Um problema mal resolvido é um problema, ainda, por resolver. Com um risco acrescido: o da ilusão de já estar resolvido ou em vias disso. Vejamos. Durante muitos anos clamou-se quanto à inexistência de educação física no ensino primário. Este passou a chamar-se 1º ciclo do ensino básico. A educação física passou a expressão físico-motora correspondendo às modas académicas de então. Os professores, que supostamente leccionariam a disciplina, eram professores do ensino básico com especialização na variante de educação física. Formados pelas escolas superiores de educação. Mas logo que na posse dos respectivos diplomas - e porventura pouco satisfeitos com a dignidade da função que lhes estava destinada - arranjaram maneira, com a conivência de governos de vários tons, de migrarem para os outros graus de ensino. E deixaram por preencher as funções para que foram formados.O défice de educação física naquele grau de escolaridade manteve-se. Algumas Câmaras Municipais, entretanto, procuraram minimizar o problema com programas de apoio específicos para as crianças em regime de escolaridade.Com experiências positivas e negativas. Como seria expectável num processo atípico. O que já era pouco, mas alguma coisa, agora não é nada. Acabou sem que, aparentemente, ninguém se queixe. As Câmaras Municipais foram convidadas a assumirem responsabilidades nas actividades de complemento curricular. Na música, no inglês e no desporto(!). Ao fazê-lo abandonaram, na grande maioria das situações, as actividades curriculares que apoiavam. O que em algumas escolas havia para todos e como actividade obrigatória passou a haver apenas para alguns com ocupação facultativa. A actividade física formativa das crianças ganhou? Dificilmente!
A criação apressada de empresas para assegurar essa prestação de serviços, em alguns casos de duvidosa qualidade, a sua lógica e avidez comercial, o carácter precário do trabalho, a insuficiência de recursos humanos qualificados em número disponível, a ausência de controle sobre a qualidade do trabalho realizado - pese embora tenham sido criadas estruturas de acompanhamento para o efeito - tornam esta situação um bom negócio para quem vende e intermedeia este serviços, um descanso para as câmara municipais mas um logro em termos de formação desportiva das crianças.
O papel da escola na formação desportiva das crianças e jovens em idade escolar - com esta designação ou com qualquer das diferentes designações e variantes conhecidas -, acabou, assim, por sair da agenda política. Não parece preocupar nem o poder local, nem o governo. A Associação Nacional dos Municípios Portugueses preocupa-se com os pagamentos. Não se lhe conhece uma opinião, um estudo sobre a opção tomada para o sector e a qualidade da solução negociada. O governo quando aparece é para falar de si próprio. E mencionar “a implementação do desporto escolar”. E entre o deixar andar dos municípios e o “auto-elogio “ do governo o que resta, das experiências que as escolas proporcionam às crianças em matéria de prática da actividade físico-desportiva, é muito pouco.
É dos livros e a vida comprova-o: é importante o modo como a escola determina e influencia o comportamento das crianças e dos jovens em matéria de educação física e do desporto. Porque a evolução desportiva do país será sempre proporcional ao que for a evolução físico-motora da sua população infanto-juvenil, nisto compreendendo a sua literacia motora, o desenvolvimento das capacidades e qualidades físicas gerais, em suma, a elevação da condição física das crianças e dos jovens em idade escolar. Mas para que isso ocorra a educação física e desportiva na escola não podem continuar a ser um discurso que depois não tem correspondência com um efectivo investimento corporal dos alunos. É deste último que importa tratar.
A criação apressada de empresas para assegurar essa prestação de serviços, em alguns casos de duvidosa qualidade, a sua lógica e avidez comercial, o carácter precário do trabalho, a insuficiência de recursos humanos qualificados em número disponível, a ausência de controle sobre a qualidade do trabalho realizado - pese embora tenham sido criadas estruturas de acompanhamento para o efeito - tornam esta situação um bom negócio para quem vende e intermedeia este serviços, um descanso para as câmara municipais mas um logro em termos de formação desportiva das crianças.
O papel da escola na formação desportiva das crianças e jovens em idade escolar - com esta designação ou com qualquer das diferentes designações e variantes conhecidas -, acabou, assim, por sair da agenda política. Não parece preocupar nem o poder local, nem o governo. A Associação Nacional dos Municípios Portugueses preocupa-se com os pagamentos. Não se lhe conhece uma opinião, um estudo sobre a opção tomada para o sector e a qualidade da solução negociada. O governo quando aparece é para falar de si próprio. E mencionar “a implementação do desporto escolar”. E entre o deixar andar dos municípios e o “auto-elogio “ do governo o que resta, das experiências que as escolas proporcionam às crianças em matéria de prática da actividade físico-desportiva, é muito pouco.
É dos livros e a vida comprova-o: é importante o modo como a escola determina e influencia o comportamento das crianças e dos jovens em matéria de educação física e do desporto. Porque a evolução desportiva do país será sempre proporcional ao que for a evolução físico-motora da sua população infanto-juvenil, nisto compreendendo a sua literacia motora, o desenvolvimento das capacidades e qualidades físicas gerais, em suma, a elevação da condição física das crianças e dos jovens em idade escolar. Mas para que isso ocorra a educação física e desportiva na escola não podem continuar a ser um discurso que depois não tem correspondência com um efectivo investimento corporal dos alunos. É deste último que importa tratar.
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