quinta-feira, 21 de junho de 2012

Filhos, crianças, andar, exercício físico e Ed. Física

Fruto dos dois filhos que tenho, é com alguma regularidade que vou comparando alguns aspectos da minha infância com as deles. Para lá das diferenças ‘normais’ do desenvolvimento da sociedade, é na forma de brincar e nas brincadeiras que encontro as maiores divergências.

Passei uma infância constantemente na rua a brincar. Sempre que o tempo deixava e havia o tal tempo livre, era na rua que gostava de estar. Hoje, por inúmeras razões relacionadas desde do acréscimo de carros, a violência, a oferta televisiva e informática, a disponibilidade emocional dos Pais para os deixarem sair para a rua brincar, correr, andar ou saltar deixou de ser natural, excepto quando o mesmo é feito em momentos organizados, sejam formais ou informais.

Isto vem a propósito do decréscimo de actividade e exercício físico que as crianças fazem ‘naturalmente’. Sem ser nas tais escolinhas de qualquer coisa. Porque no jardim infantil, 1.º ciclo em diante, a Educação Física ou Desporto Escolar vai diminuindo ou perdendo a importância que chegou a ter em termos institucionais.

Isto para vos trazer um simples projecto que conheci em Inglaterra numa pequena cidade perto de Londres. Corria o ano de 2005 e num projecto de formação e partilha organizado pela ISCA e Engso Youth, um professor de Educação Física que trabalhava em Londres teve oportunidade de explicar aos restantes formandos um projecto que a cidade dinamizava para aumentar o tempo de actividade física entre as crianças, combater a obesidade infantil e incluir socialmente as crianças na cidade.

Mas em que consistia o projecto? ‘Apenas’ ensinar as crianças a andar na rua. Saber olhar para a rua, passar as passadeiras, respeitar as regras, semáforos, etc. O que isto proporciona às pessoas? Saber movimentar numa simples rua, fá-los estar capacitados para se deslocarem pela cidade, aumenta o tempo que andam a pé em vez dos carros, diminui os carros ou pelo menos, os percursos para fazerem poucas centenas de metros.

Lisboa não é Londres. E poucas cidades em Portugal apresentam o ‘dinamismo’ de trânsito, ruas, espaços como Lisboa. Mas considerando o decréscimo da Educação Física em horas, importância da nota para aprovar o ano lectivo, diria que estas acções mais ‘básicas’ têm de ser dinamizadas o mais rapidamente possível: ensinar e possibilitar que as crianças comecem a fazer a actividade física num espaço…deveras natural, a rua!

1 comentário:

Anónimo disse...

onde posso encontrar masi sobre este assunto ??