terça-feira, 1 de junho de 2010

Discorrendo sobre as elites

As elites, ao nível do dirigismo desportivo, sempre viveram em sobressaltos. As suas tarefas nunca se revelaram fáceis. Com dificuldades de afirmação e de renovação. Com défices de esclarecimento e de capacidade de intervenção. Com uma cultura desportiva muito centrada nas suas modaliades.Com incapacidade em contextualizar o desporto no âmbito das dinâmicas sociais. E tradicionalmente muito dependentes do poder/financiamento públicos. Que, na esmagadora maioria dos casos, criou medos e receios de um posicionamento critico.
A disseminação desta situação pelo contexto associativo e federativo foi sempre, e apesar de tudo, muito distinta. Os desportos motorizados sempre viveram noutra dimensão, claramente comercial, e outras modalidades (golfe, hipismo, ski, esqui, etc .) uma dinâmica diferente do movimento associativo tradicional .E outras, pela sua pequena expressão, contam pouco
Se sempre assim foi, agora, em tempos de crise, escrever ou falar mal dos dirigentes (desportivos ou políticos) tem um efeito catártico. Mas não resolve nada. Só complica. Mete tudo no mesmo saco. Dilacera e enfraquece as organizações. Acentua a deriva e o desencanto democráticos. .
Durante muitos anos houve um dirigente desportivo que sobressaiu da mediania geral: Fernando Mota. Anos a fio puxou pelo desporto português. Quando era necessário criticar o poder politico lá estava ele na linha da frente. Quando era preciso ver para além do imediato apontava caminhos. A sua preparação técnica, intelectual e capacidade argumentativa impunham respeito. E a valia dos resultados que internacionalmente a sua modalidade alcançava, alguma inveja. Muitos viam apenas uma forma de puxar pelo atletismo. E desconfiavam. Não me ocorre que a solidariedade que a sua modalidade manifestou a outras tenha tido igual correspondência quando o atletismo viveu momentos complicados. Mas adiante. O exercício continuado, e por muitos anos, criou, como seria inevitável, diferenças de opinião e de avaliação. Em alguns casos indisfarçáveis reservas. Cresceram os “casos”,os “ódios” e os “inimigos”. Mas nem isso obstou a que continuasse a obter resultados desportivos que nenhuma outra modalidade alcançava. E a ser respeitado mesmo pelos que o criticavam. E a ser armadilhado nos corredores do poder governamental e, ao mesmo tempo, publicamente elogiado. O que é revelador da qualidade e carácter dos que seus autores. Mas também do receio que inspira.
De um momento para o outro escolheu o silêncio. Fechou-se na sua modalidade. Não acredito que tenha perdido sentido crítico a um desporto que se revê nas galas ou nos discursos laudatórios ao poder. Ou na congénita incapacidade de quem lidera as instituições perceber que o seu papel é servir o país e não servir-se.
Cansou-se da falta de solidariedade? De uma lealdade que não é lealdade mas apenas calculismo tacticista? Não sei. Sem fazer qualquer exercício especulativo - ele saberá - interrogo-me num outro plano: o que ganhou o desporto português com um menor envolvimento de um dos seus dirigentes mais bem preparados, mais esclarecidos e mais capazes? Sem desprimor para ninguém, pode um país onde a qualidade dos recursos humanos é escassa desperdiçar os seus melhores?
Avaliações e análises estimáveis e respeitáveis não faltarão para contrariar este pensamento. O comentário não é, de resto, neutro. Pela pessoa em causa tenho, de há longos anos, amizade e estima pessoal. Mas que, como muitos o sabem, em nada mexeram no âmbito das relações profissionais e institucionais quando tiveram que ocorrer.
Um pais pequenino -na dimensão e na mentalidade – rói-se de inveja de quem tem sucesso. E também não aprecia quem elogia o mérito alheio E não se furtará a encontrar mil razões para o negar ou desvalorizar. Ou para encontrar defeitos. Ou para matar o mensageiro de modo a destruir a mensagem. Mas, isso, qualquer um está sujeito. Sobretudo os que têm exposição pública. Com uma outra importante diferença. Aquele dirigente deixa o que recebeu melhor que o que encontrou; deu o peito às balas sem assessores de imagem ou amigos na comunicação social. É pouco, dirão. Mas, nos tempos que correm, já é muito. Para o país. E para o desporto
.

