Talvez se possam ficar a conhecer as raízes históricas do desporto em Portugal e as posições dos higienistas da educação física que desde esses primórdios se opuseram ás virtualidades do desporto e ao seu carácter eminentemente competitivo. A história permite dar-nos um entendimento aprofundado das disputas ideológicas de décadas, que hoje nos possibilitam verificar o modo descaracterizado a que foi conduzida a educação física. Se o desporto tivesse sido devidamente contemplado e privilegiado, a educação física teria agora muitos melhores condições de prestígio e de afirmação da sua valia social, cultural e económica; e não se subsumiria ás defesas espúrias de tipo salutogénico que a descaracterizam e menorizam no confronto científico e académico.
Concordo com a ideia, em vésperas de início dos Jogos Olímpicos, onde uma vez mais o Desporto português vai ser confrontado com a sua própria (e triste) realidade.
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Colectividade desportiva encerra em si muito do que viveu – e ainda vive – o desporto nacional. Em relação de sinonímia com associação desportiva, ou mesmo clube desportivo, o termo transporta-nos para o nascer do desporto em Portugal e ainda para realidades actuais de vivência colectiva. Esteve no passado e encontra-se no presente; ajudou a erguer e é parte integrante de uma sociedade civil desportiva.
Não é fruto do acaso que a colectividade desportiva tenha assento na lei fundamental, quando se afirma o direito de todos à cultura física e ao desporto. Não é ainda por casualidade que a colectividade desportiva surge como parceiro fundamental dos poderes públicos na efectivação desse direito fundamental.
Por estas razões, somos uma colectividade desportiva.
Mas não somos – como nenhuma colectividade, de qualquer tipo, o não deve ser – um corpo fechado, de pensamento unitário, falando a uma só voz e percorrendo trilhos de olhos vendados.
Cada um de nós – e todos aqueles que connosco entenderem partilhar o seu pensamento e expressão – tem o seu olhar sobre o desporto. Um mirar que nos diferencia e que, certamente, divergirá de outros olhares sobre o desporto, públicos ou privados, institucionais ou individuais.
Não são olhares que procuram estabelecer certezas, nem que se arrogam da capacidade de dominar toda a montanha.
São tão-somente, alguns olhares sobre o desporto.
2 comentários:
Talvez se possam ficar a conhecer as raízes históricas do desporto em Portugal e as posições dos higienistas da educação física que desde esses primórdios se opuseram ás virtualidades do desporto e ao seu carácter eminentemente competitivo. A história permite dar-nos um entendimento aprofundado das disputas ideológicas de décadas, que hoje nos possibilitam verificar o modo descaracterizado a que foi conduzida a educação física. Se o desporto tivesse sido devidamente contemplado e privilegiado, a educação física teria agora muitos melhores condições de prestígio e de afirmação da sua valia social, cultural e económica; e não se subsumiria ás defesas espúrias de tipo salutogénico que a descaracterizam e menorizam no confronto científico e académico.
José Pinto Correia
Concordo com a ideia, em vésperas de início dos Jogos Olímpicos, onde uma vez mais o Desporto português vai ser confrontado com a sua própria (e triste) realidade.
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