Governar um pais é um ato complexo e difícil qualquer que seja o momento. Mas é-o ainda mais num momento de crise. Pelo que não é fácil a ninguém poder dizer que a melhor solução é esta ou aquela, tantas são as variáveis em jogo. Ou melhor, fácil é, o difícil é prová-lo. Mas, reconhecendo a dificuldade, a sabedoria está, para quem governa, em escolher o que considera prioritário. Parte dessa escolha está feita quando se assinou o pacto de ajuda externa. Sobra o resto, que é pouco. Esse pouco é maior ou menor consoante as áreas de governação. A governação do desporto é, apesar do contexto, uma das áreas onde existe um espaço de governação que não é ditado exclusivamente pelos compromissos assumidos com o programa de ajuda externa. Mas o desporto tem um legado. Um legado que não é um pecado do governo anterior, mas o resultado de um continuar de políticas e de soluções de que é muito difícil descolar.
Para a atual maioria as principais medidas de política desportiva foram: fundir a administração pública desportiva com a da juventude e afins; elencar temas caros ao mundo do futebol profissional; eleger as cerimónias desportivas como palco de visibilidade e afirmação políticas; anatematizar a herança recebida (dívidas, gestão centros de alto rendimento, Jamor);eleger a musealização do património e a ética como marcas de inovação governativa.
A primeira está em fase de arrumação. Difícil como era de prever e de futuro incerto. As segundas tiveram o seu epílogo na apresentação das conclusões dos grupos de trabalho para o efeito nomeados. E percorrerão agora a via sacra de um futuro ato legislativo. As terceiras decorrem semanalmente a um ritmo alucinante exigindo o recurso permanente aos juniores (adjuntos, assessores e ao rapaz do IDP que adora ser fotografado e veste ao estilo de Ahmadinejad). As quartas tornam a governação presa fácil de uma agenda que lhe foi exterior.E as restantes são coisas simpáticas e sempre acrescentam algum ativismo ao que se vai fazendo. Todas estas opções ajustam-se aos primeiros tempos de governação. Mas rapidamente se esgotam. Sobretudo quando há preocupações com a estética da comunicação, mas escasseia conteúdo para uma ética da governação. Basta consultar os sites que são porta-vozes oficiais da governação para se perceber o caminho seguido. E, quero pensar, que só a desatenção permite atos de pura propaganda pessoal utilizando os bens do Estado e que ,mais cedo ou mais tarde, a situação será corrigida.
É óbvio que a atual governação não podia deixar de responder ao que recebeu. E também não podia ser insensível ao cerco de cumplicidade política que paulatinamente se construiu em torno do futebol. Mas tem de possuir a argúcia suficiente para descolar e lançar novos temas e outros desafios. E o desafio ético que se coloca ao governo não é o de eleger o tópico da ética como eixo político próprio- um devaneio que fez escola na Europa e ninguém ligou- mas saber colocar o desígnio ético em novas políticas e em outros desafios para o desporto nacional. Qual o motivo por que o não faz? Em parte por cultura política mas também porque existe uma lógica governativa que estabilizou num modelo de intervenção do Estado e que constitui, em si mesma, um travão à mudança.
Essa lógica sofreu da síndrome da “integração europeia”, quando viajar e competir fora passou a ser um critério de afirmação interna e Portugal se transformou num organizador e rececionista de eventos. E com a indústria de futebol a ser um exemplo, infraestruturou-se desportivamente o país pensando mais nos ganhos de popularidade política e menos nos ganhos desportivos. Muitas das políticas públicas para o desporto perderam o norte. E as políticas associativas adaptaram-se aos ciclos políticos sem qualquer autonomia estratégica. A crise financeira só veio agravar a situação porque é a perda de um dos elementos que foram essenciais para o equilíbrio deste sistema: o financiamento público.