37 comentários:

Anónimo disse...

E outras, pela sua pequena expressão, contam pouco ... ou nada.
A canoagem traz medalhas umas atrás das outras e conta pouco ... ou nada.
http://www.record.xl.pt/noticia.aspx?id=ad5a81f0-0b7c-4fcb-871d-9b64cc98b69a&idCanal=00000313-0000-0000-0000-000000000313

Anónimo disse...

Boa malha este post!

Luís Leite disse...

Mais uma vez José Manuel Constantino tem razão em tudo o que afirma, neste caso também sobre Fernando Mota.
Só que ter razão não chega.
Sobretudo quando não se diz tudo.
Certamente e em parte por desconhecimento.
Como é sabido, fui durante uns anos Vice-Presidente de Fernando Mota e demiti-me por divergências cuja natureza divulguei em momento oportuno "10 Razões Para uma Demissão" também publicadas neste blog.
Confirmo sem qualquer problema as virtudes e a inteligência superior de Fernando Mota.
Mas Fernando Mota cometeu sempre muitos erros, sobretudo de gestão política e financeira, com maior incidência ao longo destes últimos anos.
Erros que só são conhecidos por quem está por dentro da modalidade.
Alguns muito graves que não irei divulgar aqui, por serem problemas internos do Atletismo.
Além disso, as unanimidades eleitorais quando existem muitos inimigos, ainda por cima sem jamais ser necessário programa eleitoral, não espelham o que se passa no interior da modalidade.
A verdade é que o Atletismo vive há muitos anos numa estranha "monarquia totalitária".
Muito antes de ser eleito Presidente pela 1ª vez (em 1992), F. Mota, Director Técnico Nacional já mandava na FPA e foi ele que escolheu os dois últimos Presidentes.
Sem ter lugar na Direcção e após Correia da Cunha se fartar, já era ele quem tomava as decisões, punha e dispunha.
F. Mota manda "sozinho" no Atletismo Português desde 1983, ou seja há 27 anos, dos quais 18 como Presidente, sem candidatos de oposição nem programa eleitoral desde 1992.
As suas Direcções nunca tiveram voto na matéria, até porque não consta que alguma vez tenha havido alguma votação. Só se aceitam "yes men".
Em 2012, ao fim de 20 anos como Presidente será obrigado pela nova Lei a sair da Presidência.
Obviamente não sairá (alguém quer apostar comigo?) e continuará a mandar sozinho, comandando tudo do mesmo gabinete, usando o mesmo telefone, com outra função oficial.
Está agarrado ao poder (solitário), que nunca largará, apesar de ter dito várias vezes que o faria, no passado.
Será isto aceitável?

ftenreiro disse...

Caro José Constantino quero juntar outros aspectos ao seu justo poste.

O Fernando Mota é o líder desportivo capaz de colocar o desporto no seu lugar elevado e próprio perante as câmaras televisivas e na negociação com stakeholders e patrocinadores.

A liderança do desporto deveria ter evoluído com a sua passagem de testemunho para o topo do desporto. Fracassada Pequim, a reforma institucional e a renovação dos líderes, o desporto e a população portuguesa vão pagar caro a falha institucional.

A falha institucional é a inexistência de mecanismos de valorização absoluta dos melhores e da secundarização de valores inferiores. Estes mecanismos são potenciadores de reformas de 'veludo' e de transposição de valências e acumulação das mais-valias que melhor servem o desporto e o país.

O desporto necessita de um ajustamento da massa crítica que já possui e que a liderança actual é incapaz de estruturar, dar fôlego projectando-a e criando hipóteses de futuro.

