terça-feira, 11 de setembro de 2012

E agora?


Nos telejornais do dia em que Portugal assinou o acordo com a troika, PS e PSD rivalizavam no sentido de chamarem a si a responsabilidade pelo objetivo alcançado. José Sócrates garantia que havia sido possível salvar coisas como os ordenados dos trabalhadores da função pública. O PSD que, na altura, era oposição, pela boca de Eduardo Catroga, fazia passar a ideia que a excelência do alcançado se devia à ação do PSD. Ambos reclamavam vitória. O CDS tinha ficado na fotografia mas na altura da festa passou despercebido. O país escapava da bancarrota e aparentemente aliviado, conseguia respirar. Coisa de pouco tempo.
Quando o PSD chegou ao Governo apressou-se a defender que era preciso ir para além da troika. Paulo Portas foi atrás, em nome do interesse nacional. E aqui chegados há qualquer coisa que não bate certo. O PS, em certos momentos, parece que não assinou e não se comprometeu; o PSD assinou, comprometeu-se, quis,com evidente orgulho, ir mais além , o CDS seguiu-o, mas ambos falharam nos objetivos a que se propuseram; a troika fez mal as contas, mas lava as mãos do que preparou e afirma que o programa de ajuda externa é da responsabilidade das autoridades portuguesas. E não saímos disto quando se anunciam novas medidas de austeridade. Que todos já percecionamos como não sendo as últimas. Porque todas as restantes já adotadas não produziram os efeitos que justificaram a sua apresentação.
É certo que vivemos tempos muito complexos. E quem governa tem imensas dificuldades pela frente. Mas quem governa com maioria e com um pais que interiorizou que gastou mais que o que devia e que, por força desse facto, eram inevitáveis medidas de sacrifico e contenção tinha, apesar de tudo, algo a seu favor. E teve desde logo um sentimento generalizado de rejeição do anterior governo e particularmente de José Sócrates. O que valeu para uma imensa margem de manobra. Que o tempo foi fazendo desaparecer. Desde logo porque as primeiras medidas de austeridade violavam promessas eleitorais. Passos Coelho defendeu uma coisa antes das eleições, e fez outra depois delas. Mas sobretudo porque parece que todos se enganaram quanto às medidas a adotar. E por muito que a crise europeia ou o chumbo do Tribunal Constitucional valham ainda como razão explicativa para o insucesso governamental (a derrapagem do défice é atingida mesmo com o corte salarial que o TC considerou inconstitucional) a vida do governo e dos portugueses, daqui para a frente, vai ser ainda pior.
O que se passou na passada sexta-feira com a comunicação do primeiro-ministro ao País, é de outra natureza. Revela, pela forma desastrada como foi justificada, uma enorme inabilidade e impreparação políticas. De consequências imprevisíveis. O que acentua uma tendência que já vinha de trás: o governo parece estar longe de ter sido constituído por pessoas com experiência e preparadas para os tempos difíceis que se vivem. Por vezes, fica a impressão que não há coordenação política. Que existe uma indisfarçável imaturidade. Que nos diferentes ministérios cada um espera que lhe digam o que deve fazer. Que lhes sirvam um guião.
As políticas para o desporto não escapam a esta tendência. Seria uma enorme surpresa que as escolhas feitas dessem bons resultados. À custa das faturas por pagar passaram as primeiras medidas. Os grupos de trabalho e uns retoques legislativos compuseram a coisa e deram alguma ocupação ao marketing governamental. O dois em um como reforma da administração pública desportiva apresentada como uma medida de emagrecimento do Estado transmite, para já, a sensação de quem entra numa casa onde alguns dos móveis mudaram de sítio, se substituíram outros a família que lá reside, em parte, é outra, mas no essencial a vida é a mesma. O frenesim de presenças neste ou naquele evento não disfarça a inabilidade relacional ou comunicacional dos ajudantes de campo. E se a incapacidade é explicável a arrogância é inaceitável.
E agora? O que fazer? A culpa da situação continua a ser imputada a quem esteve? É uma responsabilidade retroativa? A que se deve a perda visível de qualquer iniciativa governamental? Há quantos meses se não conhece uma palavra ou uma iniciativa do ministro responsável pelo desporto, salvo a recente operação urbanístico-desportiva do Jamor? É suficiente? Neste ambiente pós-Londres o que esperar de uma governação que navega com um mestre ao leme, agarrado ao barco, mas saturado, aborrecido, em permanente conflito, sempre inseguro, preso na sua própria teia? E um ministro que, independentemente de qualquer juízo de valor, se deixou fragilizar politicamente, governando fora do seu ambiente natural, que é o palco mediático, e que fora disso, se sente como peixe fora água, e, como tal, já não funciona? A sensação é de uma equipa cansada, sem estratégia,que deixou de ter iniciativa e que espera apenas o apito final.
Como então alertámos era muito importante não deixar escapar a oportunidade de causar uma primeira boa impressão. Esse tempo desperdiçou-se. Por más escolhas. E com elas uma errada gestão de agenda. E uma inábil seleção de prioridades.Tudo agora se torna bem mais difícil. A começar pelo diálogo social com os parceiros desportivos.Com um país exaurido, mais pobre, mais fraco e menos confiante como construir um desporto melhor?

