Primeiro vem o estômago, depois a moral
Bertolt Bretcht
Nada é mais natural a um dirigente desportivo cuja missão é tratar da política desportiva da sua organização, que afirmar que não está ali a fazer politica. Mesmo quando o passado esteja carregado de actos indissociáveis de apoios a projectos políticos quando não mesmo de militância partidária e completamente à margem das obrigações da organização que se lidera, essa sim que deveria obedecer a uma equidistância partidária. Nos períodos eleitorais recolhendo as listas de apoiantes deste e daquele partido encontra-se lá de tudo. Os habituais, os novos e os que mudam. Há ainda os que dizem que não podem estar mas que mandam dizer que “apoiam”.
Quem trata os problemas das organizações desportivas como uma questão apolítica antes de entrar como dirigente deveria pensar duas vezes. Para não copiar os tiques dos “políticos”.E depois de os copiar dizer que não é político.
Para um dirigente desportivo certo tipo de condutas ou até lapsos verbais poderiam em escassos momentos arruinar uma reputação que levou anos a construir. Só que o país é amnésico e quando o não é, pratica a tolerância. Sobretudo quando o que está em causa não são princípios, mas modos de poder ter poder. E por isso é escasso o cuidado com as palavras, com as condutas e com as alianças. Com a atenção ao que diz e ao que se faz. A legitimidade formal de quem dirige não se perde mas perde-se muita da autoridade moral. Pode-se do facto não ser ter logo a respectiva consciência mas a prazo é inevitável. A fragilidade da liderança está fatalmente atingida.
Nos tempos que correm, o dizer uma coisa e fazer outra, é indissociável da qualidade da vida democrática do país. O mudar de opinião não é em si mesmo censurável. Já o é se resultar, não de convicções profundas mas de um tacticismo que esconde projectos e ambições de natureza estritamente individual perante a organização que se lidera. E quando se começa a tentar explicar o que a “comunicação social deturpou” o caldo já está entornado. Nunca lhe ensinaram ou quis aprender o jogo de espelho.
È certo que as organizações desportivas não são diferentes das outras. E num país onde a memória é curta qualquer dirigente desportivo tem as vidas que quiser , faça o que muito bem entender. De um dia para o outro pode passar de um “dinossauro”e ultrapassado dirigente a uma mais valia que o país não apenas deve aproveitar e valorizar como premiar (o caso do ex-presidente da FPAndebol que uma a semana depois de ser convidado pelo governo a integrar o CND, recebe o prémio prestígio da CDP) é disso paradigma. O acusador passa a elogiador. Os defeitos a qualidades. O passado deixa de ser passado. O ex-acusado passa a elogiador do ex-acusador. Adversários de ideias tornam-se militantes das mesmas causas. E neste jogo cíclico de promiscuidades, circunstancial e oportunista, neste cenário em que quem contracena joga vários papéis, se negoceiam interesses e oportunidades, se espezinham valores que fazem a vil miséria moral de muita gente, figurinhas menores que “felizes e com poder “como dizia Alexandre O’Neill são um perigo.
A rotatividade nas mesmas figuras, a ressurreição de uns tantos “mortos” (roubo a expressão a Constança Cunha e Sá) revelam o estado geral de anemia em que caímos e o parque “jurássico-mental” em que nos movimentamos. E tal como a classe politica, temos uma classe dirigente desportiva, que salvo honrosas excepções, não tem classe, não se dá ao respeito, não se nobilita, é pobre de ideias e fraca de espírito.
Naturalmente que existem excepções. Mesmo ao nível do topo. E não é possível comparar o que se passa no topo do dirigismo com agentes benévolos que num clube ou numa associação recreativa dedicam parte do seu tempo a trabalhar para o desporto. E nada ganham. Aí, ainda existe muita carolice, muita pureza, muita dedicação à causa desportiva. Mas esses dificilmente têm acesso ao aburguesamento das cerimónias, à onda das galas e dos casinos que deixaram de ser uma excepção, para se tornar uma prática corriqueira dando das modalidades uma suposta riqueza e disponibilidade de meios que contrasta com o tradicional discurso da penúria.
