A produção de documentos políticos sobre o futuro do desporto na UE não tem cessado nos últimos tempos. Com a inclusão do desporto no Tratado de Lisboa como um espaço político de acção das instituições comunitárias, vários actores posicionam as suas estratégias de forma a marcarem a agenda política.
Assim, até 2009, data prevista para a entrada em vigor do Tratado, prevê-se um acentuar de posições políticas em torno dos aspectos sociais, culturais e educativos do desporto.
Após o relatório sobre o papel do desporto na educação, o Parlamento Europeu volta a marcar o ritmo. Em reunião da Comissão de Educação e Cultura nos dias 21 e 22 de Janeiro foi discutido e apresentado pelo deputado Manolis Mavrommatis um projecto de relatório sobre o Livro Branco sobre o Desporto.
Naquela reunião, Milan Zver, Ministro da Educação da Eslovénia, país com a presidência do Conselho Europeu durante este semestre, deu conta das prioridades da presidência eslovena para o desporto.
Por agora importa reter apenas as palavras com que terminou a sua alocução aos deputados:
“There is no doubt in my mind that, if we work hand in hand, we will be successful in channelling the enormous energy and emotions released in sporting events into better understanding, and in this way contribute to achieving the goals of the European Year of Intercultural Dialogue”
Como se sabe, 2008 é o Ano Europeu do Diálogo Intercultural. O desporto tem neste domínio importantes atribuições, atendendo à sua dispersão cultural e impacto transversal em todos os estratos sociais, como disso dão nota os resultados apurados no Eurobarómetro “Os cidadãos da União Europeia e o Desporto”, pelo que as palavras do ministro esloveno se revelam, neste momento, oportunas e pertinentes para a definição de um quadro de acção sobre as dimensões sociais e culturais do desporto.
Também Michel Platini, no já aludido discurso no Conselho da Europa, veio sublinhar que “as raízes do desporto são um extraordinário catalizador para a miscigenção e integração étnicas”.
Contudo, e como as palavras valem o que valem, lamenta-se que nenhum dos sete projectos bandeira pan-europeus seleccionados para promover o Ano Europeu do Diálogo Intercultural durante 2008 tenha tido o desporto como ponto de partida.
Alinhamos junto daqueles que defendem que a especificidade do desporto e a valorização dos seus aspectos sociais e culturais, mais do que uma estratégia de acção para a promoção de um modelo social de desporto europeu, tem vindo a servir como um importante instrumento de lobbying junto das instituições comunitárias, para alargar o espaço de não intromissão do Direito Comunitário nas gestão das federações desportivas, de modo a preservar monopólios instituídos e minorar a supervisão dos reguladores comunitários.
Assim, até 2009, data prevista para a entrada em vigor do Tratado, prevê-se um acentuar de posições políticas em torno dos aspectos sociais, culturais e educativos do desporto.
Após o relatório sobre o papel do desporto na educação, o Parlamento Europeu volta a marcar o ritmo. Em reunião da Comissão de Educação e Cultura nos dias 21 e 22 de Janeiro foi discutido e apresentado pelo deputado Manolis Mavrommatis um projecto de relatório sobre o Livro Branco sobre o Desporto.
Naquela reunião, Milan Zver, Ministro da Educação da Eslovénia, país com a presidência do Conselho Europeu durante este semestre, deu conta das prioridades da presidência eslovena para o desporto.
Por agora importa reter apenas as palavras com que terminou a sua alocução aos deputados:
“There is no doubt in my mind that, if we work hand in hand, we will be successful in channelling the enormous energy and emotions released in sporting events into better understanding, and in this way contribute to achieving the goals of the European Year of Intercultural Dialogue”
Como se sabe, 2008 é o Ano Europeu do Diálogo Intercultural. O desporto tem neste domínio importantes atribuições, atendendo à sua dispersão cultural e impacto transversal em todos os estratos sociais, como disso dão nota os resultados apurados no Eurobarómetro “Os cidadãos da União Europeia e o Desporto”, pelo que as palavras do ministro esloveno se revelam, neste momento, oportunas e pertinentes para a definição de um quadro de acção sobre as dimensões sociais e culturais do desporto.
Também Michel Platini, no já aludido discurso no Conselho da Europa, veio sublinhar que “as raízes do desporto são um extraordinário catalizador para a miscigenção e integração étnicas”.
Contudo, e como as palavras valem o que valem, lamenta-se que nenhum dos sete projectos bandeira pan-europeus seleccionados para promover o Ano Europeu do Diálogo Intercultural durante 2008 tenha tido o desporto como ponto de partida.
