Texto publicado no Público de 2 de Dezembro de 2012.
1. Estás convidado
para jantar, Caro Mestre Picanço, mas espero nunca mais o ver num jantar
destes.
2. Devo confessar ao
leitor que se há coisa que me dá uma satisfação adicional é o confronto entre
dois “companheiros de luta”, entenda-se sempre, na expressão desse meu
sentimento, de uma “luta” que não tenho por certa, no hastear de bandeira que
julgo ser a errada.
Um destes dias, após
o repasto, Mestre Picanço, convidado de Vicente Moura e este, ainda presidente
do Comité Olímpico de Portugal, decidiram trocar, antecipadamente, os seus
presentes de Natal, rompendo, pelo menos aparentemente – já tenho alguns anos
destas coisas – com a “forte relação” que tinham há anos. Relembre-se que
Mestre Picanço é membro da Academia Olímpica, conviveu com Vicente Moura a
vários títulos e há quem afirme que, pelo menos em parte, deve o seu lugar de
governante (?) ao apoio que expressou o presidente do COP.
Relembre-se ainda
que Mestre Picanço foi membro da 1ª Comissão Instaladora do Tribunal Arbitral
do Desporto do COP, desistiu – após a primeira reunião – de ser membro da
Comissão para Justiça Desportiva, que iniciou um processo para um Tribunal
arbitral do Desporto, fora do COP (ter-se-á enganado ao que ia). Em breve,
Vicente Moura era um suporte e inspirador de Mestre Picanço e este, por seu
turno, sempre foi um bom obediente.
3. Pum!
Mestre Picanço terá realizado um discurso
de resposta a Vicente Moura por recentes declarações deste em termos do estado
da nossa política desportiva: "Até
porque, muito recentemente e para grande surpresa do Governo, depois de um ano
e meio de intenso esforço, articulação e empenhamento, para criar a melhor
relação possível com o COP, ter sido afirmado pelo senhor presidente que este
Governo navegava à vista, que não tinha qualquer direcção e que se tinham
perdido as ilusões quanto a este Governo"
Indignação total de
Vicente Moura: "Foram completamente inoportunas,
isto é um jantar, uma festa, eu fiz a despedida do trabalho que fiz ao longo de
15 anos, que me orgulho, e o discurso do senhor secretário de Estado é
completamente desinserido. Aproveitou para fazer uma súmula das acções do Governo,
algumas positivas, mas outras inconsequentes. Agora vê-se bem que navega mesmo
à vista".
Acusando Mestre Picanço de ter proferido "um discurso propagandístico",
disse ainda Vicente Moura: ”Eu fico a pensar que disse que conheci muitos
ministros e muitos secretários de Estado, uns que gostei bastante e outros
apenas gostei, eu tenho de dizer que deste eu apenas desgosto”. Espectacular e
olímpica tipologia de sabores.
4.
Desta maravilhosa zanga de “comadres” parece resultar, todavia, uma certa
concordância.
Mestre
Picanço aproveita a última oportunidade para poder dizer aquilo que agora (pode
mudar amanhã, pelas 15 horas) pensa de Vicente Moura, em registo final de
mandato. Vais-te embora, não é? Então ainda bem e leva isto contigo.
Por
seu lado, Vivente Moura também não deixou de apontar a Mestre Picanço o caminho
da saída: ”É um bom jurista e acho que devia voltar
à sua profissão, deixando o Desporto às pessoas que o amam, que o conhecem e
que são capazes de encarar com 'fair-play' as críticas e contrariedades da vida”.
5. Boa! Porque não vão os dois embora e
de braço dado?
2 comentários:
Quinze anos a gozar com o Estado. E com os governantes de todas as cores. Gozando com quem é eleito pela legitimidade dos portugueses/as. Sacando o dinheiro dos contribuintes para a alucinação das medalhas suíças. Mandado pelos arguintes olímpicos daquele onshore, onde não se pagam os impostos devidos, e onde toda a casta de anónimos guardam, fugidos dos seus países, as fortunas feitas com o suor dos conterrâneos. Ontem soube-se que são quase duas centenas que lá têm acima de mil milhões. A FIFA também tem lá a sede.
Com a folhita A4, como já demonstrei várias vezes, punha-se na ordem essa rebaldaria, que ofende o País.
Imaginem que era o Talvez o interlocutor deste Vicente do COP? E que a ADD da Folha A4 era o caminho na governação? Que não eram governantes com medo. Que era alguém que punha o interesse de Portugal acima das seitas e dos meliantes?
Esteve bem o SE. Teve coragem de reagir publicamente.
Ninguém põe fim a esta palhaçada? Quer dizer: O Vicente de Moura ofende o Governante do Estado Português eleito democraticamente sabendo que o vai receber na sua casa dias depois. Lá, faz a fineza de ser todo polido, e por trás das costas, piscando o olho aos companheiros de Olimpismo, goza com gáudio «o representante dos portugueses/as eleito para governar». Uma galhofa, que dá muito gozo ao Vicente de Moura há quinze anos. Sem que ninguém lhe aperte o pipo. E vêm para aqui alguns ainda aplaudir quem goza com Portugal e enche os bolsos aos interesses estrangeiros. Uma vergonha.
Claro que há uns avençados, serventuários, que enojam a profissão de jornalista, e que à revelia do interesse de Portugal, e do Desporto Português, têm vindo para os media fazer-lhe o servicinho.
Já agora… Querem o quê? Um Tribunal no qual dão uns milhares a uns juízes e no qual podem mandar? Para quê? Para fugirem aos Tribunais Comuns? Haverá algum Tribunal credível se não tiver a independência que deriva de proibir que se julguem os casos em causa própria? Para quê, para combinarem os resultados dos processos? Porque será que o COP (e os patrocinadores que o manipulam) querem que o Desporto fuja à Justiça?
O Talvez dizia-lhe os euros que ficavam na mesa…
Talvez
Esta olímpica (?) gente se não existisse seria inventada.
Para nos divertir.
Como é possível em 2012 estarem nestes lugares?
Não há melhor?
Há!
Mas está tudo minado...
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