Parece-me generalizado o sentimento e o julgamento de que não temos o desporto, a saúde, a justiça, a economia, entre muitos outros domínios sociais, que gostaríamos de ter. Temos estas realidades ajustadas ou conformadas ao País que somos, dizem uns. Outros indignam-se, revoltam-se e vão tentando remar contra o situacionismo e a infelicidade latente que reina no País.
Também é verdade que o PNUD, apesar dos maus índices apontados para Portugal na Europa, ainda não nos coloca nos países terceiro-mundistas. Contudo, como com os males dos outros posso, ou podemos, nós bem, não me conformo com algumas realidades desportivas miseráveis.
Poderia citar várias delas, com melhores ou piores retratos. Ir-me-ei reportar ao andebol, por razões óbvias. Primeiro, porque a vivi intensamente como uma das suas protagonistas (praticante e treinadora) até aos 30 anos e raramente me desliguei dela devido às relações institucionais e pessoais que tal vivência proporcionou e desenvolveu. Segundo, porque aceitei o convite de ter sido Vice-presidente da Associação de Andebol do Porto no mandato de 2000-2003 e continuei, noutra dimensão, a “vivenciar por dentro” esta modalidade, não tendo persistido nesta função no mandato seguinte porque, sendo eu a favor da limitação dos mandatos nos órgãos sociais, entendi que a direcção em causa já tinha “ultrapassado a sua validade”. Terceiro, porque sou mãe, tia e amiga de crianças e jovens andebolistas e como tal, por obrigação e solidariedade, vou acompanhando o desenrolar dos acontecimentos.
Não sou por conseguinte uma “paraquedista” no andebol, nem uma teórica do mesmo, sou apenas uma mulher que bem jovem se apaixonou por esta modalidade, a par da do voleibol (praticante federada dos 14-18 anos), e ainda acalenta essa paixão apesar das inúmeras contrariedades, injustiças e desatinos percorridos e vividos até à presente data.
Por isso, por mim, não posso deixar passar em claro e sem contestação muitas das situações inacreditáveis que nas últimas 3 décadas se têm passado no andebol luso. Já o fiz em textos anteriores a propósito da falta de estratégia e planeamento no andebol feminino ou do desporto que queremos para as nossas crianças e jovens, assim como na Revista Desporto & Direito, a propósito da "história do desassossego" entre a Liga Portuguesa de Andebol e a respetiva federação.
Volto novamente ao assunto para colocar algumas questões e fazer três considerações sumárias:
1.º Como é possível uma federação desportiva estabelecer contratos de desenvolvimento desportivo com o Estado, auferir deste modo avultadas verbas para fomentar e desenvolver a modalidade e, por exemplo, nos últimos Encontro Nacional de Minis e fase final do Camp. Nacional de Infantis (crianças de 8, 9, 10 11, 12), realizados em Aveiro, a organização destes eventos ter sido mais do que medíocre e com um mínimo investimento federativo e associativo? É inacreditável como se colocam 4 equipas (num total aproximado de 70 crianças e adultos responsáveis) numa mesma sala para algumas apenas adormecerem às 3 da madrugada e outras terem de acordar no dia seguinte às 7h para jogarem às 9h. Nem nos meus primórdios de jogadora e treinadora nem nos finais vivi coisa semelhante. Teria várias narrativas para descrever os dias terríveis destas competições, que deveriam ter sido de festa de fim de época, multidisciplinares, com actividades culturais e sociais e apenas se resumiram a uns quantos jogos da equipa A vs a equipa B para encontrar um campeão. Como está a ser mal conduzida a formação destas crianças, como estão ser enganadas, “burladas”, juntamente com os seus pais e familiares que esperançados na formação integral das suas crianças pagam (inscrições, seguros, estadias…) para verem (os que vêem) os seus filhos a passar mal e a chorarem.
2.º E o que dizer de acções ditas de formação dos agentes desportivos, igualmente alvo de financiamento público, para as quais se “arregimentam” a nível nacional cerca de 1500 dirigentes, treinadores e árbitros, declarando-as obrigatórias para o exercício da actividade em 2008/09, sem o mais pequeno interesse salvo o de propagandear os “feitos” da FAP, e nas quais formandos dormem a sono solto durante a manhã? Chutar a bola em frente e fazer de conta que o passado não nos diz respeito tem sido a política desta FAP. Agora chama-se “Objectivos 2012”, slogans repetidos e gastos, e sob este guarda-chuva metem-se mais de 500 dias de trabalho das várias selecções nacionais e acções de formação como esta, com o argumento de que fazem parte da cada vez maior exigência e profissionalismo que a FAP passará a exigir a todos os agentes da modalidade…
3.º Por fim, e recorrendo às palavras de Baptista-Bastos (vide revista do DN de 5 de Julho, pp.18-22) “ter saudade é ter lastro, história, percurso. Anda por aí muita amnésia e muita ignorância” quem, com passado e até saudade dos bons tempos andebolisticos, consegue sustentar e convencer que os últimos anos têm sido os melhores do andebol português? Só quem já esqueceu ou nunca conheceu feitos como os da selecção nacional masculina em 1976 (campeões mundiais, GrupoC) com uma final estonteante no pavilhão da Ajuda a rebentar pelas costuras e com treinadores portugueses de nome Adelino Moura e Ângelo Pintado. Quem tem memória deve recordar as repercussões de então e a juventude galvanizada com os seus ídolos que fizeram história durante os anos seguintes. No sector feminino quem despreza, as gerações sucessivas que tão dignamente representaram Portugal nos Campeonatos do Mundo (1986, Grupo C. Valência; 1988, Grupo C. Dreux, 1989, Grupo B. Dinamarca, 1990, Grupo C. Itália)? Só quem não tem memória, quem nunca quiz e não quer desenvolver o sector feminino ou então quem não tem orgulho de ser português/a!
Poderia estar mais tranquila com a eleição dos novos corpos sociais da Federação Portuguesa de Andebol, pensando que um ciclo de um quarto de século se encerraria e um nova era recheada de estratégias inovadoras, metodologias vanguardistas e sobretudo renovadas esperanças se avizinhariam para o futuro dos/as nossos/as andebolistas. Contudo, basta consultar a lista vencedora para o ciclo olímpico de 2008-2012 e as linhas orientadoras da Direcção desta instituição para este mandato para que não restem grandes dúvidas de que a máxima “mais do mesmo” se irá aplicar.
A frase de ordem do novo Presidente da FAP e o seu objectivo mor parecem poder ser traduzidos por “fazer do andebol um produto”. Há quantos anos ouço esta frase, vinda de outra personagem? Já perdi a conta, mas recupero a resposta de Baptista-Bastos na entrevista acima mencionada face à questão: que mais o indigna? - “A traição. O delator, seja ele da Direita ou de Esquerda; a indignidade; a ignorância; o pós-modernismo, que tenta destruir os conceitos do humanismo”.
