quarta-feira, 12 de maio de 2010

O Desporto e o Direito do Desporto no seu melhor…

Vivemos dias de grande festividade (desportiva e religiosa), mais a sul do País é verdade, mas com extensões ao todo nacional, e que são melhores de que doses de clorofórmio para a crise social e económico-financeira que perpassa a sociedade portuguesa.


Crise? Mas com tal clima quem se pode lembrar da crise, das nuvens de cinzas nos espaços aéreos nacionais a paralisarem os voos; da maior taxa de desemprego de sempre; do escândalo e impunidade, já longínquos, da burla do BPN; das calamidades climáticas ocorridas na Madeira, da ignomínia atitude de furtar os gravadores dos jornalistas, das subidas extraordinárias de impostos, de…, enfim, de tudo o mais que cada leitor/a naturalmente se está a recordar neste momento?
Porém, no que respeita às desgraças que nos assolam, só nelas reflecte e com elas sofre quem não sabe gozar a vida, quem não gosta de comer bons robalos, quem vive estribado em valores éticos para com os próximos, quem paga a tempo e horas as suas despesas com o produto do seu integro trabalho ou quem as gostaria de pagar se não tivesse sido despedido.
E, naturalmente, sejamos sinceros, quem não gosta de desporto, ou mais precisamente nos dias que têm corrido, de ténis ou de futebol!
Ténis? Claro!! Haveria melhor antídoto para a depressão, para a angústia, individual e colectiva, do que uma ida ao Estoril Open. Não percebe nada de ténis? Não lhe interessava ver qualquer jogo? Não tem mal, comeria um óptimo sushi, deslumbraria a vista com as charmosas indumentárias e desempoeirava a mente com as animadas conversas.




Futebol? Claro!! Ou não existisse um glorioso Benfica, quanto mais não seja de 5 em 5 anos, para dar a felicidade a mais de 7 milhões de portugueses, ou uma selecção nacional (de seniores ou de veteranos, dos melhores ou dos suplentes??) que irá contribuir para a riqueza da Covilhã e daqui a uns tempos para o incremento da identidade e do regozijo nacionais.


Passemos a assunto sério:

Anunciamos mais uma acção de formação, a apelar à descentralização, cuja temática versará sobre múltiplas vertentes do Direito do Desporto, e decorrerá dentro de dias em Chaves.

9 comentários:

josé manuel constantino disse...

A Maria José que desculpe mas com umas garotas destas que importa não saberem de ténis…...bem arrependido estou de não ter lá ido… e agora bem percebo aqueles que não saíam de lá.

ftenreiro disse...

Vou deixar as garotas para os entendidos e não é que não seja igualmente amante da juventude e da boa vida.

As notícias do dia são a da devolução de meio milhão de euros que as Finanças querem do COP e o maior kartódromo do país em Portimão.

Podia dizer que um kartódromo é adequado ao país e ao allgarve mas faltam análises que demonstrem que para além das provas mundiais anunciadas faça sentido ter investido dinheiro.

No caso do COP existe a dificuldade de primeiro cumprir um determinado contrato como foi em Pequim e agora de ter assinado outro contrato e recebido dinheiro e se pensa que existem almoços grátis ou usou-se o dinheiro esperando que se esquecesse ou que depois se resolveria. Esta forma de liderar o olimpismo em Portugal é sui-generis. Contratos já há, o que falta é decidir em conformidade com o que lá está escrito, as suas consequências e o futuro do desporto nacional.

Como economista vejo que Portimão assume a tradição de estruturas em desporto significativas e quanto ao COP a falta de estudos e de análises de suporte aos projectos olímpicos e aos seus contratos de investimento se coloca com muita frequência.

Sugeri-o numa reunião da Academia Olímpica aonde fui amavelmente convidado a falar: O COP deveria assumir a liderança do desporto português. Para isso necessitaria de uma estrutura técnica, científica, liderante mais complexas do que vem evidenciando.

Volto a dizer: a liderança deve ser assumida com brevidade e eu não sou candidato a nada ou cargo dentro do COP.

Maria José Carvalho disse...

Aí está o JMConstantino no melhor do seu marialvismo...!
Tá explicado: caso ainda fosse Presidente do IDP teria feito o mesmo que o actual que lá assentou arraiais...

Ao Fernando Tenreiro, obrigada por vir até aqui e expor, como sempre, sem problemas, a sua perspectiva crítica sobre a actualidade dos acontecimentos desportivos.

Luís Leite disse...

Não posso deixar de comentar, um pouco à margem do tema da M. J. Carvalho, as observações de F. Tenreiro sobre o COP e os Contratos de Preparação Olímpica para 2008 e para 2012.
O Sr. Comandante espalhou-se completamente no prognóstico com que conseguiu convencer o Governo em 2004 e só trouxe duas medalhas de Pequim (como se isso estivesse fora da média).
Espalhou-se ainda mais com o seu "brilhante" desempenho em Pequim, de cabeça completamente perdida, anunciando a meio dos Jogos que se iria demitir (primeiro) por causa da falta de profissionalismo (!) dos atletas e depois agarrar-se às duas medalhinhas para repensar tudo outra vez.
No fim daquilo tudo, acabou por ser premiado pelas Federações com uma reeleição em que só o Atletismo teve coragem de se opor e fugir ao arranjinho de bastidores (lugares e interesses pessoais).
Acabou também por ser premiado pelo Dr. Laurentino que fez tábua rasa do que estava prometido no contrato e o deixou em paz, com um novo contrato muito semelhante, mas em que, ao contrário do que se passa em quase todos os países, não há exigência de classificações honrosas, quanto mais de número de medalhados.
Ou seja: zero medalhas em Londres? É completamente indiferente.
E tudo continuará mais ou menos na mesma...
E F. Tenreiro ainda acha que o COP devia assumir a liderança do Desporto português?
Só com uma vassourada geral!
E já agora: para que serve a Confederação/Casino do Estoril?

ftenreiro disse...

