Um questionário de Fernando Tenreiro que se publica e agradece.
São sete, as perguntas que se colocam:
1
- Quantos mais anjos cairão no regaço dos líderes
desportivos portugueses?
Porque é que a política, a economia e a sociedade
portuguesa acham que pessoas que acabam por ter dificuldades significativas ou na
Justiça ou na opinião pública são os melhores líderes para defender o interesse
nacional no seu desporto?
3 Será sina do desporto português ficar sempre com quem
não reza a história?
Pode o desporto prevenir ou defender-se com eficácia de
certas desgraças que lhe caem em sorte?
5 Será que a imagem/natureza do desporto é mesmo esta e
que há coisas que lhe estão grudadas à pele sem remissão?
Não será responsabilidade sua começar por saber dar-se
ao respeito e exigir um lugar incondicional e condigno no concerto dos mais respeitados
e competitivos sectores económicos e sociais nacionais?
7 Como fazer passar para a política, a economia e a
sociedade uma postura de seriedade e intransigência perante desconsiderações ou
actos falhados próprios e de terceiros que condenam o desporto à falência
desportiva, económica e social e ao oblívio civilizacional ainda em vida, com realidades
em crise sistémica que atropela o desporto e tantas vezes estropeia as gentes, desvitaliza
as suas agremiações e decapita a própria nação?
8 comentários:
Agradeço ao Colectividade Desportiva a disponibilidade para os três postes aqui colocados em pouco tempo.
Serão meras folhas A4 como diria certo protagonista destas lides, ou talvez não.
Caro Fernando Tenreiro,
Em Portugal e neste regime partidocrático, com ou sem crise financeira, o Desporto será sempre, para os políticos, o mundo rasca do Futebol e da clubite, com umas distantes curiosidades laterais, associadas à conquista de umas "medalhitas".
Ah! Esquecia-me do mais importante: as "caminhadas" e as paradoxais "mini-maratonas",
com prémios para todos!...
É tudo, c'est tout, that's all!
Bem....já não vinha aqui há algum tempo...
Parece que o "Coletividade" foi monopolizada pelo Meirim.... :-)
Caro Luís Leite
Alguma sociedade desportiva parou no tempo, penso eu de que...
Era bom conseguir rever alguns dos conceitos
Veja que o problema é social e que há pessoas que não identificam sequer problemas sociais como seus
e daí fazem afirmações que são de um outro tempo ou de determinada forma de estar
O problema é socio-cultural.
Caracteriza-se, politicamente, pelo igualitarismo como estratégia fundamental, nivelando tudo por baixo.
Um país sem ambição nem auto-estima, incapaz de resolver os seus problemas, mas sempre interessado na retórica demagógica, populista.
Remamos para o lado oposto dos países mais evoluídos.
Muito triste.
Caro Fernando Tenreiro:
No jogo - seja qual for a modalidade - há sempre um sem número de jogos de interesses.
Uns procuram os tais cinco, dez ou quinze minutos de TV. Outros perseguem umas belas jantaradas. Outros ainda vão dando uns passeios por aqui e por lá fora. Já não falo daqueles que vão aumentando o seu pecúlio monetário... e tudo isto à custa do desporto - ou seja, à custa dos que diariamente transpiram por fazer aquilo de que gostam.
Como diz Luís Leite, o problema é socio-cultural. É, enquanto houver mais a servirem-se do desporto em vez de servirem o desporto!
Abraço amigo!
Armando Inocentes,
Eu não vejo problema nenhum em haver portugueses que fiquem ricos explorando o Desporto, desde que dentro da legalidade.
Quem nos dera que existissem muitos empresários a investir em Portugal no Desporto a sério.
Nos Estados Unidos, as Ligas Profissionais funcionam com base em investimentos de privados e com enorme sucesso desportivo e financeiro.
Por cá tem havido de facto muita gente a ganhar muito dinheiro com corrupção, também na área do Desporto.
Fazendo negociatas com dinheiros públicos e permanecendo impune.
Mas o pior, para mim, é o baixíssimo nível cultural da maioria da população, que não se resolveu com mais anos de escolaridade.
E a demagogia oficial, niveladora por baixo, que considera todos iguais.
Que pressupõe não valorizar o talento e o esforço.
É a isso que me refiro.
O que refiro, Armando Inocentes, é ter pessoas adequadas à função.
Caso o desadequado aconteça há que ter como certo que o desporto vai perguntar e questionar os critérios que suportaram a decisão.
O problema não vejo que seja de quem nomeia mas de quem aceita e venera reverencialmente qualquer coisa e tudo o que lhe seja servido.
Esta aceitação sectorial é que conduz o desporto para onde se encontra.
Deixo-lhe um pequeno parágrafo: a questão também é de incapacidade técnica desportiva e de gestão.
Não dá para mais naquelas e certas cabecinhas pensadoras.
Há disparates que correm no desporto português e a aceitação 'canina' do chefe, perdoe-me a expressão, até terá a sua origem no regime político anterior, mas que muito boa gente aceita e perora em pleno desporto e século XXI.
Isto não tem de ser assim e prejudica os próprios que não conseguem ascender a outro nível de afirmação social.
Um abraço contra o anacronismo
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