Um texto de Luís Leite, que se agradece.
Como qualquer outra actividade humana, o desporto não foge à realidade estrutural e conjuntural do MERCADO.
Em Portugal, a PROCURA é fortemente condicionada por factores culturais e por fatores de marketing e imagem.
Os fatores culturais são de difícil e lenta mutação, são precisas décadas para se sentirem transformações significativas.
Os fatores de marketing e imagem funcionam numa base de forte investimento naquilo que “vende”.
Analisando a realidade portuguesa, tendo em atenção o exposto, verifica-se uma fortíssima procura da modalidade Futebol, assente fundamentalmente no clubismo e na clubite.
Essa procura, assenta cada vez mais na componente espetáculo, através das transmissões televisivas e da presença nas bancadas dos estádios e cada vez menos na prática desportiva.
O fenómeno futebolístico é pois, essencialmente passivo na procura, já que o interesse se manifesta maioritariamente através da participação do português como espectador/comentador e, consequentemente, como consumidor de produtos diretamente associados e não como praticante desportivo.
O peso do Futebol é de tal forma vincado, que as restantes modalidades são vistas, ao nível da procura, apenas como curiosidades e mesmo assim, por uma relativamente pequena percentagem da população.
Esta realidade é fortemente condicionante do desenvolvimento desportivo global, assistindo-se, de alguns anos para cá a uma estagnação do nível de qualidade da prática desportiva, com consequências no fraco desempenho desportivo no contexto internacional nas restantes modalidades. Com particular evidência nos resultados olímpicos, muito àquem do aceitável para um país europeu com mais de 10 milhões de habitantes.
Na última década, acentuou-se fortemente a procura desportiva na componente saúde/imagem física, sem que essa realidade contribua em nada para o desenvolvimento desportivo federado, de verdadeira competição.
A OFERTA desportiva, entre nós, evoluiu nas últimas décadas de forma significativa ao nível das instalações para a prática desportiva, embora sejamos obrigados a reparar na importância relativa muito significativa que foi dada à construção de grandes estádios para o Futebol.
A oferta de locais para a prática desportiva foi fortemente financiada por fundos comunitários, embora se tenha verificado uma espantosa falta de planeamento estratégico no que respeita à resposta à procura existente ao nível concelhio, distrital e regional.
Assim, foram construídos milhares de equipamentos desportivos a pretexto de motivações políticas ou financeiras laterais, sem atender à realidade da procura.
O parque desportivo nacional de propriedade do Estado não corresponde, portanto, na maioria dos casos, a uma oferta com verdadeiros objectivos de desenvolvimento integrado, sendo comum a existência de equipamentos em avançado estado de degradação por falta de uso.
A questão da sustentabilidade dos equipamentos desportivos raramente foi tida em linha de conta no momento das tomadas de decisão, verificando-se assim, de uma maneira geral, a incapacidade de manter a esmagadora maioria dessas instalações.
Por outro lado, a oferta desportiva tem-se vindo a submeter, cada vez mais, a uma lógica económico-financeira despesista e insustentável por parte dos clubes em geral e dos grandes em particular.
Em Portugal, o desporto foi consagrado na Constituição como um direito de todos os cidadãos e isso foi sempre sendo interpretado como razão para a gratuitidade na utilização de instalações públicas.
A maioria do público aceita sem reservas gastar, num único espetáculo futebolístico, uma quantidade de dinheiro que nunca aceitaria gastar, durante um mês, na prática de uma modalidade num recinto adequado e com um técnico especializado.
A exceção são os ginásios de “fitness”, em que a preocupação com a imagem física se sobrepõe à preocupação com as eventuais vantagens para a saúde do exercício físico.
Hipocritamente, o Estado financia, direta ou indiretamente, manifestações populistas isoladas e sem retorno na área do desporto, de que se destacam as caminhadas e as mini-maratonas, que mais não são que oportunidades de convívio de multidões, com fins eleitoralistas “politicamente corretos”.
Enquanto esta lógica de MERCADO se mantiver, Portugal não terá qualquer possibilidade de evoluir desportivamente.
Em Portugal, a PROCURA é fortemente condicionada por factores culturais e por fatores de marketing e imagem.
Os fatores culturais são de difícil e lenta mutação, são precisas décadas para se sentirem transformações significativas.
Os fatores de marketing e imagem funcionam numa base de forte investimento naquilo que “vende”.
Analisando a realidade portuguesa, tendo em atenção o exposto, verifica-se uma fortíssima procura da modalidade Futebol, assente fundamentalmente no clubismo e na clubite.
Essa procura, assenta cada vez mais na componente espetáculo, através das transmissões televisivas e da presença nas bancadas dos estádios e cada vez menos na prática desportiva.
O fenómeno futebolístico é pois, essencialmente passivo na procura, já que o interesse se manifesta maioritariamente através da participação do português como espectador/comentador e, consequentemente, como consumidor de produtos diretamente associados e não como praticante desportivo.
O peso do Futebol é de tal forma vincado, que as restantes modalidades são vistas, ao nível da procura, apenas como curiosidades e mesmo assim, por uma relativamente pequena percentagem da população.
Esta realidade é fortemente condicionante do desenvolvimento desportivo global, assistindo-se, de alguns anos para cá a uma estagnação do nível de qualidade da prática desportiva, com consequências no fraco desempenho desportivo no contexto internacional nas restantes modalidades. Com particular evidência nos resultados olímpicos, muito àquem do aceitável para um país europeu com mais de 10 milhões de habitantes.
