terça-feira, 14 de dezembro de 2010

Um compromisso de todos?

Não sei se é ter receio de compromissos ou não, mas gostamos pouco de estar comprometidos com o quer que seja: pessoas, resultados, objectivos, etc. Por outro lado, devemos ter a noção que apenas comprometendo as pessoas com outras pessoas (mesmo abordando apenas a questão profissional) podemos alcançar resultados, objectivos, fins! Existe um equilibrio entre não querer estar e querer estar comprometido. Os perigos de não comprometermos as pessoas com os nossos objectivos, resultados, ambientes é bem superior ao comprometer.

Comprometendo, existe uma percentagem mais elevada dos meus passarem a ser meus e deles. Nossos! Quem não sabe o que se passa, a razão para que estão a trabalhar ou esforça faz com que não seja prioritário, crie desinteresse, não dê o extra-mile e coloque outros factores à frente dessas funções que atribuem. Para além…de não saber, especular.

Uma simples alteração na abordagem modifica quase exponencialmente a atitude e comportamento do outro. Para melhor. Sabermos para onde se dirige ou queremos que se dirija o barco é mais do que suficiente para: criar trocas de ideias e quem sabe criação de mais valor, mesmo que exista discórdia existe por algo em concreto e não do desconhecido, existe um mapa e bússola, existe um reconhecimento com algo. Algo mais do que suficiente para altera a abordagem de quem quer alcançar um objectivo e necessita de outros para os alcançar.

Afirma-se que a cultura está a mudar de uma economia Keynesiana, (top-down) em que o Estado "toma conta" de nós para uma economia Schumpeteriana, (bottom-up) assente na inovação produzida pela pessoa incluindo outras nos seus objectivos e projectos. Não sei onde encaixar a estratégia do sistema desportivo em Portugal, mas poucos sabem se existe e qual é a estratégia em prática para o desporto, bem como o que se pretende e onde queremos estar daqui a uns anos. Para quem anda em micro e macro sistemas desportivos, não consegue com a necessária certeza saber se o que faz se insere ou não num objectivo global. Ou consegue-se?

5 comentários:

Anónimo disse...

O problema é na minha opinião saber se as pessoas que lideram ou mandam em Portugal querem trabalhar em equipa, dá sempre a noção que não conseguem mesmo ter uma estratégia nacional e que todos - mesmo não concordando - trabalhem em função dela.

Claramente que não se faz isso actualmente e parece que nos próximos anos não se vá conseguir.

AM

Luís Leite disse...

Não existe nenhuma estratégia nacional para o Desporto.
Existem interesses político-partidários instalados no Poder que se aproveitam do Desporto com objectivos eleitoralistas a curto prazo e existem interesses económico-desportivos que se querem dar bem com o Poder, para tirar vantagens que vão da subsidio-dependência até às grandes negociatas futeboleiras.
Pelo meio, movimentam-se os "yes men" que querem protagonismo e/ou, já agora, tacho.

Carmo disse...

Dr. Rui Lança,

Nada mais certo, pouco há a acrescentar. Apenas reforço duas situações:
1)o facto de não existir um sentimento de compromisso por parte das pessoas gera desmotivação. E muita. Todos gostam de estar integrados e de poder contribuir.
2) Não há a cultura da "meritocracia". Raros são os casos onde o mérito é tido em conta.
Infelizmente é o país e a cultura que temos. Leva muito tempo a mudar!

Rui Lança disse...

Reforça-se o último comentário, principalmente numa base de pouco desenvolvimento de competências que leva a uma média de competências sempre nivelado por baixo e sempre abaixo das expectativas criadas.

Luís Leite disse...

O problema começa logo com o conceito vago, ambíguo, de competências, em vez de conhecimento s específicos ("skills").
É facilitismo.
É a antítese da valorização do mérito.
É o diploma fácil e são as estatísticas falaciosas.
Compromissos? Mudar?