Sobre a representação olímpica em Pequim e os rocambolescos episódios ocorridos antes, durante e após o evento já muito se falou e escreveu.
Foi também nesta colectividade desportiva um tema candente, analisado sob diversos ângulos no tempo próprio. Não se pretende voltar a ele, nem tão-pouco recensear posições pró e contra a definição de objectivos desportivos, mas tão só relembrar os ensinamentos recolhidos por quem mais activamente participou na contratualização com o Estado da participação portuguesa em Pequim 2008 e, neste ano, em Londres 2012:
«Depois do fracasso em Pequim2008 quanto às metas traçadas para a conquista de quatro a cinco medalhas -- o que chegou a estar escrito e contratualizado com o Instituto do Desporto de Portugal -- Vicente Moura diz que já não comete o mesmo erro.
“Desta vez isso não acontece: o programa que assumi com o governo não prevê lugares de pódio, prevê boa representação, condigna, etc... mais atletas, talvez mais modalidades, mas não mais do que isso”, justificou o presidente do COP.
O passado foi pedagógico e Vicente Moura referiu que não cairá no mesmo erro, depois da experiência em Pequim, onde acabou por ver apenas Nélson Évora (medalha de ouro no triplo salto) e Vanessa Fernandes (prata no Triatlo) conquistar medalhas.»
As palavras prudentes parecem reter a aprendizagem dos tempos vividos. Não repetir o mesmo erro (!?). Não mais falar em medalhas ou qualquer outro objectivo desportivo. Apenas uma “representação condigna”. Foi esse o compromisso assumido com o Estado português num valor global de 14,6 milhões de euros.
“Quando não se sabe para onde vamos, qualquer caminho serve”.
Este célebre adágio popular não é qualquer critica sobre uma aprendizagem que tende a renunciar a objectivos desportivos precisos sobre a nossa participação em Londres, antes consta da recente proposta de um Plano Integrado de Desenvolvimento Desportivo 2012 -2022 apresentada ao Governo.
Nela se pode ler:
“Este desiderato estratégico deve constituir o eixo central da política desportiva para a legislatura, implicando o envolvimento colectivo de diversas entidades intervenientes no sector ou com este relacionadas, desde federações desportivas aos Municípios e ao Sistema Educativo, a fim de promover estudos técnicos que garantam um verdadeiro e credível diagnóstico da realidade actual e estabeleçam objectivos de médio e longo prazo para aproximar Portugal da vanguarda do conhecimento e do valor ambicionados pela comunidade”
Continua assertivamente:
“Nestas circunstâncias, anima-nos a convicção segundo a qual é decisivo que o Governo assuma o compromisso de encetar estudos e alocar os recursos susceptíveis de enformarem os objectivos do desporto português para a próxima década…”.
Concluindo firme:
“Estabelecido o Plano Integrado do Desenvolvimento Desportivo 2012-2022, onde se encontrassem vertidos os objectivos gerais e intermédios, dando-lhes ampla divulgação junto da opinião pública, importaria que todos os intervenientes assumissem o compromisso de concretizar as metas traçadas”
Ah! Esta proposta, por certo fruto de uma profícua aprendizagem com os erros do passado, foi apresentada ao Governo Português pelo COP, e assinada por alguém que em tempos formalizou um compromisso com o Estado de concretizar os objectivos desportivos expressos num contrato programa, e que, não repetindo duas vezes o mesmo erro, define agora para metas em Londres 2012 a objectivável “representação condigna”.
De facto, “quando não se sabe para onde vamos, qualquer caminho serve”…
Foi também nesta colectividade desportiva um tema candente, analisado sob diversos ângulos no tempo próprio. Não se pretende voltar a ele, nem tão-pouco recensear posições pró e contra a definição de objectivos desportivos, mas tão só relembrar os ensinamentos recolhidos por quem mais activamente participou na contratualização com o Estado da participação portuguesa em Pequim 2008 e, neste ano, em Londres 2012:
«Depois do fracasso em Pequim2008 quanto às metas traçadas para a conquista de quatro a cinco medalhas -- o que chegou a estar escrito e contratualizado com o Instituto do Desporto de Portugal -- Vicente Moura diz que já não comete o mesmo erro.
