Não sou do tempo de José Couceiro enquanto jogador. Conheci-o quando ele deambulava uns dias pela Faculdade de Motricidade Humana. Conheci-o enquanto um misto de gestor desportivo, director do Alverca FC, enquanto a figura mais próxima que existe em Inglaterra, de Manager.
Era e é uma figura moderna na óptica de um gestor desportivo. Continuará a ser um exemplo enquanto gestor desportivo. E por isso não se consegue perceber como alguém que possui a posição dele (não falo de clubes, apenas de responsabilidades transversais e competências que lhe são reconhecidas) quando vem dizer que interessa que a Liga esteja nivelada por baixo. Que a competividade não interessa aos outros clubes. Que não é na adversidade que se evolui. Que a competição entre mais clubes qualitativos não consegue proporcionar melhoria. Que interessa ao Benfica e Porto que o Sporting continue por baixo para não competir? A única liga que se assemelha a isso é a Escocesa e os dois clubes grandes passam a vida a querer sair porque Liga competitiva equivale a mais receitas e vem José Couceiro defender que se quer isso por parte do Benfica e Porto?
Para alguém como José Couceiro ou outro qualquer dirigente que se encontra na posição dele, parece-me que fomentar a mediocridade como o nível desejado para que não se tenha de evoluir é estranho. Menos estranho é verificar que estas declarações apenas aparecem enquanto treinador. Enquanto director esteve sempre isento nestas 'polémicas'.
Parece que quando se chega ao papel de treinador, o que esperamos deles é mais forte do que os seus hábitos. É um saco, onde cabe este ou aquele. Triste que se fomente o clubismo assim. Dizia Covey que quando se considera que o problema são os outros, esse em si é o grande problema.
Gostaria que José Couceiro fizesse parte das soluções, não apenas no seu clube, mas em todo o desporto/futebol nacional. Esperemos que ainda se consiga preservar.
domingo, 6 de março de 2011
Os efeitos pigmaleões de José Couceiro
publicado por Rui Lança às 23:39 Labels: Desporto profissional, Dirigentes desportivos, Gestão desportiva
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6 comentários:
Muito bem apanhado. Clubites à parte, é bem melhor dirigente que treinador, foi assim em todos os clubes onde passou.
Sempre ouvi dizer: "cada macaco no seu galho"! Quando um macaco salta para outro galho, ou se consegue segurar, ou cai, ou parte-se o galho e cai na mesma!!!
Caro Rui,
Não vejo nenhuma critica ao meu clube, mas considero que nesta altura o José Couceiro, tal como foi Paulo Bento em alguns anos, é a pessoa que reune mais capacidade para fazer montes de funções dentro do Sporting.
Tentou proteger o grupo criando uma espécie de inimigo grande no exterior. Infelizmente o maios inimigo do Sporting está no seu interior, como se pode constatar com o debate no passado Sábado.
As democracias são espaços essencialmente comunicacionais.E as democracias estão prisioneiras da estética da palavra.E criaram a ilusão de que quem fala bem,quem tem bom discurso,quem tem as ideias bem arrumadas é equivalente a ter boa capacidade para dirigir(o Estado,o governo,a empresa ,o clube,etc).
No caso em aprêço só há uma menira de avaliar se o seu desempenho é melhor assim ou assado:através dos resultados alcançados.Quais foram?
JCouceiro disse o que disse e não deixa de ter razão. Caso assim não fosse, teríamos de nos questionar o motivo que leva uns clubes a contratar jogadores que interessam a outros (bem como treinadores).
Cada um com as suas preocupações.
É óbvio que o FCP queira que o SLB esteja mais fraco e que o SLB quer o mesmo ao SCP que, por sua vez, quer o mesmo para o FCP. Não vale a pena esta virgindade encapotada de que todos queremos que todos sejam igualmente fortes; o que queremos (adeptos e dirigentes e jogadores e treinadores) em primeiríssimo lugar é ganhar.
O equilíbrio competitivo deve ser tratados em instâncias (pseudo) independentes que tratem dos futebol e não dos clubes.
Esta coisa da competitividade ou a luta de alguns clubes por isso mesmo é tão ridícula a este ponto: o SLB é SEMPRE roubado quando perde. SEMPRE!!! Quando ganha, a verdade desportiva e a competitividade estão garantidas.
Acho isto ridículo mas não critico acerrimamente. Na verdade, é a tentativa desesperada de ganhar, a sobrevivência de um ciclo que se anunciou mas nunca começou.
Numa competição, cada um luta pelo seu e deverá haver algo ou alguém que "olha" pelo todo.
Caro Kaiser,
É a sua opinião e respeito. A questão é que aquilo que o José Couceiro disse é diferente da realidade. Uma coisa é o SLB ou FCP ou SCP quererem estar por cima outra é um dos três puramente não existir e isso ainda tornar a competição mais pobre e fraca e eles defenderem que isso é positivo.
Eu prefiro ter colegas meus que estejam bem para que eu ter de estar melhor do que eu estar sempre bem e eles sempre mal, e assim poder descansar e estagnar à vontade. Mas cada qual é como é, nem melhor nem pior.
Claro que todos queremo que o clube esteja mais forte. Outra é não ter puramente qualquer competividade, que é isso que acontece actualmente. Hoje com o SCP, há poucos anos com o SLB e há algumas décadas com o FCP. São ciclos, mas que não são desejáveis para qualquer competição, seja de que modalidade for. Preferível ganhar o mesmo clube ter 'luta' até final do que não haver nada.
Mas não acho que o José Couceiro seja um qualquer. Acho que como gestor saberá que a competitividade é necessária. Também sabe que precisa da vitória. Mas o caro leitor coloca a vitória fácil e a competitividade no mesmo.
Tentei manter a temática na 'rota' do que seria positivo para a competição e no discurso de alguém que é claramente uma mais valia em todos os aspectos.
Cumprimentos,
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