35 comentários:

Anónimo disse...

O Talvez vai dizer que é com a folha A4, o Arquitecto vai dizer que é sem o Mota e sem o Comandante e que o Talvez é astronauta, o Meirim vai dizer que é sem o Picanço... E assim vai o desporto nacional...

Ou não?

Enfim

Anónimo disse...

Enfim ,valha-nos alguma coisa que nos faça rir!

Luís Leite disse...

Este Governo tem os dias contados. Toda a gente sem tacho está farta. Isto vai rebentar em breve.
Anuncia-se o fim de um Regime que apodreceu e está a implodir.
Resta um Governo de iniciativa presidencial.
Terá Cavaco a coragem necessária?

Luís Leite disse...

Estava a brincar, claro...

Anónimo disse...

O Talvez não vai dizer mal do atual SEDJ.
Ao Talvez não são os partidos (ou as «sociedades mais ou menos secretas», ou os «amigalhaços de café»), que lhe dizem, é o Talvez que lhes diz.
O Talvez diz o seguinte: O atual SEDJ está cá há apenas um ano e meio. Honestamente é impossível afirmar que teve a culpa da situação atual. Ou não?
De quem o Talvez diz mal é dos da geração anterior que, desde o 25Abril1974, deixaram o País como está (e não foi o Governo anterior que o fez, foram muito mais os arguidos anteriores). Ocuparam cargos, construíram chefias-intermédias fraquíssimas que poluíram dezenas de Institutos. Esses acumularam reformas de que vivem sem merecerem. E continuam a querer que lhas paguem com o esforço alheio. Tivessem sido competentes, tivessem conseguido «resultados».
Agora? Agora ajudem com propostas. Não insultem. Argumentem, exponham publicamente as ideias sem receio do escrutínio. Não se armem em bons, tenham a humildade de se humilharem se as propostas não prestarem. Devem isso à geração atual. É o mínimo que poderão fazer. Ainda não vi desses qualquer alternativa ao Modelo e à Mudança Organizacional que propus, nem ao Programa de Ética, nem à solução para o Jamor. Nada de nada. Tal é o receio de perderem o estatuto e a sobranceria que foi a marca de incompetência e prepotência acumulada durante todos estes anos. Só insultos e intrigalhada mais nada. Ou não?

