O técnico superior de desporto de uma autarquia local aproxima-se mais da função de um gestor desportivo ou de um professor de educação física?
Esta questão que poderá parecer descabida ou despropositada foi-me colocada por uma estudante de forma muito ajustada e à qual eu respondi, provavelmente de forma precipitada, que correspondia à figura do gestor desportivo.
Desejando a estudante em causa concorrer futuramente a um dos nossos municípios para exercer tal actividade profissional, seguiu uma recomendação minha de procurar no Diário da República diversos concursos públicos para essa actividade e analisar os critérios de recrutamento.
De facto, os concursos, e muitos foram analisados, são dúbios quanto ao perfil do técnico superior de desporto. As dúvidas e perplexidades no fim destas leituras desabrocharam nesta estudante que, para além de confusa ficou assustada face, por um lado, às inúmeras exigências que observou em determinados concursos e por outro lado, relativamente às diferenciadas funções que são exigidas a tal profissional.
De facto, entre muitas outras, elencou diferentes tarefas descortinadas em diversos concursos públicos, tais como:
- Consultoria, estudos, planeamento, programação, avaliação e aplicação de métodos e processos de natureza técnica/científica, tomando decisões;
- Recolher, seleccionar e tratar informação, planificar e definir estratégias com vista a uma boa rentabilização social e desportiva dos recursos existentes, com o objectivo de oferecer e prestar um serviço de qualidade;
- Representação do órgão ou serviço em assuntos da sua especialidade, com tomadas de decisões de carácter técnico, enquadradas por directivas ou orientações superiores;
- Gestão e coordenação de eventos desportivos;
- Preparação e acompanhamento de programas de modalidades desportivas;
- Planificar as épocas desportivas das Piscinas municipais, leccionar e assegurar diariamente as aulas, as turmas e os horários da Escola de Actividades Aquáticas.
Contudo, nem tudo a decepciona, resta-lhe a satisfação de pretender licenciar-se em Ciências do Desporto no ramo opcional de Gestão Desportiva, pois assim sentir-se-á mais habilitada ao exercicio profissional numa realidade de grande hibridismo no desempenho de funções de gestão e funções de leccionação como é paradigmático o caso do técnico superior de desporto.
Que pensam disto os licenciados em Gestão do Desporto? Em que mercados profissionais se podem afirmar categoricamente estes licenciados?
Estas e muitas outras questões deverão ter a sua pertinência no X Congresso da APOGESD o qual visa debater as principais questões relacionadas com o emprego e as diversas oportunidades de negócio/actividade na Gestão do Desporto.
Aqui fica o convite de rumar até à Covilhã e enriquecer o debate e a reflexão sobre a Gestão do Desporto.
Esta questão que poderá parecer descabida ou despropositada foi-me colocada por uma estudante de forma muito ajustada e à qual eu respondi, provavelmente de forma precipitada, que correspondia à figura do gestor desportivo.
Desejando a estudante em causa concorrer futuramente a um dos nossos municípios para exercer tal actividade profissional, seguiu uma recomendação minha de procurar no Diário da República diversos concursos públicos para essa actividade e analisar os critérios de recrutamento.
De facto, os concursos, e muitos foram analisados, são dúbios quanto ao perfil do técnico superior de desporto. As dúvidas e perplexidades no fim destas leituras desabrocharam nesta estudante que, para além de confusa ficou assustada face, por um lado, às inúmeras exigências que observou em determinados concursos e por outro lado, relativamente às diferenciadas funções que são exigidas a tal profissional.
De facto, entre muitas outras, elencou diferentes tarefas descortinadas em diversos concursos públicos, tais como:
- Consultoria, estudos, planeamento, programação, avaliação e aplicação de métodos e processos de natureza técnica/científica, tomando decisões;
- Recolher, seleccionar e tratar informação, planificar e definir estratégias com vista a uma boa rentabilização social e desportiva dos recursos existentes, com o objectivo de oferecer e prestar um serviço de qualidade;
- Representação do órgão ou serviço em assuntos da sua especialidade, com tomadas de decisões de carácter técnico, enquadradas por directivas ou orientações superiores;
- Gestão e coordenação de eventos desportivos;
- Preparação e acompanhamento de programas de modalidades desportivas;
- Planificar as épocas desportivas das Piscinas municipais, leccionar e assegurar diariamente as aulas, as turmas e os horários da Escola de Actividades Aquáticas.
Contudo, nem tudo a decepciona, resta-lhe a satisfação de pretender licenciar-se em Ciências do Desporto no ramo opcional de Gestão Desportiva, pois assim sentir-se-á mais habilitada ao exercicio profissional numa realidade de grande hibridismo no desempenho de funções de gestão e funções de leccionação como é paradigmático o caso do técnico superior de desporto.
Que pensam disto os licenciados em Gestão do Desporto? Em que mercados profissionais se podem afirmar categoricamente estes licenciados?
Estas e muitas outras questões deverão ter a sua pertinência no X Congresso da APOGESD o qual visa debater as principais questões relacionadas com o emprego e as diversas oportunidades de negócio/actividade na Gestão do Desporto.