Na última década, acentuou-se fortemente a procura desportiva na componente saúde/imagem física, sem que essa realidade contribua em nada para o desenvolvimento desportivo federado, de verdadeira competição.
A OFERTA desportiva, entre nós, evoluiu nas últimas décadas de forma significativa ao nível das instalações para a prática desportiva, embora sejamos obrigados a reparar na importância relativa muito significativa que foi dada à construção de grandes estádios para o Futebol.
A oferta de locais para a prática desportiva foi fortemente financiada por fundos comunitários, embora se tenha verificado uma espantosa falta de planeamento estratégico no que respeita à resposta à procura existente ao nível concelhio, distrital e regional.
Assim, foram construídos milhares de equipamentos desportivos a pretexto de motivações políticas ou financeiras laterais, sem atender à realidade da procura.
O parque desportivo nacional de propriedade do Estado não corresponde, portanto, na maioria dos casos, a uma oferta com verdadeiros objectivos de desenvolvimento integrado, sendo comum a existência de equipamentos em avançado estado de degradação por falta de uso.
A questão da sustentabilidade dos equipamentos desportivos raramente foi tida em linha de conta no momento das tomadas de decisão, verificando-se assim, de uma maneira geral, a incapacidade de manter a esmagadora maioria dessas instalações.
Por outro lado, a oferta desportiva tem-se vindo a submeter, cada vez mais, a uma lógica económico-financeira despesista e insustentável por parte dos clubes em geral e dos grandes em particular.
Em Portugal, o desporto foi consagrado na Constituição como um direito de todos os cidadãos e isso foi sempre sendo interpretado como razão para a gratuitidade na utilização de instalações públicas.
A maioria do público aceita sem reservas gastar, num único espetáculo futebolístico, uma quantidade de dinheiro que nunca aceitaria gastar, durante um mês, na prática de uma modalidade num recinto adequado e com um técnico especializado.
A exceção são os ginásios de “fitness”, em que a preocupação com a imagem física se sobrepõe à preocupação com as eventuais vantagens para a saúde do exercício físico.
Hipocritamente, o Estado financia, direta ou indiretamente, manifestações populistas isoladas e sem retorno na área do desporto, de que se destacam as caminhadas e as mini-maratonas, que mais não são que oportunidades de convívio de multidões, com fins eleitoralistas “politicamente corretos”.
Enquanto esta lógica de MERCADO se mantiver, Portugal não terá qualquer possibilidade de evoluir desportivamente.
22 comentários:
Ora, bem dito!
Uma questao : qual o nº de atletas federados e qual o nº de praticantes em ginasios?
E porque razao o Estado aumenta a taxa de IVA para as atividades desportivas e nao para as atividades culturais?
Quanto ao número de atletas federados:
1) Não lhes chamaria "atletas", antes "desportistas" federados;
2) Para além de os números serem em Portugal reconhecidamente muito baixos para um país europeu (cerca de 500.000), quase um terço estão no Futebol;
3) O número de Federados por modalidade e o seu acréscimo ou decréscimo é pouco significante, já que determinadas Federações têm recorrido a métodos "forçados", federando grandes quantidades de jovens infantis e de veteranos, que nunca chegam a passar pelo desporto de rendimento, muitos deles nem chegam sequer a competir nunca...
Quanto às taxas de IVA, a política tem razões que a razão desconhece.
Ou será que nem sequer tem razões?
«Hipocritamente, o Estado financia, direta ou indiretamente, manifestações populistas isoladas e sem retorno na área do desporto, de que se destacam as caminhadas e as mini-maratonas, que mais não são que oportunidades de convívio de multidões, com fins eleitoralistas “politicamente corretos”.»
Será disto que se quer falar?
http://www.marchaecorrida.pt/
Exatamente.
Aqui está um caso típico de uma Federação que, para agradar ao Poder, achou por bem apresentar um Plano demagógico, que vai contra os próprios Estatutos dessa Federação.
O objecto do trabalho das Federações é o desporto (federado) de competição, procurando promover o sucesso desportivo.
Este Plano, dedicado ao apoio a iniciativas politicamente corretas dos Municípios, em nada contribui para a promoção do sucesso desportivo do desporto federado.
Na NET estão disponíveis inúmeros exemplos risíveis de atividades integradas neste PNMC, basicamente "caminhadas" eventuais em passo ultra-lento.
Não tenho conhecimento de um único atleta com algum nível competitivo que tenha surgido desta iniciativa.
O próprio nome é demagógico e erróneo, já que no Atletismo, a MARCHA é uma disciplina olímpica cujas regras nada têm a ver com "caminhadas".
Tal como a palavra CORRIDA não se aplica ao "jogging" nem às caminhadas.
As Federações não têm que se preocupar com o desporto/lazer ou com o desporto/saúde, mas sim com o desporto de competição e com a deteção e acompanhamento de jovens talentos.
É isso que consta dos seus estatutos.
Ó Luís Leite então o projecto da marcha e da corrida é errado e demagógico e o projecto inglês que o José Pinto Correia anda a apresentar no Colectividade Desportiva aqui ao lado com tanto trabalho e carinho é bom? Ou são os dois maus?
