Pedro Passos Coelho anunciou um governo com um máximo de 25 secretários de estado. Chegou ao 35.Como tem apenas 11 ministros (contra os 10 anunciados), alguns secretários de estado são inevitavelmente "verdadeiros” ministros. É um mau sinal. Porque, em algumas pastas, remetem os ministros para figuras decorativas. São formalmente ministros, mas delegando nos secretários de estado a generalidade das competências - todas quantas as que possam ser delegadas -esvaziam politicamente a sua missão. Para a qual não têm tempo, e muitas vezes, em algumas matérias, paciência. O que explica que, em certas àreas, na escolha do ministro não pese tanto qualquer competência técnica ou conhecimento politico sobre a pasta. Mas sim a “ experiência política”. Designação genérica e abstracta que, na maior parte dos casos, significa apenas poder sobre o respectivo aparelho partidário de onde é oriundo ou fidelidade à liderança.
Em tempos, alguém escreveu que há membros do governo que se conhecem no dia da tomada de posse. Já houve um ministro (Paulo Portas) que conheceu a nova designação do seu ministério quando chamado para assinar o respectivo termo de posse. Este grau de desconhecimento, para pessoas que durante um mandato vão trabalhar juntas governando um país, é surpreendente. O facto de muitas só se conhecerem naquela altura pode dar bom resultado. Mas desafia o mais elementar bom-senso. É muito difícil constituir uma equipa, com as mais altas responsabilidades governativas, com pessoas que mal se conhecem, que nunca trabalharam juntas, que não têm qualquer hábito de cooperação ou laços de afinidade pessoal.
Por norma o ministro responsável pela pasta do desporto não tem a mais pálida ideia do que é uma política para o desporto. Deixa essa tarefa ao ”seu” secretário de estado normalmente alguém escolhido entre o “meio”. Que “faz” pelos dois. E que para alem de reunir qualidades politicas para governar o desporto, por ele e pelo ministro que o tutela, alia a essas qualidades a qualidade de também poder governar a juventude. Por quê? Apenas porque sim.
A juventude tem politicas transversais que respeitam a um outro conjunto de políticas sectoriais e não tem mais importância social que a Infância e ou a velhice. Que como, é sabido, não dispõem, e bem, de um referência autónoma na orgânica governamental. A manutenção de uma secretaria de estado para a juventude é um desperdício para o país. É uma mera cedência à lógica das juventudes partidárias que, de resto, de acordo com a cor dos governos, aí encontram os seus empregos temporários nos diversos departamentos e instituições que gravitam nessa órbita.
O governo está obrigado no prazo de 90 dias a apresentar um programa de “emagrecimento” do Estado. De redução de instituições e organismos e sobretudo de redução da despesa. Qual é o contributo que os nóveis ministro e secretário de estado das áreas do desporto e da juventude vão dar a esse desígnio? O que vai acabar, o que vai ser transferido ou aglutinado? Uma operação de “emagrecimento” do Estado carece de uma redefinição das suas competências. Manter as mesmas competências e reduzir as suas estruturas de operação é possível mas comporta um elevado risco. O Estado precisa de se concentrar em menos coisas e elevar os níveis de eficiência.Alexandre Mestre, o novo homem do leme do nosso desporto, afirmou que perante recursos escassos tem de se ser criterioso na sua atribuição e estar muito atento na sua fiscalização. Tem razão. Agora e sempre. E o melhor incentivo que pode dar a esse propósito é pelo exemplo, começando pelas áreas que governa no Estado e que tutela na administração pública.
Em tempos, alguém escreveu que há membros do governo que se conhecem no dia da tomada de posse. Já houve um ministro (Paulo Portas) que conheceu a nova designação do seu ministério quando chamado para assinar o respectivo termo de posse. Este grau de desconhecimento, para pessoas que durante um mandato vão trabalhar juntas governando um país, é surpreendente. O facto de muitas só se conhecerem naquela altura pode dar bom resultado. Mas desafia o mais elementar bom-senso. É muito difícil constituir uma equipa, com as mais altas responsabilidades governativas, com pessoas que mal se conhecem, que nunca trabalharam juntas, que não têm qualquer hábito de cooperação ou laços de afinidade pessoal.
Por norma o ministro responsável pela pasta do desporto não tem a mais pálida ideia do que é uma política para o desporto. Deixa essa tarefa ao ”seu” secretário de estado normalmente alguém escolhido entre o “meio”. Que “faz” pelos dois. E que para alem de reunir qualidades politicas para governar o desporto, por ele e pelo ministro que o tutela, alia a essas qualidades a qualidade de também poder governar a juventude. Por quê? Apenas porque sim.
A juventude tem politicas transversais que respeitam a um outro conjunto de políticas sectoriais e não tem mais importância social que a Infância e ou a velhice. Que como, é sabido, não dispõem, e bem, de um referência autónoma na orgânica governamental. A manutenção de uma secretaria de estado para a juventude é um desperdício para o país. É uma mera cedência à lógica das juventudes partidárias que, de resto, de acordo com a cor dos governos, aí encontram os seus empregos temporários nos diversos departamentos e instituições que gravitam nessa órbita.