E quais são as alternativas? As alternativas não estão à mão de semear. Precisam de ideias ,de pessoas e de circunstâncias especiais. Não aparecem só porque alguns as entendem como necessárias. A questão para o sistema desportivo não é portanto o discutir se precisa ou não de um alternativa. É o de saber se ela é possível. Sou céptico perante essa possibilidade.
Com um Estado pobre e um país definitivamente encostado ao lado da história pagamos um preço bem elevado por um sistema desportivo onde o Estado e os governos têm históricas responsabilidades acumuladas mas onde os responsáveis desportivos não estão fora da fotografia. Parece tudo tão diferente, mas é tudo tão igual!
Bertolt Bretcht
Nada é mais natural a um dirigente desportivo cuja missão é tratar da política desportiva da sua organização, que afirmar que não está ali a fazer politica. Mesmo quando o passado esteja carregado de actos indissociáveis de apoios a projectos políticos quando não mesmo de militância partidária e completamente à margem das obrigações da organização que se lidera, essa sim que deveria obedecer a uma equidistância partidária. Nos períodos eleitorais recolhendo as listas de apoiantes deste e daquele partido encontra-se lá de tudo. Os habituais, os novos e os que mudam. Há ainda os que dizem que não podem estar mas que mandam dizer que “apoiam”.
Quem trata os problemas das organizações desportivas como uma questão apolítica antes de entrar como dirigente deveria pensar duas vezes. Para não copiar os tiques dos “políticos”.E depois de os copiar dizer que não é político.
Para um dirigente desportivo certo tipo de condutas ou até lapsos verbais poderiam em escassos momentos arruinar uma reputação que levou anos a construir. Só que o país é amnésico e quando o não é, pratica a tolerância. Sobretudo quando o que está em causa não são princípios, mas modos de poder ter poder. E por isso é escasso o cuidado com as palavras, com as condutas e com as alianças. Com a atenção ao que diz e ao que se faz. A legitimidade formal de quem dirige não se perde mas perde-se muita da autoridade moral. Pode-se do facto não ser ter logo a respectiva consciência mas a prazo é inevitável. A fragilidade da liderança está fatalmente atingida.
Nos tempos que correm, o dizer uma coisa e fazer outra, é indissociável da qualidade da vida democrática do país. O mudar de opinião não é em si mesmo censurável. Já o é se resultar, não de convicções profundas mas de um tacticismo que esconde projectos e ambições de natureza estritamente individual perante a organização que se lidera. E quando se começa a tentar explicar o que a “comunicação social deturpou” o caldo já está entornado. Nunca lhe ensinaram ou quis aprender o jogo de espelho.
È certo que as organizações desportivas não são diferentes das outras. E num país onde a memória é curta qualquer dirigente desportivo tem as vidas que quiser , faça o que muito bem entender. De um dia para o outro pode passar de um “dinossauro”e ultrapassado dirigente a uma mais valia que o país não apenas deve aproveitar e valorizar como premiar (o caso do ex-presidente da FPAndebol que uma a semana depois de ser convidado pelo governo a integrar o CND, recebe o prémio prestígio da CDP) é disso paradigma. O acusador passa a elogiador. Os defeitos a qualidades. O passado deixa de ser passado. O ex-acusado passa a elogiador do ex-acusador. Adversários de ideias tornam-se militantes das mesmas causas. E neste jogo cíclico de promiscuidades, circunstancial e oportunista, neste cenário em que quem contracena joga vários papéis, se negoceiam interesses e oportunidades, se espezinham valores que fazem a vil miséria moral de muita gente, figurinhas menores que “felizes e com poder “como dizia Alexandre O’Neill são um perigo.
A rotatividade nas mesmas figuras, a ressurreição de uns tantos “mortos” (roubo a expressão a Constança Cunha e Sá) revelam o estado geral de anemia em que caímos e o parque “jurássico-mental” em que nos movimentamos. E tal como a classe politica, temos uma classe dirigente desportiva, que salvo honrosas excepções, não tem classe, não se dá ao respeito, não se nobilita, é pobre de ideias e fraca de espírito.