“Desta vez isso não acontece: o programa que assumi com o governo não prevê lugares de pódio, prevê boa representação, condigna, etc... mais atletas, talvez mais modalidades, mas não mais do que isso”, justificou o presidente do COP.
O passado foi pedagógico e Vicente Moura referiu que não cairá no mesmo erro, depois da experiência em Pequim, onde acabou por ver apenas Nélson Évora (medalha de ouro no triplo salto) e Vanessa Fernandes (prata no Triatlo) conquistar medalhas.»
As palavras prudentes parecem reter a aprendizagem dos tempos vividos. Não repetir o mesmo erro (!?). Não mais falar em medalhas ou qualquer outro objectivo desportivo. Apenas uma “representação condigna”. Foi esse o compromisso assumido com o Estado português num valor global de 14,6 milhões de euros.
“Quando não se sabe para onde vamos, qualquer caminho serve”.
Este célebre adágio popular não é qualquer critica sobre uma aprendizagem que tende a renunciar a objectivos desportivos precisos sobre a nossa participação em Londres, antes consta da recente proposta de um Plano Integrado de Desenvolvimento Desportivo 2012 -2022 apresentada ao Governo.
Nela se pode ler:
“Este desiderato estratégico deve constituir o eixo central da política desportiva para a legislatura, implicando o envolvimento colectivo de diversas entidades intervenientes no sector ou com este relacionadas, desde federações desportivas aos Municípios e ao Sistema Educativo, a fim de promover estudos técnicos que garantam um verdadeiro e credível diagnóstico da realidade actual e estabeleçam objectivos de médio e longo prazo para aproximar Portugal da vanguarda do conhecimento e do valor ambicionados pela comunidade”
Continua assertivamente:
“Nestas circunstâncias, anima-nos a convicção segundo a qual é decisivo que o Governo assuma o compromisso de encetar estudos e alocar os recursos susceptíveis de enformarem os objectivos do desporto português para a próxima década…”.
Concluindo firme:
“Estabelecido o Plano Integrado do Desenvolvimento Desportivo 2012-2022, onde se encontrassem vertidos os objectivos gerais e intermédios, dando-lhes ampla divulgação junto da opinião pública, importaria que todos os intervenientes assumissem o compromisso de concretizar as metas traçadas”
Ah! Esta proposta, por certo fruto de uma profícua aprendizagem com os erros do passado, foi apresentada ao Governo Português pelo COP, e assinada por alguém que em tempos formalizou um compromisso com o Estado de concretizar os objectivos desportivos expressos num contrato programa, e que, não repetindo duas vezes o mesmo erro, define agora para metas em Londres 2012 a objectivável “representação condigna”.
De facto, “quando não se sabe para onde vamos, qualquer caminho serve”…
12 comentários:
Concordo integralmente com João Almeida.
Enquanto chefe da equipa olímpica de Atletismo em Pequim, fui sendo surpreendido, durante os Jogos, com uma conduta do Presidente do COP (que não tinha quaisquer poderes, durante o evento, sobre a equipa olímpica) declarada e objectivamente contra o disposto na Carta Olímpica.
O conjunto de intervenções do Presidente do COP deveria ter tido como consequência:
1) A expulsão dos Jogos Olímpicos pelo Comité Olímpico Internacional;
2) A censura, já em Lisboa, pela Assembleia Plenária do COP (só o Atletismo o fez, na Plenária e em Conferência de imprensa na sede da FPA);
3) A resignação ao cargo e à candidatura à presidência na olimpíada seguinte (a actual).
Parte dos factos, aqueles que dizem respeito ao Atletismo, constam do meu Relatório de Chefe de Equipa, anexo ao Relatório do Chefe de Missão, Prof. Manuel Boa de Jesus, que pode ser consultado no site do COP.
O modo como foi construída a candidatura de V.M. e a falta de noção da realidade durante esta olimpíada parecem surrealistas (o Surrealismo teve o seu tempo) mas não são.
Tudo está conforme aquilo que é o Portugal dos tempos que correm.
Meu Deus, que mais nos irá acontecer?
Prefiro, de longe, não ter qualquer plano (central) para o desporto português e deixar funcionar o mercado (como um anónimo costuma dizer), do que ver nascer um plano sob a égide do COP e do seu comandante.
