Num ano marcado pela ‘Criatividade e Inovação’, achei que esta notícia e solução apresentada é meritória de entrar num role de notícias criativas e talvez inovadoras.
“Aveiro discute demolição do estádio” diga-se Estádio de Aveiro construído para o Europeu 2004, ou seja, com 5 anos de utilização (parca e maioritariamente pelo clube Beira-Mar). "A implosão do estádio não é uma aberração completa, mas não quer dizer que a defenda", disse Ulisses Pereira, actualmente deputado também na Assembleia da República, que faz depender essa "hipótese" da avaliação de "outras soluções" e de um referendo local aos aveirenses.
A notícia refere ainda que “O exemplo não é inédito, lembra Ulisses Pereira, ao dar conta do caso de uma cidade suíça onde haverá uma consulta idêntica em preparação."O estádio tem valor negativo, todos os anos acumula prejuízos", justifica o presidente concelhio do PSD, não vendo "nesta fase de crise" que surjam parceiros interessados no equipamento "sem o remodelar ou dotar de multifuncionalidades". "Não sei o que será mais barato, adaptar ou fazer de raíz", insiste Ulisses Pereira”.
Aqueles que na altura tentaram indagar a razão dos responsáveis pelas tomadas de decisão da construção de uma mão cheia de estádios focaram sempre a inviabilidade quer financeira quer em termos de utilização constante que gerasse ‘vida’ para justificarem um equipamento com aquela natureza.
Acreditando que nem 8 nem 80, haveria que apurar que estratégias (a existir!) estão definidas para cada um daqueles equipamentos, que planeamentos foram feitos para as suas utilizações ou estariam à espera que os clubes que na altura jogavam na 1.º Liga fossem suficientes para dinamizar um estádio de 15 em 15 dias.
O Estádio de Faro é o que se pode observar, o clube Boavista não terá a curto prazo capacidade para suportar um ‘elefante’ estando a jogar nas divisões inferiores, Coimbra será também ele uma questão a acompanhar, em Leiria assistimos às discussões entre clube e empresa municipal, restando os estádios do Benfica, Porto, Sporting, Braga e Guimarães. Será esta a nossa realidade 5 anos após o Euro 2004 e ainda a uns bons 9 anos do possível Mundial 2018?
segunda-feira, 19 de outubro de 2009
Criatividade
publicado por Rui Lança às 17:34 Labels: Administração Pública Desportiva, Infra-estruturas desportivas, Política desportiva
Subscrever:
Enviar feedback (Atom)
5 comentários:
Quando um país pobre e com níveis de prática de desporto dos mais baixos da Europa considera "grande desígnio nacional" organizar um evento em que se vão gastar dezenas de milhões de euros a construir bancadas, destruindo as duas pistas de atletismo mais usadas, em vez de investir em equipamentos úteis à prática desportiva informal e formal, (esses vão sendo sempre adiados) estamos conversados.
E os responsáveis deste descalabro inconcebível e previsível estão aí, à frente deste mesmo país, nos dois partidos mais votados ou a gerirem grandes empresas públicas.
Pobre, atrasado e periférico país!...
A culpa já vem de trás:
http://twitpic.com/photos/bm_aveiro
quem paga as favas é o Beira-Mar que com a deslocalização do centro para a periferia (8Kmts) já perdeu mais de 7000 sócios!
A assistência no último jogo para a taça de Portugal foi de 350/450 pessoas (sendo que boa parte eram da equipa visitante).
Para quem trabalha nestas áreas e com instalações desportivas destas dimensões, saberia que este problema seria uma questão de tempo. O que deve acontecer é que se mantém calados muito tempo, pois os problemas devem aparecer logo na hora.
É oa páis que temos.
Volto a repisar a mesma tecla, de retorno a um retrato pintado durante a abundante construção de estádios para o Euro04, mas, se o faço, é ancorado no discurso de Foucault que argumenta constituir o retorno a prova de que houve esquecimento.
Quando foi construído o Estádio Salazar, em Lourenço Marques, o Comité Olímpico da Noruega solicitou uma fotografia do mesmo para a publicar no seu Boletim.
Logo que o Boletim foi distribuído, o leitor atento verificou que a fotografia, além de referir que se tratava do Estádio Salazar, tinha apenas esta legenda a encimá-la:
"País sub-desenvolvido constrói Estádio."
Para ver sinceramente quantos mais estádios vão aguentar esta política (ou não política) de construção de algo.
Muitos dos posts e até artigos que aqui vão saindo, com maior ou menor razão ou focus, abordam estas temáticas. A pirâmide desportiva taambém se reflecte muito nestes exemplos.
MP
Enviar um comentário