo isso, mais pobre.
23 comentários:
Parece evidente que este status quo, beneficia a larga maioria.
As poucas vozes que se levantam são silenciadas ou desvalorizadas.
Outra justificação não existe para explicar que os cortes no sistema desportivo sejam aceites unanimemente e até com algum alívio "olha foi pouco".
Vamos ter mais do mesmo.
E o desporto vai de derrota em derrota até à derrota final.
Os programas dos partidos são como as Constituições, os horários dos comboios, os boletins meteorológicos, e a previsão de medalhas - mãos cheias de boas intenções.
Um abraço
Comparar os dois programas está ao nível da anedota e da invisualidade política. O programa é todo copiado do programa feito pelo PS nas últimas eleições com dois acrescentos anedóticos:
- revalorizar o centro de Alto Rendimento do Jamor: nem deram conta que o Centro Desportivo do Jamor tem quatro centros de alto rendimento lá dentro e que teve um investimento e uma requalificação sem precedente nos últimos seis anos, o que é aliás um desonestidade política inacreditável uma vez que andaram a prometer fazê-lo durante anos e não deixaram uma obra que fosse.
A segunda originalidade é a cooptação dos centros de alto rendimento, iniciativa da exclusiva responsabilidade do actual governo que pensou, lançou e financiou a construção de 14 centros de alto rendimento.Isso, discutam modelos de gestão, escrevam livros sobre modelos estratégicos. Já alguém fez a obra e de certeza que não foi o PSD.
Obra:
14 Centros de Alto Rendimento em 8 Distritos
103 Primeiros Relvados em 18 Distritos
189 Mini-campos desportivos em 189 Freguesias dos 18 Distritos
360 Obras em Instalações Desportivas para a saúde e segurança dos praticantes em 352Clubes de 160 Concelhos dos 18 Distritos
Modernização do Centro Desportivo Nacional do Jamor
Aumento da prática desportiva federada → +25% mulheres/+13%homens.
Aumento de atletas nos Programas Olímpico e Paralímpico → +27%.
Criação do Programa Nacional Marcha e Corrida.
Apoio às Federações Desportivas aumento do Financiamento regular18,6%
Aumento do Desporto na Escola → Mais 330 mil praticantes no 1.º Ciclo do Ensino Básico e mais 120 mil no 2 e 3 ciclos.
Apoio a 367 Eventos Desportivos Internacionais.
Novos Benefícios fiscais e Bolsas aos atletas → Aumento de 10% nas bolsas com isenção IRS
Novo estatuto do atleta com benefícios durante e após a carreira.
Modernização do Laboratório Antidopagem.
Sustentabilidade do Financiamento do Estado ao Desporto → 7,8% do total dos Jogos Sociais
Reforma legislativa:
Lei de Bases da Actividade Física e do Desporto (Lei nº 5/2007, de 16 de Janeiro).
Regime Jurídico das Federações Desportivas (DL. Nº248-B/2008, de 31 de Dezembro).
Conselho Nacional do Desporto (DL. nº 315/2007, de 18 de Setembro; e DL. nº1/2009, de 5 de Janeiro).
Regime Jurídico dos Contratos-Programa (DL. nº 273/2009, de 1 de Outubro).
Financiamento do Desporto (DL. nº 56/2006, de 15 de Março).
Combate à Dopagem (Lei nº 27/2009, de 19 de Junho).
Combate à Violência (Lei nº 39/2009, de 30 de Junho).
Combate à Corrupção (lei nº 50/2007, de 31 de Agosto).
Regime Jurídico do Desporto de Alto Rendimento (DL. nº 272/2009, de 1 de Outubro).
Regime Jurídico do Acesso e Exercício da Actividade de Treinador de Desporto (DL. nº 248-A/2008, de 31 de Dezembro).
Regime Jurídico do Seguro Desportivo Obrigatório (DL. nº 10/2009, de 12 de Janeiro).
Regime Jurídico das Instalações Desportivas de Uso Público (DL. nº 141/2009, de 16 de Junho).
Regime Jurídico da Responsabilidade Técnica pelas actividades físicas e desportivas realizadas em ginásios e clubes de saúde (DL. nº 271/2009, de 1 de Outubro).