O desregramento na construção dos designados centros de alto rendimento foi a continuidade de uma política de novo riquismo em matéria de equipamentos desportivos que atravessou diferentes fases de governação. Não é um pecado exclusivo do anterior governo. E o que se está a passar na região autónoma de Madeira (equipamentos públicos encerrados, alienação de capital público em sad’s, cancelamento de competições) é um sinal que se tenderá a alastrar pelo país. É o resultado de todo um edifício que sobreviveu à custa do capital público numa escala desproporcionada e insustentável. Reparar este sistema com os protagonistas e os líderes que o levaram para este caminho é uma tarefa ciclópica. Exige da parte de quem governa, mas também de quem é governado um exercício autocrítico e de alteração de procedimentos que não é fácil e nunca será imediato. Mas existe outro caminho?
Para a atual maioria as principais medidas de política desportiva foram: fundir a administração pública desportiva com a da juventude e afins; elencar temas caros ao mundo do futebol profissional; eleger as cerimónias desportivas como palco de visibilidade e afirmação políticas; anatematizar a herança recebida (dívidas, gestão centros de alto rendimento, Jamor);eleger a musealização do património e a ética como marcas de inovação governativa.
A primeira está em fase de arrumação. Difícil como era de prever e de futuro incerto. As segundas tiveram o seu epílogo na apresentação das conclusões dos grupos de trabalho para o efeito nomeados. E percorrerão agora a via sacra de um futuro ato legislativo. As terceiras decorrem semanalmente a um ritmo alucinante exigindo o recurso permanente aos juniores (adjuntos, assessores e ao rapaz do IDP que adora ser fotografado e veste ao estilo de Ahmadinejad). As quartas tornam a governação presa fácil de uma agenda que lhe foi exterior.E as restantes são coisas simpáticas e sempre acrescentam algum ativismo ao que se vai fazendo. Todas estas opções ajustam-se aos primeiros tempos de governação. Mas rapidamente se esgotam. Sobretudo quando há preocupações com a estética da comunicação, mas escasseia conteúdo para uma ética da governação. Basta consultar os sites que são porta-vozes oficiais da governação para se perceber o caminho seguido. E, quero pensar, que só a desatenção permite atos de pura propaganda pessoal utilizando os bens do Estado e que ,mais cedo ou mais tarde, a situação será corrigida.
É óbvio que a atual governação não podia deixar de responder ao que recebeu. E também não podia ser insensível ao cerco de cumplicidade política que paulatinamente se construiu em torno do futebol. Mas tem de possuir a argúcia suficiente para descolar e lançar novos temas e outros desafios. E o desafio ético que se coloca ao governo não é o de eleger o tópico da ética como eixo político próprio- um devaneio que fez escola na Europa e ninguém ligou- mas saber colocar o desígnio ético em novas políticas e em outros desafios para o desporto nacional. Qual o motivo por que o não faz? Em parte por cultura política mas também porque existe uma lógica governativa que estabilizou num modelo de intervenção do Estado e que constitui, em si mesma, um travão à mudança.
Essa lógica sofreu da síndrome da “integração europeia”, quando viajar e competir fora passou a ser um critério de afirmação interna e Portugal se transformou num organizador e rececionista de eventos. E com a indústria de futebol a ser um exemplo, infraestruturou-se desportivamente o país pensando mais nos ganhos de popularidade política e menos nos ganhos desportivos. Muitas das políticas públicas para o desporto perderam o norte. E as políticas associativas adaptaram-se aos ciclos políticos sem qualquer autonomia estratégica. A crise financeira só veio agravar a situação porque é a perda de um dos elementos que foram essenciais para o equilíbrio deste sistema: o financiamento público.
O desregramento na construção dos designados centros de alto rendimento foi a continuidade de uma política de novo riquismo em matéria de equipamentos desportivos que atravessou diferentes fases de governação. Não é um pecado exclusivo do anterior governo. E o que se está a passar na região autónoma de Madeira (equipamentos públicos encerrados, alienação de capital público em sad’s, cancelamento de competições) é um sinal que se tenderá a alastrar pelo país. É o resultado de todo um edifício que sobreviveu à custa do capital público numa escala desproporcionada e insustentável. Reparar este sistema com os protagonistas e os líderes que o levaram para este caminho é uma tarefa ciclópica. Exige da parte de quem governa, mas também de quem é governado um exercício autocrítico e de alteração de procedimentos que não é fácil e nunca será imediato. Mas existe outro caminho?