O governo está obrigado no prazo de 90 dias a apresentar um programa de “emagrecimento” do Estado. De redução de instituições e organismos e sobretudo de redução da despesa. Qual é o contributo que os nóveis ministro e secretário de estado das áreas do desporto e da juventude vão dar a esse desígnio? O que vai acabar, o que vai ser transferido ou aglutinado? Uma operação de “emagrecimento” do Estado carece de uma redefinição das suas competências. Manter as mesmas competências e reduzir as suas estruturas de operação é possível mas comporta um elevado risco. O Estado precisa de se concentrar em menos coisas e elevar os níveis de eficiência.Alexandre Mestre, o novo homem do leme do nosso desporto, afirmou que perante recursos escassos tem de se ser criterioso na sua atribuição e estar muito atento na sua fiscalização. Tem razão. Agora e sempre. E o melhor incentivo que pode dar a esse propósito é pelo exemplo, começando pelas áreas que governa no Estado e que tutela na administração pública.
27 comentários:
Subscrevo integralmente o texto de JM Constantino.
O hábito português empurra-nos, constantemente, para este "são demais" quando são x e "são poucos" quando são y.
Contrariamente ao instinto natural, talvez seja momento - nesta época claramente excepcional - de tentar confiar e esperar para ver (aliás, há quanto tempo houve eleições?!)
O erário público gasta 1,2 milhões de euros em policiamento
para prevenir a violência no desporto.
No seu discurso de tomada de posse como Primeiro Ministro, Passos Coelho disse:
"Temos de fazer mais e melhor com menos!"
Como diz Maria José Morgado, a lei é boa mas não é aplicada! Mas mesmo assim gasta-se o que se gasta!
Fernando Tenreiro afirma que "quando se gasta 1,2 milhões de euros por ano com uma ilegalidade contumaz durante 6 anos são 7,2 milhões de euros (foi este o valor ou foi menos ou mais) e passam-se legislaturas sem conseguir diminuir a febre e se assiste a uma atitude naturalista/liberal de deixar o mercado/hooligans/claques actuar e o Estado a assumir o custo em euros da ilegalidade, alguma coisa está gravemente doente."
E pergunta:
"Quem é que avalia e sanciona esta despesa?
Esta situação vai continuar na próxima época?"
Afinal, que país é este?
O Prezado Kaiser Soze desculpe-me, mas esforça-se em vão. Acho que não compreende a teimosa inércia de JM Constantino. Se me permite vou recorrer, para que ninguém fique melindrado comigo, ao autor que um Anónino aqui trouxe [o inefável Paul Ricoeur, em “Sur l’Individu”, 1987, Seuil]. Ouça por favor: - O específico da promessa é construir, no dizer-se, o fazer da promessa. Prometer é colocar-se a si próprio na obrigação de fazer o que se diz hoje que se fará amanhã. Nela, a relação com o outro é evidente, na medida em que é sempre a outrem que eu prometo; e é outrem que pode exigir que eu mantenha a minha promessa; mais fundamentalmente, é ele que conta comigo e espera que eu seja fiel à minha promessa. (…) Com efeito, é sempre num meio societal que existem obrigações; com isto, quero simplesmente insistir num aspecto da teoria de Jonh Rawls, em “A Ideia de Justiça”, (…) o facto de só existir obrigação mútua entre indivíduos movendo-se no «contexto» de uma obrigação que é um quase-contrato e que se liga àquilo a que Rawls chama, o «esquema de cooperação» duma sociedade. O problema completo da promessa, com efeito, não é que ao dizer «eu prometo» prometa «com efeito»; o importante é que eu devo manter a minha promessa. A obrigação de cumprir a promessa é, de certa maneira, a promessa da promessa. Esta promessa da promessa supõe que eu já estou num meio societal em relação ao qual consinto em dar um contributo justo em nome do bom funcionamento das instituições. O paradoxo da promessa radica no «princípio da fidelidade», em virtude do qual, mais do que as promessas em si mesmas, é necessário mantê-las. É preciso, para isso, ter em conta a dimensão pública da promessa, a qual supõe por sua vez um espaço público (um espaço público de aparecimento no sentido que lhe deu Hannah Arendt); o qual faz que a promessa seja uma realidade, não apenas dual, mas triangular. A saber: «devo manter a minha promessa»; «tu podes exigir de mim»: «temos que manter as nossas promessas para aumentar a confiança de todos no esquema de cooperação da comunidade». Neste triângulo da promessa, a ipseidade encontra-se assegurada, não apenas pela sua relação com o pólo alucotário «tu», mas ainda pelo pólo da equidade, que assinala o lugar do terceiro; este terceiro é a terceira pessoa, o verdadeiro «ele/ela». Os actores do drama do individualismo [como por exemplo JMConstantino ou Tenreiro] estão agora nos seus «lugares». O «Individualismo como Ideologia» [esse lugar de desistência e de negação do tempo e do futuro] nasce da pretensão de engendrar a dimensão política das coisas apenas daí, desse lugar do «eu que diz», reduzindo o próprio espaço público APENAS à ipseidade ética [como fazem JMConstantino ou Tenreiro; razão pela qual encontraram nos Blogs esse «lugar» solitário que nega a esperança e a possibilidade de tudo o que ofenda esse seu imobilismo ideológico]. Esses ideólogos vencidos pelo Individualismo, Prezado Kaiser Soze, desconfiam de tudo o que seja «novo», e estão logo prontos a lançar anátemas aos «alexandres mestres» [seja de partido forem]. Prezado Kaiser Soze, para os compreender é preciso perceber do que eles abdicaram, ao se terem vendido a essa ideologia pós-moderna. Eles puseram de lado “a dimensão societal originária”, ou seja, o próprio Indivíduo Humano na sua grandeza criativa e moral. O Ricoeur diz que para discutir isto há que recorrer “a uma antropologia e a uma sociologia das ideologias”. Eu cá por mim, mero Funcionário, acho que não. Até aqui, nesta Colectividade, é possível fazê-lo.