Jamor:
Nave de Atletismo (novo espaço de resposta às necessidades específicas do treino e da preparação dos praticantes de atletismo de alto rendimento, com área bruta de construção de 3.500m2 )
Requalificação da Pista de Atletismo nº 2
Apetrechamento da Nave e Pista de Atletismo nº 2
Nave dos Ténis Cobertos (6 campos de ténis com uma área bruta de construção de 4.500 m2)
Edifício de Apoio – Balneários, dotado de 10 blocos de vestiários/balneários e respectivas instalações sanitárias, incluindo instalações para deficientes -
Campo de Tiro com Arco - 131mil€
Unidade de Medicina e Controlo de Treino (nova infra-estrutura, instalada no Complexo de Piscinas do Jamor, permite assegurar condições de apoio clínico, metodológico e técnico-científico aos atletas de alto rendimento) Sala de Treino de Altitude (sala com equipamento de alta tecnologia que permite simulação do treino em altitude) Modernização e remodelação de espaços de restauração e cozinha do Centro de Estágio
Campo de Golfe de 9 Buracos (em construção)
Mini-golf, Parque Aventura, parque Infantil, Reflorestamento,Esplanadas, Casas de Banho públicas (não havia uma única); novos relvados de hoquei em campo, futebol e rugby.
-277 milhões de euros em 744 novas infraestruturas desportivas.
-Projecto do novo tribuanl do Desporto
-Livro verde da Actividade Física e da Aptifdão Física
-Estatísticas do Desporto 1996 - 2009
- Modernização do LAD
-Nova lei do Financiamento do Desporto via receitas dos Jogos sociais que permitiu o financiamento sustentado e estável do desporto.
-Taxas de execução sem precedentes dos financiamentos comunitários.
Enfim, chega??????????????????
Ah grande anónimo...
Aposto que vai votar no PS para o Sócrates ser 1º Ministro.
Por acaso esqueceu-se de alguns pormenores:
Para que serve o megalómano Velódromo de Sangalhos?
Como se sustentam financeiramente os Centros de Alto Rendimento?
Porquê tanta relva sintética espalhada por todo país para o Futebol e contra o Rugby, sendo hoje sabido que a relva sintética sai muito mais cara que a natural (manutenção e renovação total ao fim de 10/15 anos), incluindo no meio de pistas sintéticas de Atletismo impedindo os lançamentos?
Negociatas escandalosas?
E os hiper-demagógicos investimentos integrados no Plano Nacional da Marcha(?) e da Corrida(?) e a mentira sobre o número de praticantes de desporto informal?
E o apoio financeiro às "caminhadas"? Para que servem as caminhadas?
Enganar o povinho, foi o que andaram a fazer.
Vamos ver os resultados desportivos em Londres 2012.
Aí se verá como se (não) desenvolveu o desporto português.
Parabéns pela legislação infinita que, essa sim, desenvolve à brava o desporto!
Para a tarefa do missário político ficar completa só falta indicar os valores das dividas aos fornecedores!
Enfim, chega??????????????????
Chega.
Upa!! centros de Treino e Alto rendimento não...nem me falem nisso!
Privilegiar o desporto para as elites é que nos trouxe até aqui!
temos é que ter bases fortes para que o desporto tenha força para financiar os sucessos!
Pegamos nos poucos bons atletas que temos e escondemo-los de todos os outros. O que gera melhores atletas é melhor competição, não é um tipo que esmaga os outros todos...mas será que a malta que defende os centros de treino não vê desporto??
Conclusão:
Afinal os programas não são necessários, porque já está tudo feito, realizado, acabado, chegado.
Portanto, os programas estão mal geridos. Para serem verdadeiros, coerentes, racionais, assertivos, e fiáveis, deveriam ter três partes:
I - o que já foi realizado (com a respectiva elencagem, nos respectivos âmbitos)
II - do já realizado (elencagem das emendas, correcções, actualizações, deficiências, a cobrir, em cada uma das áreas)
III - o que falta realizar (com a respectiva elencagem)
Continuamos, mesmo assim, dentro da boa vontade, mas transmite, ao menos, trabalho pensado, alargado, fundamentado e organizado.
Têm um contra - dão muito trabalho.
Mas têm um pró - credibiliza o partido que o elabora.
As generalidades morrem nos partidos.
Um abraço
Para que fique claro:
Eu não sou contra os Centros de Alto Rendimento, que são indispensáveis se quisermos ter uma preparação adequada para os consagrados e para os jovens talentos que ganham e ganharão as medalhas e boas classificações internacionais de que tanto precisamos para deixar a cauda da Europa.
O problema sempre esteve e está na definição das prioridades e, em alguns casos, na localização, dimensionamento e rentabilização/sustentabilidade dos investimentos.