Agora?
Agora a solução é a mesma que solucionou o mesmo desde sempre: «Trabalhar com energia e perseverança para se conseguir “Guardar para se poder Dar e, simultaneamente, Dar para se poder Guardar”. Uma coisa sem a outra não é nem nunca foi a solução. A solução não reside no «ou» mas no «e». Inclusão em vez de exclusão, equidade em vez de desigualdade, interdependência em vez de preponderância, com todos em vez de apenas para uns, justiça em vez da lei do mais forte, competição em vez de monopólio (isto é, anulação da competição por meios legais).
Ou dito com outras palavras: “austeridade ao serviço do crescimento”.
Agora a Política terá que conseguir fazer essas duas coisas aparentemente contraditórias: “gastar para ter riqueza” e “preservar para ser possível desenvolver”.
A arte da Política sempre foi a resolução desse paradoxo.
O Desporto é também a resolução de um paradoxo do tipo «e»: «ganhar sem destruir a possibilidade de voltar a competir. Portanto, depois de ter ganho, dar a si próprio a possibilidade de perder e aos outros de ganharem.
Em todos os domínios e tarefas só os mais capazes o conseguirão, goste-se ou não deles «pessoalmente».

Talvez

Anónimo disse...

O Talvez anda a ficar muito nervoso.Fica-lhe bem defender o amigo.E ficava-lhe ainda melhor dizer ou que andou a fazer no governo anterior...que claro não tem culpa alguma no estado a que o país chegou.É tudo responsabilidade dos anteriores....

joão boaventura disse...

Caro ZÉ

O mal não é da Troyka, é do Governo que aldraba as contas todas para mostrar aos troykanos que não estão tão mal assim como dizem.

A Troyka acredita na contabilidade manhosa e saloia do Governo, que está habituado a contas de mercearia, porque ninguém pode ver as contas do Estado... são altamente secretas para que as manigâncias se façam à luz da noite.

Exactamente como na Grécia. Os gregos andavam de aldrabices em aldrabices a enganar os troykanos, a ver se os enganavam... resultado: estavam a enganar-se a eles mesmos e ao povo helénico.
Daí o caminho do Gólgota traçado para os gregos.

Entre nós, como o Estado está habituado a fazer contas de merceeiro, de cada vez que a Troyka chega cá, os troykanos ficam com os olhos trocados porque fazem contas a contar com os elementos fornecidos pelos neo-liberais e ficam admirados, por o navio continuar a afundar-se.

Posto isto, não há Troyka que vença as aldrabices do Estado Português que anda afzer contas e contra-contas para ver se consegue extorquir mais dinheiro do triângulo mágico, para engordar mais quem já está a rebentar pelas costuras.

Vivemos de fachada em fachada, feitos chicos-espertos. E depois, para fingir que os dados fornecidos estão certos, o Governo vai plantar mais impostos e extorquir mais uns cêntimos aos funcionários, para convencer os troykanos que estão de boa fé, como quem diz: "Ora vejam como sou sincero e verdadeiro, porque se as contas apresentadas não fossem verdadeiras, eu nunca iria para esta posição de força para os pobres trabalhadores".

A Troyka e o Governo qualquer dia trocam de posição. Os troykanos deviam dizer: "Vocês trabalharam muito e precisam de descanso nos Allgarves. Portanto vão tomar banhos, nós ficamos à frente disto, vamos passar tudo a pente fino, e quando a casa estiver arrumada podem voltar para fazerem as contas der merceeiro."

Só assim- De outra forma não vai.

Anónimo disse...

Haja remodelação na sedj!

Anónimo disse...

Animem-se. Mais um ano, mais dois subsídios.

Anónimo disse...

Terramoto com epicentro na praia de Algés. Edifícios abanam. Pânico instalado.

Anónimo disse...

E agora?

O saudoso Barbosa de Melo era de uma aldeia da Beira no mesmo Concelho em que fui eleito. Há histórias sábias, passadas de geração em geração, por aqueles que os «doutores da cidade e do litoral» chamam de «analfabetos e provincianos». Havia uma tertúlia em que as fizemos perdurar em registos modernos, para não se perderem, e para, afinal, fazermos o mesmo que as gerações anteriores.
Há dois desses «saberes» que são apropriados para os «tempos de agora», que alguns julgam «novos e diferentes».