Funcionário do Estado
O Funcionário do Estado é aparentemente marxista.
Aconselho-o vivamente à leitura atenta da obra de Friedrich Nietzche, especialmente "Humano, Demasiadamente Humano".
O Funcionário do Estado não aceita que se pense pela própria cabeça, recorrendo, qual mero típico professor universitário, a citações de autores, quiçá modelos teóricos ultrapassados.
Classificar JM Constantino como pós-moderno é ridículo.
Inventar o individualismo como ideologia é tentar desculpar a inépcia da partidocracia (que temos), em que se promete mentindo.
E em que alguns se safam à grande.
A partidocracia é que é imoral.
O regime é que é imoral.
Não há ideologias que resistam.
Intervencionistas ou liberais.
Caro Funcionário
O que está dizer, sobre o liberalismo e comunitarismo de Rawls, e as promessas que são promessas e depois não se cumprem, di-lo Luhman com mais acerto:
"Se combinei encontrar-me com um amigo em um bar, e ele não vem, sinto-me atingido não só nas minhas expectativas cognitivas, mas também nas normativas. Ele deveria estar lá!"
Cordialmente
Oremos pelo nosso funcionário do Estado e desempregado político
«Os idiotas, de modo geral, não fazem um mal por aí além, mas, se detêm poder e chegam a ser felizes em demasia podem tornar-se perigosos. É que um idiota, ainda por cima feliz, ainda por cima com poder, é, quase sempre, um perigo. Oremos. Oremos para que o idiota só muito raramente se sinta feliz. Também, coitado, há-de ter, volta e meia, que sentir-se qualquer coisa.»
Alexandre O’Neill
Como acompanhante silencioso e totalmente anónimo deste blog sinto que os escritos estão cada vez mais eruditos. Para quem tem dúvidas que o desporto é cultura e é coisa feita por pessoas cultas e conhecedoras pode aqui colher sinais incontestáveis de que assim é. Porém, não se esqueçam que apesar de tudo o que é dito e redito o desporto português move-se.Continuará a mover-se com a energia daqueles que, muito provavelmente, nem sabem o que é um blog e muito menos quem é o Sr. Rowls ou o Sr.Ricour (aliás, saberão verdadeiramente aqueles que sitam estes autores quem eles são e o que pensam?. Como eu gostava de ter a certeza da resposta a esta minha dúvida.
Se o desporto português dependesse das doutrinas que esta gente erudita nos proporciona estou certo que não existiria de todo. Nunca teria nascido. Ainda hoje estariam a reflectir sobre as bases filosóficas, pedagógicas,históricas, científicas, ontológicas etc etc.
Não tenho resposta para isso, porque não sou tão letrado.Sou apesar dos perigos que o Sr. T de Aquino referia "homem de um livro só".Não arrisco opinião sobre o que fazer para que o desporto português passe de razoável a excelente. Gostaria de ver os insignes blogers passar das grandes considerações, dos "subscrevo integralmente", dos melindres pessoais, dos remoques,da estultícia do pretenso conhecimento, do convencimento de que sabem muito ou tudo de uma ou de outra modalidade ou de desporto em geral,para o pragmatismo das soluções.
O que falta para que o candidato a treinador possa ser transformado num treinador excelente?
O que falta para que um voluntário e amante (amador) do desporto, candidato a dirigente do mesmo se transforme num dirigente com visão e com acção de qualidade (não me digam que lhes falta serem assessorados por gestores, economistas ou juristas...)?
O que falta para que os quadros competitivos sejam mais ajustados às verdadeiras necessidades dos praticantes?
O que falta para que os nossos melhores talentos não se percam no caminho para a elite das suas modalidades?
O que falta para que clubes, associações e federações, para não falar das escolas,tenham mais meios financeiros, materiais e humanos?
Não tenho resposta para estas e muitas outras questões mas tenho a certeza de que a resposta não está nem de perto nem de longe associada a senhores como Rawls ou Ricoeur. A resposta poderá estar muito próxima de nós. Talvez não seja necessário escavar muito longe.Se os participantes deste blog decidirem um dia enveredar por esse caminho o desporto português iria ficar infinitamente mais rico.Digam quais são as soluções práticas para estas questões e com quem contam para as por em prática.