Aqui fica o convite de rumar até à Covilhã e enriquecer o debate e a reflexão sobre a Gestão do Desporto.
8 comentários:
Pois é, dá motivo para preocupação e ainda podemos acrescentar a maior: a estudante em causa ou outros quando concorrerem, depois de ler muita legislação e muitos livros, serem entrevistados, etc, serão ultrapassados pelo candidato que tiver a melhor cunha, ou para o qual o concurso foi aberto. É a vida.
sugestivo poste
E o que dizer dos concursos para o Departamento de Desenvolvimento do desporto do IDP?
À partida(e tendo em consideração o departamento em questão) destinado a Gestores Desportivos ou quando muito a licenciados na área do desporto, onde concorremos com Matemáticos, Sociólogos, Psicólogos, etc... Com todo o respeito pelos profissionais destas áreas, mas de desporto percebemos nós!
Enquanto o Instituto responsável pelo Desporto neste País continuar a não discriminar positivamente e a não valorizar o conhecimento e a capacidade técnica dos profissionais do desporto para o desenvolvimento desportivo do país, continuaremos a ter quadros técnicos sem capacidade para contribuir para nos colocar ao nível do desenvolvimento do resto da Europa...
Pois é, lembro-me muito bem dessa minha fase de pós licenciatura em Gestão do Desporto. Angústias pessoais e dalguns colegas. E tinhamos a vantagem de ser os primeiros com essa formação.
Esses casos sempre existiram.
Os concursos são na maioria dirigidos, são dúbios nos critérios, e na maioria dos casos desajustados às funções que vão desempenhar.
Não entendo, ainda hoje em dia, como é possível abrir um concurso em que se admitem licenciados para Técnicos Superiores de Desporto nas autarquias sem licenciatura em Gestão de Desporto ou pelo menos a especialização. Excepção aos que são para dar aulas de Ed. Física.
É por essas e por outras que certas autarquias são ineficientes.
Desejo-vos a melhor sorte.
O problema mais grave dos concursos do IDP e já agora do COP,para onde entrou um familiar da ministra,é que muitos dos lugaresjá estavam atribu[idos antes dos concursos.E nâo é só para resolver problemas antigos.Com estes apanharam a boleia muitos novos comissários politicos.Um dia que seja sindicado o actual IDP o que se vai descobrir é algo que nem do tempo do INDESP se viveu como os que cá trabalham bem conhecem.
A jovem que vive a angústia profissional que aqui é relatada deve falar quanto antes com o Dr.Laurentino.Ele sabe como estes problemas se resolvem.E se ele não tiver disponível fale com o Dr.Sardinha que ele também sabe como o Dr.Fanha consegue essas coisas.
O anónimo das 11,56 fala do que não sabe.
Não sabe o que é o desporto, o moderno e todo o anterior.
Quando você diz 'de desporto percebemos nós' refere-se a quem?
aos gestores, aos professores de educação física, aos treinadores?
Então e o resto?
Quando o 'profissional de desporto' como lhe chama, chega a uma instituição e ganha a vida a tratar 'papel selado' ou contratos programas, leis, despachos e autorizações administrativas isso é saber de desporto ou é o trabalho determinado pelo direito vigente, o mesmo que existe há trinta anos e não leva o desporto português a lado nenhum?
Você tem razão há instituições e pessoas como você que continuam a "não discriminar positivamente e a não valorizar o conhecimento e a capacidade técnica dos profissionais do desporto para o desenvolvimento desportivo do país".
Saia da sua concha e tenha a coragem de demonstrar porque é que os "profissionais do desporto", com aspas, se julgam tão únicos que nem sequer dialogam entre eles e não alcançam uma plataforma de afirmação social superior para toda a sociedade.
Você também não conhece o mercado do desporto e incomoda-se pelos concursos restritos de uma instituição quando deveria preocupar-se com a dimensão absoluta do mercado.
Você desconhece as estatísticas do desporto, não as exige, por isso não as sabe discutir nem reivindicar o que é melhor para os seus profissionais do desporto.
Haverá professores do desporto que fazem esses discursos corporativos aos seus alunos.
Fazem-no há décadas apesar do erro de competitividade que transmitem aos seus alunos.
O problema é que o concurso de profissionais para algumas instituições do desporto deveria ser ao nível de mestrado e doutoramento.
Existem dois obstáculos de monta:
o primeiro é que nada garante que a sua formação seja a adequada à necessidade do desporto moderno;
o segundo tem a ver com a estrutura de regulação do mercado do desporto português que exige contabilistas e administrativos inteligentes e para isso não são necessários licenciados de nenhuma natureza.
Eu penso que você não percebe o alcance do que eu digo e esse é o problema maior, de muita gente.
Sem o querer ofender existem características do desporto que sempre foram aplicadas noutros países e que em Portugal não são seguidas.
Esse é o desporto que importa conhecer e manejar e aí todas as profissões são indispensáveis.
Espero que pelo menos você peça a minha cabeça por estar a dizer estas enormidades.
Bom, essa do "nós é que percebemos de desporto" dá para rir. Se este comentário passar no "sensor do site" sempre direi que na DDD do IDP dá dó as informações técnicas que por lá se recolhem! E são todos top ten do Desporto!
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