O Presidente da República é criticado. O Primeiro-ministro é criticado. Os políticos são criticados. Os polícias são criticados. Os empresários são criticados. Os juízes são criticados. Os médicos são criticados. Os funcionários públicos são criticados. Os jornalistas são criticados. Angela Merkl é criticada. Sarkozy é criticado. Durão Barroso é criticado. O Papa é criticado. Toda a gente é criticada. Por que devem os árbitros ser exceção?
É verdade que muitas das criticas aos árbitros são excessivas. Outras injustas. Como o são para outras categorias de pessoas e entidades. Que, por vezes, as críticas escondem erros dos criticantes. O que é verdade para os árbitros como para outros criticados. Que a tarefa de arbitrar é complexa e os meios de que os árbitros dispõem nem sempre permitem ajuizar com competência e rigor. Mas também nisso não são exceção. E a solução não esta em eliminar ou censurar as criticas. Está em melhorar o exercício da arbitragem.
Quem escolhe ser árbitro deve, à partida, conhecer o contexto e o ambiente em que vai exercer a sua ação. E em modalidades como o futebol é certo e sabido que o exercício da arbitragem será sempre objeto de muita controvérsia. Por bons e mau motivos.Com razão e sem ela. O que se não pode esperar é que os árbitros, como qualquer outro protagonista do espetáculo, sejam isentos de uma apreciação crítica. E se os termos dessa crítica ferem a honorabilidade das pessoas em causa, há sempre a possibilidade, como em qualquer outra situação, de recurso judicial.
O que se não pode pedir é uma espécie de regime excecionado, de zona protegida, em que a crítica ao trabalho dos árbitros não seja permitida. Ou em que se limita o que pode ser criticado e o que não pode. Razão pela qual, movimentações recentes de uma certa aristocracia da arbitragem do futebol em torno deste problema, parecem revelar uma indisfarçável incomodidade com um dos fatores intrínsecos ao seu trabalho que é o de ver o seu desempenho criticado. Qualquer árbitro deve saber com o que conta. E conta seguramente com uma crítica permanentemente mediatizada. Umas vezes com razão. Outras sem ela.
A publicação na internet de uma lista de árbitros contendo elementos de ordem pessoal e privada é um ato infame. Sê-lo-ia sempre, fossem árbitros ou não. É um caso de polícia. Não é esse facto, a todos os títulos condenável, que requer uma diferente apreciação do problema.
O agendamento de uma reunião por parte de um governante para um clube e ir apresentar queixas da arbitragem é um ato patético e depreciador da ação política e governamental. Mas é o que temos.
O modo como muitos treinadores/dirigentes comentam atos de arbitragem esconde, muitas vezes, as suas próprias incompetências. O que também não é novidade para ninguém.
A solução não está em fazer queixinhas sobre as críticas ou em ameaçar parar as arbitragens se elas persistirem. Superar esta situação requer melhor formação, dos públicos e dos agentes desportivos, e a aquisição de valores para um exercício distinto das nossas vidas e das relações com o desporto.Enquanto isso não ocorrer não podemos esperar milagres.
É verdade que muitas das criticas aos árbitros são excessivas. Outras injustas. Como o são para outras categorias de pessoas e entidades. Que, por vezes, as críticas escondem erros dos criticantes. O que é verdade para os árbitros como para outros criticados. Que a tarefa de arbitrar é complexa e os meios de que os árbitros dispõem nem sempre permitem ajuizar com competência e rigor. Mas também nisso não são exceção. E a solução não esta em eliminar ou censurar as criticas. Está em melhorar o exercício da arbitragem.
Quem escolhe ser árbitro deve, à partida, conhecer o contexto e o ambiente em que vai exercer a sua ação. E em modalidades como o futebol é certo e sabido que o exercício da arbitragem será sempre objeto de muita controvérsia. Por bons e mau motivos.Com razão e sem ela. O que se não pode esperar é que os árbitros, como qualquer outro protagonista do espetáculo, sejam isentos de uma apreciação crítica. E se os termos dessa crítica ferem a honorabilidade das pessoas em causa, há sempre a possibilidade, como em qualquer outra situação, de recurso judicial.