Porque não pretendo, de modo nenhum, enveredar por qualquer debate ideológico ou doutrinário e muito menos por qualquer confronto pessoal, defino-me, aqui e agora, com um das vários cobardes anónimos.Paciência. A sombra tem várias utilidades, pode servir para os ladrões se esconderem mas, também, pode ser útil para os tímidos participarem em blogs como este.
Saudações cordiais
Ao anónimo das 14:13 h
Ó Caro Anónimo...de Anónimo para Anónimo deixe que lhe diga, e sei do que estou a falar, que a maioria destes "oradores/ escritores" já estiveram em lugares onde podiam ter feito alguma coisa....e mais não digo porque o resultado está à vista !!
Mais um anónimo.
Será que vivemos num país de anónimos?
Será que os anónimos são maioritariamente iletrados mas tão pragmáticos que meteriam o país na ordem num abrir e fechar de olhos?
Eu acho apenas que são cobardes. Nada mais. Com "sombra" ou sem ela.
Nunca vi um anónimo apontar soluções.
Vi, isso sim, anónimos funcionários do Estado a defenderem o tacho e os que lho deram.
Passávamos bem sem os anónimos.
A menos que dessem a cara, o nome e tivessem algumas ideias para partilhar.
Ao Caro Anónimo, de 11 de Julho de 2011, 14:13
Inteiramente de acordo.
Tudo o que aqui se diz e propala são doutrinas vãs e perdemo-nos em lucubrações imagéticas à volta do desporto, alardeando erudição com Rawls e Ricœur (esqueceu o Luhman), quando devíamos optar por Tomás de Aquino, como delicadamente sugere.
Se os autores citados serão do perfeito conhecimento de quem os ditou, não é matéria que incomode., nem vem a propósito, porque não acrescenta nada à matéria o pretender averiguá-lo. As dúvidas permanecerão com o mesmo proveito e resultado. Fica como uma ideia que se aplica ao momento, exactamente como o Caro Anónimo ao apropriar-se da convicção de S. Tomás de Aquino, para se retratar como um homem de “um só livro”. Não vou ficar preocupado sobre o seu conhecimento das obras de S. Tomás de Aquino, se terá lido a Suma Teológica, ou terá conhecimento da teologia negativa do autor.
São considerações laterais que se esboçam, por não se saber o que dizer a propósito. Mas isso acaba por acontecer comigo, como pode verificar. Acabei por lateralizar também um assunto inútil, a juntar às inutilidades dos discursos que aqui se tecem e que, precisamente por isso, sujeitos a todas as críticas, que se aceitam, porque aqui se fazem.
E como o bom julgador a si se julga, logicamente que as críticas têm de ser aceites, e contrapostas para que o diálogo se desenvolva. Já que não temos o poder de nos sobrepormos ao poder que norteia o desporto nacional dispomos deste pequeno espaço cívico para tecermos a crítica ao descompasso do que no desporto se compagina.
Como deverá compreender este blog não tem cariz científico, é mais generalista, e não tem veleidades de resolver os males do desporto, mas apontar soluções, sugerir caminhos, e quanto possível indiciar as tendências onerosas que prejudiquem. É um mar de sugestões que cada um aporta, de acordo com as suas ideias, os seus conhecimentos, as suas virtudes e também os seus defeitos.
Para finalizar, e se mo permite , Caro Anónimo, também não deu soluções nem sugestões para a melhoria do desporto nacional, como aliás confessa: “Não arrisco opinião sobre o que fazer para que o desporto português passe de razoável a excelente”, o que é uma posição cómoda.
Este blog também não sabe se consegue alterar e melhorar o desporto nacional… mas arrisca, não com os pressupostos que aponta, mas com os que cada postador e cada comentador sabe e pode.
Cordialmente
Bem sabia que, mesmo dando o texto de Ricoeur traduzido, muitos não percebiam o que lá estava escrito. Mas vou explicar outra vez. O que lá se aprende é aquilo que está na índole dos verdadeiros Desportistas. Daqueles que alguma vez praticaram Desporto a sério. O texto diz que o êxito e a ética devem ser a «cooperação» em vez de «individualismo», o «espírito de equipa» em vez de «vaidade pessoal», a «humildade» em vez da «fanfarronice dos que gritam fui eu que fiz, ou fui eu que tive a ideia». É por causa desse espírito de partilha, de cooperação, de dádiva e entreajuda, de lealdade e coesão, de erradicação da doença do Individualismo pós-moderno, que os XVII e XVIII Governos fizeram a impressionante obra que a realidade não permite os teóricos de café desmentirem. Reparem: 14 Centros de Alto Rendimento em 8 Distritos. 103 Primeiros Relvados em 18 Distritos. 189 Mini-campos desportivos em 189 Freguesias dos 18 Distritos. 360 Obras em Instalações Desportivas para a saúde e segurança dos praticantes em 352 Clubes de 160 Concelhos dos 18 Distritos. Modernização do Centro Desportivo Nacional do Jamor. Aumento da prática desportiva federada em +25% mulheres e +13%homens. Aumento de atletas nos Programas Olímpico e Paralímpico em +27%. Criação do Programa Nacional Marcha e Corrida. Aumento do apoio às Federações Desportivas em Apetrechamento, Modernização técnica e em Financiamento. Aumento do Desporto na Escola com mais 330 mil praticantes no 1.º Ciclo do Ensino Básico. Apoio a 367 Eventos Desportivos Internacionais no valor de 25,3M€. Novos Benefícios fiscais e Bolsas aos atletas. Aumento de 10% nas bolsas com isenção IRS. Novo estatuto do atleta com benefícios durante e após a carreira. Modernização do Laboratório Antidopagem. Aumento da Sustentabilidade do Financiamento do Estado ao Desporto com a decisão de dar ao Desporto 7,8% do total dos Jogos Sociais. Reforma Legislativa do Desporto Português. Novos instrumentos de diagnóstico e conhecimento do desporto.