Um deles conta que um dia chegou um jovem cheio de energia. E quis abrir uma nova taberna. Pediu conselho a um velho. E o velho disse-lhe: «Tem cuidado. Porque os teus primeiros clientes vão ser os bêbados e os caloteiros da taberna antiga. Aqueles que não prestam. E passados poucos dias vão dizer tão mal da tua taberna como diziam da antiga.».

O outro saber que foi preservado nessa Cultura Beirã é fruto de muitas décadas de sofrimento, de fome, e de desespero por não se ter nem uma côdea de pão na Pátria onde se nasceu. Diz-se em sussurros para não se ser «preso»: «Um dia hão-de vir com trajos e falas diferentes, hão-de prometer riqueza, vão querer sentar-se às nossas mesas, e hão-de querer que lhes demos os nossos risos. Vão culpar os outros da pobreza que sempre tivemos. Mas há que ter cuidado. Há noite, ou quando estiverem a cantar o que sabem, repara se se embebedam e se metem com o que não devem. Porque é isso que fizeram os outros que nos deixaram outra vez na mesma pobreza, desde os romanos, aos napoleões, aos revolucionários, e aos democráticos que há poucos anos nos disseram para abandonar a agricultura e esperarmos os cheques da Europa.»

Digam lá se não é curioso este «saber» de analfabetos e provincianos, para mais vindo de um tempo em não havia eletricidade, nem as máquinas elétricas cheias de luzinhas e botões que há hoje.
Não servirá esta história para muitos profissionais da blogaria, sobretudo para aqueles que são os primeiros a criticar tanto os velhos como os novos governos?

Talvez

Anónimo disse...

""Neste ambiente pós-Londres o que esperar de uma governação que navega com um mestre ao leme, agarrado ao barco, mas saturado, aborrecido, em permanente conflito, sempre inseguro, preso na sua própria teia?""
Adapta-se muito bem
Na NATAÇÃO, os nossos líderes parecem incapazes de trabalhar com os atletas, os

treinadores, os clubes e as associações para os resolver da melhor forma.

A falta de comunicação faz com que sejam incapazes

Anónimo disse...

Importante para o nosso futuro colectivo:
O Talvez é de uma aldeia da Beira;
O Talvez é do mesmo concelho do saudoso Barbosa de Melo;
O Talvez foi eleito;
Ainda não diz o que andou a fazer no governo anterior mas já não falta tudo!

Anónimo disse...

Enquanto houver comentários como o do exmo. «Anónimo das 16h» tem-se a certeza que a mensagem está a acertar bem no alvo, e vale a pena.

Talvez

joão boaventura disse...

Caro Talvez

Quando diz que "...este «saber» de analfabetos e provincianos,...", isso significa que é um saber de experiência feito.

Mas voltando às contas de merceeiro, um dia a empregada - isto quando vivi na Ajuda, há perto de 28 anos - chegou a casa e contou que, ao chegar à mercearia, ouviu o marçano dizer ao patrão que tinha vendido um galheteiro a uma freguesa e se esquecera de assentar nos fiados, e nem se lembra qual era ela.

O patrão limitou-se a dizer que, sempre que isso acontecesse, registasse em todos as/os clientes a venda do galheteiro. Aos que refilassem devolvia o custo do mesmo, e que dos ganhos obtidos à custa dos que não refilaram, ele patrão compensá-lo-ia por se ter esquecido do assento.

É daqui deste timbre de merceeiro que nascem os grandes políticos sem vergonha na cara.

Ainda que pareça mentira eles começam nas mercearias e, por um acidente de percurso, acabam a governar o País.

Também são analfabetos e provincianos mas não há nada a fazer. O que já não tem remédio, remediado está.

Cordialmente

Anónimo disse...

Enquanto o Talvez achar que há comentários como o do exmo. «Anónimo das 16h» tem-se a certeza que a mensagem está a acertar bem no alvo, e vale a pena, melhor se compreendem os motivos porque precisa de esconder o que andou a fazer no governo anterior.

Anónimo disse...