O que se não pode pedir é uma espécie de regime excecionado, de zona protegida, em que a crítica ao trabalho dos árbitros não seja permitida. Ou em que se limita o que pode ser criticado e o que não pode. Razão pela qual, movimentações recentes de uma certa aristocracia da arbitragem do futebol em torno deste problema, parecem revelar uma indisfarçável incomodidade com um dos fatores intrínsecos ao seu trabalho que é o de ver o seu desempenho criticado. Qualquer árbitro deve saber com o que conta. E conta seguramente com uma crítica permanentemente mediatizada. Umas vezes com razão. Outras sem ela.
A publicação na internet de uma lista de árbitros contendo elementos de ordem pessoal e privada é um ato infame. Sê-lo-ia sempre, fossem árbitros ou não. É um caso de polícia. Não é esse facto, a todos os títulos condenável, que requer uma diferente apreciação do problema.
O agendamento de uma reunião por parte de um governante para um clube e ir apresentar queixas da arbitragem é um ato patético e depreciador da ação política e governamental. Mas é o que temos.
O modo como muitos treinadores/dirigentes comentam atos de arbitragem esconde, muitas vezes, as suas próprias incompetências. O que também não é novidade para ninguém.
A solução não está em fazer queixinhas sobre as críticas ou em ameaçar parar as arbitragens se elas persistirem. Superar esta situação requer melhor formação, dos públicos e dos agentes desportivos, e a aquisição de valores para um exercício distinto das nossas vidas e das relações com o desporto.Enquanto isso não ocorrer não podemos esperar milagres.
Texto publicado na edição de 31.3.2011 do Primeiro de Janeiro
18 comentários:
Bem podemos esperar...
Mas se JMC já diz que não podemos esperar milagres para que vem LL dizer que bem podemos esperar?
Só para dar um arzinho da sua graça e meter comentário mesmo que seja para dizer nada?
já que o LL não responde aos comentários e perguntas do post que escreveu vem aqui brindar-nos com um eloquente comentário...
Anónimo das 12.46h:
JMC escreveu: "Enquanto isso não ocorrer não podemos esperar milagres". E antes disso sugere qual a solução para "superar esta situação...".
Assim:
1) Você não sabe ler e interpretar um texto, pelo que deve fazer parte dessa massa enorme de portugueses que fizeram a 4ª classe depois do 25 de Abril de 1974;
2) Eu dou os "arzinhos da minha graça" que entendo, para dizer aquilo que entendo que deve ser dito; algum problema?
A impúdica arrogância destes funcionários escolares, travestidos ocasionalmente de profundos pensadores neo-liberais, tira-me do sério....
Sr(s). anónimo(s) das 12:46 e das 17:39: cuidado! muito cuidado! parece que o sr. Leite já está em posição de - quantos são, quantos são??! Deixem o moço em paz com as suas estatísticas, as suas verdades e certezas na Terra dos Atletas Sonâmbulos, que deve ser uma "fast track" - devidamente homologada por ele, claro!- e construída antes do 25 de Abril de 1974(!), naturalmente. Fora isso, há um mundo que mete futebol, árbitros, dirigentes, políticas e... vários modos de ver (bem ou mal) o Desporto, mas, para isso o sr. LL só tem uma fórmula 1X2 que é igual a Estou de acrdo, Não estou cá, Não é bem assim patatipatata..! Há processos mais ecuménicos (e menos penosos) de ajudar a curar depressões pós-passagem por uma federação! Ah, e que poupam o uso da banda larga! Aleluia S. Freud
Sr. professor Luís Leite: só responde a algumas provocações?!??!
alguém deve ter algum problema por resolver...
Acho um piadão quando certos anónimos abandonam os temas em discussão e acham dispensável argumentar (não têm nada de interessante para dizer) e passam a centrar a atenção na conduta deste simples "opinion maker" que se interessa, entre outras por desporto.
Mas que não merece a atenção que, estranhamente ou talvez não, lhe dedicam tão ilustres anónimos.
Acham que eu sou ASSUNTO?
O tema é "As críticas aos árbitros"...
Eu não sou "ASSUNTO" sou um "opinion maker" !!!!
Não tarda vai substituir o Rui Santos, a opinar sobre arbitragens.
" deste simples "opinion maker""!!!!!!
Cambada de cordeiros que tendes tanto para aprender...
