sábado, 18 de dezembro de 2010

Questionar preconceitos

A história do desporto moderno encontra-se inevitavelmente marcada pela instrumentalização do seu potencial de mobilização social e activismo político. Ao serviço de ideologias totalitaristas ou nacionalismos extremados, no combate à discriminação racial ou na promoção da paz e do desenvolvimento, o desporto é um catalisador para a acção em torno desses objectivos políticos.

Nem sempre explorada com o rigor científico que lhe é devido a geopolítica desportiva é um tema na ordem do dia. No que respeita à integração do desporto nas políticas para o desenvolvimento e para a paz, procurou-se anteriormente neste espaço apresentar, em traços gerais, a estratégia e o labor das organizações internacionais neste domínio, em particular no seio do denominado sistema das Nações Unidas (NU), tendo em atenção que se tratam de acções humanitárias e cívicas implementadas através de inúmeros projectos apoiados e desenvolvidos pelas diversas organizações das NU nos locais mais remotos do planeta longe de dos holofotes mediáticos.

No entanto, a realização do Campeonato do Mundo de Futebol este ano, pela primeira vez num país em desenvolvimento, constituiu uma oportunidade única para a comunidade internacional explorar o acontecimento em favor do desenvolvimento do continente africano. O recente relatório do Secretário-geral reporta a estratégia das Nações Unidas implementada antes, durante e após o evento, clarificando, por um lado, o quadro institucional criado no seio das NU para uma abordagem concertada sobre o desporto ao serviço do desenvolvimento e da paz no reforço da cooperação e coordenação entre os organismos das NU, com os Estados Membros, as federações e organizações desportivas, bem como as organizações governamentais e não governamentais, mas também, por outro lado, na elaboração de políticas, mobilização de recursos e avaliação do seu impacto ao serviço do desenvolvimento e da paz, de acordo com o Plano de acção trienal estabelecido em 2006 aproveitando o ímpeto gerado no âmbito do Ano Internacional do Desporto e da Educação Física, e do seu relatório intercalar.

A leitura serena deste documento, que fecha o plano de acção sobre o desporto ao serviço do desenvolvimento e da paz, permite aquilatar, com maior acuidade, o trabalho implementado em vários continentes, o roteiro institucional no seio das NU e os programas nacionais desenvolvidos em torno do desporto para consolidar objectivos de saúde pública, educação, resolução de conflitos e manutenção da paz - o desporto é uma linguagem universal para mediar o acesso a comunidades em conflito -, mas também os obstáculos encontrados na sua prossecução e sustentabilidade no seio dos programas das Nações Unidas e suas orientações estratégicas e políticas.

Aliás, como em tudo na cena política internacional, o despertar de consciências nos últimos tempos para o reforço deste valor do desporto no âmbito das políticas de desenvolvimento, tem uma agenda política iniludível que se prende com os Objectivos do Milénio, cujas metas para 2015 parecem, neste momento, de difícil alcance. Com efeito, o relatório em apreço é submetido à Assembleia Geral nos termos da Resolução 63/135, a qual reconhecia “a necessidade de maximizar o potencial do desporto para contribuir para alcançar os Objectivos de Desenvolvimento do Milénio das Nações Unidas”.

Assim, sem surpresas, o movimento olímpico - com um novo estatuto político de maior relevo reconhecido no seio das NU - e o Secretário-Geral das NU correm atrás do tempo perdido, e exortam ao dinamismo de projectos desportivos locais ao serviço da agenda do desenvolvimento e dos oito objectivos - políticos - do milénio, como se comprova da resolução saída da Assembleia Geral de Novembro cujo principal desígnio visa, no compromisso de acelerar o cumprimento daqueles objectivos, reforçar o peso político do desporto no seio do sistema das NU, através dos eixos estratégicos delineados no quadro de acção ao longo dos últimos três anos.

Contudo, apesar do potencial reconhecido ao desporto em integrar minorias étnicas, emigrantes e populações específicas esbatendo focos de discriminação estrutural, pode ser, paradoxalmente, um veículo privilegiado para a sua replicação e reprodução de manifestações de discriminação directa e indirecta.

As visões apriorísticas do desporto como indutor - por geração espontânea (?) - de resultados sociais positivos que por aí medram no discurso político-desportivo são meio caminho andado para se alcançarem efeitos em sentido oposto, bem graves em momentos de maior agitação social como se prevêem.

Que a análise dos resultados ao nível dos países desenvolvidos da UE possa servir de exemplo para, pelo menos, questionar preconceitos e reflectir sobre as interdependências entre políticas sociais, educativas e desportivas, não só em países em desenvolvimento.