Com a crise que existe alguém deveria convencer a CDP a juntar-se ao COP e canalizar os lucros institucionais e financeiros da operação para as federações e ter apenas uma cabeça a liderar o desporto português.

O abandono da combatividade acessória de Fernando Mota foi um acto de lucidez para a sobrevivência da sua modalidade porque com a sua eventual saída, a indefinição de resultados seria grande sem a possibilidade de assegurar noutro nível a confiança e a racionalidade do mercado e permitir a novos líderes da modalidade evoluírem com segurança.

Numa modalidade que ganhou no passado recente resultados no alto rendimento, disse-me um dirigente actual que há a necessidade dos criadores desses resultados serem substituídos por novos mas, diz ele, "Estamos com problemas porque os novos técnicos não têm estatura para a herança que lhes é deixada".

A crise actual é exemplo das dificuldades enormes que as federações enfrentam.

Perguntaram a um atleta olímpico porque é que a natação não ganha nada. Ele disse que os atletas da natação treinam menos natação que os do triatlo com três disciplinas.

No basquetebol os resultados são esparsos ou inexistentes, porquê?

Na canoagem há surtos que depois morrem e acusar as lideranças das federações sem olhar ao contexto desportivo e não-desportivo é insuficiente.

Há desafios que são conhecidos e há outros que é necessário pedir às universidades para ajudarem a explicar o que se passa. A liderança bicéfala do associativismo é ineficaz desportivamente e em todos os domínios. A comunicação social subsídio-dependente falha entrevistas, fulcrais para transmitir à sociedade o querer e o compromisso dos líderes do desporto.


Quanto ao Luís Leite você esquece o essencial do Fernando Mota que são os resultados. O atletismo é a única modalidade com resultados olímpicos regulares e sustentados passando do fundo para as técnicas.

Isto era o mínimo, se mais houvera de política pública, a hipótese era o atletismo sair-se ainda melhor.

A falta de oposição é um desafio estrutural do modelo português.

Você deveria partir dos probleas que encontra para o todo nacional.

Não se feche nos problemas do Fernando Mota porque ele é um mortal igual aos outros e é sempre possível destruir publicamente qualquer pessoa.

Ou um mortal um bocadinho melhor, pelo menos do que a sua dita oposição.

Luís Leite disse...

Caro Fernando Tenreiro,

Concordo bastante com muito do que escreveu.

Acrescento:

1) Os resultados do Atletismo Português não são nada de extraordinário; os das outras modalidades é que são fracos ou muito fracos;

2) Os resultados do Atletismo Português devem-se não só a Fernando Mota mas a um grande número de grandes profissionais, dentro e fora da FPA;

3) Se havia alguém com perfil para liderar o Desporto Português, fosse no COP, fosse na CDP ou numa instituição aglutinadora, esse alguém era Fernando Mota; pela enorme experiência de uma vida e pela capacidade de liderança demonstrada, porventura excessiva no Atletismo; perdeu a oportunidade quando não quis candidatar-se ao COP, aconselhado por mim, imediatamente a seguir aos Jogos, em Setembro de 2008, o que retiraria margem de manobra a Vicente de Moura para fazer os seus arranjinhos;

4) Pelo que tenho lido, sei e conheço daquilo que escreveu e escreve, o nome mais adequado para liderar o Desporto Português na actualidade é o de José Manuel Constantino.

Anónimo disse...

Discordo do Luís Leite.

Acho que a pessoa mais indicada para liderar o Desporto Português na actualidade é o dr. Fernando Tenreiro.

ft disse...

boa

ft disse...

O D. Sebastião vem já aí a correr

Luís Leite disse...

Dava umas massas para saber quem é o anónimo das 12.14h.
Como sabem não gosto de anónimos.
Mesmo.

Anónimo disse...

Eu cá aposto no Luís Leite para liderar o Desporto Portuguêss na actualidade.

Acho-o preferível ao Fernando Tenreiro.

Emboa, sejam ambos bons.

Luís Leite disse...