É obra, hem?!
Funcionário do Estado
Muito boa tarde a todos excepto ao Senhor Arq.to Luis Leite que certamente não aceita tal saudação de anónimos cobardes.
Caro Arq.to, sugiro-lhe que não leia o que os anónimos escrevem. Não lhes dedique nem um segundo da sua atenção. Não se desgaste com essas inutilidades. Mude apenas de “canal”. Se pensar um pouco (e calculo que o faz com frequência) sabe que deve haver múltiplas razões para se manter o anonimato. Nem todos os anónimos o são só com o propósito de o ofender. Nem um blog tem de ser ou parecer um campo de batalha. Assim como há escritores e outros artistas que assinam com pseudónimo, deve entender/aceitar que há quem não queira ou não possa identificar-se quando expressa as suas opiniões (mesmo não sendo artista ou escritor).Repito o que já lhe disse antes: nem todos os anónimos o são só para o incomodar, ofender ou "picar". O Sr.Arq.to não é o centro do mundo nem certamente deste blog. Deixe os anónimos em paz. Este, em particular, nunca o viu nem mais gordo nem mais magro, não sabe se é baixo ou alto, se tem voz aguda ou grave. Sei apenas aquilo que neste blog está arquivado como opinião sua. Critica as gentes da sua modalidade e do desporto em geral. Os dirigentes sobretudo. Está no topo (ou talvez em segundo lugar) dos conhecedores das matérias do atletismo. Considera-se parte importante do esforço desenvolvido pelos nossos atletas medalhados na alta competição da sua modalidade. Nem sei como foi possível outros atletas, noutras épocas, terem obtido medalhas sem o seu esforçado e abnegado acompanhamento. Tem também, sobretudo, uma postura devastadora sobre políticos e falta de políticas acertadas. Pesquisei nos arquivos do blog e reparei que deve ter exaurido a sua vesícula biliar. Aliás, não é preciso ir muito longe para pressentir em si um temperamento muito biliar. Em seu entender todos os anónimos são iletrados, cobardes, "testas de ferro" de alguma política ou politico, desonestos, desconhecedores do desporto e então do atletismo nem se fala. Opiniões sobre o desporto não apresentam nenhuma. Sabe que mais, ao ler e reler os seus escritos, chego a ter pena de si. Não lhe bastava ser amante de um desporto indígena subdesenvolvido, ainda tem que aturar anónimos iletrados, desconhecedores, cobardes e acéfalos. Só poderá mesmo optar por não ler.
(continua)
(Continuação)
Veja bem as boas vindas que me desejou logo na minha primeira intervenção neste forum. Sublinho Primeira Intervenção. Logo na primeira intervenção deveria ter apontado os caminhos e as soluções para o desporto português atingir o Olimpo. Deposito essa nobre missão em si que já cá anda a blogar (e até a governar) há mais tempo. O problema (para mim) é que a minha pesquisa (certamente incompleta) acerca das suas ideias e propostas resume-se (genericamente) a uma necessidade urgente de "eliminar/varrer” pessoas (os chamados dinossauros) para fora do sistema. Ainda o Sr.Arq.to queria que os anónimos não o fossem...pelo menos assim posso ser varrido como lixo do blog mas sou-o como anónimo. Só eu ficarei ofendido. Mais ninguém ficará a saber que fui humilhado pelo Sr.Arq.to.
Com vê esta é uma das vantagens de ser anónimo. Podem no seu entender ser uns idiotas e mesmo assim terem orgulho em si próprios.
Será que, de cada vez que me afoitar a dizer algo no blog o Sr.Arq.to me vai chamar cobarde? Não sei se vou resistir, mesmo como anónimo.
Porém há algo que me enche de orgulho. Alguma coisa disse de bom ou de mau que levou o Sr.João Boaventura (JB) a expressar uma opinião para além daquelas, habituais, que o arquivo do blog guarda. Agradeço-lhe, em primeiro lugar o facto de não ter sequer comentado a minha condição de anónimo. Isso sim é sinal de maturidade. Sugeriu-me, só, também, que apresente soluções para o "problema". Já comecei a reflectir sobre isso. Todavia, parece-me, que vou ter muito trabalho. No mínimo peço o mesmo tempo para divagar que os mais "habitué" do blog dispuseram até hoje. Não sou, certamente, muito diferente daqueles que, ao longo da vida, vão dizendo "se eu mandasse..." e depois com o poder nas mãos não sabem o que fazer com ele. Sr.JB não será ainda hoje que vou sair da posição cómoda (de nada sugerir para alterar o "Problema"). Prometo que me vou debruçar sobre o dito.