Temos um atraso de 20/30 anos em relação à Europa nesta área.
É errado e demagógico defender que não são precisos Centros de Alto Rendimento e misturar os desportistas de A.R. com os restantes federados e com os do desporto/lazer/saúde como se fosse tudo igual.
O parque desportivo nacional foi sendo construído sem critérios de racionalidade e esbanjaram-se dezenas de milhões de euros em muitas opções erradas e sem qualquer contributo para o desenvolvimento desportivo.
Escreve o LL:
Parabéns pela legislação infinita que, essa sim, desenvolve à brava o desporto!
Claro que a legislação não desenvolve o desporto. Nem nunca desenvolve nada. O que é preciso é deixar funcionar o "mercado" e não impedir, com perniciosas regulamentações, o livre desenvolvimento das "forças produtivas".
O caos em que os EUA deixaram o mundo, depois de os especuladores bancários norte-americanos andarem a inventar livremente "produtos" (como eles delicadamente os denominavam) sem qualquer valor real e sem qualquer pernicioso controlo do seu valor, é a demonstração viva das virtualidades do mercado e da razoabilidade do seu muito eficaz funcionamento!!
A ausência de regulamentação contra os especuladores é que permitiu este excelente resultado: uns poucos, muito poucos, enriqueceram escandalosamente; uns milhões, muitos milhões, empobreceram num ápice. Foi justo: afinal o público existe para ser enganado e o sistema capitalista existe para legalizar o roubo e a fraude dos "espertos", dos "empreendedores", dos "tycoons"... E quem se deixa roubar é porque é parvo e, portanto, é justo que o sistema permita que impunemente se faça uma distribuição de riqueza a favor dos que não têm escrúpulos!
Viva o mercado, a livre concorrência e o gamanço institucionalizado!!!!!
E pergunta o Prof. Vítor Bento, assolado por dúvidas serôdias: será justo enriquecer?!
Respondo eu: sim, claro que é justo. Mas com uma pequena condição: desde que não nos deixemos enredar pela perniciosas normas do Código Penal, pelo menos até que o consigamos também revogar.
Viva! Viva!
Entre Keynes (intervencionismo estatal) e Friedman (liberalismo económico total), há um espaço liberal possível, desde que baseado em princípios morais e éticos consensuais, porque feitos de bom senso, incitidos pelo exemplo de verdadeiros líderes (que faltam).
Em Portugal não falta legislação.
Em compensação, falta a punição para alguns (muitos) que não a cumprem e pertencem a um sistema corrupto.
A Justiça (kafkiana) funciona mal, porque interessa que funcione mal.
Nestes termos, o mercado não funciona de modo aceitável.
Insiste o LL:
A Justiça (kafkiana) funciona mal, porque interessa que funcione mal.
Nestes termos, o mercado não funciona de modo aceitável.
Claro que funciona mal. O Código Penal tem demasiados artigos, o Código de Processo Penal é uma maçada de tão prolixo.
O melhor, mesmo, é revogar os dois. E então, sim, o "mercado" ficará florescente e já nos poderemos dedicar, sem peias, nem incómodas vigilâncias, à "iniciativa" (gentil pseudónimo do gamanço....).
Justiça é Kafka, como tão justamente recorda o LL, o nosso verdadeiro e último reformador....
Como tão bem (e tão fundamentadamente) nos lembra o Tenreiro, nestas coisas devemos sobretudo "maximizar o produto". Todo o produto é bom, desde que "maximizado".
Leis para democratizar federações? Regras quanto aos investimentos estatais? Requisitos para o alto rendimento?
Pura perda de tempo. O que interessa é "maximizar o produto" e eliminar todos os "entraves" (isto é, necessidade de preencher condições prévias) à maximização da coisa.
Acabemos, pois, com todos os serviços públicos, incómodas testemunhas de tantos "processos de maximização"; agilizemos a gestão pública (eufemismo que traduz a necessidade de não deixar rasto dos "processos de maximização"); saneemos os trabalhadores que a tal se oponham em nome dos "ganhos de produtividade"; dediquemo-nos ao outsourcing (eufemismo que significa ser compreensivo e fiel para com os amigos).
E, no fim, façamo-nos remunerar em função dos "resultados da gestão", com tal arte que receberemos tanto mais quanto maiores forem os prejuízos causados ao erário público.