INCONGRUÊNCIAS
Não é meu costume falar em fóruns na internet sobre questões relativas a projectos, especialmente porque ninguém sabe melhor o que se passa com esses mesmos projectos a não ser as pessoas que neles estão envolvidas. Quando pretendo dizer ou escrever algo, procuro sempre as fontes directas de modo a poder perceber o que está a ser feito antes de correr o risco de incorrecções graves ou mesmo de prejudicar o trabalho de pessoas que afincadamente procuram desenvolver esses mesmos projectos. Porque sou dos que procuro fazer o mais que posso, acabo por ter pouco tempo para perder em falar do trabalho dos outros. Ainda assim não posso deixar de escrever aqui alguns reparos.
Não costumo consultar este bloque, ao qual fui conduzido por me terem enviado um email com o link deste artigo, por nos comentários do mesmo se referir ao Programa Nacional de Marcha e Corrida. Devo começar por dizer que fiquei muito surpreso, em primeiro lugar porque na primeira vez que apresentei este projecto na Federação de Atletismo o Luis Leite (que estava nessa reunião, como elemento da Direcção da Federação), deu-me grandes elogios pelo projecto, pela necessidade e oportunidade da sua implementação. Mais, lembro-me perfeitamente de me ter referido que o projecto tinha de arrancar e que a Federação não teria outra decisão possível senão envolver-se seriamente com ele. Não consigo perceber esta mudança de opinião tão profunda em tão pouco tempo,
Como sabe, porque acompanhou o nascimento deste projecto, não foi uma Federação que quis agradar o "poder" como refere, mas sim uma Faculdade de Desporto que apresentou a uma Federação uma proposta que foi posteriormente trabalhada entre ambos. Na primeira reunião o Luis Leite esteve presente, mas depois dessa, surgiram muitas outras com o objectivo de fazer evoluir este Programa Nacional de Marcha e Corrida. Depois do que o Luis Leite presenciou, fico sem perceber como pode chamar ao Programa Nacional de Marcha e Corrida um "plano demagógico" para "agradar o poder", quando sabe desde o início como nasceu este projecto.
(continua...)
SEGUIR UM RUMO BEM DEFINIDO
Infelizmente o Luis Leite não entendeu o que sustenta o Programa Nacional de Marcha e Corrida, nem o quer entender, pois se em vez de simplesmente falar mal do que não conhece, tentasse perceber o que é este Programa e como está a ser desenvolvido, certamente que não escrevia o que escreveu. Não lhe vou explicar aqui o que é o Programa Nacional de Marcha e Corrida, mas tenho de o esclarecer que este Programa não está a ser desenvolvido com o objectivo de organizar actividades, mas de fidelizar as pessoas a uma prática desportiva regular que tenha um impacto eficaz na melhoria da sua saúde. Deste modo, as actividades que estão integradas no Programa Nacional de Marcha e Corrida, são apenas formas de motivação para pessoas que se envolvem em prática regular de marcha e corrida, um pouco por todo o país. Não somos irrealistas e por isso com tão pouco tempo de organização deste Programa, ficamos radiantes com pequenos grupos de praticantes que se organizem em torno de um Centro de Marcha e Corrida e treinem regularmente. O nosso objectivo não passa por termos milhares de pessoas num evento, mas sim de ter pequenos grupos que no seu somatório possam contribuir para que daqui a uns anos possamos ter uma população mais activa e que a prática de marcha e corrida, possa ser vista de uma forma cada vez mais positiva e influente na melhoria da saúde da nossa população. Por isso, as actividades que colocamos no nosso site, são de facto de pequenos grupos de pessoas, mas de pessoas que se vão envolvendo com uma prática desportiva tecnicamente qualificada, com o apoio técnico que cada centro lhes consegue proporcionar, numa prática nunca inferior a 3 dias por semana. Por isso mesmo, apenas tivemos em 2011, 37069 participações em eventos ligados ao Programa Nacional de Marcha e Corrida. Precisamente porque este não é um projecto para grandes manifestações desportivas ou populistas, mas um programa que tenta que estas participações se traduzam num número crescente de pessoas que se envolvem com uma prática regular de marcha e corrida. Temos muito orgulho nestes números e no trabalho que temos realizado conjuntamente com os Centros de Marcha e Corrida, na sua maioria autarquias.
(continua...)