46 comentários:
Cara Mario josé Carvalho
Ao ler esta cronica e com um titulo tão sugestivo , chego a conclusão que ainda há gente no andebol com História e com Memória e assim , se vai lutando contra as mentiras, os lobbies e as Tramas muito habituais no nosso andebol e o mal é as pessoas pensarem que ninguém vê , são tudo uma camada de parvos ou parvas e a mentira na boca dos outros.
parabéns pelo seu comentario e nunca os dedos se cansem de escrever ou recordar a nossa história de cara levantada e sorriso nos lábios.
Quanto ao acto eleitoral que decorreu marginal ás regras da democracia, toda a gente a demitir-se e depois recandidatar-se e no poleiro há mais de muitos anos, que podemos esperar... nem mais do mesmo, pior do mesmo.
MJF
"A frase de ordem do novo Presidente da FAP e o seu objectivo mor parecem poder ser traduzidos por “fazer do andebol um produto” "
O autor é outro o sr. Luís santos, mas ele sempre foi contra o profissionalismo e não entendo como o andebol amador e sem qualidade pode ser um produto?. Tudo é profissional na Federação e Associações menos os praticantes e a maioria dos treinadores e na totalidade so dirigentes e querer transformar o andebol num produto vendável e atractivo, só mesmo para enganar.
Imaginem se o futebol tivesse seguido essa via... os Andebol Espanhol que tem a melhor Liga do Mundo e com resultados brilhantes a nível de Clubes nas competições europeias e Selecções Nacionais, não transformaram o andebol numa actividade atractiva para os Media e sponsorizaçção e não foi com este slogan... aprendam cara Maria José com quem sabe, ha 30 anos ganhamos á Espanha com regularidade ... hoje, até doi!!!!
AA
Burlas Mentiras e Retrocesso
Uma crónica actual que pode servir de modelo a várias modalidades ditas amadoras!.
Quem sabe jogar raramente se engana na visão que envolve a modalidade e resultados a alcançar.
Obrigado zé carvalho
Se calhar já estava na altura de alguém pôr o dedo na ferida e de começar a chamar a atenção para o que vai mal na "nossa" modalidade (andebol) e acreditem que é muita coisa. Mas pior do que sabermos sobre o que está mal, é sabermos que há pessoas que não querem ver isso, porque os lobbies, o poder ou outra coisa qualquer que lhe queiram chamar, não deixa.
Congratulo-me bastante com esta crónica da Profª Doutora Maria José Carvalho, pela coragem e acima de tudo ousadia de vir a público e denunciar aquilo que já há muito tempo todas as pessoas do Andebol vão dizendo nos bastidores, mas com medo das represárlias.
Quanto à formação de facto só quem já viveu essas situações pode confirmar aquilo que foi dito, porque de facto por vezes nos ditos Encontros Nacionais o(a)s nosso(a)s jovens atletas encontram situações deploráveis. nos locais para onde se deslocam.
Senhora Doutora
O futebol e os seu dirigentes são e bem objecto de uma enorme crítica social. Mas e o que se passa em modalidades como o andebol ,o basquetebol, o atletismo ou o ciclismo ?Fez bem em chamar a tenção passa no andebol.
Rogério
Após 20 anos de Poder na maioria das vezes anti democrático e cheio de proteccionismo do governo em que regras e regulamentos terminavam sempre com o celebre artigo único e sem recurso LS, em que tantos atletas internacionais se afastaram ou foram afastados, tantos dirigentes, treinadores e árbitros foram relegados para as calendas do esquecimento e o Rei do dirigismo em Portugal caminhava nu e sem protecção policial tal a fragilidade dos seus argumentos, só houve um governante que o topou de frente e retirou á FPA o Estatuto de Utilidade Publica(IDP-JMC) porque mais uma vez, não cumpria os regulamentos aprovados pelo Estado Democrático da Lei de Bases do sistema Desportivo, fiquei admirado não ter sido condecorado no 10 Junho onde todos os anos aparecem uns disfarçados de homens públicos e recebem de Sua Excelência o Presidente da Republica umas comendas e até lhe ficava bem, o comendador Luís Santos!!!!
Terminou um ciclo de coisas muito boas e outras muito más que levou o andebol a um descrédito total obrigando a Assembleia da Republica a intervir para se poder jogar andebol em Portugal.
Face ao exposto mais admiro como ainda há mulheres desportistas , integras e de espinha direita que se atiram a escrever sobre esta matéria que uns quantos surdos e mudos tentam esquecer.
A minha admiração Maria José carvalho que não sendo seu amigo do dia a dia, a admirei muito como jogadora de andebol em Portugal.
Mas o Ciclo que aí vem não vai ser melhor, pelo contrario, vai ser pior, menos democrático, mais controlador e continuando a destruição do andebol de Elite do Masculino(LPA) e Feminino com campeonatos anacrónicos prejudicando o andebol da Madeira que deveria ser um exemplo para todo País.
Boa peça a desmistificar o que se vive há longos anos no andebol.
Sempre brilhante.
É lamentável mas é de facto com este desporto com que vamos vivendo, cada vez mais a definhar numa crise estrutural, de cima a baixo, mas não menos de valores e princípios.
Às vezes até parece que anda tudo doido. Tudo doido e que ninguém dirige porque NÃO SABEM!
Nunca o "Princípio de Peter" assentou tão bem àqueles que se dizem dirigentes e, em bicos de pés ou aos gritos, se fazem mostrar.
Um nojo.
Um Desporto que perdeu princípios e valores, ignora a integridade e a lealdade e o dirigismo assume cada vez mais o slogan do "quem vier atrás que feche a porta".
Infelizmente, Doutora Maria José, o problema não é só do Andebol.
Começa logo na Escola, no Desporto Escolar.
E quando eu li o episódio passado em Aveiro com os Minis e Infantis com os alunos a "dormir ao monte" (alguns até na minha escola, em Esgueira) lembrei-me do que tem acontecido no Desporto Escolar onde numa sala de aulas se amontoam os alunos e os professores no mesmo esquema de "Fingimento e Mentira", numa contenção desenfreada onde inclusivamente, há almoços que se fizeram de "sandes, yogurte e fruta" em idades onde a alimentação e o sono são importantíssimos tanto mais que são enquadrados com a competição.
Nem sempre escrevo mas leio com regularidade o que escreves.
Infelizmente o Desporto hoje parece enfermo de uma epidemia que tem de ser estancada a todo o custo. Está infectado em toda a sua extenção com uma septicémia grave nas áreas e quadros estruturais que sustentam o desenvolvimento desportivo.