Deus meu, ao que chegamos!!!!
" deste simples "opinion maker""!!!!!!
Espantoso !!!
Revelador:
do porquê de ter saido do atletismo;
de ter sido completamente ignorado no CAR Jamor !!!
Gostava os ilustres anónimos me explicassem qual o problema de me considerar "opinion maker" (alguém que tem opiniões, as fundamenta e as transmite a outros).
As intervenções que acabo de ler e que introduzem no debate Rui Santos (?), uma "cambada de cordeiros" (?), "Deus meu" (?) (do anónimo) e finalmente uma manifestação de espanto com 3 pontos de exclamação e uma "revelação" (?) que envolve assuntos que nada têm a ver com o tema e com a opinião que manifestei sobre o texto de JMC, mostram o nível baixo que certos bloguistas conseguem atingir.
Se não sabe e/ou consegue traduzir a expressão, experimente ir ao tradutor do google e coloque "opinion maker".
O resultado que lhe vai aparecer é "formador de opinião".
Ou não sabe o que escreve ou considera-se um formador de opinião...
Em que ficamos? Mas tenha cuidado com o que escreve. Talvez seja melhor calar-se como já lhe vem sendo hábito quando a conversa não vai para onde lhe interessa...
OK! Formador de opinião.
Significa que tenho opiniões que, infelizmente não são rebatidas.
O que é uma pena.
A maioria dos anónimos não expressa qualquer opinião sobre os assuntos que aqui são debatidos, limitando-se a tentar chatear quem não se chateia, antes se diverte.
Boa Páscoa e muitos ovinhos e amêndoas!
LL, você não tem opiniões. Tudo o que afirma são axiomas, que nem carecem de demonstração. Você é um religioso do tipo evangélico. E por isso é que gosta tanto dos americanos...
Leia-se o último parágrafo de JM Constantino, antes de se continuar a ler este comentário!
E já que se falou em Rui Santos, trago aqui algo do que ele escreveu no «Record» de 29 de Março, na página 2, quando nos faz uma "chamada de atenção para as deformações do sistema, que potenciam o erro. O erro de facto e o erro por influência.
Em relação ao erro de facto já todos percebemos que numa superfície de 120x60 metros, mesmo com a ajuda de 2 ou 4 auxiliares e de um 4º árbitro, não é fácil decidir bem em todas as situações. É para isso que servem as reformas. O Mundo avança e o futebol está parado. Há algum paradoxo maior que este? A competição tornou-se mais rápida, mais atlética, mais “científica”, alcançou uma dimensão “industrial” e “comercial” compatível com a sua capacidade de gerar receitas (não confundir com a capacidade também enorme de destruir essas receitas…) mas as “leis do jogo” não acompanharam a evolução das sociedades modernas nem do futebol em si mesma. É também por isso que se estagnou nesta visão de erro por influência. É sobre ela que recaem há muito as atenções (e as movimentações), com maior prevalência nos países latinos.
Em vez de reformas, a persistência na manutenção ou na mudança das plataformas que geram essas influências."
Talvez se perceba agora um pouco melhor o que quer dizer JM Constantino...
Cumprimentos a todos.
Anónimo das 20.38:
Só disparates:
1) Um axioma é sempre uma opinião, pelo que a sua opinião (errada) é contraditória;
2) As minhas opiniões são geralmente fundamentadas ou com números ou em função de leituras da realidade social evidentes e comumente aceites; infelizmente não são rebatidas (quando são) de igual modo, carecendo de fundamentação ou baseando-se em documentos manipulados politicamente por interesse ou incompetência;
3) Não sou religioso e nada tenho a ver com evangélicos;
4) Alguma vez disse que gostava "tanto" ou muito dos americanos?
Você diverte-me com os seus disparates.
Concordo com Armando Inocentes sobre a sua interpretação do último parágrafo do texto de JMC.
Mas não esqueçamos que o Futebol tira dividendos da interpretação muitas vezes discutível dos árbitros.
O Futebol não está interessado em acabar com polémicas.
São as polémicas que alimentam os negócios desta modalidade, que deixaria de ser tão alienante e perder a quota de mercado que tem nos países menos desenvolvidos da Europa e do Mundo e o tornam tão popular.
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