VISÃO ESTRATÉGICA
Sobre as competências de uma Federação Desportiva, como a de Atletismo, sinceramente a minha opinião pessoal é completamente contrária à do Luis Leite e ainda bem que temos à frente da Federação Portuguesa de Atletismo, pessoas que têm a visão e a lucidez para perceberem a importância que um projecto deste género pode ter para a modalidade. Se os projectos de desenvolvimento de uma modalidade se pudessem quantificar com um cronómetro e uma fita métrica, podíamos até pensar que o objecto das Federações não passaria por assumirem importantes papéis de relevância social como a Federação de Atletismo percebe que deve exercer. Ser dirigente de uma Federação exige visão e pessoas capazes de verem o que outros não conseguem e perceberem que a modalidade se deve enraizar na população, ter capacidade de influência positiva na sociedade, de ser atractiva para todos, pois em cada praticante "recreativo", pode estar uma pessoa capaz de gerir importantes dinâmicas e formas de apoio para a modalidade. Podia dizer muitas coisas a este respeito, mas nada melhor do que partilhar com o Luis Leite, o que o Presidente da Associação Europeia disse na abertura de uma conferência na qual felizmente estive presente em finais de 2009, e que visava incentivar a prática massificada da corrida: http://www.youtube.com/watch?v=bvvku-nb3vI&feature=relmfu
Nesta altura preparávamos os primeiros passos do Programa Nacional de Marcha e Corrida e pessoalmente não podia ter ficado mais satisfeito ao perceber que o que estávamos a preparar em Portugal, correspondia a uma visão alargada da modalidade em toda a Europa e preocupações que todos devemos ter como cidadãos. Especialmente aqueles que têm o poder positivo de usar o conhecimento que têm em torno de uma prática desportiva, para a colocar ao serviço da comunidade de uma forma tão evidente. O Luis Leite, até me pode falar de incumprimentos estatutários que provavelmente a Federação Europeia, nessa óptica, estaria a desrespeitar, mas prefiro-me rever numa modalidade capaz de desenvolver este tipo de pensamento estratégico, para que não possamos ver este nível de preocupações nomeadamente com a saúde, apenas centrada no Futebol e nas instituições que como a FIFA já perceberam que têm essa importantíssima função social a desempenhar: http://www.fifa.com/aboutfifa/footballdevelopment/medical/footballforhealth/index.html ou http://www.fifa.com/aboutfifa/footballdevelopment/medical/aboutus/fmarc/footballforhealth.html
(continua...)
A RELEVÂNCIA SOCIAL DO ALTO RENDIMENTO
Tenho ainda pena que o Luis Leite (na altura, enquanto dirigente da Federação de Atletismo), não tenha percebido o que expliquei na primeira reunião onde apresentei as ideias principais deste projecto, mas que passado todo este tempo, que não tenha tido o cuidado de me contactar para perceber o que estamos a fazer, antes de tomar a iniciativa de mostrar publicamente tanto desconhecimento em relação a este Programa. O Luis Leite, não tem conhecimento de um único atleta com algum nível competitivo vindo de iniciativas do Programa Nacional de Marcha e Corrida, porque de facto estamos a falar de 2 coisas completamente distintas. O Programa Nacional de Marcha e Corrida, não tem competição… É verdade! Não tiramos tempos, não fazemos classificações e por isso mesmo não existem taças ou medalhas no final dos eventos. O que temos são rastreios de saúde, incentivos a uma prática regular, filiações de praticantes nos Centros de Marcha e Corrida e uma coisa muito importante: a tentativa de envolver cada vez mais ex-praticantes de alta competição da marcha e corrida nos eventos, como forma de os colocar ao serviço de uma importante função social de promoção da prática desportiva e da saúde que eles tão bem podem desempenhar. Para isso, desenvolvemos processos de formação técnica dirigidos para eles, e apesar de estarmos longe de envolvermos todos neste Projecto a verdade é que aos poucos temos tido os nossos Campeões do passado cada vez mais, a encontrarem um espaço de valorização da sua intervenção e de motivação das pessoas a se envolver com a prática desportiva regular. Penso não ser necessário, reforçar mais, o quanto esta ligação e rentabilização da experiência desportiva dos nossos ex-Campeões é tão importante para eles e para a sociedade em geral. Como se pode ver, nada disto é quantificável, nem pode ser medido na base do que se faz no Alto Rendimento. Aliás, perceber de Alto Rendimento, é entender que este não se deve "isolar" de outras realidades, sobre pena de se sufocar dentro de si mesmo e viver exclusivamente para os poucos que a ele se dedicam. Acredito que a Élite Desportiva (praticantes, dirigentes, etc…) só o são de facto, quando sabem colocar-se ao nível de todos e deixar importantes contributos de vários níveis para que a sociedade no geral se reveja nas suas atitudes e forma de estar no Desporto e na Vida.
(continua...)
TREINAR COM APOIO TÉCNICO QUALIFICADO
Este Programa Nacional de Marcha e Corrida, tem a sua base assente na formação de técnicos para cada Centro de Marcha e Corrida. Nenhum Centro poderá abrir sem que antes tenha sido formado pelo menos um técnico. Se o Luis Leite tivesse falado com apenas um dos cerca de 150 técnicos que já formámos, teria percebido que não falamos de "caminhadas ulta-lentas"! Teria percebido que eu próprio dou o bloco de treino da marcha e corrida e que incentivo todos os técnicos a introduzirem intensidades de marcha e corrida crescentes para que tenham impacto na saúde dos praticantes, utilizando para isso diferentes meios e métodos de treino para o desenvolvimento da resistência. Teria percebido que temos diversas aulas sobre treino de força, que partilhamos as melhores formas de melhorar os níveis de força das pessoas, de as ajudar a construírem posturas correctas no seu dia a dia, de melhorarem o seu equilíbrio, ou seja, de serem mais activas, mas dinâmicas, de viverem melhor, mais tempo e mais activas. Caro Luis Leite, existem diversos estudos que mostram que as pessoas que praticam regularmente marcha e corrida vivem mais anos e que ainda por cima vivem com mais qualidade de vida. Gostava de colocar aqui alguns desses artigos neste comentário, mas como não tenho como o fazer, apenas lhe posso dizer que caso tenha interesse terei todo o gosto em os enviar por email. Se os estatutos da Federação de Atletismo são contrários a estas preocupações ou não, sinceramente não sei, nem irei ler os estatutos da Federação, mas ainda bem que temos pessoas na Federação com a visão necessária para perceberem a importância desta intervenção junto das pessoas. Alguns estudos mostram impacto de melhorias longitudinais ao fim de muitos anos (um dos mais evidentes foi desenvolvido ao longo de 21 anos) e sinceramente dá-me um gozo muito especial trabalhar com dirigentes federativos e técnicos nacionais que se envolvem com um projecto desta importância mesmo percebendo que serão outros muito mais tarde a "tirarem proveito" do trabalho que agora se inicia. Chama-se a isso serviço à comunidade que a todos nos deve envolver e pessoalmente só espero que a modalidade que tanto gosto, que é o Atletismo, tenha sempre dirigentes à altura de perceberem que a nossa modalidade deve ser muito mais do que regulamentos, mensurações e rendimento competitivo.