É com a frontalidade com que nos tens habituado que devemos e, como profissionais, temos mesmo a obrigação de lutar.
Que NUNCA a voz te falte e tenhas sempre "o dedo no gatilho" (teclado, claro!).
És uma mulher de armas que me habituei a respeitar e admirar (o que não é difícil) por isso, como dizem os escuteiros, continua "Sempre Alerta"
FTH
Ao anónimo MJF,
É verdade, como bem diz "assim se vai lutando contra as mentiras, os lobbies e as Tramas muito habituais no nosso andebol (..)", mas torna-se um exercício muito desgastante como também deve reconhecer. Ainda hoje (8.07.08), fiquei estupefacta, mas não surpreendida, com uma crónica no jornal A Bola a propósito do novo presidente da FAP e do cessante. Enfim...neste País temos de estar predispostos para as maiores genialidades e para as maiores…, até temos um primeiro-ministro que praticou esgrima (afinal talvez apenas tenha experimentado quando frequentou a faculdade...).
Claro que nem eu nem o MJF somos tontos ou estúpidos, apesar de, pela parte que me cabe, também ter a consciência que ainda tenho muito para aprender e viver.
Aceite os meus respeitosos cumprimentos
Ao anónimo AA,
Concordo em grande parte com o que escreveu. Porém, permita-me que discordo no ponto em que refere que o ex-presidente da FAP nunca quis o profissionalismo no andebol. Tenho a convicção que a anterior direcção da FAP e o seu presidente bem queriam o profissionalismo, mas não no modelo instituído legalmente no nosso sistema desportivo, e daí a triste e insólita "guerrinha" entre a FAP e os clubes que entenderam constituir uma liga profissional e encetar o processo de reconhecimento da competição desportiva como profissional.
Concordo plenamente consigo no que respeita à Espanha, bem me recordo quando a selecção feminina portuguesa jogava "taco-a-taco" com a selecção feminina. Mas a sua constatação não é só aplicável para o andebol...Amanhã partirei para Madrid justamente para ir aprender mais um pouco de Derecho Deportivo com nuestros hermanos...
Volte sempre
Ao anónimo de 7 de Julho de 2008 17:14
Obrigada eu pelo seu comentário. É verdade que sempre me deu enorme prazer jogar e ainda continua a dar. No domingo de manhã passado foi com muita satisfação que estive cerca de 1h30m a treinar e a jogar andebol, voleibol e futebol com colegas, ex-atletas e filhos. Contudo, creia que às vezes me engano redondamente "na visão que envolve a modalidade e resultados a alcançar". O desporto é imprevisivel...e no andebol fomos ganhando a capacidade para o inexplicável...
Ao anónimo de 8 de Julho de 2008 15:52
Fico contente se dei voz, sem saber, às suas preocupações. Represálias...?? Estarei ou estaremos a fazer algo de errado ou ilegal. De todo! Logo não tema, porque "quem não deve não teme". Espero pelos seus comentários em próximos textos, ou oportunidades, sem temor. Pode ser? Obrigada.
Afinal o Tema tem muita actualidade pela contiudade de bos intervenções e logicamente as boas respostas dadas pela MJC, ms falr verdade da Verdade é sempre incomodo, chato e dizem os que mandam , mas não sabem lá está a inveja a sair da toca... o poder desportivo a desportistas e nem todos so desportistas podem e tem condições para dirigir e orientar o seu próprio desporto, é uma condição especial e no nosso andebol os desportistas têm sido afastados quase na totalidade e os que ficam não passam de Recadeiros ou Picaretas para garantir o seu salário elevado no final do mês...
Mas não é por ai que a modalidade evolui, ela só evolui se tiver dirigentes conhecedores do Jogo e atletas com forte motivação e acompanhados por restantes membros da equipa que os leva ao êxito.
Porque se deu a saida de tantos atletas que ainda jogam e são so melhores e deixaram a Selecção Nacional há anos por falta de dialogo e do cumprimento de compromissos assumidos pela Ex- Preasidente?
Quanto aos encontros nacionais no andebol , essa actividade já tem anos e o importante é a consagração final com os representantes do governo a apoiarem uma farsa que não assistiram... e com os dirigentes responsaveis por este estado de coisas muito orgulhosos da M... que fizeram.
Ao anónimo Rogério:
Para os/as nossos/as leitores/as nem é necessário explicar a força mediática e mercantilista do futebol, daí o País estar pejado de psedo-comentaristas, pseudo-juristas, pseudo-advogados, pseudo-treinadores, etc...etc...que anseiam ter os holofotes em cima deles e opinam..., opinam..., criticam e voltam a (des)criticar. Claro que, quer por mimetismo, quer porque os vários desportos têm características e problemas semelhantes, as outras modalidades padecem dos mesmos problemas e também de muitas das virtudes. O andebol, e as restantes modalidades que citou, entre muitas outras, não fogem à regra.Por isso Rogério, participe neste blog contando o que se passa nas realidades desportivas que lhe são mais familiares ou pelas quais é mais apaixonado, nós agradecemos.
Ao anónimo de 8 de Julho de 2008 17:57
Apenas um ligeiro reparo, mas significativo quanto a mim.
Percebe-se que o leitor é um conhecedor profundo da realidade andebolistica nacional e das histórias que este encerra. Permita-me acrescentar que a suspensão de utilidade pública desportiva foi efectivamente decretada pelo governo em finais de 2004 e o seu levantamento deu-se mesmo antes de se ter sanado por completo a ilegalidade que a originou. Porém, tal medida, efectivada por Despacho do secretário de Estado da Juventude e Desportos de então foi precedida de um parecer favorável do Conselho Superior de Desporto. Desta constatação ressalta que não foi apenas o governo que sancionou os comportamentos da FAP, mas todo o movimento associativo desportivo e demais representantes que participavam naquele órgão consultivo. O restante conteúdo do seu comentário daria para estarmos aqui longas horas a "partir pedra", obrigada.
Ao anónimo de 8 de Julho de 2008 18:13
Tenho sérias dúvidas que desmistifique o que se vai vivendo há longos anos no andebol, os imbróglios são mais que muitos, porém enquanto os dedos não me doerem e os neurónios não cansarem demais, vou tentando alertar, denunciar e naturalmente contribuir para que o nosso desporto hoje e amanhã seja um pouco melhor do que foi ontem.
Ao FTH,
Como eu gostaria que este nosso leitor participasse neste blog com textos seus. Quem escreve da forma tão lúcida, informada e séria como escreveu tem de exercer a sua cidadania também pela escrita, seja no domínio do desporto escolar seja noutro qualquer. Como tal FTH, sempre que queira comente, mas para além disso envie-nos escritos seus, seria um bom contributo para o enriquecimento deste espaço desportivo. Bem-haja!