Dei-me ao trabalho de ler a proposta de Plano Integrado de Desenvolvimento Desportivo apresentado pelo Cmdt V.Moura.
É simplesmente assustador imaginar como possível a indigitação do CmdtVM para coordenar os estudos que conduziriam ao tão desejado (por ele) plano.
Assusta-me porque isto até pode resultar, isto é, ele até pode ser mesmo indigitado para tal tarefa. Já todos repararam a destreza com que o governo nomeia comissões. Também sabem todos, certamente, de que esta é a melhor forma de nada resolver criando a ideia de que muito se está a resolver.
Pois é assim que o desporto português fica à beirinha de mais uma decisão histórica.
Será que este homem sabe mesmo o que é a Escola hoje? Será que ele faz alguma ideia do que é e do que poderá vir a ser o Desporto Escolar na Escola d'hoje? Será que ele sabe o que são e o que poderão vir a ser os CAR's no nosso país? Será mesmo que ele preferia que não se tivesse construido nenhuma das unidades a que o governo anterior chamou de CAR's? Por aquilo que ele parece demonstrar saber do chamado "Golden Plan" alemão é de ficar de pé atrás. Será que ele imagina o Golden Plan como um plano integrado de desenvolvimento desportivo? Assim como algo que passou a canalizar as medalhas de ouro para a Alemanha. Se lhe chamaram plano de ouro deveria ser para essa função que estava destinado.
Apela no fim da sua proposta para uma decisão histórica. Espero bem que sim.
Respondam-lhe assim e ficarão para a história:
"Porreiro pá! Bom plano. Boas ideias. Mas nós não estamos nessa. Planos, agora, é coisa de muito risco. Apresente um plano mais realista. Vá a Londres. Não faça declarações públicas. Deixe, pelo menos desta vez, o Chefe de Missão, chefiar. Nos intervalos das competições faça um plano muito importante para o desporto português;
planeie a sua saída de cena.
Concordo.
Mas ele é de uma casta especial.
A dos que não saiem de cena.
Nunca!
Há mais destes.
Que nunca sairão de cena.
Caro João Paulo
A publicação desta proposta juntamente com uma outra menos falada(projeto de deteção de talentos)por parte do COP tem um mérito:o de saber o que pensa o COP destas matérias e o contributo que dá à respectiva concretização.Apesar de tudo é bem preferível a falar dos assuntos e não se saber o que sobre eles se pensa e propõe.
Concordo em absoluto.
Ficámos a saber que pensa e propõe "objectivos gerais e intermédios, dando-lhes ampla divulgação junto da opinião pública, importaria que todos os intervenientes assumissem o compromisso de concretizar as metas traçadas".
Será que também pensa assim para Londres?
O Sr. Presidente do COP começou agora a pensar? Não acredito. Alguém está a pensar por ele e para ele.
A meio do último ano da Olimpíada.
Com expetativas para Londres baixíssimas.
Quer dizer:
O COP desistiu de Londres 2012.
Agora.
Começou a pensar para 2022.
Será que vamos ter V.M. por lá até 2022?
Era bom sinal por um lado: O Sr. Comandante continuaria de boa saúde para lá dos 80.
Era mau sinal por outro: Continuaria por lá, o que asseguraria um azar tremendo aos futuros olímpicos portugueses.
Considerando as seguintes premissas:
i)O COP nunca deverá cair na tentação de confrontrar os Governos, chantangeando-os em vésperas de JO. É um comportamento de gente pouco séria, que desprestigia o Olimpismo, e corrói o apoio da população ao movimento olímpico, fazendo-o parecer um negócio igual ao que mina o futebol, e outras modalidades desportivas, dominadas pelas combinações das apostas de casino. Os Governos são sufragados pela vontade dos cidadãos, em votação livre e democrática. E são os contribuintes que sustentam e viabilizam o COP. Pede-se respeito e dignidade aos dirigentes nomeados pela casa-mãe da Suiça.
ii) O COP não tem legitimidade para agir, enxovalhando os Governos e as/os portugueses.
iii)Desconheço se esta iniciativa do COP teve a cortesia de se concertar com o Governo.