Já agora sugiro, também, sem qualquer ironia, ao Sr.JB, que me parece pessoa muito serena, sábia, letrada e não dominada pelo fel ou pela adrenalina que mostre mais o que e o quanto lhe vai na “alma” sobre estas coisas relativas ao desporto indígena.
Agradeço-lhe, sinceramente, os seus reparos e sugestões.
Quanto ao meu colega anónimo funcionário do estado (FE) quero dizer-lhe, que não retiro nenhum dos méritos da governação que refere. Desculpe lá, mas o que eu não entendo é o que é que o Sr.Ricoeur tem a ver com tudo isto. Não me diga que foi inspirando-se em Ricoeur que a equipa governativa cessante se inspirou para fazer a sua obra. Não tenho dúvidas que essas estatísticas não devem deixar ninguém indiferente. Será que também tenho que agradecer ao Sr.Ricoeur? Aquilo que refere como características atitudinais do verdadeiro desportista não lhes foram inculcadas com base em Ricoeur. Ainda o referido Sr não tinha nascido e já os verdadeiros desportistas de então exibiam essas características que refere.
Veremos a partir de agora a construção da obra da nova equipa.
Procura-se um novo Ricoeur inspirador. Um bom tema para discussão.
Quem deverá ser a nova “musa inspiradora” da nova governação?
Desde já sugiro o Sr. Segismundo Freud.
Tanto que o desporto português deve ao seu passado e tanto que lá deve retornar para compreender e reordenar o seu presente.
Saudações cordiais
O Anónimo Funcionário do Estado (AFE)"bem sabia que, mesmo dando o texto de Ricoeur traduzido, muitos não percebiam o que lá estava escrito". Mas não há problema, ele "explica outra vez".
"O que lá se aprende é aquilo que está na índole dos verdadeiros Desportistas. Daqueles que alguma vez praticaram Desporto a sério".
Das duas uma: ou o AFE já praticou ou esteve envolvido no desporto a sério e é uma autoridade na matéria (que pena não sabermos quem é), ou se limita a acreditar piamente em Ricoeur.
AFE esclarece: "O texto diz que o êxito e a ética devem ser a «cooperação» em vez de «individualismo», o «espírito de equipa» em vez de «vaidade pessoal», a «humildade» em vez da «fanfarronice dos que gritam fui eu que fiz, ou fui eu que tive a ideia». É por causa desse espírito de partilha, de cooperação, de dádiva e entreajuda, de lealdade e coesão, de erradicação da doença do Individualismo pós-moderno, que os XVII e XVIII Governos fizeram a impressionante obra que a realidade não permite os teóricos de café desmentirem. Reparem: 14 Centros de Alto Rendimento em 8 Distritos. 103 Primeiros Relvados em 18 Distritos. 189 Mini-campos desportivos em 189 Freguesias dos 18 Distritos. 360 Obras em Instalações Desportivas para a saúde e segurança dos praticantes em 352 Clubes de 160 Concelhos dos 18 Distritos. Modernização do Centro Desportivo Nacional do Jamor. Aumento da prática desportiva federada em +25% mulheres e +13%homens. Aumento de atletas nos Programas Olímpico e Paralímpico em +27%. Criação do Programa Nacional Marcha e Corrida. Aumento do apoio às Federações Desportivas em Apetrechamento, Modernização técnica e em Financiamento. Aumento do Desporto na Escola com mais 330 mil praticantes no 1.º Ciclo do Ensino Básico. Apoio a 367 Eventos Desportivos Internacionais no valor de 25,3M€. Novos Benefícios fiscais e Bolsas aos atletas. Aumento de 10% nas bolsas com isenção IRS. Novo estatuto do atleta com benefícios durante e após a carreira. Modernização do Laboratório Antidopagem. Aumento da Sustentabilidade do Financiamento do Estado ao Desporto com a decisão de dar ao Desporto 7,8% do total dos Jogos Sociais. Reforma Legislativa do Desporto Português. Novos instrumentos de diagnóstico e conhecimento do desporto.
É obra, hem?!"
Não podemos deixar de nos congratular com tamanha obra.
Deve ser por isso que o desporto português se prepara para mais uma demonstração do seu incontestável poder nos Jogos Olímpicos de Londres (mais do mesmo ou ainda menos, 0 a 3 medalhas).
Foi com inegável espírito de equipa e cooperação interna (?) que os Governos invocados levaram Portugal à calamidade em que nos encontramos e da qual nunca iremos recuperar.
Mas ficámos com o país devidamente arrelvado para jogar à bola (com uma relva sintética caríssima e vida efémera que obriga a novo e igual investimento ao fim de 10 anos).
Uma sala de musculação no Complexo de Piscinas do Jamor caríssima e mal concebida que é a antítese de uma sala de musculação para o alto rendimento.
Um velódromo nacional multimilionário em Sangalhos, para uma disciplina do Ciclismo que nunca existiu em Portugal.
E tudo o resto, quase tudo disparates e péssimos investimentos públicos, que nos deixam desportivamente numa situação de insustentabilidade, a um passo da bancarrota, com poucas mais-valias verdadeiramente úteis (O CAR da Canoagem/Remo e o CAR do Atletismo e pouco mais).