É uma pena os anónimos serem tão anónimos.
Eu escrevo o que penso numa base de seriedade cívica, dando meu contributo pessoal.
Sem ter nada a esconder nem medo de nada.
Será que os anónimos fazem o mesmo?
Haverá anónimos mais sérios e outros menos sérios? Serão os anónimos medrosos? Porquê?

ftenreiro disse...

Não há nada como a volta dos velhos anónimos, puros e duros.

Deixando o debate do desporto de lado, porque é isso que se faz, podia-se discutir a dívida do grande partido que convence os cidadãos que governa bem o país.

Luís Leite disse...

Serão todos os anónimos "do grande partido que convence os cidadãos (etc.)"?

Anónimo disse...

Pelo menos não falta coerência,
em ano de eleições os socialistas governaram a tesouraria do partido com o mesmo rigor com que governaram a tesouraria da república

in blogue 31 da Armada

ftenreiro disse...

Vamos a ser justos porque outros partidos também foram mãos largas para si próprios, fazendo o que tanto criticam o grande partido da governação.

A escala é de facto o elemento de coerência como refere o 31 da Armada citado anteriormente.

Anónimo disse...

Os Anónimos...
São pessoas com ideias tão válidas como os outros! São anónimos porque talvez desempenhem cargos que não comportam dissertações ou "picardias" nestes Blogs! São anónimos porque talvez trabalhem em Organismos que não vêm com "bons olhos" certo tipo de participação-críticas-observações!
Todos nós já fomos ou seremos anónimos algum dia! Não se deve a nossa "democracia" a uma multidão de anónimos? Só receia os anónimos quem não possui intelecto e dialecto suficiente para contrapor as suas "razões" a quem "desconhece! E se eu inventar por aqui um "nome" já deixarei de ser anónimo? Alguém pode aqui afirmar que o FT é ele mesmo neste blog? Interessante que por vezes é dos anónimos que saem as "verdades" e umas vezes são muito bons para a sociedade e outras não....Depende quem detem o "poder" no momento! A mim os "anónimos não me incomodam nada! Já os identificados podem incomodar! "O Anónimo" OA

Luís Leite disse...

Os anónimos podem ter ideias tão válidas como os outros, mas ao necessitarem do anonimato revelam que são COBARDES. Chicken!
Falo por mim: nunca tive receio de dizer o que penso, sempre com o devido respeito pela opinião dos outros.
Sempre tive uma opinião pessoal. Nunca tive receio de perder lugares por dizer, educadamente, o que sei ser politicamente incorrecto, mesmo perdendo alguns privilégios inerentes aos cargos que desempenhei.
Não sou como a maioria dos deputados, por exemplo, que votam contra as suas convicções pessoais.
Hipocrisia e cobardia é que não!
Espinha direita, dignidade sim!
Por isso me demiti da FPA.
Nunca precisarei de disfarces ou capotes.
Nem que um dia tenha que ir para debaixo da ponte!

Anónimo disse...

O anónimo OA tem razão

fernando tenreiro, ft e ftenreiro têm sido o mesmo, depende do lado para que ele está voltado ou a pressa que tem em despachar o trabalho.

Começando pelo princípio:

O José Constantino fez um poste sobre um líder desportivo português e a conversa seguia esse rumo.

Depois houve quem fizesse uma pequena rotação dizendo que o líder ideal seria o José Constantino e a conversa saiu dos carris dados inicialmente e deteriorou-se instantâneamente.

Quem deteriorou, porventura inadvertidamente, na minha limitada opinião, não foi um anónimo.

Concordo que não será o anonimato que prejudica o debate, penso que são as posições assumidas e a qualidade do escrito.

Portugal tem uma história onde uma ditadura exigiu um anonimato largo e longo. A figura deve ser usada com a dignidade de um instrumento com estes pergaminhos.

Luís Leite disse...