(continua...)
CONHECER A REALIDADE PARA FORMULAR OPINIÕES
Quanto a essas dúvidas terminologicas, peço desculpa por nem me meter nelas. Estou pouco preocupado em saber se é caminhada, jogging, marcha ou corrida! Estou preocupado com volumes e intensidades de treino, orientação técnica qualificada, prestação de um serviço importante à comunidade, de ter o desporto ao serviço da saúde das pessoas e deixo a outros que gastem o seu tempo com essas terminologias. Marcha é claramente o nome ideal! As pessoas percebem porque queremos passar a ideia da marcha, porque queremos intensidade no trabalho, porque queremos efeitos na saúde, mesmo que não saibam marchar como se vê nos Jogos Olímpicos. E o que nos interessa, caro Luis Leite, é o trabalho desenvolvido e não as concepções terminologias que pouco contribuem para a implementação de projectos tão importantes como este.
Gostava de terminar deixando-lhe o desafio de quando tiver disponibilidade de ir ter à Faculdade de Desporto da Universidade do Porto. É lá que temos coordenado este projecto. Este não é um projecto da Federação de Atletismo, por isso não se preocupe com o Alto Rendimento, porque também sou treinador de atletas de alto rendimento no Atletismo e sei o quanto a Federação Portuguesa de Atletismo tem tão bem trabalhado no apoio ao alto rendimento, dentro dos meios que lhe são proporcionados. Este projecto está a ser organizado por 3 instituições (Instituto de Desporto de Portugal, Faculdade de Desporto da Universidade do Porto e Federação Portuguesa de Atletismo). A coordenação tem sido feita na Faculdade de Desporto da UP, onde todo o processo de formação de técnicos tem decorrido, mas todas as 3 instituições têm estado de alma e coração neste projecto. Seria por isso com todo o gosto que lhe explicaria como está este Programa a funcionar, que limitações e fragilidades temos encontrado e até porque não, dar-nos algumas ideias que possam contribuir para o crescimento deste Programa?
Precisamos no Desporto de pessoas que lutem pelo Desporto e não de pessoas se limitem a criticar o que se faz pelo Desporto em Portugal, sem saberem muitas vezes do que estão a falar (como foi este o caso…). Não visito muito este bloque e por isso não sei que tipo de discussões se têm feito por aqui, mas quero acreditar que estas críticas sem conhecimento de causa terão sido um deslize, uma distracção que poderá facilmente corrigir vindo ter connosco e para podermos trocar algumas impressões para que possa então escrever algo do Programa Nacional de Marcha e Corrida que corresponda ao que realmente é a realidade deste Programa, das suas virtudes e dos seus problemas. Sim, também temos dificuldades, problemas e obstáculos a ultrapassar e nem temos a ousadia se considerar que a implementação de um programa destes se faça em 2 ou 3 anos e que precisaremos de mais, para consolidar o que com muito orgulho já conseguimos colocar de pé!
Paulo Colaço
Coordenador do Programa Nacional de Marcha e Corrida
Agradeço ao Paulo Colaço o esforço bem evidente (6 longos textos) que escreveu para defender a sua dama.
Os seus textos limitam-se a confirmar tudo o que tenho escrito sobre esta matéria, sobretudo na perspetiva que mais me interessa, que é a do Atletismo:
o óbvio incumprimento dos estatutos da FPA no que respeita ao âmbito da sua intervenção;
e a designação totalmente inadequada para o Projeto.
Claro que a responsabilidade não é sua.
Nada mais tenho a acrescentar, a não ser que em nada alterou a minha opinião sobre esta matéria.
As opiniões valem o que valem.
Obrigado pela sua argumentação.
Porquê gastar tanto latim com este homem que dantes apoiava e que agora já não apoia o projecto? Talvez na altura não conhecesse bem os estatutos. Foi isso, os estatutos. O que uma leitura atenta dos estatutos pode fazer por uma pessoa.
Por falar em estatutos; não acha, Luis Leite, que tal como se discute a possibilidade da Constituição ter inscrito um limite para o défice, também os estatutos das federações deveriam prever um número mínimo de medalhas conquistadas nas competições internacionais? Por falar em estatutos; será que os estatutos da Federação de Atletismo falam em medalhas? Não será uma ilegalidade estatutária andar a gastar dinheiro para conquistar medalhas?
