segunda-feira, 24 de outubro de 2011

Pensar o impensável

Uma das formas de banalizar a política para o desporto é a defesa de uma tese que basicamente afirma o seguinte: o que se conhece da realidade é suficiente para a transformar. A afirmação assenta nos seguintes pressupostos: o diagnóstico está feito; os objectivos são conhecidos ou são fáceis de definir; os meios e os instrumentos necessários estão identificados. Falta apenas fazer. Á pergunta porque se não faz, a resposta é invariável: falta de vontade política. Pensar assim é um erro. E triplo. Pelo que mostra e pelo que esconde.
Primeiro erro: em política a vontade não chega. É necessária, mas não é suficiente. A vontade é sempre condicionada pelas condições concretas em que ocorrem os actos e as decisões. Os diferentes governantes com responsabilidades no desporto não tiverem as melhores intenções e os melhores objectivos para o respectivo sector? Isso não os distingue. O que os distingue é o que, face à realidade que encontraram e aos meios de que dispunham, conseguiram definir como meta para a respectiva governação. Na realidade que recebem e nos objectivos que atingem está o lastro da decisão política.
Segundo erro: ter uma visão do que se pretende e não estar bem preparado para as iniciativas que importa desencadear com vista a atingir os fins pretendidos, conduz igualmente ao insucesso. A emoção não dispensa o pensamento. E este não pode viver exclusivamente do contributo individual. Em contextos de elevado grau de imprevisibilidade, como o são todos os sistemas que basicamente assentam em comportamentos humanos, ninguém, por si só, está intelectual e politicamente preparado para tudo, tal é o número de variáveis que os processos de mudança social implicam. E porque a visão carece de doutrina, esta de pouco serve, se não se possuir/dominar os instrumentos de transformação. O que se constrói no trabalho partilhado dos vários saberes disciplinares. Por uma razão adicional de ordem substantiva: tal como não há uma disciplina que, sozinha, consiga explicar o desporto, também não existe uma que, por si só, o desenvolva.
Terceiro erro: uma acção sem doutrina é tão perigosa quanto a doutrina sem acção. A primeira conduz ao praticismo. A segunda ao teoricismo. É como navegar sem destino. O que alimenta a acção da doutrina é a política. A que se faz nos partidos e fora deles. São os diferentes modos de ler e transformar a realidade. A preocupação em buscar a legitimidade democrática (programas eleitorais) e depois exercê-la sem acentuar diferenças ideológicas conduz ao grau zero das políticas para o desporto. A despolitização da política para o desporto e a respectiva desideologização empurram o governo do desporto para a sua tecnocratização numa tensão permanente entre o direito e as finanças. Um e outro a manietarem a política. A deriva filosófica para a ética ou para o resguardo do espólio, é, com o devido respeito, música celestial.Com mais Estado, pior governance e menos política.
O futuro, num quadro de grande incerteza, pede a revisão deste paradigma. Pede que se não renuncie ao debate político. O desespero orçamental está a levar a cortes cegos por parte do Estado e é preciso, mais do que nunca, evitar uma quebra significativa no nível desportivo atingido. O que temos pela frente - basta ler as últimas declarações dos responsáveis políticos pelo desporto - não é estratégia, é diversão. O desafio não pode ser crescer. Quem defende a transversalidade das políticas desportivas, não pode, no contexto actual, ter como objectivo politico aumentar o crescimento desportivo. É pensar o impensável (Dani Rodrik). Não é possível crescer num ambiente recessivo. E quem anda a dizer o contrário não sabe do que fala. Seria muito positivo que se conseguisse não diminuir o que já se cresceu. O que já de si é muito difícil. O desporto não pode crescer num pais a afundar-se. E para isso importa não ter a tentação de procurar inventar. Basta que se compreenda quão importante é para o futuro desportivo do país, as vantagens em salvaguardar, na medida do possível, o capital desportivo adquirido. Discutir como fazê-lo envolve escolhas e opções. Umas e outras são, como o temos defendido, primeiro políticas e só depois técnicas.

19 comentários:

Anónimo disse...