Os filhos de Lins

É evidente que o que aqui trago muito vezes não passa da ideia quente face ao que vai passando.

Acho que o enquilosamento do desporto nacional necessita de ideias para mexer com as pessoas.

Nos debates do Panathlon o Prof. Monge da Silva contou em inúmeras ocasiões o processo de transformação do desporto português que se arrastou por inúmeras décadas o qual chocava com a incapacidade do associativismo, dos professores de educação física e o comportamento do regime.

Simultaneamente tem histórias de trabalhos pioneiros em inúmeras instituições onde a prática desportiva numa perspectiva moderna já existia e deu os primeiros passos.

Fala-se de Salazar e das suas leis mas a ginástica de Lins terá sido o paradigma do subdesenvolvimento.

Hoje olha-se para o desporto português e diz-se que bonito os olhos saem ao pai, as mãos à tia, o umbigo ao tetravô, os pés à avó.

Maravilhoso.

Olhando para as estatísticas, para as medições que se querem científicas, para o que se passa na cabeça da criatura e para os seus comportamentos: o desporto português é um anão europeu.

O desporto português na Europa não se pode dizer que seja grande, pode dizer-se que não é muito grande, é pequeno, e uma análise estrutural em inúmeros indicadores e performances o ente criado é de um anão com problemas, quando se olha ao espelho, porque se vê como um adulto médio europeu.

Ou querem que se veja como grande.

A ideia tem décadas, Salazar preconizava este comportamento com o 'orgulhosamente sós'.

As estatísticas e a liberalização do mercado e a racionalização dos comportamentos públicos como diz o JConstantino, o conhecimento da historia que sabe e nos ensina Monge da Silva, o sufoco das dúvidas em catadupa do Luís Leite, o descumprimento das leis de JMeirim, o pormenor do que se passa na Europa do João Almeida, a compreensão do que a Europa nos esconde de João Boaventura, o conseguir ter os eventos que o desporto português necessita e que o Lóbi dos Olímpicos propõe e o Lóbi de Portimão consegue, as preocupações sobre o associativismo de base e as federações da MJCarvalho, a certeza de Laurentino Dias na sua equipa formada pelos melhores técnicos que lideraram o desporto português nos últimos trinta anos, ... tudo isto seria necessário ou como unir e potenciar para que o desporto português cresça para a média europeia?


Hoje, José Sócrates e Passos Coelho decidem impostos e apertos e não temos um COP e uma sociedade desportiva reconhecidamente actuante que liderem e mobilizem o associativismo para convencer a sociedade a manter-se em torno do desporto e salvar as suas instituições e o seu trabalho para benefício da população portuguesa.

josé manuel constantino disse...

O Fernando Tenreiro é um optimista. E quem sabe se não acontece ,sob os auspícios papais,um novo milagre de Fátima que coloque o desporto português num outro caminho? Quem há um mês previa o Pedro Passos Coelho como ministro-adjunto do primeiro- ministro a dizer o que o José Sócrates deve fazer ? E o Miguel Relvas a assessorar o Teixeira dos Santos e a explicar que os sacrifícios são para todos?

Luís Leite disse...

Este país só lá foi, vai e irá com milagres!...

ftenreiro disse...

Tenho de reconhecer o meu erro monumental são: Filhos de Ling, o sueco e não Lins que é uma brasileira minha conhecida. Não faço a mínima ideia de como, no meu erro, uma coisa justifica a outra!

Acabou de sair o livro 'Histórias rocambolescas da história de Portugal' de João Ferreira, pela Esfera dos Livros.

Para quem gosta da história de Portugal e das suas histórias tem aqui uma visão desde antes da fundação da nacionalidade.

No sentido inicial dos comentários ao poste conta o livro que D. Pedro depois da morte de D. Inês teve vários amores entre os quais o de um escudeiro que segundo Fernão Lopes 'amava mais do que se deve aqui dizer' e que tendo-se envolvido com uma dama da corte o rei sentenciou 'cortar-lhe aqueles membros que os homens em mais apreço têm'.

Mas no momento grave que a europa e Portugal atravessam eu gostava de ouvir dirigentes do desporto a dizerem o que deveria acontecer no desporto e como vai ser para resolver a crise e depois da crise passar.

Procurando respostas que façam sentido nem que seja discutir será indiferente quem as fizer.

antonio cunha disse...

Cara Maria José carvalho
Sempre actuando e no patamar da inovação e observando o desperto á volta do campo, no ténis a dimensão de fora para dentro é muito maior e melhor, mas essa de chamar ao nosso Jose manuel Constantino”marialva”, essa não rs.
Antonio Cunha
(marialva)