Anónimo das 18.40:
1) Não sei ler nem falar latim;
2) Eu apenas estive presente numa apresentação (a primeira) de um projecto ainda em estado embrionário, feita pelo Paulo Colaço na sala de reuniões da FPA, na altura para que tomássemos um primeiro contacto com um conjunto de ideias; entre essas ideias aquilo que me chamou a atenção foi a de criar centros dedicados à recuperação do meio-fundo/fundo nacional, com base em recursos humanos e técnicos dispersos pelo país, a fim de detectar e apoiar os jovens talentos; o resto pouco me interessou, por entender que não era da competência da FPA; e lembro-me que questionei o Paulo Colaço sobre a designação do Projecto, que não me parecia adequada, do ponto de vista do Atletismo;
3) O PNMC teve depois uma evolução que não acompanhei nem tinha que acompanhar, já que as minhas responsabilidades federativas tinham a ver, fundamentalmente com a Alta Competição e com o apoio técnico aos projectos, construção e homologação de instalações para o Atletismo;
4) Quanto à última questão, sobre os Estatutos, não merece comentários; eu não estava a brincar quando escrevi sobre os estatutos; e não me agrada brincar sobre este assunto.
É uma pena o seu talento perder-se nestas questiúnculas da treta. Você está talhado para os grandes voos das medalhas. Você fica fora de si quando o assunto resvala para o povo e para as suas pequenas corridinhas e caminhadas, isto é, para a mediocridade para a incompetência para a insuficiência. O que você parece não querer entender, julgo que é mesmo só uma questão de querer e não de entender,é que a força da sua modalidade passa mesmo pelas potencialidades imensas que pode explorar de penetração na população. É, por natureza, uma modalidade aberta,uma modalidade de grandes participações, uma modalidade popular. Se uma federação como a de atletismo não tivesse visto isto, e não viu durante muitos anos,é porque tinham hibernado. Apesar deste programa, arrisco pensar e dizer que, certamente, ainda estarão muito longe da penetração social que poderão alcançar no futuro. Julgo, assim, que a federação deve continuar a violar os estatutos apesar da sua denúncia desmiolada. Quer você queira quer não o seu atletismo também é o atletismo das grandes estatísticas. É essa a grande vantagem do atletismo quando comparado com outras modalidades. Pena é que não sejam todos filiados e todos contribuintes (no acto da filiação) para o bem da modalidade e para o apoio à elite. Se todos aqueles que treinam corrida e participam em provas (mesmo que informais) fossem filiados, o atletismo desafiaria as estatísticas de outras modalidades que apresentam números superiores e, (porque não?) até o futebol.
Você está erradíssimo quando deixa passar a ideia de que o atletismo deveria ser apenas para um grupo de talentos e bem, vá lá, alguns outros, também "geitosos", para servirem de "sparring partners". Não é assim, que eu saiba, em parte alguma do mundo. Só na sua cabeça. Você tem, é óbvio, um pensamento recessivo para a sua modalidade. Você ambiciona ter uma elite desligada de tudo o resto, sem base social. Você anda à procura da treta da pirâmide invertida. A elite tem de ter base social e essa base social é oferecida de bandeja ao atletismo com as grandes participações, com as participações de massa. Tudo isso tem que ser aproveitado e comercializado. Cada um daqueles corredorzinhos e caminhantes é um apoiante potencial da modalidade.Este caminho é uma estrada com dois sentidos. As medalhas trazem mais adeptos para a modalidade, mais adeptos trazem mais apoio, mais estímulo e mais medalhas. Este ciclo virtuoso só se realiza se uma federação conseguir funcionar bem nos diferentes sectores, assegurando que há interacção e sinergia. Mas quando você levanta um obstáculo estatutário, está tudo dito sobre o seu pensamento.
Anónimo das 12.08h:
1) Os meus talentos (sejam eles quais forem), não são para aqui chamados; aqui discutem-se ideias e apresentam-se argumentos;
2) O mesmo direi para eu estar "talhado" para algo; julgo não interessar a ninguém para o que estou (ou não) "talhado"; apresentam-se e discutem-se ideias sobre desporto;
3) Não é certamente você que me vai ensinar o que é Atletismo; e eu também não lhe vou ensinar nada;
4) Quero apenas assegurar-lhe que a modalidade Atletismo, (Athletics para os britânicos, Track and Field para os americanos, Leichathletik para os alemães, Athlétisme para os franceses, Atletica Leggera) para os italianos, etc.), não integra de forma alguma as "caminhadas a pé" nem o "jogging"; o Atletismo é um desporto olímpico essencialmente de competição, em que a performance é relevante; ou seja, não se trata só de vencer, mas também de avaliar os resultados através dos intrumentos de medição do tempo e das distâncias; e existem regras, que têm que ser cumpridas;
5) Você confunde desporto federado com desporto informal; em Portugal, o Atletismo não é uma modalidade popular, como na maior parte dos países europeus; a corrida informal é que é popular e não tem por objetivo a competição; o Atletismo tem os objetivos que enunciei em 4);
6) Os "corredorzinhos e caminhantes nada têm a ver com a modalidade Atletismo", mas sim com o desporto/saúde e o desporto/convívio; pelo que a base de praticantes do Atletismo não integra os cidadãos comuns, que passeiam, por exemplo, no paredão Estoril/Cascais;
7) Eu não tenho nada contra os corredorzinhos e caminhantes, antes pelo contrário, desejo-lhes muita saúde e um afável convívio social;
8) À FPA compete-lhe apoiar o desenvolvimento do Atletismo enquanto Desporto através de diversas formas que estão previstas nas atribuições estatutárias; e a Lei em vigor separa claramente "Desporto" de "Actividade Física".