Naturalmente que existem excepções. Mesmo ao nível do topo. E não é possível comparar o que se passa no topo do dirigismo com agentes benévolos que num clube ou numa associação recreativa dedicam parte do seu tempo a trabalhar para o desporto. E nada ganham. Aí, ainda existe muita carolice, muita pureza, muita dedicação à causa desportiva. Mas esses dificilmente têm acesso ao aburguesamento das cerimónias, à onda das galas e dos casinos que deixaram de ser uma excepção, para se tornar uma prática corriqueira dando das modalidades uma suposta riqueza e disponibilidade de meios que contrasta com o tradicional discurso da penúria.
E quais são as alternativas? As alternativas não estão à mão de semear. Precisam de ideias ,de pessoas e de circunstâncias especiais. Não aparecem só porque alguns as entendem como necessárias. A questão para o sistema desportivo não é portanto o discutir se precisa ou não de um alternativa. É o de saber se ela é possível. Sou céptico perante essa possibilidade.
Com um Estado pobre e um país definitivamente encostado ao lado da história pagamos um preço bem elevado por um sistema desportivo onde o Estado e os governos têm históricas responsabilidades acumuladas mas onde os responsáveis desportivos não estão fora da fotografia. Parece tudo tão diferente, mas é tudo tão igual!
5 comentários:
Não podia o Prof. trazer à liça tema menos incontornável. São estas situações que devem ser "badaladas" tal como a alienação do CD Lapa em 2007 e virem levantar poeira a dizer que foi este ano. O site da DGT o refere com a venda à Estamo não por 9 milhões de euros (9 milhões e cem mil valor para venda) mas sim por 8 milhões quatrocentos e sessenta e três mil.
http://www.dgtf.pt/docs/Oper_Alie_2007.pdf.
Qual moral qual quê...estomago e grande!!
Estamo.....Sageestamo....parpublica.!!!
Parabéns por este artigo, que nos diz o que afinal todos nós sabemos, "QUE O REI VAI NÚ", mas que na maioria ninguém se atreve a dizê-lo.
Este artigo vem mesmo a calhar com uma recente remodelação que se fez numa Direcção Técnica Nacional de uma Federação, no que toca ao mudar de opinião como quem muda de camisa, havendo suspeitas no meu entender, tal como o Professor refere, de um tacticismo que esconde projectos e ambições.
E na linha da referência a Bretcht as organizações desportivas a que se refere em palavras, poderiam ser retratadas por um qualqer pintor famoso como perversos locais de gula protegidos por discretas cortinas de falsa moral. No exterior os outros agentes desportivos poderiam ser retratados uns como apáticos trausentes e outros como uns desgraçados e desaptados.
Gostaria aqui de referir que entendi que quando se refere às organizações desportivas está também a dirigir-se Federações. Mas acima das Federações e sem querer estar sempre dizer mal do Estado e até porque hoje não é preciso porque o Professor também faz a isso referências, há também a Confederação Desporto Portugal, onde as festas e jantaradas não faltam. Quero aqui referir que não conheço muito bem qual a função desta organização e o que lucra o Desporto Português com mais uma estrutura organizativa consumidora do erário público. Porventura até será muito útil na prática, ja que na teoria e nas "cortinas da moral" os seus objectivos são dos mais nobres. Claro que é preciso ter em conta que a minha ignorância se compreende porque eu como a maioria dos agentes desportivos faço parte da plebe no "reino" do desporto a quem não se é dado cavaco.
Mas o que faz trazer esta organização aqui à baila tem a ver com umaa nomeação para melhor treinador. Refiro-me a um treinador do Desporto Universitário que foi nomeado para melhor treinador do ano. Achei tão estranho porque sendo o Desporto Universitário tão frágil em Portugal em termos de resultados, bem como em termos de apoio aos atletas e que depende acima de tudo, principalmente a nível internacional, do Desporto Federado, no qual estão os carolas e associações desportivas que também referiu, e talvez por ignorância minha não conhecer o treinador e o que de tão relevante fez, me deixou a pensar o porquê desta nomeação.