Caro João Boaventura,

A Folha A4 (isto é, a mudança organizacional e a re-estruturação que ela vai implicar) irá resolver alguns problemas acumulados de ineficiência e eficácia. Não vou outra vez repetir o «conteúdo» e a «solução» que ela propôs.
O que considero um erro de análise é focar a «culpa» nas «partes» em vez de perceber que a «culpa» está na «relação entre as partes». É nesse sentido que tenho vindo a fazer as críticas.
Razão pela qual venho chamando a atenção para que o «resultado medíocre acumulado» se situa na «relação» e não «neste ou naquele em particular». Porque a consequência é repetir-se a eterna desculpabilização de «uns com os outros», que, ao se acusarem mutuamente, impedem de aceitar que a culpa também foi sua. Assim, a mudança é impossível.
O erro é apresentar os diagnósticos, as análises, e as soluções negando a interdependência de culpa/sucesso entre «Estado e Cidadãos», «Público e Privado», «Governantes e Governados», «Novos e Velhos», «Antes e Agora», «Aquele e Não-Eu», e assim sucessivamente. Essa negação ideológica da «interdependência» e da «co-responsabilização» tem sido a marca de um caminho que proponho que seja alterado.
A solução que propus, tal como o erro que aponto, são consequência dessas duas perspetivas diferentes de analisar a Realidade Desportiva, a sua organização, e o seu Desenvolvimento.
Não há nada de obscuro ou mágico na Folha A4 a não ser essa diferença.

Talvez

Anónimo disse...

Caro João Boaventura,
Permita apenas, porque gosto mais da ação e das propostas concretas, dar um exemplo das potencialidades que a inexplorada «interdependência» poderia trazer ao benefício de todos nós, no Desporto e fora dele.
Por exemplo, poder-se-ia utilizar o excedente de Funcionários Públicos na caça aos 44 mil milhões da Economia Paralela que fogem todos os anos ao erário público. Bastaria 20% desse valor para pagar a esses Funcionários, não cortar tanto, e para baixar muito o deficit.
Isto é, em vez das «partes» se atacarem mutuamente usarem-se mutuamente para se beneficiarem mutuamente.
Por exemplo, em vez de apenas sustentar os «reformados», utilizar, com a sua autorização, o seu saber e a sua disponibilidade para fazerem prestações de serviços ao Estado. O que permitia obterem um pequeno acréscimo aos seus rendimentos, e permitia tornar ativos esses «ativos» atirados para a solidão e para o esquecimento. No Desporto, na área da Cultura, da Ética, e do Património havia tantas iniciativas que se podiam fazer…
Esta perspetiva da interdependência abre uma Lista imensa de objetivos e trabalhos que se podiam realizar, com aumento da eficiência e da competitividade.
São Recursos que estão disponíveis, mas que não tem havido competência para utilizar.
É uma questão de competência, de perspetiva, e de ação.

Talvez

Anónimo disse...

Diz o Talvez entre o embevecido e o delirante: não há nada de obscuro ou mágico na Folha A4.
Tem razão. Obscuro só o que andou a fazer no governo anterior. Magia?

joão boaventura disse...

Caro Talvez

O problema reside no facto de este país estar povoado de surdos, mas extraordinariamente desenvolvidos no fala-barato, donde resulta que só há emissores, a saber, Estado, Cidadãos, Público, Privado», Governantes, e Governados, mas não há receptores, daqui ninguém se entender, ou não quererem entender.

O grave é que esta doença da surdez também se observa dentro de cada âmbito, dentro do Governo os ministros são todos surdos uns para os outros, e assim por diante.

Para agravar os problemas auditivos convidaram a Troyka e vieram mais surdos porque os troykanos falam mas acontece qure a surdez do Governo funciona como se não ouvissem nenhum explicação, e depois aparece o ministro das finanças muito espantado por nada se ajustar ao que foi dito-mas-não-ouvido.

E assim de surdez em surdez vamos sentindo a falta de um Saramago para escrever o "Ensaio sobre a Surdez".

A surdez dá para tudo e resolve muitas conveniências... até para o Governo ignorar o seu A4.


