sábado, 28 de junho de 2008

Gerir o Desporto: do Porto a Setúbal passando por Sines

Em Dezembro último, um co-autor deste blogue escreveu que um princípio que norteou o meu percurso pessoal e profissional foi certamente a “Practice,…practice…”


De facto, parece-me bem evidente esta constatação no meu curriculum, e é uma certeza da qual nunca me distancio. Ainda que goste muito de estudar, investigar, ler, reler e permanecer horas em qualquer biblioteca, pessoal ou institucional, entre portas ou no estrangeiro, o gozo maior é sempre o regresso à prática, isto é, ao “terreno de jogo” seja ele a barra do tribunal, seja ele, um pavilhão, uma piscina, um hipódromo, uma sala de ginástica ou um estádio do futebol (como me recordo da visita ao estádio do Ajax que me escapei para ver os balneários dos jogadores técnicos e arbitragem...).


É neste locais, e em muitos outros, que cimento os meus conhecimentos, reforço as minhas relações humanas e vou aprendendo mais da vida e com a vida.


Tinha a convicção, já há bastante tempo, de algumas asserções encontradas agora no livro de Henry Mintzberg, GESTORES, NÃO MBAs, Dom Quixote, 2005, mas sabe sempre bem vê-las descritas pelos gurus da área:

“Ninguém pode criar um líder numa sala de aula. Mas os gestores existentes podem melhorar de forma significativa a sua praxis numa bem pensada sala de aula e que faça uso das suas experiências.” (p.19)

“É uma excelente ideia utilizar as salas de aula para ajudar a desenvolver pessoas que já praticam a gestão, mas pretender fazer gestores de pessoas que nuncan geriram é uma burla(…)” p. 23

Participei no 1.º Seminário de Gestão do Desporto de Setúbal, organizado pela respectiva Câmara Municipal (27.06.2008).
Para além, da satisfação de regressar a uma maravilhosa cidade, da qual o baú das memórias está rico devido aos inúmeros estágios prolongados e muito sofredores de preparação de início de época, ou de preparação para competições internacionais de andebol, foi sobretudo a satisfação de ouvir excelentes comunicações e conviver com vários/as colegas da área do desporto, da gestão e do direito que me aqueceu a alma nesta viagem a Sul.
Parabéns, por conseguinte, à organização do evento por ter empreendido pela primeira vez numa acção relacionada com a gestão do desporto e designadamente ter avançada com a discussão das empresas municipais. Parabéns também à APOGESD pelo apoio concedido ao mesmo e pelos sócios/as que continua a conquistar.
Permitam-me que dê, por fim os parabéns a colegas que ao fim de 20 anos ainda vão assistir a este tipo de formações na busca de aprofundar conhecimentos, com humildade, espírito solidário e amigo, como foi o caso do colega que me ladeou em parte da manhã e que me reconheceu de tempos idos de quando “jogava à bola”, viva SINES…!!!


E Viva também o meu filhote que foi o mais jovem participante deste seminário apenas com 11 anos.



Nota: Depois de férias, de Setembro a Dezembro, muitas iniciativas na área da Gestão do Desporto e do Direito do Desporto vão ocorrer, de algumas delas aqui daremos conhecimento e este blog continuará, espero eu, a ser um bom palco de discussão e reflexão destes e de outros temas.

7 comentários:

Anónimo disse...

Muito Bem!
E que achou o seu filho do seminário?

Anónimo disse...

Certamente terá muitos gestores desportivos leitores assíduos do blog, por esta e por outras intervenções. Continue.

Cumprimentos de um gestor desportivo.

Anónimo disse...

Prosas iguais a esta faço eu no meu diário privado... pela simples razão de que os textos do meu diário não interessam a ninguém, e porque dizem respeito ao meu olhar ao meu umbigo.

Maria José Carvalho disse...

Ao anónimo de 29 de Junho,

Como deve calcular, uma criança relativamente "normal" não se entusiasma muito com as actividades profissionais dos adultos, principalmente as que respeitem a ouvir palestrantes no uso da palavra e da imagem por longos minutos. Contudo, o meu filho tinha consigo uma distração, a sua companheira, a play-station e pelo meio dos jogos, aqui e acolá, lá ia retendo o que lhe interessava. E disto eventualmente, ele próprio, um dia, lhe falará. O que mais importou ao rapaz foi ter, de vez em quando, a atenção da mãe e dos seus amigos e colegas. Gente que ele vai conhecendo à distância, através de referências..e claro foi bom conhecer pessoalmente ou privar mais intimamente.
Diga-se que também gostou das ruas estreitas de Setúbal e menos das obras devido ao Polis.

Maria José Carvalho disse...

Ao Henrique Figueiredo,

Obrigada pelo seu estímulo. Por si, por mim e por muitos/as outros/as continuarei.
Comente sempre.
Atenciosamente.
mjc

Anónimo disse...

estas coisas da formação são importantes e eu gosto muito.
dão-me alguns motivos para continuar.
deixam sempre marcas de situações ou encontros algo inesperados.
desta vez foi a história das capas dos tacões.
numca mais me vou esquecer!

paulo ferreira

Maria José Carvalho disse...

Caro Dr. Paulo Ferreira,

Só um gestor do norte, ou mais propriamente de Matosinhos, tinha a disponibilidade de resolver um problema tão simples, mas simultaneamente tão aborrecido, relacionado com os tacões de uma conterrânea. Obrigada pelo teu comentário e fica certo que também não esquecerei o episódio da Monblanc. És um artista...
Beijinho, portuense