31 comentários:
Esta é uma novidade para mim. O "ELAS" é uma constante para acompanhar os governantes. Na ausência de políticas, pelos menos oferecem algo para o regalo dos olhos da rapaziada. Muito bem, é uma boa opção. Nem o cronista se escapa. Afinal também tem - ou teve- os seus pontos fracos. Ao menos as constantinettes eram competentes nas suas funções?
falta falar da secretária da senhora directora senhora directora senhora directora já
nnnnnnnn
A secretária da Senhora Directora deve ser do PCP.
Refere-se sempre a ela no singular, como se não houvesse mais directores de departamento, tal como os comunas quando mencionavam "O Partido".
E a Senhora Directora nunca a corrige, porque lhe agrada o trato singular de quem, só por excesso de subserviência a trata assim.
Seus invejosos
Âinda voces não sabem das belas galinhas nem dos ovinhos caseiros que esta subserviente secrearia dá sua senhora diretora.
Já agora Senhora Diretora já sabe o significado de PIDDAC.
Estou a ver que a coisa lá para os lados da Infante Santo anda animada. Agora é que deve dar gozo trabalhar/andar por lá. Divirtam-se rapazes e raparigas, assim a crise aguenta-se melhor.
Mas há mais a dizer relativamente ao JMC:Era um presidente que se deslocava aos gabinetes dos funcionários e falava com eles sendo mesmo com alguns autor de uma simpatia incentivadora.Algumas "constantinettes" também detinham muita dose de simpatia e também "alegravam a vista".As secretárias e chefias femininas também não chateavam nem tinham, que se notasse, o terrível hábito de mandarem tanto ou mais que o chefe !
É certo que depois dessa fase não existiu outra semelhante !
E a Senhora que não quer deficientes a trabalhar e o motorista que foi castigado.
Mas será que estamos a falar da mesma Senhora que aqui há uns anos atrás não percebia patavina da área financeira e que pelo facto foi corrida ????????
Será que regressou Mestranda ou Doutoranda ?????
Segundo se consta a Senhora continua igual ou pior.
Mas ao Sr. Senhor que a trouxe a uns anos atrás e que voltou, interessa lhe que a Senhora não perceba patavina.
A equipa maravilha esta quase toda formada.
E o que pensa o senhor de olhar profundo? Onde andará? Será que ainda se passeia na Infante Santo?
Temos de felicitar a senhora directora, porque esta faz anos amanha, ver despacho nº1799/2012 de 8 de Fevereiro de 2012.
Parabéns.
Será que o Senhor que voltou não vai limpar a lixeira que anda por lá?
Que vai ser deste Instituto?
PIDDAC, é o que eles andam a tramar... que estão a fazer aos funcionários. Secretárias escolhidas a dedo e motoristas da claque.
não sejam piegas e sigam em frente ,porque a vida são dois dias, e Carnaval depende do partido que governe.
Parabéns e lá vai mais uma dúzia de ovos e o motorista bonito levar o seu grupo para o almoçito!!!!
Eis o apogeu do anonimato e das circunstâncias do anonimato!
O anonimato
Pois é, já viram como as pessoas podem dizer "o que lhes vai na alma" sem correrem o risco de irem parar "ao Jamor" ? Se não fosse este blog como é que esse efeito deveras benéfico destressante era conseguido ?? Bem haja o blog "Colectividade Desportiva".
Na avaliação do serviço os colegas que não tem cartão nem outras coisas foram mal classificados, o pessoal do cartão e de outras coisas levou as melhores classificações, durante dois anos houve dois primeiros prémios da PCM, no fim houve buracos e casos de polícia de sete meuros. Não devia haver uma reclassificação de serviço desde o início das funções da senhora dos buracos e dos meuros? É justo serem apenas os colegas com cartão e outras coisas a ganharem as classificações? Os colegas com cartão e outras coisas ganham as classificações porque fazem buracos e meuros? Como se defendem os colegas que não têm cartão e outras coisas?
Mas quem voltou? O rapaz do IDP que adora ser fotografado e veste ao estilo de Ahmadinejad e almoçou com alguém muito importante num restaurante na Infante Santo?será o senhor do olhar profundo?já não sei quem é quem.