Tudo o resto é apenas politicamente correcto, eleitoralista e/ou inútil.
O Desporto português está mais pobre, mais futebolizado e padece da mais alarve clubite.
Obrigado!
Já se sabe quem é o adjunto do Homem do Leme?
O funcionário do Estado actua como se não tivesse havido eleições, nem houvessem crises no país, nem estivesse cheio de ppps autoestradas, e outras despesas que levam o país à falência e o Funcionário do Estado faz a lista das impossibilidades para o PSD e do CDS a quem chamam amigo Alexandre Mestre.
Ainda do Ricœur
“I have never posed massive questions of the type: what is philosophy ? I deal with Particular problems.”
Prezados Colegas de Blog, mesmo assim, depois das explicações dadas, perdoem-me ainda duvidar da compreensão de alguns sobre a “condição societal originária” referida por Ricoeur e Rawls. Para esses destinatários, e só para esses, permitam oferecer mais uma tentativa de exegese.
Para isso direi o seguinte: A esses, que se enredam nas palavras e, ficam extasiados dentro delas, sem dessa armadilha conseguirem sair, proponho uma solução: Passem das palavras às acções, passem das ideias aos actos.
Como? Deste modo: Façamos uma Petição para que o Blog Colectividade Desportiva, representado por JM Constantino, seja candidato a um prémio de Desporto… naquelas tão luzidias Galas da Confederação.
O problema será convencer JM Constantino a, eventualmente, ter que ficar aceso debaixo dos holofotes da fama naquele palco do Casino, mas talvez até isso consigamos resolver…
Terão coragem?
Funcionário do Estado
Ao Funcionário público tenho o prazer de lhe oferecer a agradável leitura deste artigo Estado, justiça e reconhecimento, publicado na revista “Análise Social”, vol. XLV, (194), 2010, 63-90.
Considerando a inclinação de Ricœur pela antropologia filosófica (ou será filosofia antropológica ?), a semiologia poderá indicar igual tendência no Funcionário público, o que só o ilustra.
Cordialmente
Anónimo das 14:04:
Só para lhe dizer que leio e comento tudo aquilo que me apetecer.
Gosto do Colectividade Desportiva enquanto espaço livre em que se debatem ideias e é estimulante debatê-las.
Quando você diz que certos artistas usam pseudónimos, isso nada tem a ver com questões de anonimato, já que toda a gente sabe quem eles de facto são.
Não vou perder tempo a explicar-lhe o uso de pseudónimos.
O anónimo é alguém que não se assume como indivíduo em sociedade porque tem medo. Uma das razões mais vulgares é o medo de perder o tacho, ou de falar ou escrever sem prévia autorização de outrém.
Quanto ao resto, não me darei ao trabalho de comentar as suas brilhantes conclusões sobre a minha personalidade (não é disso que se trata aqui).
Apenas lhe direi que não posso tolerar (nem ninguém de bom senso poderá), que proclame que o Atletismo (de que sou "amante") é um "desporto indígena subdesenvolvido".
Porque isso é um disparate proferido por alguém que percebe pouco ou quase nada de desporto.
O Atletismo é, desde 1896, a modalidade olímpica nº 1 e a mais universal e antiga de todas as modalidades desportivas.
Para o nosso país, o Atletismo conquistou, até agora, todas as 4 medalhas de ouro olímpicas e 10 das 22 medalhas obtidas por Portugal em Jogos Olímpicos.
Quanto a títulos e medalhas mundiais e europeias, o Atletismo conquistou mais do que todas as outras modalidades somadas.
"Um desporto indígena subdesenvolvido"?
Será que se estava a referir ao desporto nacional como um todo e em comparação com o resto dos países europeus?
Julgo que não, porque desse desporto realmente pouco desenvolvido não sou "amante", sou apenas "interessado".
Sr.Arq.to Lui Leite
Concordo consigo em muitos aspectos. A forma como expressei a minha opinião levou-o a pensar que me referia ao atletismo como o desporto indígena subdesenvolvido. Nada de mais errado. Quando me refiro ao desporto refiro-me ao desporto português ou internacional em geral. Quando me refiro ao atletismo refiro-me a uma modalidade. Logo nunca direi o seu desporto referindo-me ao atletismo. Assim, poderá estar descansado porque ainda sei alguma coisa do desporto e também do atletismo.
Quanto aquilo que diz serem disparates e défices de conhecimento sobre o atletismo e sobre o desporto, parece-me ser o melhor sinal da sua própria insegurança.Quem proclama e aclama tão frequentemente o seu próprio conhecimento e o desconhecimento dos outros, talvez não esteja muito seguro. Se tivesse mesmo que o demonstrar talvez lhe tremessem os joelhos. Estou certo que tal nunca lhe aconteceu mesmo no seu tempo de atleta ou dirigente. Sei que esta atitude não tem emenda. Alguém disse num passado não muito distante que "ninguém sabe o suficiente para ser intolerante". Talvez se aplique a si ou talvez não. Começo agora a compreender melhor porque se afastou de forma tão amarga da sua modalidade, a cujos sucessos se sente tão ligado e até responsável.A intolerância relativamente aos outros e às suas fraquezas não resiste muito ao desgaste do tempo.