17 comentários:

Anónimo disse...

Clicando no

...novo estatuto político de maior relevo..."

aparece

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João Almeida disse...

É provável.
Restrições de firewall.
Coloquei outro link. Espero que resulte.

Att

JPA

Luís Leite disse...

Caro João Almeida:

Quando se refere ao "Campeonato do Mundo de Futebol" de 2010, realizado na África do Sul, comete, na minha opinião, algumas pequenas incorrecções:

1) A designação oficial que é usada em todo o Mundo (menos em Portugal) é "World Cup", ou seja "Taça do Mundo"; mesmo o Brasil fala em "Copa", tal como os píses hispânicos; é sintomático...

2) Não foi a primeira vez que a competição foi realizada num país em desenvolvimento, a menos que considere que Uruguai, Brasil, Chile e México são ou eram países desenvolvidos;

3) Esta não foi uma "oportunidade única" para a comunidade internacional explorar "o acontecimento" em favor do desenvolvimento do continente africano; em África já foram e são organizadas grandes competições internacionais como os "All-Africa Games", a "Rugby World Cup", os "Campeonatos Africanos" em muitas modalidades com grande impacto continental como o Atletismo e o Basquetebol, entre outras;

4) Para os sul-africanos, não tenho a menor dúvida, a Rugby World Cup de 1995, ainda por cima ganha por eles, foi provavelmente o acontecimento mais importante ocorrido na África Austral nas últimas décadas, porque Nelson Mandela, então presidente, soube aproveitar a ocasião para unir os sul-africanos no combate à discriminação racial e na promoção da paz e do desenvolvimento;

5) A ideia de que (no Desporto) só através do Futebol se podem conseguir avanços na construção da paz, da não discriminação racial e do desenvolvimento, é falsa e discriminatória; nos países mais populosos do Mundo, o Futebol não é o Desporto mais importante e em alguns é mesmo quase desconhecido, como na Índia, onde o Cricket é a modalidade mais popular; para não falar da China, do Japão, dos Estados Unidos e Canadá, de todos os países da Oceania, da África Oriental e da própria Rússia e países nórdicos e bálticos;

6) Não creio que a modalidade Futebol seja um bom exemplo ao nível dos valores, já que, mesmo em vários dos países desenvolvidos, rareiam o fair-play e o saber ganhar e o saber perder; e prolifera a corrupção; e é um meio utilizado para "distrair" as populações;

7) Por último, se as Nações Unidas não quiseram aproveitar os outros grandes eventos que se têm realizado em África fez mal e é uma organização (no mínimo) distrída.

Cordialmente.

Fernando Tenreiro disse...

João Almeida

De facto não existem efeitos automáticos quando se trata do desenvolvimento desportivo.

Collins e Coalter referem-no e essa informação estará agora a chegar aos documentos políticos que você regularmente nos apresenta.

O seu poste mostra também como o processo político, actuando sobre a produção de bens públicos a nível mundial, é acompanhado por investigação que aconselha novos processos de política desportiva para os desafios que a ciência e o novo conhecimento colocam.

Pelo menos é assim que as Nações Unidas e a União Europeia parecem actuar.

João Almeida disse...

Caros Fernando Tenreiro e Luis Leite

Alguns esclarecimentos

Refiro-me a políticas de desenvolvimento tout court. Não apenas ao desenvolvimento desportivo.
Refiro-me a grandes eventos neste século.
Campeonato do Mundo é a designação - errada - que damos ao evento, mas aquela com que todos se identificam. Taça do Mundo poucos entenderiam.
O envolvimento das NU em 1995 foi enorme no combate ao apartheid. Vários o reconheceram. Mandela desde logo.

Obrigado a ambos

Luís Leite disse...

Caro João Almeida,

Desculpe voltar ao assunto, mas a verdade é que o link do seu texto que remete para "O recente relatório do Secretário-geral", que tive a oportunidade de ler, não é mais do que um "press report" do que se passou nas reuniões plenárias das 32ª e 33ª sessões da 65ª Assembleia-Geral da ONU e não um Relatório do Secretário-Geral, já que tal indicação não aparece em qualquer ponto.

Da leitura não sou capaz de extrair exactamente quais os grandes benefícios para o desenvolvimento do continente africano da realização da Taça do Mundo de Futebol em 2010, com excepção de uns campos de Futebol construídos na Costa do Marfim e a participação dos capitães das equipas num "happening" em prol da protecção contra a SIDA.
As selecções africanas tiveram um papel menor no evento e não vejo em que é que o evento contribuiu para a coesão africana.
Muito menos se compreenderá quais as consequências tão visivelmente marcantes DESTE evento desportivo, através de acções, sob a égide da ONU, para o desenvolvimento de Africa.