Ao Desporto extra-Futebol nunca foi dada pelos políticos grande importância, pela simples razão de que não dá votos nem serve para distrair a população.
Isto foi verdade até ao dia em que os políticos descobriram a "actividade física" (conceptualmente algo impossível de explicar) que, travestida ou não de "desporto informal" aparentemente dá votos, sobretudo nos escalões etários mais avançados e em especial entre os reformados, que cada vez são em maior número.
Num país em que a cultura desportiva é quase nula e em que não vai haver, nas próximas décadas, dinheiro para mais do que tentar sobreviver, a ideia de "salvaguardar o capital desportivo adquirido" é ilusória, utópica mesmo.
Na verdade, não haverá sequer dinheiro para manter as instalações desportivas existentes e o financiamento do alto rendimento tem os dias contados.
Com a inevitável falência da maioria das empresas, não existirão patrocinadores.
Com a falta de patrocinadores, o profissionalismo desaparecerá e os clubes que se dedicam às modalidades extra-futebol irão, a breve prazo, suspender a actividade.
Mesmo o futebol profissional irá ser profundamente afectado pela crise, suspendendo a actividade dada a dimensão dos buracos orçamentais e das dívidas, passando a só ser possível, para os que mantiverem a actividade, contratar sul-americanos baratos.
O Desporto em Portugal, mal gerido no passado em todas as áreas, vai regredir várias décadas, pois tem vivido muito acima das suas possibilidades.
Restará assim o desporto informal, que sempre existiu, agora sem ajudas financeiras do Estado.

Anónimo disse...

Lá vem o discurso da catástrofe. Já na situação político-económica anterior a situação era insustentável e caminhava para o abismo. Agora, nem imaginam. Agora é que vamos acabar como país e como povo."Qui ça" seremos exterminados. Caro anónimo 10:17, você está enganado. A rapaziada do desporto, aqueles que no treino diário "fazem das tripas coração" já há muito estão habituados a situações difíceis. Estou certo de que vão continuar a sobreviver apesar destes agoiros. Veremos...

Anónimo disse...

“Em casa que não há pão todos ralham e ninguém tem razão”. Mas neste caso é muito mais do que isso.
É uma geração de responsáveis que para aqui escrevem, e continuam a escrever, mas que não soube desenvolver o desporto em Portugal.
E ainda têm o desplante de continuarem a soprar as mesmas ideias incompetentes que nos levaram à ruína colectiva, e às poucas fortunas nas ilhas paradisíacas dos off-shores.
V. Exas. não terão sequer um pingo de vergonha? Estiveram nos locais de decisão, emproados de tanto saber, e fizeram ao fim de 30 anos de Democracia este resultado miserável, e ainda falam?
Muito mais do que quinhentos responsáveis desses a receber milhões vitalícios do suor dos pobres, e a fazerem obras (também desportivas) que destroem a possibilidade dos pobres darem uma vida digna aos filhos/as, e, sem vergonha ainda vem para aqui falar?
E ninguém prende esta escumalha, e a obriga a pagar esses erros?
A geração dos que agora têm 30 anos devia fazer-lhes o que merece gente desta estirpe.

Funcionário do Estado

Anónimo disse...

Tem razão o anonimo:não há catastrofe alguma.Tudo corre bem e o desporto também.De resto já estamos habituados a situações dificeis.Valha-nos isso.

Anónimo disse...

Em que escalão etário se situará este Funcionário do Estado? Estará na casa dos trinta, sentindo assim um impulso irresistível de "pendurar" os mais velhos, incompetentes, que levaram a este estado de coisas ou é um "velho esclarecido" que andou por aí desamparado nos corredores dos organismos públicos e a quem nunca ninguém deu uma oportunidade correspondente ao seu valor? Poderá também ser um daqueles universitários estudiosos da coisa desportiva e da sua gestão, que têm opiniões de laboratório sobre tudo e mais alguma coisa e, sobretudo, uma imensa frustração por nunca lhes ter sido dada uma oportunidade de conduzir os destinos do seu povo. Quem fala assim só pode ser um ressabiado da vida. Deixou-se governar e nunca governou, embora sinta que o faria como ninguém. Para além de tudo o mais sopra (também ele) sempre o mesmo tipo de frases com o mesmo tipo de adjectivos. Pobre diabo.

Anónimo disse...

