Confirma-se, uma vez mais, que os clubes e sociedades desportivas só reagem às acções das suas claques quando estas operam "levantamentos de rancho".
Os insultos e obscenidades são moeda corrente da violência verbal das claques. Dirigem-se ao árbitro, aos atletas do outro clube, às outras claques, em breve, a tudo e a todos.
Perante estes continuados coros, os dirigentes dos clubes (dessas claques), permanecem em silêncio cúmplice.
Contudo, há regras a respeitar: não se pode insultar o presidente, a direcção ou outros membros do clube.
Isso não. Há que marcar uma reunião, apelar a um "protocolo" celebrado entre o clube e as claques, hipotizar a aplicação de sanções.
No fundo, a disciplina é muito bonita.
Estejamos descansados, no entanto, que "tudo está legalizado" ou a caminho da "legalização".
E, a partir desse momento, a violência das claques, verbal ou física, é passado.
2 comentários:
Confesso que deixei de ir aos Estádios e Pavilhões precisamente por causa das claques organizadas. O medo de poder ficar ao lado, em cima ou em baixo dessas “organizações” desorganizadas falou mais alto. Quando um dirigente de uma claque priva na casa do seu Presidente, ou ande de Porche, ou faça segurança privada, naturalmente que “esse” dirigente só pode ficar em “silêncio cúmplice”.
A lei Hermínio Loureiro, do então S. Ex.ª o Secretário de Estado do Desporto em 2004, sobre a violência nos recintos jogos (vulgo estádios) ficou na gaveta do agora Dr. Hermínio Loureiro o Presidente da Liga de futebol que não liga a estas coisas.
Esta lei que supostamente afastava dos recintos de jogo as claques e trazia os anónimos traduziu-se no contrário avaliando, naturalmente, as médias dos jogos da 1ª Liga.
Assim vai este País que é o nosso País.
Sendo assim está tudo bem.
Legalize-se a boa educação, legisle-se o reportório de cânticos das claques e já agora...Legisle-se a democraticidade da gestão dos clubes.
Não tenho dados que o comprovem, mas penso que os paises democráticos onde mais se legisla são aqueles onde as leis menos se cumprem e as arbitariedades são mais acentuadas.
Montesqueieu seria uma boa prenda de Natal para muito boa gente. Parece-me mais actual do que nunca!
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