Um texto de Sérgio Monteiro, advogado, que a Colectividade Desportiva agradece.
A UEFA moveu ontem, como é sabido, um processo disciplinar ao FC Porto face à alegada “conduta imprópria dos adeptos” portistas no jogo com o Machester City, disputado a semana passada no estádio do dragão. A decisão de abertura do inquérito surge na sequência de queixa apresentada à UEFA pelo clube inglês, nos termos da qual os jogadores Mário Ballotelli e Yaya Touré terão sido alvo de insultos de índole racista por parte dos adeptos do FC Porto.
Não se olvida que a prova da ocorrência dos referidos insultos é susceptível de acarretar a punição do FC Porto. Com efeito, comprovando-se os referidos insultos, incorre o clube português numa multa de 20 mil euros, nos termos do artigo 11 bis do Regulamento Disciplinar. Independentemente de se ter ou não verificado na prática a conduta imputada pelo Manchester City aos adeptos do FC Porto, a experiência ensina-nos que não raras vezes os adeptos de futebol insultam jogadores de raça negra mediante gritos contínuos das expressões “u u u u u u u…”.
A UEFA moveu ontem, como é sabido, um processo disciplinar ao FC Porto face à alegada “conduta imprópria dos adeptos” portistas no jogo com o Machester City, disputado a semana passada no estádio do dragão. A decisão de abertura do inquérito surge na sequência de queixa apresentada à UEFA pelo clube inglês, nos termos da qual os jogadores Mário Ballotelli e Yaya Touré terão sido alvo de insultos de índole racista por parte dos adeptos do FC Porto.
Não se olvida que a prova da ocorrência dos referidos insultos é susceptível de acarretar a punição do FC Porto. Com efeito, comprovando-se os referidos insultos, incorre o clube português numa multa de 20 mil euros, nos termos do artigo 11 bis do Regulamento Disciplinar. Independentemente de se ter ou não verificado na prática a conduta imputada pelo Manchester City aos adeptos do FC Porto, a experiência ensina-nos que não raras vezes os adeptos de futebol insultam jogadores de raça negra mediante gritos contínuos das expressões “u u u u u u u…”.
Não deixa, contudo, de ser curiosa a forma como o Vítor Pereira e Hulk vieram a público comentar os incidentes relativos ao processo instaurado ao clube. Negando ter ouvido qualquer comentário racista, o treinador do FC Porto afirmou que o que costuma ouvir são os adeptos do clube a dizer muitas vezes “Hulk, Hulk, Hulk”. As palavras do técnico viriam a ser confirmadas pelo próprio Hulk: “O que eu ouvi é o que escuto sempre no Dragão. Sobretudo quando bato cantos. Ouço sempre Hulk, Hulk, Hulk. Não há racismo nisso”.
À parte a realidade dos factos ocorridos no dragão, não podemos deixar de colocar em relevo o modus advocandi com que o treinador e o avançado brasileiro actuaram na defesa dos interesses do FC Porto. E na verdade – sejamos razoáveis – ambos vestiram bem a pele de advogados do clube ao indicaram publicamente aquela que pode qui ça vir a servir de prova bastante para obstar à condenação do clube pela UEFA.
Deste modo, a demonstração pelo FC Porto junto do processo disciplinar em causa de que são habituais cânticos em honor a Hulk (“Hulk, Hulk, Hulk…”) cujo registo sonoro se assemelha aos típicos insultos racistas (“u u u u u u u…”) é em tese idónea a conduzir, numa primeira fase, ao arquivamento do processo, por dessa forma não subsistirem indícios da prática de infracção disciplinar. Se assim não entender a UEFA, a prova da similitude entre os cânticos e os habituais insultos sempre constituirá uma dúvida insanável, que na falta de prova em contrário, conduzirá ulteriormente à absolvição do FC Porto, atento o princípio in dubio pro reo.
Assim sucedendo, é caso para dizer que o FC Porte poupará 20 mil euros graças a...”Hulk, Hulk, Hulk”.
À parte a realidade dos factos ocorridos no dragão, não podemos deixar de colocar em relevo o modus advocandi com que o treinador e o avançado brasileiro actuaram na defesa dos interesses do FC Porto. E na verdade – sejamos razoáveis – ambos vestiram bem a pele de advogados do clube ao indicaram publicamente aquela que pode qui ça vir a servir de prova bastante para obstar à condenação do clube pela UEFA.
Deste modo, a demonstração pelo FC Porto junto do processo disciplinar em causa de que são habituais cânticos em honor a Hulk (“Hulk, Hulk, Hulk…”) cujo registo sonoro se assemelha aos típicos insultos racistas (“u u u u u u u…”) é em tese idónea a conduzir, numa primeira fase, ao arquivamento do processo, por dessa forma não subsistirem indícios da prática de infracção disciplinar. Se assim não entender a UEFA, a prova da similitude entre os cânticos e os habituais insultos sempre constituirá uma dúvida insanável, que na falta de prova em contrário, conduzirá ulteriormente à absolvição do FC Porto, atento o princípio in dubio pro reo.
Assim sucedendo, é caso para dizer que o FC Porte poupará 20 mil euros graças a...”Hulk, Hulk, Hulk”.
3 comentários:
Ja por mais de uma vez vimos que o FcPorco tem influencia nos jogos de corredores da UEFA. Por isso estejam descansados. Penso eu de que.
A ver vamos... Se na Uefa gostarem de xico-espertices safam-se se nao aturarem xicos ponham-se a tabela. Mas ja vimos que os FCPorco tambem bota peso nos corredores Uefeiros.
Em tese, parece-me interessante, mas a robustez do argumento sairia aumentada se o FCP provasse que os cântigos "Hulk, Hulk,.." já eram frequentes ANTES do jogo com o City, e não apenas com base no espectáculo deprimente que se viu no Bonfim.
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