Depois de uma leva legislativa – foi sempre assim no passado como que se afirmando uma norma desse sentido – segue-se inevitavelmente, neste infeliz país, uma situação de incumprimento das novas normas.
O sistema desportivo nacional – dir-se-ia mesmo o país – não tem uma boa relação com a lei.
A regra vai ser, pois, não temos dúvidas, não respeitar e incumprir as leis que se aprovaram.
Neste domínio do incumprimento até é possível, à semelhança de outras experiências, estabelecer uma lista dos principais incumpridores.
E, não se pasme – ninguém já se choca com a afirmação – o principal incumpridor, vai ser o Estado.
Dezenas e dezenas de novas normas passaram a polvilhar o tecido desportivo, do sector federado a outros sectores, e os operadores privados, sejam federações desportivas ou outras entidades, vão jogar com esse notável curriculum público de incumprimento legal.
Vai funcionar muito o telefone móvel e as conversas de circunstância, as contrapartidas de apoio aos poderes instituídos e os fluxos financeiros públicos imprescindíveis à vivências das organizações desportivas privadas.
O amiguismo, o clientelismo, as lojas, as seitas, os corredores, o medo de represálias, o interesse do partido, as vaidades pessoais, vão desempenhar o papel de «fortes argumentos jurídicos».
As relações jurídicas vão ser – sempre foram – substituídas por perniciosas relações pessoais.
Para nós, resta-nos auxiliar, dentro das nossas capacidades, aqueles que acabarão inevitavelmente por serem vítimas deste estado de coisas.
O sistema desportivo nacional – dir-se-ia mesmo o país – não tem uma boa relação com a lei.
A regra vai ser, pois, não temos dúvidas, não respeitar e incumprir as leis que se aprovaram.
Neste domínio do incumprimento até é possível, à semelhança de outras experiências, estabelecer uma lista dos principais incumpridores.
E, não se pasme – ninguém já se choca com a afirmação – o principal incumpridor, vai ser o Estado.
Dezenas e dezenas de novas normas passaram a polvilhar o tecido desportivo, do sector federado a outros sectores, e os operadores privados, sejam federações desportivas ou outras entidades, vão jogar com esse notável curriculum público de incumprimento legal.
Vai funcionar muito o telefone móvel e as conversas de circunstância, as contrapartidas de apoio aos poderes instituídos e os fluxos financeiros públicos imprescindíveis à vivências das organizações desportivas privadas.
O amiguismo, o clientelismo, as lojas, as seitas, os corredores, o medo de represálias, o interesse do partido, as vaidades pessoais, vão desempenhar o papel de «fortes argumentos jurídicos».
As relações jurídicas vão ser – sempre foram – substituídas por perniciosas relações pessoais.
Para nós, resta-nos auxiliar, dentro das nossas capacidades, aqueles que acabarão inevitavelmente por serem vítimas deste estado de coisas.
2 comentários:
Infelizmente é o estado do país e da Administração Pública. Qual a lógica - só há uma - dos concursos públicos com Provas de Conhecimentos, Entrevista Profissional de selecção, Avaliação curricular? Será que estamos a ser amigos do ambiente com anto papel entregue nas secretarias das entidades Admn.Pública? Será que os que ainda acreditam nos concursos sérios com reforço na igualdade de direitos não devem merecer o devido respeito do Júri nomeado para o feito. Lembrem-se da perda de tempo, do esforço, do sacrifício, das horas de preparação e estudo, ...). Para quê?
Meus caros todos sabemos que o lugar "vago" já tem dono.
Resta-nos dar a mão aos que caem nas teias desta política de desigualdade...
Resumo:
Tapar o sol com a peneira!
Welcome to Portugal
Parabéns pelo Post!
Os interessados no desporto (e não só!)deveriam visitar este espaço da blogosfera!
O que valem as nossas palavras dentro de 30 anos?
O desporto moderno não deve nada a outras áreas, é uma das mais dotadas socialmente e quanto ao impacto económico ela tem virtuosidades que a fazem única e apreciada globalmente.
Portugal tem uma cultura própria que dá ao desporto um papel social menor e entrega os seus resultados económicos a privilegiados.
Um problema de Portugal, caro Doutor José Manuel Meirim, é que a sociedade portuguesa apropria-se do desporto para ficar rica e popular e, francamente com este objectivo, pouco percebe do desporto que se pratica na Europa.
Veja que o programa do Governo indica como primeiro sector no combate à corrupção o desporto entre outros aspectos que parecem igualmente frágeis ou que dão uma imagem errada para o país sobre o sector e que nem o próprio PS concordará.
E afinal no desporto a oposição que deveria ter um combate político de primeira linha, o PSD, PCP, BE, PP nada apresentam de alternativo ao PS.
As suas palavras lembram-me nos dias seguintes ao 25 de Abril, um PIDE tinha sido apanhado e estava de calças baixadas com as mãos no ar com um círculo de pessoas de cerca de 10 de diâmetro que gritavam e o acusavam, entre outras atitudes. Esta semana ao passar no Largo Trindade Coelho esta cena aparece-me e vejo quão diluídas as acções daquele tempo estão.
Atirar ao Laurentino Dias ou ao Vicente Moura parece-me cada vez mais um estado de espírito vago quando instituições que são financiadas por dinheiros públicos e estão presentes com os seus militantes nas instituições desportivas para apresentar alternativas e vias de sucesso se calam durante legislaturas inteiras.
Onde é que estiveram os quatro partidos na oposição às políticas desportivas do Governo durante a legislatura passada?
Ao conversar com dirigentes associativos eles apreciam a acção de Laurentino Dias e sugerem que o LD do início da legislatura foi diferente do do fim, demonstrando como a realidade associativa o levou a alterar algumas ideias preconcebidas.
A oposição costuma queixar-se da arrogância do Governo e dos governantes mas no caso do desporto a oposição comeu do prato servido pelo Governo e calou.
A Europa sabe que Portugal tem o pior registo em desporto. Só as pessoas do desporto português, eu, você e o resto do pessoal, é que teimam em agir como se a sua acção individual pudesse escamoteá-lo.
Uma nota final: não se veja nas minhas palavras uma tentativa de subir para o que quer que seja ou elogiar quem quer que seja.
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