Saber o que é ou não é o atletismo não é apanágio das pessoas do atletismo. Nos tempos que passam saber o que é uma modalidade é fácil. Nestes tempos de informação massificada já muitos podem saber o que dantes estava reservado a muito poucos. Na realidade não quero ensinar-lhe absolutamente nada, muito menos atletismo. Puxa, quando você até sabe como é que se diz atletismo em várias línguas, eu por mim já estou em sentido. Mas também não abuse do seu conhecimento, não deixe o conhecimento resvalar para a petulãncia. Também não preciso de si, nem da sua opinião, para me dizer se o atletismo português é ou não uma modalidade popular. Quem é que tem dúvidas sobre esta questão? Deve ser só você que questiona isso. A popularidade pode muito bem ser avaliada apenas com um outro conceito, o de notoriedade. Aplique o conceito no marketing e encontra a chamada notoriedade de marca.Atenção não quero ensinar-lhe nada sobre isso. Tudo isto você já esqueceu há muito tempo.
Será, então, que o atletismo português não é uma "marca" com notoriedade? Não tenho dúvida nenhuma de que é uma das marcas mais valiosas do desporto português, independentemente do número de atletas federados ou do número dos não filiados. São todos eles que contribuem para esse valor final. Sem uns ou sem outros o atletismo ficaria mais pobre. Você pode dizer o que quizer, mas a federação respectiva é que nunca poderá cometer tal erro. Na federação é que tem de estar gente responsável. Cá fora podemos dizer os que nos dá na real gana.
Anónimo das 17.34h:
Quando um anónimo me diz que "saber o que é o atletismo não é apanágio das pessoas do atletismo", eu respondo-lhe: eu não sei o que são "pessoas do Atletismo".
Sei que há muita gente ligada ao Atletismo que sabe pouco de Atletismo.
E também sei que o Atletismo é uma modalidade pouco interessante para os portugueses, quando nuns Campeonatos de Portugal em que participam campeões olímpicos e mundiais não estão presentes no estádio, na qualidade de espetadores, mais que umas dezenas de pessoas.
O meu curriculum no Atletismo permite-me afirmar, obviamente com conhecimento de causa, que o português comum tem desta modalidade uma ideia rudimentar, confusa e desconhecedora e agora ainda mais, com a aparente ligação às "caminhadas".
Quanto à relativa notoriedade da modalidade em Portugal, conferida pelo número de medalhas conquistadas em grandes competições internacionais, não é consequente em termos de imagem de marca, já que é e sempre foi extremamente difícil conseguir patrocinadores para a Federação.
Aos patrocinadores apenas lhes interessa a imagem de alguns, poucos atletas, e o patrocínio é direto, não passa pela FPA.
A exceção é uma marca de equipamentos desportivos que, por ter contrato com quase todos os melhores atletas nacionais, apoia de facto a FPA, com cerca de 15% da verba necessária para a atividade.
O resto do dinheiro vem, quase todo, do Estado.
Petulante ou não, peço meças a qualquer pessoa em Portugal ou em qualquer parte do Mundo sobre conhecimento desta modalidade, tanto a nível internacional como nacional.
E, por isso, estou à-vontade para escrever e falar sobre Atletismo.
E a minha opinião, ao contrário do que você escreve, não é uma opinião qualquer.
Tudo o que escrevi e escrevo sobre Atletismo é verdade, independentemente de ser ou não dirigente federativo.
Atualmente, apesar de ter pedido a demissão do cargo de Vice-Presidente em Julho de 2009, nunca obtive qualquer resposta e nunca fui substituído, pelo que oficialmente, sou Vice-Presidente eleito.
O facto de na Direção federativa permanecer um número ímpar de membros é anti-estatutário e não abona nada em favor da FPA e do seu Presidente da Assembleia Geral.
Por outro lado, há dirigentes na FPA que não sabem quase nada sobre esta modalidade e gabam-se disso...
Na Federação há gente que não é responsável, isso sim...
Seria interessante que não escrevesse sobre assuntos que desconhece.
Sinceramente não resisto a voltar ao seu escrito.
Começo pelo fim porque é no fim que você concentra as suas melhores "pérolas".É no fim que você atinge o climax do entusiasmo sobre si próprio. É puro onanismo.
Diz você:
"Seria interessante que não escrevesse sobre assuntos que desconhece." Os assuntos que conheço, na realidade, nunca os discutiria consigo. Não progrediria muito. O que eu gosto sobremaneira é de aprender consigo sobre os assuntos que eu não domino. Defeito meu, certamente,mas é verdade que você só diz que sabe mas não diz o quê.
Diz você:
"...há dirigentes na FPA que não sabem quase nada sobre esta modalidade e gabam-se disso...
Na Federação há gente que não é responsável, isso sim..."
Será que você, corajoso como parece ser, disse isto aos seus pares quando se sentava com eles à mesa? Quanto tempo conseguiu você aguentar tanta incompetência?
Diz você:
"O facto de na Direcção federativa permanecer um número ímpar de membros é anti-estatutário e não abona nada em favor da FPA e do seu Presidente da Assembleia Geral."
Será que você está convicto do que diz? Será que os estatutos da federação de atletismo obrigam a um número par de membros? Será que você leu bem os estatutos ou será que os tresleu? Vamos apostar: eu aposto na última hipótese. Os estatutos obrigarem a um número par de membros seria uma originalidade interessante de seguir. Como é que se votaria e sobretudo como é que se desempataria? Confesse lá; você conhece mesmo os estatutos? Conhece bem a direcção?
