Hoje, dia 5 de Outubro, Portugal festeja 101 anos de Implantação da República, palavra que vem do latim Res publica e que quer dizer "coisa pública", mais ou menos uma forma de governo na qual um representante, em regra apelidado de Presidente, é escolhido pelo povo para ser o Chefe do País. No caso de Portugal, tal como em outros países, a República rege-se por uma constituição que define os princípios fundamentais para a construção de um país justo e solidário assegurando uma série de direitos e liberdades aos seus cidadãos.
Como é do conhecimento geral, no Capitulo III da nossa Constituição da República, Direitos e Deveres Culturais, o Artigo 79.º (Cultura física e desporto), refere que “Todos têm direito à cultura física e ao desporto” e que “Incumbe ao Estado, em colaboração com as escolas e as associações e colectividades desportivas, promover, estimular, orientar e apoiar a prática e a difusão da cultura física e do desporto, bem como prevenir a violência no desporto.”.
Para uma República bastante madura, com mais de 100 anos (embora muitos considerem o período da Ditadura fora deste conceito, desta ideia) pode-se afirmar com alguma sustentação que o artigo 79º está de certa forma longe de se cumprido, pelo menos estamos longe dessa tão desejada “difusão da cultura física”.
A verdade é que o nosso país continua no fim do pelotão dos países da União Europeia em termos de taxa de participação desportiva e hábitos de actividade física. Pouco mais de 20% da população portuguesa pratica actividade física e desporto de forma regular, estando muito longe, dos países “exemplo”, como a Noruega, Finlândia, Suécia, Reino Unido, Irlanda e Holanda onde se registam os mais elevados índices de participação desportiva, variando entre os 60 e 80%.
Destes países, onde a cultura física faz parte da vida da maioria dos cidadãos e famílias, 4 são Monarquias e temos apenas 2 Repúblicas, o que nos leva a pensar que os monarcas organizam melhor a participação desportiva dos seus cidadãos.
O Desporto representa no imaginário de muitos pensadores e investigadores um espaço de liberdade, de afirmação individual e colectiva, de participação cívica, de inúmeros valores lembrados quando se comemora o dia de implementação da República, mas cujo sistema político parece não trazer grande vantagem para a actividade física e desportiva dos cidadãos, pelo menos no nosso país.
6 comentários:
A «República» foi um rude golpe na unidade de Portugal. Destruiu uma unidade e uma identidade de oito séculos, que foi construída com suor, sangue e lágrimas por muitas gerações. Os «Republicanos» cortaram Portugal em metades, na verdade, muito por causa da decadência dos «Monárquicos» terminais. Em vez de aproveitarem a oportunidade para desenvolverem Portugal sem destruírem a sua unidade, fizeram o contrário. Sucumbiram ao egoísmo, à corrupção, à dissolução da moral e dos costumes. Foi um crime hediondo que nesta lenta agonia nos está a fazer vítimas de nós mesmos.
Primeiro, era vê-los na 1.ª República, a beberem absinto nos botequins, a subirem para as mesas, discursando empolgados, bêbados de si mesmos. Como a história relata, uma geração onde se destaca o falsário Alves dos Reis (1925); onde um dos seus insignes dizia, alto e bom som, “Não sei o que faça. Não sei o que penso. E o tédio é imenso” (Fernando Pessoa, 1926); e o crítico Eça, escrevia “O Conde de Abrunhos” (1925); outros, suicidavam-se perante a impotência de conduzirem Portugal depois das promessas emocionadas no início.
Depois, 40 anos depois, já não se reuniam à volta do absinto para fazerem os «grandes planos e projectos políticos de Portugal», passaram para outros líquidos. Era vê-los a cuspirem na imagética rural do trabalho suado no campo, nas pescas e nas fábricas, que conotavam com fascismo e regime obsoleto. Agora, embriagados com vinho tinto e whisky, nos mesmos botecos onde os primeiros prometeram futuro.