Leio assidua e interessadamente, todos os escritos aqui colocados. A actualidade e profundidade do que aqui se regista assume uma enorme importancia, pelo que deixo o meu agradecimento a todos os que por aqui passam, mesmo na qualidade de anónimo, porque de pouco valeria colocar o meu nome (muitos não passam disso, pela invenção possível nestas circunstâncias, embora no meu caso, mesmo real, de nada serviria dada a distância intelectual que me separa dos digníssimos autores deste blog).
Não conheço profundamente o que se passa no andebol, mas tenho também algumas conversas com amigos que estão envolvidos no trabalho associativo regional e local e, por via disso, vou sabendo e discutindo alguns temas controversos. Muita coisa (alguns dizem - tudo) vai mal no reino (mais na corte) desta modalidade. Partilho dessa opinião à muito tempo. Afinal como em muitas outras instituições desportivas (federações, Associações distritais, comités olimpicos, etc). O governo fez congressos (muitos e em vários distritos, concelhos, pelo País fora); ouviu, estudou(?),legislou. Deu a entender que tudo iria ser diferente. Puro engano! Mais um! Tudo continua na mesma (se não pior)! Não se podem pedir responsabilidades políticas? Não se andou a esbanjar o erário público, sem proveito? estas são questões que deveriam ser assumidas por quem prometeu tudo mudar e...!!!
Depois há outras questões que se me colocam: afinal não houve eleições na FAP, como também há eleiçoes noutras federações, COIs, etc? Quantas listas concorreram?Elas podem ser, eternamente, manipuladas?? Até quando? Então e a tal lei das Federações Desportivas? Está emoldurada no gabinete de algum ministro ou secretário de estado? Ó meu País adiado; Até quando???
Dr. Maria José Carvalho, comungo de todo o seu texto. E deixe-me dar-lhe os parabens pela coragem e frontalidade com que abordou o Tema
Parabéns, Zé!
Contigo, aprendi muito mais do que a arte de jogar e viver o andebol!
E continuo a aprender e a sentir orgulho em ti!
Manela
Parabéns Sra Maria José Carvalho por ter partilhado este excelente texto que mostra a realidade do andebol português.
Será normal haver um Campeonato Nacional de Infantis com 120 e tal equipas? Onde muitas delas nem tem 10 jogadores, muitas faltas de comparência, etc... não seria preferível um Campeonato Regional e depois os melhores disputar uma Fase Final? Ou então, andar uns 6 anos atrás e voltar com os Encontros Nacionais de Infantis onde juntava centenas de crianças durante uma semana em que iria proporcionar dias únicos para elas?
Gostava de saber a sua opinião sobre a celebre frase que foi afirmada vezes sem conta na última acção de formação: "Mais jogadores, menos atletas" ...
Para terminar, a maioria das pessoas não assina pelo o simples motivo: "As Famosas Represálias". Até podíamos assinar mas para isso, o mais provável era o clube que representamos ser alvo de represálias de ditadores. Como já senti na pele, eu e o meu clube...
Muito obrigado,
anónimo farto das represálias
Ao anónimo de 9 de Julho de 2008, 10.25
Por favor, e note apenas falo ou escrevo por mim, qual "distância intelectual que me separa dos digníssimos autores deste blog", qual quê!?
Não menorize as sua capacidades nem maximize a nossa "intelectualidade", porque apesar de desconhecer a realidade do andebol em profundidade, como diz, colocou questões desportivas certas e muito pertinentes, que serão naturalmente matéria para muitos textos deste blogue. Gostei particularmemte do seu remate - Ó meu País adiado; Até quando??? Tenhamos esperança e muita paciência...
Parabéns Zé,
a tua opinião é brilhante, tal como foste enquanto jogadora (eu tive o privilégio de ver-te jogar).
Paulo Vilhena
Madeira
Um texto bem escrito, que demonstra que há pessoas que são excelentes a pensar têm é dificuldades em executar. Recordo-me da Dr. na Direcção da AAP, mas perdoe-me, não me recordo é de nenhum feito digno de registo enquanto Directora. Aliás, a Sr. fez parte de uma Direcção que começou a abrir a cova onde o andebol do Porto andou alguns anos, por excesso de subserviência a F C Porto. Logicamente que as criticas nunca são para ignorar, mas a autocrítica deve ser o primeiro acto de quem é honesto intelectualmente. Logicamente que as criticas de quem mostrou obra são sempre fundamentadas, as outras valem tanto quanto este meu escrito.
Já agora aconselho a que quando escrever a criticar algo, tenha fundamento no que escreve e nunca o faça por recorrências de leitura em blogs, ou outros. Falar em falta de planeamento para o andebol feminino é andar completamente alheada do processo.
Quatro equipas na mesma sala, só aconteceu aqui, nas mensagens. Adormecer às três da manha é recorrente em todas as competições no 1º dia. Os putos estão em festa por estarem fora de casa e têm mais que fazer que dormir. A maior parte (90% ) dos pais não pagam para os seus filhos jogar, fazem o favor de deixar os filhos jogarem no clube A ou B, ou seja, fazem do clube deposito onde entregam os filhos no inicio do treino e os recolhem no fim. Quem paga os seguros dos Minis e Infantis è a FAP. Com isto não estou a isentar de culpas a organização, branqueando as muitas falhas que tiveram. Têm uma vantagem, estiveram no terreno a trabalhar de borla para 500 jovens, para que a Senhora e todos os restantes podessem assistir tranquilamente na bancada.
Quando diz que as acções de formação para técnicos e dirigentes não teve o mais pequeno interesse, compreende-se porque não esteve lá, senão não o diria. Concordo com a senhora quando diz que anda por aí muita amnésia e ignorância, principalmente de quem já esteve nos palcos do dirigismo e nada fez, nem nada viu fazer.
Volto a concordar quando subscreve o Batista Bastos, acrescentando: o que mais indigna é A traição, a ignorância, feita a partir do sofá, quando há espaços para se fazer, mas fazer dá muito trabalho.
Espero que a Dr. no próximo artigo nos deleite com os grandes contributos que deu e deixou para a posteridade na nossa modalidade.
Estes comentários valem o que valem e alguns deles são de pessoas que sabem a verdade dos factos mas tentam inverter, omitir e criar as duvidas nos leitores.
1-A criação da LPA foi uma ruptura entre os clubes ABC, FCP e FC Belenenses contra a falta de democraticidade do Sr. Luís Santos como Presidente da Federação.