Por curiosidade acedi ao site da CDP e após uma leitura na "diagonal", pude ver que são as próprias Federações que propõe um nome. Parece que desde que o façam dentro do prazo todas as Federações podem propor um nome.
Se assim o está determinado e nos regulamentos nada se poderá apontar em termos legais, mas já quanto à justiça moral dessa legalidade é que me permito a tecer uma opinião negativa, porque considero que se está querer meter tudo no mesmo saco. Um dia destes alguém se lembra de fazer a Federação Portuguesa da Cuspidela, e temos um treinador da "Bisga" nomeado a Treinador do Ano.
Por outro lado também não sei qual a razão da FADUP em propôr este Treinador e com que consciência é que o fizeram. Será porque querem promover o treinador a voos mais altos? Será que querem dizer que estão presentes no panorama desportivo português? Seja nun caso ou noutro a CDP deveria reflectir sobre se casos como estes deveriam ser incluídos neste tipo de cerimónias.
Também a FADU através dos seus instalados dirigentes, deveria reflectir se é este o tipo de actividades bem como uns encontros de amigos, que fará desenvolver o Desporto Universítário, ou se haverá outro caminho. E digo-o porque enquanto fui Estudante Universitário e praticante federado sempre vi o Desporto Universitário em Portugal como uma actividade medíocre e que era conduzido e gerido também mediocremente pelos amigos das lides académicas. Hoje como treinador de atletas federados e alguns deles também participantes nos Campeonatos Universitários pouco mudei essa minha opinião.
O sistema é uma choldra e madraça corrupta (com álcool ou sem ele)!
O nosso sistema desportivo é o “sistema de Portugal” de muitas décadas, mesmo de há vários séculos como rezam as boas crónicas.
Nele perpetuam-se os dirigentes, muitos deles nas federações e no Comité Olímpico há décadas, fazem que fazem e que mexem e nada, lutam encarniçadamente apenas sempre que se sujeitam eleitoralmente para se manterem nos cargos e no poder, encontram-se e fingem que discutem para distribuírem dinheiros de todos aos amigos e seus eleitores venerandos e obrigados, afanam-se e vestem asas de grilo para gastarem portentosamente em festas, galas e viagens pelo mundo, falam intrepidamente com desdém dos atletas e dos treinadores que suam nas arenas, não ligam pevide aos salários em atraso dos profissionais desportistas nas denominadas “indústrias do desporto”, lançam-se freneticamente em grandiloquentes campanhas para grandes eventos desportivos em Portugal (desde Jogos Olímpicos a Mundiais de Futebol), promovem mais e mais infra-estruturas sem moverem umas palhinhas pelo fomento das respectivas práticas desportivas, aparentam ser grandes líderes mas não apresentam projectos e objectivos por que se responsabilizem, gerem sem gestão e sem planeamento, sem quadros técnicos profissionais, despreocupam-se do investimento sério na formação de treinadores e processos modernos de treino e preparação dos atletas.
Ficam e ficam anos, muitos e muitos anos nisto, e repousam nas cadeiras, assinam papéis e cheques, muitos cheques, viajam, fingem que querem mudar o mundo, não assumem e não querem responsabilidades e escrutínio público, assinam contratos e fingem anos adiante que não assinaram, fingem que vão embora e voltam, voltam mesmo e ficam mais uns anos e tudo fica igual.
E o Governo, o Estado, os Governos todos que vão passando, a administração pública desportiva, ali ao lado a verem passar a banda, dando dinheiro, mais e mais dinheiro, sem pedir contas, sem chamar à pedra os dirigentes perpétuos, os decanos, os fingidores. E o desporto, os desportistas entretanto sem dinheiro, sem pós-carreira desportiva, profissionais sem receberem salários, clubes profissionais falidos, ano após ano, com os mesmos dirigentes nos mesmos postos a assobiarem para o lado ou para o além em 2018.
Isto é assim no futebol, no andebol, no basquetebol, no Comité Olímpico, por exemplo económico que dispensa a extensa lista possível.
