Podia-se ler ontem no jornal diário "A Bola" e também por alguns sitios da internet que equipas do distrito de Bragança na modalidade de Futebol de 11 tinham ganho o direito dentro de campo de subir do Campeonato Distrital à 3.ª divisão Nacional, mas por razões relacionadas com opções de gestão e estratégias, tinham recusado, preferindo manter-se nos distritais. Aliás...tanto quanto é possível averiguar, não tinha sido apenas uma equipas, mas quatro.
O jornal 'A Bola' incluia ainda que razões relacionadas com as deslocações e as despesas que isso implica tinham estado também na base da decisão.
A notícia pode não ser virgem, nem ficará por aqui em termos de seguidores. Na verdade, em outras modalidades colectivas já tinha acontecido o mesmo, especialmente na Liga Profissional de Basquetebol onde não se tratava apenas de direitos desportivos mas também requisitos económicos.
A particularidade da notícia poderá estar em saber nas próximas temporadas desportivas quantos casos irão suceder em moldes semelhantes. É verdade que o distrito de Bragança tem maus acessos e a deslocação a um outro local acresce em muito despesas com combustível, tempo e outros custos. Os clubes, associações ou outro tipo de entidades do distrito de Bragança queixam-se das dificuldades diárias, quer em encontrarem apoios quer na capacidade de auto-sustentar a sua actividade.
O desporto não é um caso isolado. Longe disso mesmo. Não se tratam de suposições, mas tudo caminha para que os efeitos colaterais e até bastante directos da crise social, económica e financeira afecta cada vez mais hábitos desportivos, quer ao nível de decisões quer ao nível de um futuro a curto-médio prazo.
Como tudo, as crises podem ser uma boa oportunidade para algo. Neste caso, as decisões quando tomadas com base em decisões de gestão ou estratégia de sobrevivência pressupõem que alguém dedicou um x tempo para tal. Quase com uma pontinha de ironia, diria se estes exemplos chegam a alguns clube profissionais, poderemos ter um desporto melhor no futuro, mais real. A aprendizagem de algumas ferramentas sempre foram fundamentais para um desporto melhor. A necessidade pode criar hábitos, neste caso, bastante positivos.
domingo, 27 de junho de 2010
Gestão e Direitos Desportivos
publicado por Rui Lança às 22:08 Labels: Associativismo desportivo, Dirigentes desportivos, Gestão desportiva
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5 comentários:
Não se percebe muito bem onde é que Rui Lança pretende chegar.
Que o Desporto Português em geral e principalmente o Futebol profissional vivem muito acima das suas possibilidades reais já todos sabíamos.
Que a crise financeira em todas as áreas de actividade já existia há muito e que se vinha agravando exponencialmente também.
Que a situação era assim tão grave, a ponto de o futuro em geral e a sobrevivência em particular dos habitantes deste país estarem seriamente postos em causa a curto prazo é que não.
É óbvio que o Desporto vai sofrer, nos próximos anos, com as consequências da queda abrupta na dramática "realidade" do empobrecimento.
Mas será que alguém está mesmo interessado (e capacitado) em repensar a sério todo o sistema por forma a racionalizá-lo?
Não me parece.
O que encontro no movimento associativo é, essencialmente, clubite e mais clubite, interesses ocultos e muita esperteza sectária.
O nível cultural do dirigismo é muito fraco, arrivista, interesseiro e trauliteiro.
Quanto aos responsáveis mais acima, o elenco é o pior possível, absolutamente incapaz.
Assim não vamos lá!
Diz Luis Leite que "aasim não vamos lá!" Não estou de acordo! Eu creio que com Luis Leite na Secretaria de Estado ou como Ministro da Presidência ´todos iriam de facto "lá" e tenho a certeza absoluta que o Desporto Português alacançaria em pouco tempo um pico de excelência e qualidade Mundiais! Tenhan um Pouco de fé! Ó Governo façam lá qualquer coisita pelo LL Para Bem da Nação! OAV
Caro Luís Leite,
O que pode ser assim tão óbvio para si, penso (para não dizer que tenho a certeza) que não o é para muita gente. E de uma forma transversal, que irão desde do agente desportivo do clube de bairro ou da terrinha, ao agente da Federação de uma modalidade qualquer.
Quanto à pergunta que faz...acho que há alguns que querem saber, se terão força e engenho para alterar, isso sim, já seria uma outra pergunta e também ela pertinente.
Obrigado pelo contributo.
Caro Rui Lança,
Aquilo que escrevo é resultado:
1) De um grande interesse e atenção que sempre tive pelo Desporto nas suas diversas facetas;
2) Da minha experiência de sete anos na Federação de Atletismo, onde, como calcula, aprendi muito sobre o que é o movimento associativo e sobre a importância que é dada ao Desporto pelos sucessivos Governos.
O que manifesto é um grande cepticismo relativamente a qualquer tipo de mudanças estruturais na área do Desporto.
Que dependem pouco de força e engenho.
Dependem, sim, de vontade política.
No contexto actual político-partidário e associativo, podem ficar descansados que eu não estou interessado em qualquer forma de poder executivo.
Sou independente e portanto não tenho lugar em lado algum.
Limito-me a ser um observador atento e exerço o meu direito de cidadania de expor as minhas ideias sobre o Desporto Português neste blog.
Directamente de Bragança, obrigado por irem falando destes problemas nestes locais.
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