Mais do que o Dia Internacional da Mulher, em Portugal, este 8 de Março fica marcado pela manifestação dos professores, num impressivo movimento de contestação à Ministra da Educação e à política educativa deste Governo.
Não é tema sobre o qual nos caiba, neste espaço, analisar ou tomar posição.
Contudo, ele pode servir de mote para a colectividade desportiva discorrer sobre um paralelismo – ou, porventura, apenas uma sua miragem – sobre o que vem sucedendo e pode ainda ocorrer no desporto federado. E é esse, e só esse, o objectivo deste texto.
Também hoje, em Fátima, teve lugar uma reunião de associações distritais e regionais de modalidades, contando com a representação do futebol – verdadeiro motor da iniciativa –, mas ainda, do andebol, do atletismo, do basquetebol, do ciclismo, da ginástica, da patinagem, do judo, do ténis e do voleibol num total de 35 associações.
Aí surgiram «ameaças» de "parar todas as provas e actividades desportivas de âmbito distrital e regional, nos fins-de-semana de 5 e 6 e de 12 e 13 de Abril”, a aprovação da realização de "uma concentração, a nível nacional, do desporto não profissional, junto da Assembleia da República, em Lisboa", caso não sejam "efectuadas as alterações sugeridas" e, ainda, a decisão da possibilidade “de entregar as chaves ao secretário de Estado [Laurentino Dias] “.
Esta movimentação e contestação de base ao projecto governamental de um novo regime jurídico das federações desportivas têm razões, já amplamente publicitadas. Umas temos por legítimas; outras, nem tanto.
Em todo o caso, não é isso que se deseja agora colocar a debate, como atrás deixámos expresso.
Olhando o suceder de reuniões deste tipo, mirando ainda o relativo afastamento das respectivas federações desportivas – para não dizer mesmo, em alguns casos, a condenação da postura associativa de base –, que paralelo se pode fazer – se é que se pode –, por exemplo, com as movimentações espontâneas dos professores, bem para além do quadro de referência sindical?
Aproximam-se essas federações da confederação das associações de pais, que apoia a política educativa do Governo e que é por este subsidiada?
Será que, como dizia acertadamente uma nossa associada, nos primórdios desta colectividade, o desporto é como um Joker num jogo de sueca, de nada valendo?
Estaremos perante uma mera espuma ou, pelo contrário, em face de uma “notícia com futuro”?
1 comentário:
Caro Professor,
Que o direito à associação e à manifestação é um direito adquirido dos cidadãos, não restam duvidas. Será que o facto de estes se manifestarem terá algum efeito sobre este governo que manda policias as escolas para identificar os participantes nestas acções de protesto como se fossem criminosos?
Parece-me que se os praticantes desportivos, as associações e as federações querem ter resultados teram que encontrar novas formas de luta.Não me parece que as manifestações venham a ter algum efeito.
MS
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