Cordialmente

Margarida Vaz disse...

...calem-se Todos e Trabalhem!...agora só importa quem realmente CONCRETIZE E BEM.

joão boaventura disse...

Mas a melhor conclusão de tudo isto é, como explica Eugène Ionesco:

PENSAR CONTRA O NOSSO TEMPO É UM ACTO DE HEROÍSMO. MAS DIZÊ-LO É UM ACTO DE LOUCURA.

Somos todos loucos, sem remissão, porque a nossa capacidade de mudar este mal estar governamental cinge-se à iníqua loquacidade de que estamos possessos, apesar de se saber que nada resulta dela.

E assim vamos sobrevivendo.

joão boaventura disse...

Cara Margarida Vaz

Acho bem o que diz, mas esqueceu-se que está a falar a um País povoado de desempregados que querem trabalhar, e que, por falta de trabalho acabam por ir procurá-lo no estrangeiro.

Como sabe este País não quer saber dos governados. Os governantes cuidam primeiro deles, e, como depois não sobra nada, os outros que procurem.

O que significa que o seu apelo, desculpe que lho diga, caiu em saco roto. Eu sei que sem intenção.

Cordialmente

Anónimo disse...

Para além das propostas do impagável Luís Leite e dos desejos de concretização da Margarida, o mal não está nem no Vicente das medalhas nem no Picanço das confusões. O mal está no Talvez da A4.
Alguém pode esclarecer quem é afinal o Talvez? Se já esteve no governo deve ser importante.

Anónimo disse...

Caro João:
Mas alguém neste país quer trabalhar?
A malta quer é um emprego.

Anónimo disse...

Alguém pode esclarecer quem é afinal o Talvez? Se já esteve no governo deve ser importante.Mais do que importante era imprescindivel.O Laurentino Dias não fazia nada sem consultar a página A4...e no gabinete todos o saudavam como o homem da folha A4...

Anónimo disse...

Vai estudar, secretário. Emigra!

Anónimo disse...

O protagonista neste post é: “E agora?” (J.M.Constantino). Que, pelos acontecimentos recentes, foi antecipado como muita pertinência. Talvez não seja útil haver mais nenhum protagonismo senão esse. São estas as regras que nos foram propostas no Editorial deste Blog. O resto talvez seja um pretexto para se não apresentarem contributos para o debate na Colectividade Desportiva.
Em resposta ao referido “E agora?” já apresentei três ideias, e pude dialogar aqui com Colegas no Blog.
Assim, para não fugir ao multifacetado tema “E agora?”, e seguindo a troca de opiniões com João Boaventura, talvez fosse útil chamar a atenção para «o concreto». Concretamente para «a adequação das políticas desportivas à realidade terrena chamada Portugal».
Refiro-me à proposta que fiz em se adotar uma «perspetiva de interdependência». Porque, talvez uma das doenças da Contemporaneidade, como alguns têm dito, seja um feroz Individualismo que está diretamente relacionado com a doutrina do Neoliberalismo radical. Até fui mais longe e sugeri que haveria uma «negação ideológica da interdependência e da «co-responsabilização» que (talvez) estivessem a afetar o Desporto. Valendo a pena por isso alterar as «políticas de desporto» (as anteriores já não se podem mudar) tentando reduzir o seu efeito nefasto. É nesse sentido que esta questão da interdependência teria pertinência para o debate: “E agora?”.
Coloquemos a «questão da interdependência» perante o dado (sempre básico) da Demografia. Diz-nos a Realidade que, passo a citar, “em Portugal a fecundidade entrou em queda acentuada a partir da década de 1970. O número médio de filhos por mulher era de três, e agora baixou para 1,3. Um dos valores mais baixos de toda a União Europeia. No cenário considerado «mais plausível» o nível de fecundidade voltará aos níveis de 2000: média de 1,6 filhos por mulher. O que provocará uma quebra de população na ordem das 600 mil pessoas, com a percentagem de idosos praticamente a duplicar a dos jovens” (Filomena Mendes, APD, Lisboa CCB, Setembro 2012).
Repare-se: Com os idosos a serem o dobro dos jovens.
“E agora?” pergunta J.M.Constantino.
No diálogo com João Boaventura surgiu a proposta de se perspetivar uma interdependência que permitisse tornar ativos os saberes dos «mais antigos» na área da Cultura, da Ética, e do Património. Mas talvez devêssemos alargar mais o âmbito dessa interdependência. Não por causa de qualquer filantropia oportunista, ou de uma esmola piedosa e encapotada, mas sim por causa da realidade concreta do País que somos. E que seremos nas próximas décadas. Também no Desporto.
Então, talvez fizesse sentido «ministeriar» não apenas a Juventude. Pelo menos governar com a mesma enfase os «mais de 65 anos». Ou melhor dito, «interdependê-los» mais (na governação). E obviamente também no Desporto. Isto é, nas «políticas de Desporto». Ou não?