Não é verdade que a Ditadura do Estado Novo "tenha exigido um anonimato largo e longo".
O que existia era "Censura" ou "Exame Prévio", que impedia que determinadas opiniões, contrárias ao Regime, fossem publicadas.
Para além disso, havia a clandestinidade dos membros do Partido Comunista, que por razões óbvias, usavam por vezes pseudónimos ou nomes e documentos falsos.
Isto não tem nada a ver com "anonimato".
Nos órgãos de comunicação social toda a gente sabia quem escrevia os artigos e até havia um certo orgulho da esquerda em ser censurada.
Portanto, o anonimato não é "instrumento" com quaisquer "pergaminhos".
O anonimato é, foi e será sempre pura e simples cobardia.

joão boaventura disse...

Caro Luís Leite

O anonimato não corresponde apenas à ausência de identificação, nem à impossibilidade de identificar laços familiares ou reconstrução de histórias pessoais.

Hoje em dia vive-se em regime de identificação (impressões digitais, leitura ADN, câmaras de vigilância). Vivemos num sistema panóptico.

Nestas circunstâncias o direito ao anonimato, à privacidade e à confidencialidade, está cerceado com a conivência da comunicação social apostada na aquisição de muita informação.

O recurso ao anonimato cumpre uma função instrumental permitindo ao anónimo gerir a divulgação e ocultação da sua informação pessoal, assumindo diferentes papéis e diferentes identidades, consoante o contexto de interacção em que se encontra.

Isto é o que nos diz a Catarina Frois, nas "Reflexões em torno do conceito de anonimato" (Análise Social n.º 149, 1.º trimestre 2010).

Devo acrescentar que o tema do trabalho citado incide nas associações de 12 Passos - Famílias Anónimas, Alcoólicos Anónimos, e Narcóticos Anónimos - mas muita da argumentação nele tecida, não me repugna extrapolá-la.

É verdade que na abordagem os actores actuam numa interacção directa uns com os outros, mas a identidade continua resguardada.
Isto não significa que as pessoas queiram ocultar ou esconder qualquer coisa, mas apenas manter privadas determinadas esferas da sua vida. E isso é respeitável.

Daí a considerar que quem gere a sua privacidade, com correcção e eticamente, é cobarde, afigura-se uma violência.

Não será preferível ignorá-lo, se incorrecto ou a despropósito ?

Cordialmente

Anónimo disse...

Pois...concluindo, como disse por aqui um "anónimo" penso que o "identificado" Luis Leite seria o melhor líder desportivo que este país poderia ter!! Que se lixasse o governo, os deputados, a fifa, a uefa o COP e outros que tais!! O Luís Leite opunharia sempre o seu peito às balas, estoicamente, "a bem do desporto" e marcharia contra quaisquer canhões que lhe barrassem o caminho!! Eu...até acho que ele deveria era candidatar-se a 1.º Ministro uma vez que portugal necessita mais do que b«nunca de homens como este!! Não sei é se duraria muito tempo cá no mundo dos vivos!! Conclui-se, dos vários comentários que se trata de um "ressabiado" e que não deve ter a mínima noção da realidade do Mundo Hoje!! Nem do que o move!! Quem constrói e quem avança sob a filosofia da verdade e da honestidade, quem demonstra trabalho e competência, ou melhor, quem demonstra resultados indiscutíveis, não é "corrido nem derrotado em eleições" ou é?? Não percebo como é que a honradez, competência, honestidade e mais que tais do Sr. Luis Leite não foram/são aproveitadas?? Bom, eu yambém gosto muito de "goelas"...fazem-me é por vezes indigestão... OA

Anónimo disse...

Porque será que o Luís Leite vocifera impropérios quando o apontam como o líder ideal para dirigir o desporto português na actualidade?

Porque entende isso como uma ideia absolutamente ridícula?

Porque acha que a simples menção do seu nome é um insulto?

Porque tem uma aguda noção do seu (des)valor e sabe que a hipótese nunca se porá com um mínimo de seriedade?

A sua reacção não me parece motivada pela modéstia, mas antes pela auto-repugnância.

Porque será?

Luís Leite disse...