Aliás, apesar da contínua enunciação de projectos e medidas de investimento e apoio, implementados (ou não) pela ONU e pelas outras organizações do Mundo civilizado e dos esforços continuados ONGs, o continente Africano continua a ser maioritariamente explorado por terríveis ditaduras sangrentas, através de oligarquias pós-coloniais falsamente democráticas, que roubam descaradamente as infinitas riquezas daqueles desgraçados países eternamente sub-desenvolvidos e famintos.
A "política correcta" tem destas coisas...

João Almeida disse...

Caro Luis Leite

Conforme tive ocasião de dizer referir ao anónimo, os links de acesso aos documentos oficiais estão a ser permanentemente alterados pela ONU, provavelmente devido ao efeito Wikileaks.

Apenas as notas de imprensa ficam acessíveis, por isso a coloquei no poste.

O relatório do sec. geral encontra-se em "a leitura serena deste documento". Vou, mais uma vez corrigir, mas provavelmente ficará inacessível em breve.

As minhas desculpas a si e a todos os leitores. Poderá pesquisar no sitio http://www.un.org/en/documents/ o número do referido relatório A/65/270.

Aí poderá ter uma ideia dos inúmeros projectos desportivos que a ONU e suas múltiplas organizações se encontram envolvidas.

O desporto nas missões de paz é uma ferramenta essencial para o envolvimento dos contingentes da ONU com as comunidades locais.

joão boaventura disse...

Caro João Almeida
Permita primeiro que transcreva este trecho que, não sendo a fotografia total, representa uma parte dela :

“É hábito em Estrasburgo que permaneçam reunidos, no fim das sessões do Parlamento Europeu, deputados em trabalho sobre direitos humanos. Chama-se a isto as “urgências”.

Na última sessão do ano ali ficámos, sessenta e poucos boiando num hemiciclo para mais de setecentos, rodeados de neve por todos os lados.

Nas montanhas da península egípcia do Sinai, cerca de 250 eritreus estão reféns de traficantes de seres humanos que lhes exige resgates elevados. O Governo egípcio primeiro negou que fosse verdade e depois disse que ia ver o que se passava; está agora a pensar fazer qualquer coisa. Enquanto isso, os traficantes vão violando s mulheres e executando os homens.

Até àquele dia já tinham morrido oito, abatidos a conta-gotas. Se isto não uma urgência, não sei que seja.

A Eritreia, país de que pouco se sabe, é praticamente um campo de concentração no Corno de África O serviço militar pode chegar a vinte anos. Quem deserta é condenado a prisão perpétua. Quem sai do país não pode voltar.

Aqueles reféns eritreus são, na ptrática, refugiados e e sê-lo-ão certificadamente assim que o ACNUR tiver acesso a eles. Para isso acontecer, é preciso que o Governo egípcio aja.

Mas as coisas não ficam por aí.
A União Europeia tem um mecanismo de reinstalação de refugiados que foi emendado pelo Parlamento Europeu para, entre outros melhoramentos, poder ser accionado em caso de emergência (fui eu o relator e votámos a nossa parte em Maio). Mas enquanto o Conselho – onde est~
Ao os governos dos nossos países – não completar a co-decisão este mecanismo não pode ser usado. Terminou a presidência espanhola, veio a belga, vai começar a húngara: não aconteceu nada.

Quando me levanto para falar, lembro que se o Conselho tivesse feito o seu trabalho, teríamos forma de salvar aqueles 250 refugiados. Nas bancadas do Conselho, estão dois burocratas sonolentos e ninguém para tomar a palavra. Do lado da Comissão, não desejam responder a essa pergunta.

Resta ao Parlamento votar sobre o caso dos eritreus. Quando vem o resultado, dá empate: 31 votos para cada lado. Resolução chumbada.

Olhamos uns para os outros em silêncio. Como balões esvaziados, começamos a sair da sala. Desejamos as boas festas. Vamos para os nossos aeroportos.”

Rui Tavares
In Público,

(continua)

joão boaventura disse...

(Conclusão)

Caro João Almeida

Esta transcrição visa apenas visualizar os trâmites complexos das instituições da EU quando se trata de resolver problemas, o que é dizer, problemas que interessa resolver e problemas que não interessa resolver.