Desde que me que recordo que ouço a palavra crise no desporto. Não é nada de novo. Sinceramente esta crise será uma oportunidade para terminar com clubes duplicados (ex.: 3 ou 4 clubes com a mesma modalidade em concelhos pequenos), para chamar a atenção a algumas federações que não aplicam bem o dinheiro que lhes é dado (ex.: na formação de técnicos), de acabar com luxos do futebol (ex.: jogadores da distrital a usifruir de vencimentos acima do ordenado minimo nacional), etc...
O desporto vai sofrer? Vai! Mas temos que encarar como uma oportunidade...

Anónimo disse...

Anónimos das 18.47h:

O principal barómetro do Desporto são os Jogos Olímpicos, em particular os de Verão.
O Anónimo deve achar que temos um Desporto muito aceitável (Cristiano Ronaldo e José Mourinho)e que agora é que vem o discurso da catástrofe.
Não, Portugal sempre foi um país irrelevante no Desporto, tanto a nível europeu como mundial.
As excepções de sucesso desportivo são casos isolados que só confirmam a regra.
Ganhar 0 a 3 medalhas olímpicas, com uma média por participação de 1 medalha, para 1 país europeu com 10,5 milhões de habitantes é, isso sim, uma catástrofe.
É que os países europeus com uma população semelhante à nossa ou inferior até metade, têm:
Suécia: 475;
Hungria: 459;
Finlândia: 299;
Holanda: 246;
Suíça: 181;
Dinamarca: 170;
Noruega: 144;
Bélgica: 139;
Grécia: 108.
Portugal tem 22!
A República Checa, com uma população semelhante à nossa, tem 33 em apenas 4 participações.
A Bielorrússia, apesar do desmantelamento da União Soviética e o recomeço quase do zero, tem 64 em 4 participações.
Que mais posso argumentar para ver se vos convenço da nossa insignificância desportiva, que se vai agravar irremediavelmente nos próximos 20 anos, pelo menos?

Anónimo disse...

Ó LL vc já escreveu isto um cento de vezes...

Anónimo disse...

Será que o Sr. Secretário de Estado conhece esta realidade extra FCP, SLB, Figo, CR7, José Mourinho e Vilas-Boas? E a fabulosa Selección Nacional de Fútbol, claro...
O que nos vale é o Senhor Comandante, com a sua prudência serena e o(p)timista.
Viva a "Semana Olímpica"!
Zero medalhas em Londres?

Anónimo disse...

Anónimo das 00:12
Onde é que aprendeu que o número de medalhas olímpicas, ou outras, é que é o principal barómetro do desporto? Será só porque existem alguns sábios que se dedicam a essa tarefa muito complexa e científica de relacionar número de habitantes com medalhas ou PIB com medalhas. Existem tantos barómetros quantas visões voçê tiver para o desporto. Estará errado apontar a qualidade do desporto escolar (número de modalidades praticadas,qualidade e quantidade das infraestruturas e apetrechamento, número de praticantes, qualidade da prática, qualidade técnica dos professores, frequência e adequação do quadro competitivo aos jovens praticantes etc)como um dos princiaps "barómetros desportivos" de um país? Não tenho dúvida de que isto seria muita areia para a cabeça daqueles que se limitam a correlações simples entre medalhas e dimensão populacional dos países.Sobretudo não percebem que as suas análises promovem os discursos daqueles que reclamam mais investimento financeiro para resolver o problema pelo topo e não pela base. Coitados, não alcançam mais do que isso.
Digo mais: a estes "autores" das "grandes correlações" nem lhes passa pela cabeça que um país pode ser desportivamente desenvolvido e, sobretudo, feliz com isso,sem obter qualquer medalha olímpica. A mim parece-me é que esta gente nem sequer faz a mínima ideia de como se "fabrica" uma medalha. Eles acham que sabem, mas não sabem. Quem relaciona população com medalhas não é certamente capaz de exercícios um pouco mais complexos como o de perceber que uma medalha não tem apenas a ver apenas com o chamado sistema desportivo nem, muito menos, com a demografia da nossa terrinha.Esta praga de analistas vai cair em cima do desporto no mês de Setembro de 2012. Já estão a afiar as facas. Nosso Senhor acuda as gentes do desporto.Eles andam por aí...

Anónimo disse...