Apesar de tudo isto concordo consigo em muitos aspectos do conteúdo. A forma como o diz é que, em minha opinião, lhe retira muito da razão. Isto é, perde na emoção aquilo que ganharia na razão.
É por isto mesmo que o papel de anónimo é útil. Possibilita resguardar-nos das "intempéries" das suas opiniões e respostas.
Viva a modalidade atletismo. Viva o desporto português. Viva aqueles do atletismo e das outras modalidades que não desistem apesar de todos os obstáculos que se vão levantando no dia a dia.
Saudações cordiais
A propósito das nossas extensas exposições num espaço livre onde cabem todas as posições…
Os argumentos valem o que valem, quando valem, e se valem ou não, conforme se pode observar neste mega despacho judicial.
Para descontrair cordialmente
Caro anónimo cordial das 14.50:
Você não me conhece. Se conhecesse não andaria às voltas com a minha personalidade, visícula biliar, inseguranças, etc.
É uma pena que se esconda atrás do anonimato.
Eu poderia enviar-lhe alguma documentação, resultado de investigação pessoal, apresentada em powerpoint, sobre a realidade comparada do desporto português.
Talvez lhe interessasse conhecer algumas estatísticas que andam escondidas.
Quanto à intolerância, tudo aquilo que afirmo posso provar.
Obviamente que num blog com estas características não posso apresentar muitas dessas provas.
Mas tenho exposto muitas das minhas ideias sobre o que penso da realidade do desporto português.
De uma forma livre, consistente e coerente.
É isso que interessa.
É deveras interessante ler-se ser "dito" que o que interessa é Portugal e o respectivo desporto mas depois parece que entramos no balneário de pré-adolescentes que dizem, muito virilmente, "a minha é maior que a tua!"
Sejamos honestos. Hoje não há disponibilidade financeira para o XIX Governo investir e fazer tanto como o anterior Governo fez. Não é justo portanto pedir, face ao actual contexto, o mesmo. Mas o contributo pode ser à mesma relevante se, num outro nível de actuação, conseguir dar o 3.º passo que propusemos para o Modelo de Governação e Organização do Desporto Português. Esse 3.º passo constitui uma reorganização das funções, das relações e dos fluxos financeiros entre o Estado e os agentes e instituições responsáveis pelo Desporto em Portugal. Se quiser, o início de um «novo contrato de responsabilidade e de compromisso colectivo». Esse «novo modelo organizacional e de governação do Desporto» está resumido num esquema que cabe numa página A4, e que apresentei em 2008. De bibliografia chega essa página A4 para qualquer pessoa o compreender. Devo ainda acrescentar que, na minha modesta opinião, esta é uma excelente oportunidade para se iniciar essa reforma … que devia ter sido feita há 20 anos, e que, por falta de coragem política dos vários partidos, tem tardado. O Estado não pode continuar a financiar a falta de produtividade e de competitividade de alguns sectores do desporto. Porque isso leva, como estamos a sentir hoje, à ruína colectiva de Portugal. Não ter coragem para dar este 3.º passo é mantermo-nos num caminho em que seremos todos perdedores. Os dois passos anteriores foram: i) O primeiro foi a definição do «Modelo e Estratégia de Desenvolvimento do Desporto 2005-2013» que ficaram escritos nas Fichas QREN entregues em 2006 na UE, das quais resultaram os apoios recebidos entre 2007-2011; juntamente com a decisão política de financiar o Desporto com uma outra percentagem das receitas dos Jogos, facto que permitiu aumentar o valor do financiamento ao Desporto, abrindo as portas a uma indexação não tão presa a uma lógica estatizante e mais consentânea com a sustentabilidade e a realidade sócio-económica do país. ii) O segundo passo foi a profunda Reforma Legislativa, a qual possibilitou salvaguardar o interesse público, e a justa representatividade dos diferentes agentes desportivos nas assembleias das federações sem destruir a sua centralidade no Sistema Desportivo, abrindo a possibilidade à adopção de soluções futuras mais libertas e flexíveis de organização e governação do Desporto em Portugal. É por isso que é possível, agora, propor uma solução mais liberal e não tão subsídio-dependente, sem que isso perigue o interesse público ou deixe o Desporto entregue a um “liberalismo selvagem”. É por isso que se aguarda com curiosidade qual a coragem que o XIX Governo terá…
Quanto ao novo Secretário de Estado, repito, verificamos que está legitimado pelo voto livre e democrático, é um jovem com valor… e os “velhos” que fizeram a Portugal o resultado a que chegámos após 30 anos de governação devem dar lugar a uma outra possibilidade. Até porque provavelmente vão morrer antes, e Portugal tem direito a desejar ser melhor do que foi nestas últimas 3 décadas.
À parte desta questão substancial, é curioso que ninguém ache que este Blog de JM Constantino mereça aquela distinção que propus num comentário anterior. Nas palavras de JM Constantino, “não está fácil” ter relações humanas hoje em dia.
Funcionário do Estado
Marinho já assumis te carago?
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