Para o efeito, uma das tácticas é multiplicar documentos para ir ganhando tempo, na suposição de que o tempo acabe por resolver, e, como refere o Caro João Almeida, “documentos oficiais estão a ser permanentemente alterados pela ONU”, e quem diz ONU, diz igualmente o Conselho da Europa, ou o Parlamento, ou a Comissão. É um fio de Ariadne, ou um trabalho de Sísifo.

A transcrição do texto de Rui Tavares afigura-se como um exemplo paradigmático de como se trabalha, quando o assunto pareça irresolúvel, ou quando a distância dos acontecimentos desmotive o corpus parlamentar.

Se visionarmos L’idéologie des Maîtres du Monde, talvez fiquemos esclarecidos depois de conhecermos os Princípios-Chave dos “Maîtres du Monde”:

1 - La fin justifie les moyens
2 - Le fort doit dominer le faible. Le fort est fait pour être un prédateur, et le faible une proie.
3 - L'élimination des faibles est conforme au principe de la sélection naturelle (cf. Darwin)
4 - La vie de tous les individus n'a pas la même valeur. Ceux qui ont une valeur négative peuvent être éliminés, dans l'intérêt supérieur de l'ensemble.
5 - Le peuple est par nature ignorant et stupide.
6 - Le monde doit être gouverné par une élite éclairée.

Porque estas normas inserem-se nas chamadas Les Organisations du Pouvoir Planétaire , cuja multiplicação e disseminação, como uma constelação, nos subjuga totalmente, como um polvo, e das quais estamos dependentes, inclusive o Desporto.

E assim vamos vivendo enganados ao sabor do Poder maior, do Poder Planetário. E o desporto não passa, aos olhos desse Poder macrocósmico, um microcosmo, um bom passatempo para distrair o povo e fazê-lo esquecer o que se vai armadilhando à sua volta. A globalização dominará a particularização.

Cordialmente, e com os desejos sinceros e amigos de Um Bom Natal

joão boaventura disse...

(Conclusão)

Caro João Almeida

Esta transcrição visa apenas visualizar os trâmites complexos das instituições da EU quando se trata de resolver problemas, o que é dizer, problemas que interessa resolver e problemas que não interessa resolver.

Para o efeito, uma das tácticas é multiplicar documentos para ir ganhando tempo, na suposição de que o tempo acabe por resolver, e, como refere o Caro João Almeida, “documentos oficiais estão a ser permanentemente alterados pela ONU”, e quem diz ONU, diz igualmente o Conselho da Europa, ou o Parlamento, ou a Comissão. É um fio de Ariadne, ou um trabalho de Sísifo.

A transcrição do texto de Rui Tavares afigura-se como um exemplo paradigmático de como se trabalha, quando o assunto pareça irresolúvel, ou quando a distância dos acontecimentos desmotive o corpus parlamentar.

Se visionarmos L’idéologie des Maîtres du Monde, talvez fiquemos esclarecidos depois de conhecermos os Princípios-Chave dos “Maîtres du Monde”:

1 - La fin justifie les moyens
2 - Le fort doit dominer le faible. Le fort est fait pour être un prédateur, et le faible une proie.
3 - L'élimination des faibles est conforme au principe de la sélection naturelle (cf. Darwin)
4 - La vie de tous les individus n'a pas la même valeur. Ceux qui ont une valeur négative peuvent être éliminés, dans l'intérêt supérieur de l'ensemble.
5 - Le peuple est par nature ignorant et stupide.
6 - Le monde doit être gouverné par une élite éclairée.

Porque estas normas inserem-se nas chamadas Les Organisations du Pouvoir Planétaire , cuja multiplicação e disseminação, como uma constelação, nos subjuga totalmente, como um polvo, e das quais estamos dependentes, inclusive o Desporto.

E assim vamos vivendo enganados ao sabor do Poder maior, do Poder Planetário. E o desporto não passa, aos olhos desse Poder macrocósmico, um microcosmo, um bom passatempo para distrair o povo e fazê-lo esquecer o que se vai armadilhando à sua volta. A globalização dominará a particularização.

Cordialmente, e com os desejos sinceros e amigos de Um Bom Natal

joão boaventura disse...

(Continuação)

Caro João Almeida

Esta transcrição visa apenas visualizar os trâmites complexos das instituições da EU quando se trata de resolver problemas, o que é dizer, problemas que interessa resolver e problemas que não interessa resolver.

Para o efeito, uma das tácticas é multiplicar documentos para ir ganhando tempo, na suposição de que o tempo acabe por resolver, e, como refere o Caro João Almeida, “documentos oficiais estão a ser permanentemente alterados pela ONU”, e quem diz ONU, diz igualmente o Conselho da Europa, ou o Parlamento, ou a Comissão. É um fio de Ariadne, ou um trabalho de Sísifo.