2-Os corpos gerentes da AAP não foram tidos nem achados porque quem decidiu a autorizou a LPA foi o Conselho Superior do Desporto com larga maioria de votos e o Sr. Luís Santos votou derrotada, recordo que já existia a LPF e LPB.
3-Nunca alinhamos ao lado do FCP mas ao lado da maior Associação de Andebol do país quer em numero de praticantes, clubes, jogadores, árbitros e árbitros internacionais, porquê? nos pendurar no FCP
4-recordo-lhe que pediram a demissão varios Presidentes da Associação pelas atitudes anti democráticas e muitos deles não eram afectos ao FCP.
5-A direcção da AAP face ao estrangulamento financeiro com a falta do envio dos duodécimo por parte da FPA, apresentou queixa no tribunal e ganhou , obrigando a FPA a liquidar o dinheiro retido e vindo do IDP de acordo com o contrato programa assinado entre o IDP/FPA e FPA/AAP.
6-Os Directores da AAP foram obrigados a atravessar a sua assinatura em letras bancarias durante 3 anos para se manter as actividades e os pagamentos a funcionários e árbitros e o Presidente teve-os no sitio e manteve-se ao leme do barco, refiro-e ao Sr. Norberto Carvalho e sua excelente equipa, esquecido intencionalmente nas comemorações dos 75º anos da AAP, quem renega a História não tem espinha direita,mas vegeta á volta dos homens do poder.
6-A AAP foi contra a criação das Sociedades Anónimas Desportivas na FPA criadas a revelia das Associações e os seus administradores eram tão só dirigentes da Federação e como titular em todas elas o Sr. Luís santos, o tribunal obrigou a FPA a mudar os administradores deixando de ser directores da Federação.
Face ao exposto acha que estávamos ao serviço de alguém? éramos demasiados sérios e honrados para alinhar em guerrinhas intestinais e por isso nos batemos pela legalidade desportiva.
Foi um momento ÉPICO de 4 dirigentes de eleição que mantenho o anonimato por respeito e a forma humilde como serviram a modalidade como atletas dirigentes e defensores da legalidade democrática e que o Governo sabia e nunca quis actuar com excepção do Presidente do IDP José Manuel Constantino que retirou o Estatuto de Utilidade Publica a modalidade, foi uma "vergonha" e perdemos milhares de contos de subsídios.
Foi uma nódoa que lhe fica bem ao Sr. Luis Santos e seus pares.
FPS
Parabéns a Maria José Carvalho , pelos vistos à muita gente que se esqueceu do seu passado como atleta devotada a 100% à modalidade. E Parabéns a MJF pelos os esclarecimentos prestados, que são 100% a realidade dos factos . Há muita gente que no desvario de vassalagem , até se esquecem do que disseram e fizeram, mas devem lembrar-se do que passaram por exemplo Armando Magalhães e Norberto de Carvalho, quando foram nitidamente estrangulados por uma FAP, ávida de protagonismo. Esta sim é a verdade dos factos. Parabéns ao Banhadas por ter a coragem de não sendo autor de uma noticia deveras valiosa, nos ter alertado para a sua existência. Continuem com a vossa transparência e Independência , pois desta forma serão sempre bem vindos.
Apenas para dizer, que a AAp não estava sozinha a AALisboa, também sofreu no pelo o protagonismo do Sr. Luís Santos. Deve dizer-se a bem da verdade de que estas Associações ou faziam o que o Sr. Luís Santos queria , ou não tinham verbas para trabalhar. Mais , nesta altura as outras Associações calavam-se porque iam recebendo uns “trocos”. A questão era , as eleições nas associações registavam-se eram eleitos os Corpos Sociais, e pergunta-se onde estava a sua autonomia, como podiam cumprir os seus programas, era simples ou passavam a “funcionários” da FAP, ou não tinham apoios. A FAP , nesta altura obrigava Lisboa e Porto, a enviarem os seus projectos de actividades, para aprovação, normalmente nunca eram aprovadas. E Depois obrigava as Associações a fazerem as acções e a gastarem o dinheiro, e só depois da apresentação dos relatórios e contas destas actividades, é que iria ver se pagava. Lisboa por exemplo, enviou todos os relatórios e nunca foram considerados para pagamento, e no Porto passava-se o mesmo. Isto é um esclarecimento devido.
Por ser verdade muita gente sofreu, uns gemeram , outros sairam e ainda outros meterem-se na luta com as devidas consequências e por isso a Eleição da nova Direcção da AAP foi uma acto cobarde de um vice presidente Sr. Mota que viveu e pertenceu a equipa do Norberto Carvalho como Vice-Presidente e viu o seu clube muito prejudicado e agora sente-se com ar de envergonhado na mesma mesa dos que o prejudicaram desportivamente no passado.
A história não deixa mentir...
Gostei do aqui é descrito, é pena que os srs. que agora tomaram posse como novos dirigentes da FPA não tenham um pouco de vergonha e continuem com a politica do quer posso e mando, quando por exemplo são os arbitros que continuam a suportar a modalidade pois é bom que todas as pessoa que gostam da modalidade tenham conhecimento que a época de 2007/2008 já findou no dia 30.06.2008 e ainda se encontra por pagar os meses de Março,Abril.Maio e junho referentes aos custos com as deslocações, premios e Sub. de Alimentação que os mesmos arbitros desembolsaram.Deve-se moralizar modalidade com rspeitos poelos seus agentes, não com arrogância.
Por aqui me fico tendo ficado bastante agradado com o que escreveu. Bem Haja.
PARABENS, Mª Jose Carvalho
Realmente ja la vai o tempo do andebol feminino em que treinavamos em ringues de rua,as escuras mas sempre seguindo os nossos IDOLOS do andebol.
Por o dedo na ferida,criticar o que esta mal so pode ser encarado com AMOR e dedicação a modalidade. As criticas construtivas SO poderao ajudar a melhorar a modalidade eleita pelos nossos filhos.
Deve-se falar, revelar, cada vez mais o que esta errado
PARABENS pela frontalidade
Tb eu a vi jogar muitas vezes e a memoria não pode ficar escquecida
FORÇA e VIVA O ANDEBOL
Não cabem dúvidas: as águas do Andebol andam agitadas!!
Não tenho por hábito cirandar pelos muitos blogues que agora ornamentam a nossa realidade virtual e por isso fui alertado por voz amiga para a polémica desencadeada pelo artigo intitulado "Burlas, Mentiras e Retrocessos”, da autoria da Drª. Maria José Carvalho (MJC) e publicado neste blogue em 7/07/08. E isto, está bom de ver, porque também sou do Andebol!
Uma vista de olhos por outros artigos do mesmo blogue (parece que se chamam posts) dá para ver que este suscitou um número de comentários anormalmente elevado (29 na data/hora em que adiciono o meu).