Caro João Boaventura:

A Constituição da República Portuguesa em caso algum considera o direito ao anonimato, designadamente em sede de Direitos, Liberdades e Garantias.
Antes protege e favorece, entre outros, o direito à identidade individual e à privacidade.
No caso do direito à privacidade, em caso algum é considerado o anonimato relativo a actos relacionados com a emissão de opiniões pessoais.
Intervir socialmente e esconder-se é revelador, na minha opinião e no mínimo, de falta de coragem em assumir-se como cidadão, num regime político livre, em que não existe Censura.
É, assim, nestes termos, uma indignidade.

Anónimo disse...

Exmo Senhor Luis Leite.
Posso garantir-lhe que V. Exa não percebe 80% do que está escrito na Constituição! Desde logo pelo que diz na sua última mensagem! OA

joão boaventura disse...

Caro Luís Leite

Tem todo o direito a discordar do anonimato mas também tem de reconhecer o direito das pessoas a escrever sob anonimato.

Há muitos blogs que aceitam comentários sob anonimato que, na sua maioria, são consensuais e não colidem com o direito dos que assinam.

Quanto à Constituição, apesar de ser um texto meramente proclamatório onde a maior parte dos seus dispositivos não se cumpre, verifica que o anonimato acaba por ser um Direito, uma Liberdades e uma Garantia.

Cordialmente

Luís Leite disse...

Quanto a OA e aos outros anónimos, além de serem anónimos e portanto estarem automaticamente classificados, não revelam nível intelectual ou argumentativo para merecerem resposta.
Como sabem, só respondo a pessoas que assinam o que escrevem e, já agora, que revelem níveis de inteligência, educação e instrução razoáveis.
Não precisam de ser elites.

Luís Leite disse...

Meu caro João Boaventura,

A Constituição da República, que merece uma leitura de vez em quando, é a LEI FUNDAMENTAL da República.
Todas as Leis ou Decretos-Lei têm que estar compatibilizadas com o seu articulado.
Como deve calcular, não me ponho a dar palpites sem saber do que falo ou escrevo.
Os direitos fundamentais estão todos bem explícitos na Constituição.
Nada, repito, NADA na Constituição remete para o "anonimato" como um direito do cidadão.
Mesmo a Liberdade, como sabemos, em democracia implica Responsabilidade.
Anonimato é a não assumpção da responsabilidade pelo que se diz ou escreve.
Mantenho, portanto, tudo o que afirmei e, com o devido respeito por quem o merece, considero o assunto encerrado.

Anónimo disse...

O professor de desenho Luís Leite (disciplina que agora é pomposamente denominada de "educação visual), que é licenciado em arquitectura (e, por isso, alguns, ao engano, o apelidam de "arquitecto"), que foi praticante de atletismo e exerceu, durante algum tempo, funções dirigentes na FPA, nem escreve sobre desenho, nem sobre arquitectura, nem sobre atletismo.

Escreve sobre política desportiva, aos dias ímpares, e sobre a Constituição da República, aos dias pares.

É por isso que, como alguém já alvitrou, deve ser urgentemente designado para ser o dirigente do desporto português na actualidade!!! Tem manifesta "queda" para tanto.

Anónimo disse...

Que misteriosa razão terá levado a que o tema do post motivasse este interessante debate sobre o Luís Leite? Ele é assim tão incómodo?Ou pensa e diz de frente o que outros que o contradizem só conseguem de forma anónima?

António A. Fontes

Luís Leite disse...