A transcrição do texto de Rui Tavares afigura-se como um exemplo paradigmático de como se trabalha, quando o assunto pareça irresolúvel, ou quando a distância dos acontecimentos desmotive o corpus parlamentar.

Se visionarmos L’idéologie des Maîtres du Monde, talvez fiquemos esclarecidos depois de conhecermos os Princípios-Chave dos “Maîtres du Monde”:

1 - La fin justifie les moyens
2 - Le fort doit dominer le faible. Le fort est fait pour être un prédateur, et le faible une proie.
3 - L'élimination des faibles est conforme au principe de la sélection naturelle (cf. Darwin)
4 - La vie de tous les individus n'a pas la même valeur. Ceux qui ont une valeur négative peuvent être éliminés, dans l'intérêt supérieur de l'ensemble.
5 - Le peuple est par nature ignorant et stupide.
6 - Le monde doit être gouverné par une élite éclairée.

(continua)

joão boaventura disse...

(Conclusão)

Porque estas normas inserem-se nas chamadas Les Organisations du Pouvoir Planétaire , cuja multiplicação e disseminação, como uma constelação, nos subjuga totalmente, como um polvo, e das quais estamos dependentes, inclusive o Desporto.

E assim vamos vivendo enganados ao sabor do Poder maior, do Poder Planetário. E o desporto não passa, aos olhos desse Poder macrocósmico, um microcosmo, um bom passatempo para distrair o povo e fazê-lo esquecer o que se vai armadilhando à sua volta. A globalização dominará a particularização.

Cordialmente, com os desejos sinceros e amigos de Um Bom Natal

joão boaventura disse...

Correcção

No 7.º parágrafo do artigo de Rui Tavares transcrito, e que começa por:

Mas as coisas não ficam por aí

O restante parágrafo deverá ler-se:

A União Europeia tem um mecanismo de reinstalação de refugiados que foi emendado pelo Parlamento Europeu para, entre outros melhoramentos, poder ser accionado em caso de emergência (fui eu o relator e votámos a nossa parte em Maio). Mas enquanto o Conselho – onde estão os governos dos nossos países – não completar a co-decisão este mecanismo não pode ser usado. Terminou a presidência espanhola, veio a belga, vai começar a húngara: não aconteceu nada.

(fim da transcrição corrigida)

As minhas desculpas aos leitores e ao autor do "Público".

João Almeida disse...

Caro João Boaventura

Muito obrigado pelo seu contributo e valor acrescentado à discussão.

Agradeço e retribuo os votos de Bom Natal.

Luís Leite disse...

Concordando totalmente com João Boaventura, aproveitava para recomendar, para quem não conhece, a leitura de um clássico dos anos 80 que me parece fundamental:
"Anatomia do Poder" de John Kenneth Galbraith, Ed. Difel, 1983.

Bom Natal para todos.

joão boaventura disse...

Caro João Almeida

Voltando aqui, reparo que há repetição de um dos meus comentários, o que me deixou desajeitado e incómodo.

Não o fiz intencionalmente - aparenta enfatizar o tom do discurso - pelo que peço desculpa.

A única explicação tem fundamento na minha inépcia. Ao colocar a primeira vez o comentário, o blog informava-me que não podia aceitar porque o texto era demasiado longo. Mas, pelo que vejo agora... não era, conforme lançamento de 21 de Dezembro de 2010 23:28.

Dado este reparo, insisti novamente, na esperança de que o mais teimoso é que ganha. E aí está o texto repetido, apesar de, ambas as vezes, nunca ter visto a indicação de que o texto iria ser submetido a análise, conforme é norma.

A única solução foi o de partir o texto em duas partes (21 de Dezembro de 2010 23:359 e 21 de Dezembro de 2010 23:37), e mesmo assim, a primeira voltou a ser rotulada como demasiado longa.

Estas explicações eram necessárias porque a forma como aparecem as repetições punham-me numa situação incómoda.

Reitero as minhas desculpas e renovo um Bom Natal e um ANO NOVO de Facto e de Direito

João Almeida disse...

Caro João Boaventura

Por vezes aconteçe a situação que descreve.
Assim sendo optei por validar todos os comentários.
Da minha parte não tem de se sentir incomodado, uma vez que nos habituou a comentar com elevação e assinar em nome próprio.
Oportunamente voltarei a este tema, respigando algumas das suas suas considerações, sempre em ligação com a política desportiva.

Renovo os meus desejos de Boas Festas.

Cumprimentos