Foi um filme dramático, este que todos assistimos em Portugal. Foi vê-los saltarem de partido político para partido político. Foi vê-los em fundações e cargos públicos, muitos a fugirem aos impostos, e outros arguidos por crimes cometidos contra Portugal. Fazendo o que o Eça dizia, mas agora fingindo uns que eram maçons e outros opus dei. Um nojo, que as gerações actuais e futuras terão que pagar.
Lembram-se das Comemorações da República do ano passado? Lembram-se dos grandiosos projectos, de milhões de euros, que foram à pressa escondidos logo que se percebeu que não havia adesão do Povo? E no entretanto, quem recebeu e quem pagou os lautos faustos? Não deveria o Magistério Público publicitar essas entidades e pessoas, para que todos os cidadãos saibam o que ocorreu? Lembro-me de um pavilhão enorme no Porto, onde cabiam milhares de pessoas, que no dia da cerimónia tinha lá não mais de 100, e todos esses 100 eram convidados com cargos públicos (!).
Não será o momento de se restaurar uma outra via para Portugal?
Funcionário do Estado
Sublinho as duas últimas linhas do texto de F. Parente.
Julgo que a questão nada tem a ver com o regime ser republicano ou monárquico, mas sim com o tipo de democracia instalada e o baixo nível cultural da generalidade da população em todas as áreas do conhecimento.
O facilitismo, o compadrio político, o eleitoralismo e a corrupção que têm crescido desde o 25 de abril, levaram este país a este estado de virtual ascensão social de milhões de portugueses. Que abandonaram o setor primário e, em parte, o secundário e vieram viver para zonas suburbanas ou bairros sociais (acabaram finalmente as barracas) e se habituaram a ter tudo sem esforço:
diplomas escolares, rendimento mínimo garantido, casa à borla ou a pagar a crédito, crédito ao consumo e muitos direitos.
Sem haver necessidade de cumprir deveres.
A prática desportiva não se coaduna com este tipo de mentalidade, porque implica esforço e emulação.
Que nos tempos que correm rareiam.
E para brindar, um praticante de Luta Greco Romana conquistou um título de campeão da europa.
Gostava que me explicassem o que é isso de "direito à cultura física e ao desporto"...
É ridículo, como ridículas são muitas das ideias usadas na Constituição de 1976.
É como estabelecer o direito a beber água, apanhar sol na praia, tomar banho no mar, comprar rebuçados, beber uma cerveja, jogar às cartas, jogar matraquilhos, respirar, rir, chorar, etc.
Então as pessoas não fazem o que fazem porque lhes apetece?
É preciso vir consagrado na Constituição o direito de...?
E o que é que têm a monarquia ou a república, em abstrato, a ver com desporto?
O interesse pelo desporto, ou a sua ausência, é uma questão cultural e de educação, mas cada pessoa faz o que lhe apetece...
Os governos, os partidos e as pessoas no poder dão ao povo o que acham que o povo gosta, incluindo a ilusão de ascensão social e "pão e circo" q.b., na esperança de que o povo retribua depois nas eleições.
Para que possam continuar o festim.
Isto acontece sempre enquanto podem, esbanjando o dinheiro dos impostos e enriquecendo rapidamente com as comissões dos negócios corruptos.
Em democracias foleiras, com líderes foleiros, gastando sempre mais do que aquilo que podem.
Depois, vem sempre uma ditadura para por as coisas nos eixos...
Sempre foi assim neste país de chicos-espertos a que o Eça chamou, em monarquia, "piolheira".
A piolheira sempre existiu.
Em monarquia ou em república.
O Funcionário do Estado quando diz "Magistério Público" não quererá dizer "Ministério Público"?
O Funcionário do Estado será monárquico?
"Os «Republicanos» cortaram Portugal em metades,(...)"!
Quando se corta em metades só ficam duas...
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