Não respondo a anónimos, mas quando me pisam os calos reajo, naturalmente:

1) Sou licenciado em Arquitectura pela Escola Superior de Belas Artes de Lisboa (1980/81), com pós-graduação em Planeamento Urbanístico (1984), quando ainda não havia mestrados;

2) Sou Membro da Ordem dos Arquitectos, com o número 1836, Secção Regional do Sul, com as quotas em dia, pelo que tenho direito a usar o título profissional de Arquitecto;

3) Do meu "curriculum vitae" constam mais de 250 projectos, feitos ao longo de 28 anos;

4) Fui Adjunto de Chefe de Projecto na Profabril, na altura o maior centro de projectos da Europa, entre 1980 e 1983;

5) Sou Professor Efectivo do Ensino Secundário, tal como a esmagadora maioria dos licenciados em Arquitectura do meu tempo;

6) Já escrevi sobre Desenho, sobre Arquitectura e (muito) sobre Atletismo (assino sempre o meu nome);

7) Escrevo sobre aquilo que me apetece, quando me apetece e, neste caso, com o convite e o beneplácito do Dr. José Manuel Meirim;

8) Sou independente e não tenho medo de nada nem de ninguém.

Anónimo disse...

E escreve o "arquitecto" Luís Leite:

Escrevo sobre aquilo que me apetece, quando me apetece e, neste caso, com o convite e o beneplácito do Dr. José Manuel Meirim.

"Beneplácito", esclarece qualquer vulgar dicionário de língua portuguesa, significa consentimento, licença, autorização, aprovação.

Portanto, o "arquitecto" Luís Leite confessa que escreve "sobre o que lhe apetece"...desde que o dr. Meirim autorize ou aprove.

Isto, sim, é que é independência!!!!!!!!!!

Luís Leite disse...

Obviamente o "anónimo" anterior, ao referenciar-me como arquitecto com aspas, está a pretender denegrir/deturpar a minha imagem pessoal e profissional e o sentido das minhas palavras.
É a sua condição de "ANÓNIMO" que evita que eu o possa processar judicialmente.
Pelos vistos, o "anónimo" desconhecia o significado da palavra "beneplácito", o que não me surpreende.
Quanto à minha independência em relação ao Dr. J.M. Meirim, pessoa que prezo pela sua postura cívica e qualidade intelectual e que me convidou a participar neste blog como colaborador, é simplesmente TOTAL.

Luís Leite disse...

P.S.:
O termo "beneplácito" decorre do facto de os donos dos blogs poderem não aceitar textos que se afastem das regras previamente definidas.
Neste caso, passam pela não utilização de linguagem inadequada, sob pena de ser banido.

Anónimo disse...

Diz o arquitecto com aspas Luís Leite e professor de desenho sem aspas:

É a sua condição de "ANÓNIMO" que evita que eu o possa processar judicialmente.

Olhe que não, olhe que não, como diria o seu ex-mentor....

Luís Leite disse...

Não jogo pingue-pongue com anónimos.
Nem sequer lhes respondo.
Mas quando são feitas insinuações sem qualquer fundamento, tenho que reagir:
"Olhe que não, olhe que não" foi uma resposta dada pelo Dr. Álvaro Cunhal a Mário Soares num frente-a-frente eleitoral.
O anónimo acha que aquele personagem histórico foi meu mentor.
Eu que nunca fui comunista e muito menos membro do PCP...
Ponto final na conversa.
A minha pessoa não pode nem deve ser assunto neste blog.
Não interessa a ninguém.
Interessa-me discutir política desportiva.

Anónimo disse...

Pois...o desporto é uma matéria interessante como tantas outras! Mas por vezes é necessário descontrair, senão este blog mais deverá parecer um conselho de ministros técnico! E nada de mais agradável para descontrair como a abordagem de temas como os dos "anónimos"! Pois há filosofia, pois há política, pois há social, enfim, do melhor! Pena é que andem por aqui indivíduos mal dispostos como o sr. luis leite que se vais percebendo cada vez mais a razão por não ter sido nada no desporto! Nada melhor que um bom anónimo em qualquer blog de discussão! E quando os ANÓNIMOS forem CALADOS aqui ou em qualquer outra situação começa-se a visionar senhores como os velhos ditadores que, a primeira medida a tomar era calar todos os "anónimos".Qual será a ideologia política do referido senhor? OA

Luís Leite disse...

Por favor:
Alguém não anónimo que responda de vez a este OA, porque eu já não tenho paciência.