Texto publicado no Público no dia 1 de Julho de 2012.
1. Tenho plena consciência - gosto deste início - que compete a V. Ex.ª, Senhor Chefe de Missão aos Jogos Olímpicos de Londres de 2012, a escolha do atleta que terá a honra de ser o porta-estandarte nos Jogos Olímpicos. Não interprete mal, pois, este meu escrito. Todavia - há sempre um todavia, mas, porém, ou outro sinónimo "word" -, tendo estado recentemente em terras da Polónia e da Ucrânia, um dos temas que se revelou incontornável (também adoro esta) foi a participação de Cristiano Ronaldo no Euro 2012.
Foi-me, ainda enfatizado o conjunto de qualidades do atleta e o que significaria para Portugal, mas também para a Polónia, Ucrânia, a Europa e o Mundo, e para a conquista da Bola de Ouro, que essa honra coubesse a esse atleta. Não veja nesta minha iniciativa, repito e espero que acredite na minha absoluta sinceridade, uma qualquer forma, mais ou menos indireta, de influenciar a sua decisão. Trata-se, tão-só, de lhe fazer chegar o querer de outros e partilhar com V. Ex.ª o testemunho que me foi transmitido.
2. Tinha acabado de endereçar este meu pedido - ups! - quando tomei conhecimento no jornal "O Jogo" que, no passado dia 13 de Junho, alguém se tinha adiantado.
Na verdade, o Governo (?) deste infeliz país, na pessoa do secretário de Estado Mestre Picanço, enviou uma missiva ao Chefe de Missão aos Jogos Olímpicos - e presidente da Federação Portuguesa de Canoagem - transmitindo todo o sentir da Região Autónoma da Madeira no sentido de um seu atleta ser o porta-estandarte.
Tendo tido a oportunidade e o privilégio de se deslocar àquela região autónoma, veio de lá "carregado" de boa vontade em transmitir o desejo - também em nome de "uma excelente oportunidade para a promoção desportiva e turística" da região autónoma - de todo um conjunto de entidades e personalidades, em ver o seu atleta como porta-estandarte.
3. E escreveu: "Estou bem ciente de que a escolha do "porta-estandarte" é uma competência exclusiva, pessoal, de V. Ex.ª, ademais, como é público, de há muito que sou um convicto defensor da autonomia do movimento associativo. Nesse sentido, não vou, naturalmente, procurar interferir na referida escolha. Em todo o caso, não quis deixar de, por esta via, partilhar com V. Ex.ª o testemunho que me foi transmitido".
4. Desta carta foi dado conhecimento ao Senhor Presidente do Governo Regional da Mdeira, Dr. Alberto João Jardim.
5. Acho que o meu pedido não tem hipóteses.
6. Palavras para quê? É um governante (?) português
3 comentários:
Caro JM Meirim:
Julgo que faria todo o sentido que o velejador madeirense João Rodrigues fosse o porta-bandeira nos Jogos de Londres pelo facto de ir participar nos seus sextos Jogos Olímpicos consecutivos, tendo já obtido duas classificações de finalista, um 6º e um 7º lugares.
Quanto à legitimidade do pedido formal feito ao Governo e a respetiva transmissão deste ao Chefe de Missão, sinceramente não vejo qual o problema.
Com toda a consideração.
Este Sr.Luis Leite, uma das vozes hipercríticas do desporto indigena, não deixa de surpreender, mesmo os mais distraidos. Ele que é dado a juizos de carácter absoluto, sejam eles sobre pessoas,sua educação e instrução,sobre instituições, sua inutilidade ou desorganização ou sobre a sociedade e os seus males gerais, surpreende-me com um juizo de natureza relativista .Então não vê problema nenhum, que mais não seja pelo ridículo da ingerência ou pelo ridículo da proposta em si? Será, por exemplo, que passa pela cabeça de alguém que os atletas que irão participar nos JO aceitariam tal nomeação e que algum participaria na cerimónia? Passa pela cabeça de alguém, com um mínimo de juizo, que o porta-estandarte possa/deva ser alguém que não participará, como atleta, nos jogos? Ao contrário do Sr.LL eu, sinceramente, vejo aqui um problema enorme, o da insanidade.
O anónimo não deve ter lido com atenção o que escrevi.
Referi-me apenas a que faria todo sentido que o porta-estandarte fosse o João Rodrigues por ir participar nos sextos Jogos Olímpicos consecutivos.
Quanto a pressões ou influências, há sempre muitas, em relação a tudo.
Se pensa que é só sobre o porta-estandarte, está enganado.
Obviamente, o tal futebolista nunca poderia desempenhar essa função, já que o Futebol não fez os mínimos para estar presente.
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