Outra vista de olhos, esta mais demorada, pelos comentários escritos a propósito do artigo em causa dá para ver que são, na sua grande maioria, anónimos. Se calhar gente do Andebol que prefere proteger-se dos maus-olhados… e das más-acções também! Inicialmente não queria, mas como no Andebol andam outros de quem eu muito gosto, também me vou ficar pelo anonimato. Darei a cara noutras situações!
Li com particular interesse o “Anónimo” que publicou a sua prosa em 11/07/08 às 11:27.
E permito-me comentar as alarvidades que escreveu, particularmente no que toca à competição dos Minis.
O nosso amigo “Anónimo” está a faltar à verdade, muito provavelmente porque não esteve em Aveiro. Provavelmente ouviu dizer que … Mas eu estive! E dormi no Estádio de Aveiro, integrado numa das tais 4 equipas que dormiram na mesma sala!! E ao lado, havia mais 2 ou 3 salas nas mesmas condições!!! E mais 2 ou 3 com menos equipas!!! O pequeno-almoço era tomado nas escadas de acesso ou nos veículos dos clubes ou dos dirigentes! Não havia uma sala de convívio! Degradante!! Por alguma razão, tendo tido conhecimento das condições em que se iam meter, houve clubes que bateram o pé para ficarem sozinhos.
Ai adormecer às 3 da manhã é recorrente no 1º dia? E por que não no 2º ou no 3º? As condições providenciadas por organizações como esta fazem com que os atletas caiam como tordos? Ricos jogadores de Andebol estamos a preparar para o futuro e belos exemplos estamos a dar aos pais!
E por falar nos pais, onde é que foi descobrir que a maior parte não paga? Está a faltar à verdade mais uma vez. No meu Clube (e se calhar em muitos outros mais), mais de 95% paga para os filhos treinarem e jogarem (às vezes quando jogam). E paga ainda mais para os filhos irem aos Encontros Nacionais!
Sabe, nestas coisas quando as pessoas (e as organizações) se metem a fazer coisas mal feitas, mais valia que o não fizessem porque o mal é muito grande. E este foi o caso da organização do Encontro Nacional de Minis.
Só um breve comentário sobre as acções de formação, particularmente a do Europarque. Também lá estive. Um VAZIO total!
Quanto ao artigo no geral, estou de acordo com MJC. Ando no Andebol vai para mais de 30 anos, tenho acompanhado com alguma proximidade o que na modalidade se foi fazendo, e o que se vê? Uma mão vazia e outra cheia de nada!
Os triunfos que a FAP pode exibir não passam de fogos-fátuos, inconsequentes, não correspondem a um trabalho fundamentado e sólido. Ao contrário do que outros países se podem orgulhar de apresentar, tanto no Masculino como no Feminino. Países que há 10 ou 15 anos estavam ao nosso nível ocupam agora, sustentadamente, posições cimeiras.
Parabéns pelo artigo e pelo blogue. Hei-de cá voltar mais vezes.
Aqui está o retrato do desporto do nosso país:
queixumes
querelas
conflitos
sabedoria inaplicável
críticas sabedoras
organizações insanáveis
capacidades desperdiçadas
futuro entre o branco, o cinzento e o negro.
E depois o Governo é que é incapaz.
Conclusão:
Um Portugal entre a incapacidade de realizar, e a secular capacidade crítica.
Ao anónimo das 17,51
Perdeste uma óptima oportunidade de estar calado.Mas como nos tempos actuais até a ignorancia é paga com dinheiros públicos,só nos resta ter paciência para aturar tão doutas opiniões.
Carla Santos
Cara Maria José
Não percebo muito de desporto, mas como mãe interessada pelo que se passa com o meu filho que é jogador de andebol (Infantil) tenho acompanhado muito a sua equipa e ao ler a sua exposição do que se passou no Torneio Nacional de Minis, parecia que estava a ter um "déjà vu" pois durante a final do Campeonato Nacional de Infantis realizado também em Aveiro, São Bernardo, os atletas ficaram alojados com umas condições miseráveis!!! Às equipas foi-lhe facultada uma escola primária das antigas, onde a casa de banho é no exterior!!!! Os 16 elementos da equipa tinham de dormir no chão(colchão) de uma sala de aula minúscula, e quando tivessem necessidade de ir ao WC tinham de se deslocar para fora do edifício. Para mim isto é vergonhoso e demostra uma grande falta de respeito pelos atletas, sim porque estamos a falar de atletas, de 12/13 anos, mas atletas.
Só lá ficaram 4 das 6 equipas porque a equipa organizadora ia dormir a casa e o Espinho (outra das equipas participantes), também estava perto e optou por ir a casa. Mas segundo vim a saber, uma outra equipa acabou por ir dormir para uma pensão à custa dos pais!!!
Tive oportunidade de enviar um mail à Federação e à Associação de Andebol do Porto, no dia 30 Junho, logo depois do fim do campeonato, mas infelizmente até hoje, ninguém se dignou a dar uma explicação, ou a fazer um comentário. Lamentável!!!
Termino dando-vos conta de uma curiosidade: a equipa do meu filho participou no torneio de Lalin (um torneio particular, não organizado por nenhuma Federação). Pois todos os atletas que participaram neste torneio, e eram 16 equipas, ficaram alojados em hoteis 4 estrelas!!!!!, dois atletas por quarto. A FPA nem sequer os alojou na Pousada de Juventude, da qual recebe patrocínios!!!!
Este é o país que temos..... e se calhar é por estas e por outras que na maioria dos desportos não conseguimos dar cartas a nível internacional (digo eu!!), por tratarmos os nossos atletas logo de pequeninos com muita falta de atenção, cuidado e respeito!!!
Outras coisas se passaram que não abonam em nada a favor da FPA, e demonstram que os seus dirigentes/representantes neste campeonato estavam lá a fazer "um grande frete", mas não me vou alongar mais, ficará para outra oportunidade.
Anabela (mãe que se interessa)
Bom dia a todos/as os/as que me enviaram comentários.
Peço desculpa pela indelicadeza de apenas agora responder a alguns deles, mas a deslocação até Madrid para participar num congresso internacional e a azáfama de encerrar todas as tarefas profissionais antes de ir de férias, impossibilitaram-me de reponder prontamente.
Posto isto, agradeço genericamente os elogios, mas também as criticas mais agressivas. Sobretudo agradeço o sentimento de solidariedade e a exposição que cada um/a demonstrou, mesmo, em alguns casos sem identificação, devido aos motivos invocados.
Perdoar-me-ão não me dirigir de momento a todos, contudo responderei a alguns antes de começar o dia de trabalho e voltarei às respostas no fim do dia.