Se tudo o que critico não ocorreu, e foi tudo concertado com respeito e cooperação, nesse caso, e apenas nessa caso, a iniciativa é boa.
Funcionário do Estado
Funcionário do Estado:
Você, além de confuso, revela não perceber nada destes assuntos olímpicos.
Não se aproveita nada...
Uma pena!
A 'isto' chama-se atrevimento.
Ou seja, se "o exercício dos cargos de dirigente federativo e de Presidente do COP proporcionou ao signatário um conhecimento teórico e prático de outras realidades e experiências no domínio do desporto, intemporalmente válidas e transferíveis para o plano nacional", significa que só agora estão reunidas todas as condições para o 'homem providencial' assegurar a implementação de iniciativas que "há mais de uma década vem chamando a atenção do poder político".
De facto, concordo com o JMC, 'este' PIDD deixa-nos a todos esclarecidos.
As décadas de intervenção associativa só responsabilizam quem não o quis ouvir porque, soluções programáticas sempre ele as teve.
A absoluta evidência torna-se com certeza, a circunstância de continuar a insistir, depois dos 'verdadeiros culpados' terem, sucessivamente, desaparecido, 'caídos em combate' ao longo dos anos (e legislaturas), com os 'olímpicos' resultados que se lhe reconhecem.
Haja esperança já que, com tanto 'salamaleque' institucional e voluntarismo executivo, seguramente (por inoperância do chamado Movimento Associativo), o futuro imediato será risonho para o Desporto Nacional.
Palavras para quê, os 'artistas portugueses' (sempre) usaram 'Pasta Medicinal Couto', mesmo quando distintos Funcionários do Estado.
José M.Constantino
Aceito as suas boas intenções para com o COP, isto é, estas propostas até são boas porque possibilitam-nos perceber o que os seus dirigentes pensam sobre os assuntos.
O problema é que não me interessa absolutamente nada saber o que é que o COP pensa sobre estes assuntos pela simples razão de que nunca será o COP que terá que operacionalizar qualquer projecto de desenvolvimento desportivo integrado ou desintegrado. Façam eles boas propostas de desenvolvimento da preparação olímpica e certamente deixarão de ter tempo e disponibilidade para pensar nos assuntos que não lhes dizem respeito. Será ao COP que compete reflectir sobre a problemática da detecção de talentos? Obviamente NÃO. É às federações que compete essa tarefa. Caso contrário teriamos de perguntar: O COP elabora um projecto neste domínio e quem é que treina os talentos identificados nesse processo? O comandante e os seus colaboradores? Ou será que ele foi mandatado pelas federações para meter o bedelho nestes assuntos? Penso que não.Estou certo que ele com o andar da idade tem ficado cada vez mais iluminado. O seu amadurecimento como grande dirigente permitiu-lhe descobrir a utilidade da banana. Vai comendo umas bananas e atira as cascas para o caminho dos dirigentes políticos. Esses que nunca ouviram falar nem em talentos, nem em planos integrados, nem, muito menos, em desenvolvimento desportivo ficam estatelados e presos de movimentos. O comandante vai-se antecipando com umas ideias que o próprio poder ignora. É óbvio que o vão ignorar olimpicamente, mas, também é óbvio, que não irão dar o braço a torcer tomando iniciativas de política desportiva nas áreas ventiladas pelo comandante. O que é, também,e mais uma vez, lamentável é assistir ao imobilismo federativo. O comandante ainda vai esperneando mas das federações é que nada parece surgir. Hibernaram.Não há qualquer sinal de que estejam vivas. Onde é que está a CDP? Estarão à espera que os tempos piorem para apareceram em defesa dos seus associados e do desporto federado que deveriam representar?
O anónimo das 20:01h tem razão.
Embora, suave na sua análise,
subscrevo tudo o que escreveu.
O DESNORTE total do presidente da FPN!
Acabou os oito anos desta forma desastrosa, em trapalhada e destruição total da natação pura!
Tenta agarrar-se à bóia das águas abertas, a que ninguém liga nem a ninguém interessa.
Demita-se, faça um balanço do estado em que encontrou a natação portuguesa, com uma geração de ouro, que orgulhosamente se encarregou de destruir!
Enviar um comentário