Anónimo das 12.01h:

Você, pelos vistos, acha que 22 medalhas em 22 participações olímpicas é bonzinho, sobretudo se comparado com o Burkina Faso ou com o Mónaco.
Já agora, dê-me um só nome de um país desportivamente desenvolvido que não tenha dezenas ou centenas de medalhas em Jogos Olímpicos, dependendo, obviamente, da população e do número de participações.
Pois eu digo-lhe que não há nenhum país no mundo com 10,5 milhões de habitantes, desportivamente desenvolvido, que tenha só 22 medalhas em 22 participações.
Isso é um desastre!
Claro que o nível desportivo de um país é directamente proporcional às medalhas conquistadas, embora eu reconheça que há países que concentram a obtenção de medalhas em determinadas modalidades.
Mas ao menos nessas têm sucesso.
Provavelmente, você acha que o nível desportivo de um país se mede pelo número de "caminhadas" ou de participantes em travessias de pontes; ou pelo número de praticantes de "actividade física", seja lá o que isso possa ser; ou pelo número de participantes no Dakar; ou pelas "Corridas da Mulher" em que só correm as quenianas e etíopes contratadas a peso de ouro e as nossas compatriotas todas de cor-de-rosa, vão a andar devagarinho; ou até, quem sabe, pelo número de pessoas que se deslocam aos estádios do Euro 2004 para ver os jogos de Futebol do SLB, do FCP e do SCP (actividade física).
Você acha que sabe como se fabrica uma medalha. Maravilha. Devia ir já a correr para o Governo ou para o IDP/IPJ.
Mas eu sinceramente lhe digo:
Você não percebe mesmo nada de Desporto.
Talvez perceba de "Actividade Física" ou de "Juventude".

Anónimo disse...

Ao anónimo das 15:21
Da maior parte das coisas da vida não sei nada. De desporto sei pouco.
Apesar da dificuldade que tenho de aceitar que alguém faça juizos de valor, tão absolutos,sobre o conhecimento de alguém, admito que tem esse direito.
Digo-lhe que até tenho alguma curiosidade pela natureza intelectual de alguém que faz operações de análise tão complexa do nosso valor desportivo através de um só parâmetro. Os ignorantes são os outros.
O que você ainda não entendeu, porque só conhece o critério das medalhas por habitante, é que o desporto não é apenas o desporto das medalhas. O seu conhecimento do desporto ficou colado e congelado no tempo da guerra fria. Você, indivíduo pequeno, de um país minúsculo, aprendeu, e deles não se libertou, os hábitos dos países desportivamente grandes (USA vs URSS vs RDA etc)"Nós somos superiores, a nossa ideologia e o nosso sistema é superior porque ganhamos mais medalhas". Por causa da ideologia da medalha como sinal de vitalidade e grandiosidade das nações deve você, que sabe tudo de desporto, saber muito bem as muitas atrocidades que foram, e continuam a ser, cometidas por essa gente. Você, por aquilo que transparece das suas afirmações arrogantes e se tivesse o cajado na mão, certamente não teria vergonha nem acanhamento de apoiar alguns desses métodos atrozes que visam mostrar o desenvolvimento desportivo de um país. Você é um dos muitos que caem sistematicamente na esparrela de usar métodos de análise que, outrora, serviram outros fins. Na sua análise lá vai buscar os exemplos da Bielorrusia,R.Checa,Hungria - países que se habituaram desde sempre à lógica de que você partilha com tanto afã. Se você fosse intelectualmente honesto, colocaria na equação o tempo a tradição e a história do desporto nesses países. O nosso país ainda hoje não consegue formular - olhos nos olhos - objectivos de alto rendimento orientados para as medalhas. O nosso desporto é um desporto tímido e envergonhado, assim como os seus lideres.Nalguns países que referiu (pode juntar Cuba à sua lista)a medalha era (e é) não só uma obrigação mas também A OBRIGAÇÃO ÚNICA. O meu desporto não é igual ao seu. Digo-lhe mais, também exulto com uma medalha, também aprecio muito os nossos melhores praticantes desportivos, também acho que o nosso desporto é subdesenvolvido, mas o meu desporto não é o mesmo que o seu. Gosto de assistir ao sucesso dos nossos desportistas mas comovo-me com uma prática desportiva juvenil de qualidade. Comovo-me com jovens desportistas bem formados que dão o seu melhor mesmo sem alcançar qualquer lugar nos seus elevados critérios de sucesso. Sinto orgulho quando vejo os milhares de portugueses que hoje utilizam conteúdos que "migraram" do desporto formal para as actividades físicas informais e que você com tanta estultícia ridiculariza. Eu, não trocaria uma população física e desportivamente activa por nenhuma medalha olímpica muito menos aquelas que são obtidas (e, em alguns casos, logo a seguir devolvidas) por atletas que mais não são do que cocktails ambulantes de sustâncias químicas ilegais. A frase não é minha mas digo-lhe que não troco a saúde de uma criança, jovem ou adulto por nenhuma das medalhas que você tanto venera.
Mais uma vez afirmo que é de vistas curtas quem mede o desenvolvimento desportivo de um país pelo número de medalhas.
Todavia, prometo, a mim próprio, que vou estudar um bocadinho mais de desporto. Pena é que não me indique os manuais onde foi beber toda a sua sabedoria. Apelo para o seu sentido de partilha.