Ah! E se tivermos tempo, façamos teses de doutoramento com os "amigos", cheias de erros ortográficos e destituídas de maçadoras pontuações (porque, alegaremos, o Saramago também não utilizava).
Viva! Viva!
Não consigo argumentar com gente de cara tapada, que não se assume.
Tenham paciência...
Em Portugal não falta legislação. O que faltam são líderes impolutos e bons exemplos.
Assim, com esta gente que se serve do Estado para se instalar e distribuir privilégios, é impossível acabar com a corrupção e a imoralidade.
Esperança zero.
Caro Luis, continuamos a discordar em absoluto em relação à ligação entre deporto federado e não federado. mas isso não significa que os CAR's não sejam em muitos casos um modelo completamente esgotado.
Em Portugal gastamos 8m euros por atleta inscrito num centro de treino(anualmente)! Acha normal? numa modalidade que está comprovadamente pior do que antes dos centros de treino?
Acha este argumento demagógico, suponho.
referia-me ao exemplo do basquetebol
JCN:
Já escrevi o suficiente sobre o assunto.
Se queremos ser minimamente competitivos no panorama internacional, temos que ter instalações desportivas adequadas para essa finalidade.
Trata-se, obviamente de desporto a sério, profissional.
Isso tem custos, em todos os países que se querem afirmar.
Portugal é fraco em praticamente todas as modalidades colectivas que efectivamente contam, por causa da futebolite instalada, que não deixa espaço para levar a sério as outras modalidades.
Nas modalidades individuais também somos fracos, mas determinadas federações conseguem montar estruturas eficazes de descoberta e acompanhamento de grandes e raros talentos, que ganham medalhas.
Este estrangulamento cultural é a origem do desconhecimento específico de muitos dos governantes, investidores e dirigentes desportivos, alguns deles donossáurios ditadores, que não largam o poder durante várias décadas e não acompanham a evolução do fenómeno desportivo mantendo-se com ideias coubertianas ou românticas, impedindo o desbravar do conhecimento.
O grande problema do Desporto português é, como tenho defendido, o fraco nível do dirigismo, num país completamente futebolizado.
Sr. Leite
Já geriu uma piscina?
Já geriu um serviço de desporto de uma autarquia?
Já por alguma vez correu junto da população numa meia maratona?
Não, esteve sempre a decidir atrás de uma secretaria, do alto da montanha, onde só vivem os Kafkas e os Maomés.
Quando falar em rentabilidade de instalações não se contradiga, porque essa só se alcança com um uso de "muitos".
Não fale das caminhadas, porque elas tem o seu espaço e são tb necessárias.
Sinceramente, vou deixar de vir a este blog, não é esta a gestão desportiva que me identifico.
Anónimos são anónimos, mas quando sou interpelado directamente, tenho que argumentar e com clareza:
1) Não sou nem nunca fui gestor de piscinas e não é necessário ser barbeiro para saber se uma barba está bem feita;
2) Nunca geri um serviço de desporto de uma autarquia, mas tive a possibilidade de conhecer alguns e encontrei desde o bom até ao péssimo, passando por todas as classificações possíveis;
3) Nunca corri junto da população numa meia-maratona, mas já assisti ao vivo a mais eventos desportivos do que você e todos os seus amigos somados;
4) Não estive sempre a decidir atrás de uma secretária; decidi como atleta internacional, decidi e aconselhei como dirigente na área da alta competição, dos equipamentos desportivos e do contacto com os Municípios tendo visitado 104 em sete anos;
5) Não é verdade que a rentabilidade de instalações desportivas só se alcance com o uso por muitos; em todo o mundo civilizado, os centros de alto rendimento só são usados pelos atletas de alto rendimento, o que pude comprovar pessoalmente em Espanha, França, Alemanha, Itália, Suécia, Finlândia, Grã-Bretanha, etc.; esporadicamente, essas instalações são abertas a determinados sectores da população, para compreenderem o que é o alto rendimento; fora do alto rendimento, o uso em excesso pela população indiferenciada e não correctamente orientada de certas instalações, pode provocar um desgaste excessivo das mesmas e inviabilizar uma correcta manutenção, que deixa de se ser feita; isso é má gestão; o utilizador deve ser pagador, tal como em todas as outras actividades humanas;
6) Caminhadas não são Desporto; são passeios a pé, que qualquer pessoa pode fazer sozinho ou acompanhado;
7) Neste blog, que eu saiba, não se faz gestão desportiva nenhuma; apenas se dão opiniões, que valem o que valem...
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