Diz você:
"Petulante ou não, peço meças a qualquer pessoa em Portugal ou em qualquer parte do Mundo sobre conhecimento desta modalidade, tanto a nível internacional como nacional."
Você é um verdadeiro "case study" no domínio da epistemologia. Nos dias de hoje, alguém tratar assim o conhecimento de uma modalidade milenar é, no mínimo, hilariante.
Pergunto-me: o que será, hoje, o conhecimento de uma modalidade como o atletismo. Partindo do princípio que o conhecimento no/do atletismo só pode ser complexo e de natureza multidisciplinar, afinal você o que é que domina melhor do que ninguém? Tudo? É um Super-Homem. Alguns aspectos? Já é, outra vez, só um homem.
Tem toda a razão, isto não é petulância é mesmo só ignorância. Só pode dizer que muito sabe e mais do qualquer outra pessoa, quem sabe pouco ou quem ignora o muito que há para saber. Para afirmar isto nem é necessário saber muito de atletismo.
Já agora para terminar: o atletismo tem notoriedade e esta, que eu saiba, não tem que se medir através do consumo. Pode, por exemplo, ser avaliada pelo conhecimento que as pessoas têm da existência da modalidade, entre outras modalidades. Você certamente sabe mas eu recomendo-lhe que reveja o conceito de "top-of-mind". Se perguntar aos participantes de uma amostra de portugueses qual é a modalidade com melhores resultados desportivos internacionais, quantos não referirão o atletismo nos lugares, pelo menos, de pódio? Mas, obviamente, este é um assunto que domina melhor do que qualquer outro nacional ou internacionalmente.
Anónimo das 00.35h:
Vê-se bem que você percebe pouco disto.
Este facto, indiferente em condições normais, terá alguma gravidade e confirmará o que escrevi se você estiver ligado à modalidade.
Quanto ao número de membros da Direção, os estatutos da FPA (Artº 24º) prevêem um número par de membros mais o Presidente, que é órgão ele próprio. Ou seja, o Presidente mais um número par de diretores, para que o total seja ímpar.
Que é o que não acontece desde que pedi a demissão.
Para o caso é igual, já que não há memória, com este Presidente, de alguma vez ter havido uma votação.
Actualmente, a Direção é composta, incluindo o Presidente, por um número par de órgãos, o que é anti-estutário. A menos que oficialmente ainda me considerem Vice-presidente. Mas não apareço na lista do site FPA...
Você é que se esqueceu de contar quantos lá estão (13+P).
Quanto ao resto, não tenho pachorra para discutir consigo sobre Atletismo, já que não está ao meu nível (petulante).
Quando muito, você poderia fazer perguntas e eu dar-lhe-ia (ou não) as respostas.
Obrigado, mais uma vez, por me confrontar com a realidade da minha ignorância ("Vê-se bem que você percebe pouco disto."). É verdade e agradeço sempre que me lembrem.O que continua a ser verdade é que você não se fez entender como agora veio explicar.
Diz você:
"...terá alguma gravidade e confirmará o que escrevi se você estiver ligado à modalidade."
É extraordinário, você vê fantasmas por todo o lado. Até sobre mim, comum mortal que apenas peco por me interessar pelo desporto português no seu todo e não só pelo atletismo, você aventa a possibilidade de estar ligado ao atletismo. Será que a sua modalidade é alguma loja maçonica?
Tudo o que lhe parece ser uma contestação às suas ideias e opiniões tem de vir de dentro da federação.Isso é um bocado exagerado.
Pelo que tenho lido na imprensa acho que o seu alívio deve estar para breve. O limite dos mandatos está aí a rebentar e muitas federações, incluindo a sua, vão ficar livres dos "barões" que as governaram despoticamente (na sua opinião).Aí vai você passar a dormir descansado porque estes vão dar lugar a uma nova elite dirigente que está há muitos anos a preparar-se. É com grande expectativa que aguardo por esses tempos de mudança e rotura, relativamente aos tempos sombrios actuais.
É óbvio, também, que eu não esperava que tivesse pachorra para discutir atletismo comigo ou com quem quer que fosse. Você, já percebi, é mais de falar de si próprio, dos seus imensos saberes e competências, nunca dizendo quais são e em que domínios. Pelo menos é coerente. Obrigado, apesar de tudo.
Anónimo das 18.03h:
Obrigado pela sua simpatia.
Fiquei a saber que:
1) Vejo fantasmas;
2) Você é um comum mortal;
É pouco.
Você engana-se quando escreve:
3) Que vejo fantasmas;
4) "O limite dos mandatos está aí a rebentar e muitas federações, incluindo a sua, vão ficar livres do barões que as governaram despoticamente"; o limite de mandatos é só para cada órgão específico e portanto que governa há 29 anos por si ou por interposta pessoa por si indicada, na prática, tem cargo vitalício;
5) "Que vou passar a dormir descansado"; eu sempre dormi descansado com exceção das poucas vezes em que estou doente, como é o caso atual;
6) "...estes vão dar lugar a uma nova elite dirigente"; não existe nova elite dirigente; o eucalipto tem uma característica curiosa que é secar tudo à volta;
Quanto as meus saberes e competências são fáceis de descobrir lendo o meu curriculum. Se quiser, envio-lho por e-mail. Mas não é difícil saber o essencial sobre mim através da NET.
Obrigado.
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