Anónimo disse...

Anónimo das 20.06:

Você é claramente um lírico, de feição igualitarista social-democrata ou socialista (do socialismo metido na gaveta).
Para si, o mérito desportivo é secundário e quem o defende é, sem qualquer dúvida, estalinista.
Prefere o nivelamento por baixo. É mais fácil e parece que dá muita saúde... e muitos votos.

É por causa de pessoas com a sua mentalidade que o Desporto português é tão insignificante no concerto europeu e mundial.

Fazer desporto informal, qualquer pessoa saudável pode fazer, desde que queira.
Ser bom no Desporto já é mais complicado.
Implica ESFORÇO, DEDICAÇÃO, VONTADE DE SE SUPERAR!
E condições adequadas para poder praticar.

Para perceber de Desporto é preciso:

1) Gostar MUITO de Desporto;

2) Acompanhar de perto o Desporto, em todas as modalidades.

Você não gosta MUITO, nem acompanha de perto o Desporto mundial, pois não?
Já confessou que percebe pouco.
Mas diga lá a verdade...

Anónimo disse...

Ao anónimo 15:14
Você estalinista não é de certeza. Ignorante é-o certamente, sobretudo porque julga que é sabedor.Você sabe de desporto porque gosta muito e vê desporto de perto. Porreiro pá, ganda conhecimento. Pelo menos as premissas para saber de desporto são hilariantes.
Depois, eu sou igualitarista (?), não gosto de desporto e não acompanho o desporto nas várias modalidades.
Lamento, mas todas as interpretações sobre o que eu sou, sei ou gosto são balelas para se distrair do fundamental. Se eu lhe dissesse que sou o oposto você e eu ficariamos exactamente no mesmo estado. Isso não vale mesmo a pena comentar.
Nem imagina como é ridículo falar em igalitarismo, nivelamento por baixo, estalinismo etc. etc. É óbvio que você ficou colado ao discurso pseudo-moderno, pós-revolucionário, só que em vez de cair para o lado dos contestatários (sobretudo franceses) do alto rendimento desportivo, você deixou-se embebedar pelo gozo da medalha. É o seu único climax desportivo.
Tenho pena de si. Nos tempos que correm vai atingí-lo muito raramente.É melhor procurar outras fontes de prazer alternativo.Eu, cá por mim venho-me deliciando com opiniões como as suas.É pouco estimulante mas é o que há.

Anónimo disse...

Anónimo das 19.51h:

Foi você que disse que percebe pouco de Desporto.

Eu afirmei e afirmo que percebo de Desporto o suficiente para saber muitíssimo mais do que você.
Nem é sequer comparável!

Quem veio com a conversa do sistema soviético (estalinista, krutchovista ou brejnevista) foi você.
Como se todas as potências do mundo ocidental não tivessem continuado a medir as suas forças através das medalhas...

Não gosto do termo "embebedar" quando alguém se refere à minha pessoa, porque eu não me embebedo com nada. Aí você abusou.

Já percebemos todos que você não gosta de Desporto de alto rendimento, porque é indigno e impuro, carregadinho de doping.

Eu adoro Desporto de alto rendimento, porque é nivelamento por cima, o culto da excelência.

Não sei se você tem, teve ou terá poder de decisão política ou técnico-desportiva.

Mas dado o estado ao que o país chegou, é indiferente.

Anónimo disse...