À Manela (9 de Julho de 2008, 19.35)
Penso que esta Manela só pode ser a Ribeiro. Se assim for, como sempre, esta miúda então com 14/15 anos quando comecei a ser sua treinadora é hoje uma Mulher na casa dos trintas que é a expressão máxima do bem que o andebol pode fazer às pessoas.
Não fui eu que ensinei a Manela, ela própria é que era o exemplo da atleta, da colega, da aluna, da filha que estava permamentemente com vontade de aprender e por isso hoje é a das melhores Fisiatras do Porto, uma mãe excelente de duas lindas e futuras jogadoras e uma escritora de livros infantis (www.myspace.com/jardimdoarcoiris).SOBERBA!!
Como nos sentimos todas/os orgulhosas por sermos amigas da sr.ª Dr.ª e sobretudo de nos rirmos com as suas gargalhadas.
Ao anónimo farto das represálias (9 de Julho de 2008, 20.43)
Bem entendo por esteja farto de represálias. É que uma coisa, e com essas eu posso bem e penso que o caro anónimo também, são as represálias a título individual, outra são aquelas que se manifestam no colectivo. Quando a equipa, composta por tanta diversidade de comportamentos, entendimentos e emoções, sofre consequências negativas inexplicáveis, é o terror que se instala, é a revolta que passa a mover as pessoas e naturalmente não reina um bom ambiente para o bem-estar, para o sucesso, para a superação.
A melhor resposta para as represálias estúpidas e aniquiladoras é a resistência humana... é a persistencia...é a resposta pela competência.
Caro anónimo, claro que este modelo competitivo dos minis e infantis é uma aberração completa. Estamos em presença de CRIANÇAS. Mas quem não sabe, nem quer saber como se motivam crianças para a prática desportiva, quem não está preocupado com a formação integral das mesmas e com a robustez das suas personalidades, mas tão só com números e produtos, faz asneiras que custam muito às próprias crianças e a todos os demais.
A propósito da celebre frase... não poderei opinar em concreto, mas poder-lhe-ia mencionar diversos modelos de desenvolvimento desportivo, uns mais assentes na edificação da elite desportiva, outros mais assentes na promoção e desenvolvimento da modalidade para todos. É um bom tema para ser discutido nas formações de treinadores, dirigentes e árbitros, mas temo que aí se discuta apenas o sexo dos anjos. E claro dado o nosso estado de desenvolvimento desportivo só entendo que se pugne por ter muitos e muitas atletas na base da piramide desportiva.
Não desista, pese embora as represálias, quando nos tornamos mais fortes elas diminuem.
Ao Paulo Vilhena,
Paulo, tu és uma das preciosidades dessa ilha. Pelo que fizeste pelo andebol masculino e feminino, pela capacidade de dirigir e decidir em prol de um colectivo e pelo que continuarás a fazer.
Espero reencontrar-te brevemente.
Um abraço do tamanho do atlântico que nos separa.
Ao anónimo de 10 de Julho de 2008, 11:27
Quando este anónimo se identificar e não se esconder no anonimato para me apelidar de mentirosa e outras coisas que já pouco me importam, poderá ser que nessa altura lhe fale e lhe prove (porque pelos vistos o senhor em causa parece ser pior que S. Tomé...) o que a Direcção referida, da qual me orgulho de ter pertencido, fez e deixou de fazer e os porquês.
Relativamente a outros assuntos focados, penso que outras pessoas, e com muita dignidade, lhe responderam assertivamente em comentários ulteriores ao seu. Não perco mais latim nem gasto mais energias com iniquidades, falsidades e sarcasmos inúteis e desprezíveis.
Volte sempre, mas não para manipular a informação. Eleve a sua moral, seja correcto na observação da realidade e na relação com as pessoas. Só lhe ficaria bem, assim como "ao andebol a que pertence".
Se me permite, um último reparo: quando duvidar de algo procure fontes fidedignas e nos intervalos vá ouvir um concerto dos que lhe agrade, que é exactamente o que vou fazer agorinha dirigindo-me para a Casa da Música da minha maravilhosa cidade.
Sou aluno da Faculdade Desporto da Universidade do Porto e depois de ler esta crónica que me foi enviada pelo actual professor de Andebol, antigo atleta e treinador de Andebol: António Alberto Dias Cunha, percebi o porquê do seu envio.
Quero desde já deixar os meus parabéns pois esta crónica está muito bem concebida, a qual ilustra alguns, e apenas alguns dos grandes e graves problemas que assolam o andebol na actualidade, assim como outras modalidades desportivas. Vivemos numa era em que o Desporto atinge grande importância a nível mundial, onde continuam a ser provados os seus enormes benefícios quer físicos, psicológicos, etc.…mas porém são ignorados muitos dos problemas que assolam o Desporto. A corrupção no Futebol é o tema mais central e conhecido pela sociedade que assombra o Desporto na actualidade.
Contudo, a corrupção está longe de ser o único problema do Desporto em todas as suas variantes e em todas as suas exaltações.
Esta crónica assenta em dois dos problemas a nível desportivo que estão presentes quer no andebol, quer nas outras modalidades: a falta de estratégia e planeamento no andebol feminino; e o desporto de crianças e jovens.
Actualmente, penso que já começa a haver uma preocupação no âmbito de criar estratégias e meios de treino e planeamento para atletas femininas, pois cada vez mais têm surgido atletas com enormes feitos, quer a nível nacional como a nível internacional.
Quanto ao Desporto para crianças e jovens penso que esta é uma das grandes lacunas, principalmente em desportos colectivos, onde a falta de apoio e preocupação com os jovens atletas na sua totalidade tem vindo a surgir e elevar-se de forma vergonhosa. A falta de formação de treinadores, bem como dos seus agentes de autoridade (pais), leva por vezes a que apenas dêem valor aos resultados, às vitórias, em vez da preocupação individual com o seu desenvolvimento emocional, psicológico, físico e humano de cada jovem atleta.
Não esqueçamos que estes serão os atletas do futuro, quanto melhor for o seu desenvolvimento na sua totalidade, maior a probabilidade de virem a ser grandes atletas, grandes pessoas...
6 de Julho de 2008 15:57
Anónimo Vítor Bessa disse...
Muitas pessoas ligadas à AAP não foram convidadas para o jantar, pessoas que como eu deram muitas horas, orgulho e dedicação à AAP.
Enfim, convidaram o Sr. Luís Santos que muito mal fez à AAP nestes últimos anos e ainda lhe deram uma medalha...
Vamos esperar que esta aliança dure e o facto de nos ajoelharmos à FAP seja útil para os nossos clubes, atletas, dirigentes e principalmente árbitros.