Não sejam piegas, desabafem enquanto podem!
Será que regressou Mestranda ou Doutoranda ?????
ver despacho nº1799/2012 de 8 de Fevereiro de 2012.
Caro Zé
Governar é o acto mais simples e fácil deste mundo, como pode verificar neste blog.
Um abraço
tudo uma camanda de atrasados mentais se trabalhArem faziam melhor figura... VIVEM DA ILUSAO DE SEREM ALGUEM NESTE MUNDO DE SUBIR NA VIDA SEM FAZER NADA COMO NAO CONSEGUEM VIVEM EM BLOGS ESCONDIDO. NAO CONCEGUEM DAR A CARA,SAO UNS FALHADOS...
De facto, se este é um lugar de falhados anónimos, está tudo dito!
que lindos comentários! os anónimos que escreveram sobre o artigo em presença revelam sobretudo muito valor e muitas ideias para mudar o IDP enquanto organização e a política desportiva em Portugal, governar deve ser fácil ... porque face ao teor dos conteúdos pessoais são todos funcionários da casa com uns infiltrados que não são do quadro pelo meio ... será que no tempo do anterior SEDJ e Presidente Sardinha estavam satisfeitos? parece que sim ...!! tudo era perfeito e corria sobre rodas, por isso o Tribunal de Contas já está há 3 meses no IDP e parece que quer continuar ... a ver vamos!
É isso mesmo anónimo das 23:06!
O que esta rapaziada ainda não percebeu é que o problema não está nem na actual política nem nos políticos d'agora.
Há muito que este nosso país não conhece quem lhe ofereça boas políticas desportivas. Alguns ofereceram dinheiro, que não tinham, outros ofereceram textos com ideias que, sabiam, jamais poderiam praticar, outros ofereceram, de mão beijada, catadupas de artigos de lei que de nada serviram para nos tornar mais "desportivos". O próprio JMConstantino escreverá sobre o assunto mais para esconjurar os seus próprios fantasmas do que para apontar caminhos, porque também ele se lamentará, certamente, de não ter conseguido levar a sua nau a bom porto. Os políticos d'hoje não prestam, é verdade. Os políticos d'ontem não prestavam, foi verdade. Conclusão óbvia: somos medíocres. Somos mediocres na escolha de quem nos governa e ainda mais medíocres quando ao longo de muitas gerações não conseguimos gerar qualidade e massa crítica suficientemente diferenciada para nos governarmos como país. Quando me pergunto "o que fazer então?", não sei responder. Dizer que a solução está na formação é verdade mas é demasiado simplista. A formação pela formação nunca resolveu nada. Talvez o governo anterior tenha encontrado a solução, impondo a limitação de mandatos à velharia dirigente do desporto português. Agora sim vem aí a nova geração de dirigentes. Espero estar cá para ver. Pena é que não se limite a duração dos mandatos aos políticos que, em poucas semanas, se revelam inadequados para as funções que juraram desempenhar.
Vamos lá Dr. João BIbe pôr esse Instituto a funcionar e a acabar com a malta que quer destruir o Instituto com estas fofocas! Estes deveriam pensar que estamos em tempos de nos unirmos e estes comentários cheios de maldade não traz soluções e nada tem de agradável.
È a senhora do 4 andar a pôr alcunhas a todos e mais parece uma bru... é a senhora do 3º que chora e nada faz...
E vocês acham que não têm que tomar conta dos funcionários?!
Deixem o rapaz fazer o seu TPC em paz...
Há muita gentinha que faz mais mal que este...
E o insigne jurista do 5.º andar que diz mal de todo o governo, sec. estado, direcção do idp e quase todos os funcionários e que por lá anda ainda?
E o Presidente do IDP que diz desta confusao toda um homem que trabalha naquela casa á mais de 30 anos e está bem caladinho até tem alguma vergonha e encarar os trabalhadores
As Listas!
Ai preparem-se para ser chamados derrepente ou receber o vaucher para a mobilidade e novo endereço na Segurança Social...
Lançam numeros para preparar os funcionários!...
Dêem a cara! Reunam as pessoas a e falem com elas. È O MINIMO.
Enviar um comentário