Ao anónimo das 10:45
Obviamente que já há muito percebi o género de pessoa com que estou a lidar. Sabe tudo de desporto, certamente não tem dúvidas e, quando as tem, encontra dentro de si os resursos necessários para, recorrendo ao mais puro racionalismo, encontrar as respostas mais adequadas. As fontes do seu conhecimento estão, como já afirmou, no gosto, elevadíssimo, que tem pelo desporto e no facto de ver desporto, em várias modalidades.
Você, para mim, não passa de um dos exemplos mais requintados de treinador/dirigente de bancada. A bancada, ou o sofá, é o seu banco de escola nas coisas do desporto.
Eu quando lhe digo que percebo pouco de desporto, sem recorrer ao "só sei que nada sei" de Sócrates, quero significar que o pouco que possa saber é sempre mínimo quando comparado com aqueles que sabem verdadeiramente e com a imensidão de conhecimentos de ordem interdisciplinar de que o desporto é rico.
O mínimo que sei serve-me para sentir o ridículo da sua afirmação
«Eu afirmei e afirmo que percebo de Desporto o suficiente para saber muitíssimo mais do que você.
Nem é sequer comparável!». Confesso que até acho engraçado, apesar de rídículo, entrar neste jogo virtual do "a minha é maior do que a tua".
Quanto ao meu gosto pelo desporto de alto rendimento e pela excelência não o ponha em dúvida porque não sabe nada dos meus gostos. O que eu obviamente não gosto nada é da sua forma de gostar, como se o gosto pelo desporto de alto nível fosse um exclusivo seu. Eu gosto e muito de desporto, caso contrário não estaria aqui a perder tempo consigo. Perco este tempo porque sinto que talvez possa alertar outras pessoas para hipotéticos fanáticos, como você, que não conhecem limites para se deleitar com a superação dos limites da excelência alheia. Seria bom que entendesse que no mundo do desporto todos aqueles que alcançam a excelência serão sempre uma mínoria quando comparados com a esmagadora maioria daqueles que fazem de figurantes nos palcos do desporto, nos diferentes níveis de prática. Os desportistas de elite nada seriam se não existisse essa imensa massa de praticantes anónimos, sem qualquer talento notório para a prática desportiva.Precisamente aqueles de que você desdenha porque não alcançaram a excelência. Esses nada contam para o valor desportivo de um país.
Como você se deve detestar por não ter alcançado a excelência. Peço as minhas desculpas caso você faça parte do nosso reduzido olimpo de medalhados. Se não faz parte da história da nossa reduzida elite o seu azedume tem a minha total compreensão.
Ps:Utilizei o termo embebedar no sentido de inebriar, como é óbvio.

Anónimo disse...

Anónimo das 21.55h:

Dos fracos não reza a História.

Da troca de argumentos se conclui que as suas ideias são fraquinhas.
É tudo mole, bonzinho sim, mas medíocre.

Você defende a mediania, a mediocridade, o nivelamento por baixo, as maiorias simplezinhas mas contentinhas...

Você também é fraquinho, pelo que se vê...
Não é o meu caso, garanto-lhe.

Sou um seguidor de José de Almada Negreiros.

Você para mim é um Dantas.

PUM!

Anónimo disse...

Anónimo das 16:28:
Brilhante.Brilhante.Brilhante.
Asseguro-lhe que estou convencido que você não é assim tão forte como julga ou quer fazer crer. Esta sua manifestação de vigor e coragem é apenas uma reles manifestação de impotência. As minhas ideias são fracas, moles, boazinhas, medíocres e eu, também, sou fraquinho.Você, pelo seu lado, GARANTE que não é fraquinho.
Quem raio será esse José de Almada Negreiros de que você se diz seguidor? O artista? O fascista? O Nazi?
Finalmente dou-lhe toda a razão. As suas ideias enquadram-se em todas estas faces do Sr.Almada. Porém, um balão cheio com as suas ideias nem PUM chega a fazer.Faz um tímido PUFFF...

Anónimo disse...

Você finalmente dá-me toda a razão.
Eu, pelo contrário, não lhe dou razão.
Sou pela competitividade, pela luta ética pela vitória e pela superação, admiro a estética maravilhosa visível nos melhores desportistas e nas melhores equipas.
O verdadeiro Desporto, em que há os vencedores que sabem ganhar e os vencidos que sabem perder.
Ainda bem que somos diferentes.
PUM!