17 de Julho de 2008 1:21
Anónimo Carlos Joaquim disse...
Amigo Vitor Bessa
Esta mensagem é um acto de coragem.
Carlos Joaquim
17 de Julho de 2008 14:27
Ao ler os comentarios do antigo Arbitro e dirigente Associação de Andebol do Porto Sr. Vítor Bessa e dos bons,face ao jantar de homenagem não aos 75º anos da AAP mas a homenagem encapotada ao Sr. Luís Santos, fico muito orgulhoso de ter sido dirigido e trabalhado consigo e senti na carne a forma desonesta como a nossa associação foi tratada ao longo dos anos pelos senhores de Lisboa.
Este jantar foi uma nódoa para 2 ou 3 pessoas que fizeram e utilizaram a amizade de longa data dos nortenhos que jogaram andebol para terem a casa cheia e agradarem ao ex Presidente, que tanto fez de muito bom, como de muito mau e se for a pesar na balança ficamos a perder e hoje somos um andebol de trazer por casa.
Tony
Gostei des artigo publicado pela Prof. José carvalho recordo a imensa capacidade de luta, técnica e devoção a causa do andebol quer ao serviço da Selecção Nacional, quer ao serviço dos clubes que tiveram a honra de a ter como atleta.
Mas um dos comentários do blog é que os árbitros já não recebem há meses e andamos sempre a pavonearmos e quando os Clubes se atrasam , são logo suspensos e afastados da competição , mas continuam a explorar os árbitros durante anos, que lindo e saudável comportamento, por isso é que a APAOMA foi basada dos críticos e os árbitros proibidos de se inscreverem na mesma.
Caro Jorge Tormenta como Presidente do jantar 75º anos e homenagem ao ex presidente da federação não tem o direito de enganar os portuenses andebolistas para ficar bem na fotografia.
Lamentavel o autoritarismo usado e jà muito conhecido pelos serviços administrativos da Federaçao, mas è uma realidade e indiscutivel , assim os arbitros sentem-se desmotivados porque nao hà ordem nem respeito pelo trabalho dos mesmos ao serviço do andebol.
Nao è sò os clubes com dificuldades a federaçao utiliza mètodos altamente contraditòrios com as normas vigentes.
Pelas mesmas razoes variso atletas internacionasi pediram escusa de ir à selecçao por falta de cumprimento por parte da federaçao aos mesmos.
Pode ser com o novo presidente as coisas mudem!!!!
De Facto só a voz de quem calçou as sapatilhas e se orgulhou de defender uma cultura desportiva e de vida como é a do andebol em especial no feminino poderia fazer falar, reflectir e assanhar a pachurrenta comunidade do que tudo come e de quem tudo ou nada critica.
Efectivamente as concentrações de crianças e jovens não necessitam de ser em hoteis luxuosos com lagosta ao almoço e picanha ao jantar. deverá haver, como já em tempos houve,encontros onde o espaço social seja promovido através da prátca desportiva onde a dormida e a alimentação sejam sempre ponto de referência fundamental para quem organiza.
Em relação ao andebol feminino, a estratégia continua a mesma , saiu graças a Deus o Eurosensações a uma geração de atletas que comprovou pela sua humildade e dedicação o que é ser atleta no feminino em Portugal. Deixo para reflexão o projecto que está a ser feito pelo desporto italiano no futebol feminino - país latino como o nosso.Nós por cá duas reportagens com o sempre na 1ª fila Jorge Tormenta, que de comentador de jogo passou em 48 horas a porta estandarte do andebol feminino em duas reportagens no seu colégio de Gaia. mas ainda bem que assim foi pois se esperassemos pelo que a Federação proporcionasse ...
Ja diz o ditado" quanto mais baixamos a cabeça mais nos vêem o rabo" - Senhores da AAP , são 75 anos de história,e quem se tenta esquecer do passado é por que anda enganado. Tenham respeito por quem aguentou muito racismo e xenofobia às gentes da invicta por parte das sombras do LS e do próprio.E tenham cuidado pois a vida é uma gestão de conflitos e estes estarão sempre presentes.
Venho mais uma vez ao presente Blogue para continuar a lamentar o tratamento dado aos arbitros pois continua tudo na mesma em relação aos pagamentos pois os novos directores ainda não devem ter tido tempo para arrumar a casa mas para as selecções houve dinheiro para irem representar o País. Não sou contra mas quando não se têm dinheiro não se têm vicios, pois tanta arrogância na Acção de Reciclagem em Santa Maria da Feira e depois é o que vê a não ser que os arbitros tenham que oferecer uns oculos aos senhores directores da FPA. ou então que ainda tenham que disponibilizar um tempo para irem fazer as contas ou será que mais uma vez foram os computadores os culpados de não pagarem aos arbitros atempadamente, pois foi toda a gente de férias e são sempre os mesmos que ficam a arder.
Sobre a APOAMA tenho a informar que foi criada para uma elite de arbitros mas infelizmente já estão a maior parte na jarra ou já se foram embora o que muito jeito dá há FPA pois já não existe quem conteste com os srs. da FPA. Vamos entrar na segunda època Desportiva 2008/2009 e mais uma vez não se vão discutir os novos Prémios de arbitragem, as deslocações cada vez são mais caras pois o aumento dos combustiveis, as portagens etc. mas isso não interessa, têm de ser sempre os mesmos a suportar.
No entanto tentam passar para a opinião publica que têm um projecto aliciante para vender que é o andebol. Não sei como se antes de começar a época já têm equipas a desistir de provas Como foi o caso da AC. da Amadora em Seniores da Prova Do Camp. Nacional da 1ª. Div. e depois andam a fazer repescagens de Equipas que na època que findou foram para o regional como é o caso do Evora.
Mais uma vez a verdade desportiva não estás correcta MAS PALAVRAS para quê são artistas portugueses e a associação de Évora têm de ter uma equipa no Nacional de Seniores Pois ainda por cima agora têm um Obs. Nacional que nem as regras Sabe pois foi um verdadeiro fartote de rir o curso de OBS. em Guimaraes quando foram anunciados os resultados dos testes escritos dos 21 ou 22 que lá estiveram só se aproveitam 6 ou 7 os outros deve ser para andarem a fazer jeitos aos nomeadores, pois porque este ano vai Haver mais que nomeador, conforme na altura der mais jeito. EM balanço dos comentários aos arbitros já Houve alguém que colocou o dedo na ferida mas há muito descontentamento mas por medo das represálias os arbitros ficam calados ou então no anonimato conforme sou eu.Pois nós gostamos da modalidade mas já estamos fartos de comer e calar.
Por aqui me fico não deixando de estar atento os proximos comentários. Bem Haja
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