Mas as estruturas intermédias das federações desportivas estão em muitos casos na mesma condição, e vão alimentando os perpétuos dirigentes do cimo para também se poderem manter nas estruturas. Compram-se votos, amigos e cargos.
O sistema é um carrossel, desde a base ao topo tudo ou praticamente tudo se alimenta de favores e “amiguismos”. Nem o sistema pode e quer dar mais ao País nem este, através do Estado e do Governo, lhe exige praticamente nada em troca de o manter “ad eternum”.
O sistema é a choldra e a madraça corrupção que o define e que nós todos alegremente alimentamos.
Vivam os Madaíl, os Moura, os Loureiros, os Saldanha, pois então – a “Pátria Desportiva” é deles pois não é?
Claro que isto tudo é um enormíssimo exagero. Mas só poderia mesmo ser, porque depois de ter emborcado uns bagaços fica-se sempre a ver coisas que os sentidos apurados e comuns não alcançam. Por isso, depois de uma noite de descanso fica tudo bem de novo, ai não que não fica. E 2012 ou 2018 é já mesmo ali na dobra da esquina…!
J. Manageiro da Costa
Projecto para Londres 2012: mais do mesmo?
Há alguns dias atrás num post que aqui inseri e que depois desenvolvi e publiquei como artigo no Jornal “O Primeiro de Janeiro” e no meu BLOG pessoal, referi que um dos três exercícios essenciais para a evolução do nosso desporto federado era o da negociação que iria fazer-se em torno do novo “ciclo olímpico de Londres 2012”.
Estaria para se saber de que modo o Governo se predisporia a entregar um envelope financeiro ao Comité Olímpico de Portugal, pressupondo que como tinha sido confirmado superiormente pelos respectivos governantes se manteria o modelo de preparação que conduziu a Pequim 2008.
Dizia então aí que se ficaria a saber se existiria como subjacente a essa negociação um projecto devidamente articulado para a evolução do nosso desporto federado. Se por isso existiria ou passaria a existir uma metodologia de planeamento e gestão estratégica do desempenho ou não. E também se seriam assumidos objectivos de desenvolvimento pelas diferentes federações desportivas e negociados em razão dos mesmos os respectivos apoios, ou se tudo ficaria entregue ao sabor dos acontecimentos e das capacidades dos diversos atletas como manifestamente aconteceu no ciclo anterior.
Mas avançava-se um tanto mais. Perguntávamos também se o Comité Olímpico entregaria ao Governo um Relatório de verdadeira avaliação do que foi feito, dos métodos, da escolhas, dos planos e a avaliação detalhada dos resultados, ou se voltaria a fazer um dos tradicionais relatos romanceados da nossa participação nos Jogos de Pequim 2008.
Começa agora a conhecer-se o conteúdo do hipotético Relatório do COP sobre o ciclo de 2008, logo incomodamente desmentido pelo respectivo assessor de imprensa. E já nos parece que afinal o Governo não vai ter aí um instrumento útil para definir uma estratégia de desenvolvimento desportivo para Londres 2012.
Será que vai ser negociado um novo envelope para o novo ciclo olímpico apenas com base na proposta intempestivamente apresentada pelo COP (ainda antes da realização dos Jogos de Pequim) e onde de estratégia de desenvolvimento desportivo nem se falava?
Se assim acontecer então estamos falados sobre o desenvolvimento do nível desportivo nacional e poderemos prever que tipo de resultados estaremos novamente a discutir depois de Londres 2012.
Mas será então mais uma vez com o beneplácito manifesto do Governo, agora o que está em funções em 2008. E Portugal não terá aprendido nada sobre a forma de definir uma estratégia de desenvolvimento desportivo com base no ciclo olímpico de Londres. O que dará imensa razão ao avisado comentário do Dr. José Manuel Constantino que é um conhecedor profundo e perspicaz da nossa frágil história desportiva – que inclui uma grande incapacidade de gestão associativa e governamental do desporto.
José Pinto Correia
Enviar um comentário