Alinhamos junto daqueles que defendem que a especificidade do desporto e a valorização dos seus aspectos sociais e culturais, mais do que uma estratégia de acção para a promoção de um modelo social de desporto europeu, tem vindo a servir como um importante instrumento de lobbying junto das instituições comunitárias, para alargar o espaço de não intromissão do Direito Comunitário nas gestão das federações desportivas, de modo a preservar monopólios instituídos e minorar a supervisão dos reguladores comunitários.
Esta ideia, maturada após participação no projecto EDUSPORT, tem vindo a consolidar-se não só pela análise da gestão da agenda política, mas também em diversos projectos partilhados com técnicos da Comissão Europeia.
Estes factos só vêm adensar as nossas dúvidas. Espera-se, e deseja-se, que os resultados da reunião de Directores Gerais do Desporto, a decorrer em Brdo até ao próximo dia 5, bem como a posterior reunião informal dos Ministros do Desporto venham assumir uma perspectiva diferente na coordenação de um programa de acção para o desporto na UE. Não por palavras, mas por acções que valorizem o potencial integrador do desporto. O Ano Europeu do Diálogo Intercultural pode ser um bom ponto de partida, ou mais uma oportunidade perdida...
Estes factos só vêm adensar as nossas dúvidas. Espera-se, e deseja-se, que os resultados da reunião de Directores Gerais do Desporto, a decorrer em Brdo até ao próximo dia 5, bem como a posterior reunião informal dos Ministros do Desporto venham assumir uma perspectiva diferente na coordenação de um programa de acção para o desporto na UE. Não por palavras, mas por acções que valorizem o potencial integrador do desporto. O Ano Europeu do Diálogo Intercultural pode ser um bom ponto de partida, ou mais uma oportunidade perdida...
3 comentários:
Só lhe fica bem ser um optimista pedagógico e um pessimista didáctico, porque as grandes e corpulentas instituições escrevem coisas que as pessoas gostam de ler, e sabem que essas pessoas esperam, esperançada e pacientemente, que os papeis se convertam em acção.
Depois há os imponderáveis que tudo justificam.
É mentira que o desporto português não tenha sido incluído no Ano Europeu do Diálogo Intercultural. Há um programa concreto e há já realizações concretas. Qual é a razão porque continuam a falar do que não sabem, e a dizer mentiras? Por ignorância ou por interesse partidário?
Caro anónimo
Tenha, por favor, a bondade de ver os projectos bandeira (flagship projects) no link oficial do Ano Europeu do Diálogo Intercultural. Está lá algum onde o desporto seja o elemento de base?
Escrevi os projectos bandeira. Ou seja, aqueles de maior relevânciae dinamizadors do projecto apresentado em Ljubljana.
Depois, não me pronunciei uma vez sobre o desporto português, referi-me ao desporto europeu em geral.
Acresce, se estiver atento à realidade, que o que aqui foi escrito não é original, pois trata-se de um reparo já feito por diversas organizações desportivas internacionais, como a International Sport and Culture Association.
Vou então evitar o seu trabalho de pesquisa e por outrem a falar. Talvez menos ignorante, mentiroso e sem interesse partidário...
Tenha um bom fim de semana e optimas leituras. Mas leia com cuidado e apenas o que está escrito.
The launch of European Year of Intercultural Dialogue 2008 was unfortunately without any involvement of the European sport sector
'A missed opportunity' says ISCA President Mogens Kirkeby
The European Year of Intercultural Dialogue 2008 was launched in Ljubljana 8 January. At the same time seven 'Flagship Projects', supported by the European Commission were highlighted and promoted. None of the 'Flagship Projects' has a starting point in one of the most popular and widespread civil society sectors - the sport sector.
"It is an unfortunate missed opportunity not to support and highlight the sport sectors capacity to assist intercultural dialogue and integration", says Mogens Kirkeby.
"It is the goal to make a grass-root oriented campaign year in 2008. What is more grass-root oriented and widespread than this civil society sector - the sport sector. The sector - especially 'sport for all' - has operational structures locally, nationally an internationally and with more that 70 million Europeans directly involved. In 2000 the Commission stressed the importance of sport as a tool for social integration of young people and estimated the sector as one of the biggest youth movements in Europe. We know from Eurobarometer surveys, that almost three in four European Union citizens view sport as a means of promoting the integration and that sport is perceived as a means to fight against discrimination, according to two thirds of European citizens."
"The 'Flagship projects' were an opportunity to promote and inspire the different sectors having potential to make local, national and international interventions during 2008 and beyond. It has important demonstrational value and the Commission should have used this opportunity more pro-active by ensuring major sectors were promoted. At the same time it would have demonstrated positive inter-sectoral cooperation within the European Commission", concludes Mogens Kirkeby.
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