Talvez

Anónimo disse...

Realmente o país devia emigrar. O Talvez da A4 salvadora, o Laurentino dos centros sem treino e sem atletas e o Sardinha das imparidades não cabimentadas, o inteligente Vicente da Mocidade Portuguesa, o olímpico Picanso das atrapalhações, o confuso Meirim das várias universidades, o Luís das opiniões idiotas, o Jorge da lei da rolha, a Margarida das concretizações falhadas, o João das citações profundas, o Constantino das aspirações goradas, o Tenreiro das intensões ingénuas. E tantos mais... Até eu, anónimo praticante, devia emigrar. Vão por mim.

Anónimo disse...

Caro «Anónimo 16Set2012 8:05», fique. Todos não seremos de mais para nos re-inventarmos ao serviço da Colectividade.
Senão houvesse novos desafios que interesse teria a Vida?
Portugal somos nós.

Talvez

Anónimo disse...

O Blogueiro das 8.05 esqueceu-se da Maria José de Calcutá. Também ela devia emigrar e de braço dado com o Jorge das humilhações das bancas de doutoramento. Masoquista é masoquista.

Anónimo disse...

"Senão houvesse" ou será "se não houvesse"?

A resposta a esta dúvida de certo estará contida na folha A4...

Ou não?

Enfim

Anónimo disse...

"Refiro-me à proposta que fiz em se adotar uma «perspetiva de interdependência». Porque, talvez uma das doenças da Contemporaneidade, como alguns têm dito, seja um feroz Individualismo que está diretamente relacionado com a doutrina do Neoliberalismo radical. Até fui mais longe e sugeri que haveria uma «negação ideológica da interdependência e da «co-responsabilização» que (talvez) estivessem a afetar o Desporto. Valendo a pena por isso alterar as «políticas de desporto» (as anteriores já não se podem mudar) tentando reduzir o seu efeito nefasto. É nesse sentido que esta questão da interdependência teria pertinência para o debate: “E agora?”.

Chiça estas pertinências linguísticas fazem-me lembrar os discursos da quadratura do círculo, da especialidade de Manuel Sérgio ou até uma reunião de grandes pensadores no Senado Romano ou no Partenon a discutirem a cor das "Barbas de Deus" !!!!!! Muito profícuo para as mentes do presente Blog !!! Olhe.....fiquei igual ao Passos.....não percebi patavina, ele do que dizia, eu do li ! E o burro sou eu ??????
:-))

Anónimo disse...

O “E agora” será como disse hoje um «Anónimo»?: “Arranjaram maneira de acabar com a nossa agricultura, pescas e industria. Agora querem transformar os Portugueses em mão de obra barata, uma espécie de criadas-de-servir para limpar as sanitas dos países do Norte, cujos filhas/os seriam outra vez isso. A União é uma farsa…”
E esta, hem?
E agora J.M.Constantino? Foi V.Exa que cá pôs essa pergunta…
Houvessem em vez de houvesse… cois.. E a música talvez fosse outra. Ou não? Enfim.
Talvez

Anónimo disse...

Deixem o Manuel Sérgio em Paz.