Um jovem de 14 anos, praticante de futebol num clube da região de Lisboa, dizia-me que alguns dos seus colegas da selecção distrital de Lisboa já tinham “agente”. E que sem “agente” seria muito difícil de progredir nos escalões de topo do futebol juvenil. Lembrei-me da conversa tida com um pai que me dava conta das ofertas de relógios e de telemóveis topo de gama que um pretendente a “agente” do seu filho (então júnior) lhe queria fazer. Liguei esse relato a jovens como Nani (ou Cristiano Ronaldo, ou Manuel Fernandes ou Miguel). Muito talento desportivo mas uma escola por concluir, abandono precoce da família, muitas horas no cabeleireiro e nas tatuagens. Dinheiro pela frente como nunca se imaginou mas, muitas vezes , um padrão de comportamento social de acordo com o baixo nível da maturidade que possuem. São estes exemplos que os jovens tentam copiar. Coisas que não preocupam os “agentes” porque vêem o mundo através dos cifrões. Mas os agentes não estão sós. Têm a companhia de muitas famílias, que vem no eventual sucesso dos seus filhos no mundo de futebol um meio de ascensão social e para quem a possibilidade de frequentar as luzes da ribalta tudo justifica. Têm a companhia das estruturas federativas pouco dadas a valores e a formação. Para quem frequenta os campos de futebol dos escalões de formação e assiste aos comportamentos de alguns pais e mães, de treinadores e dirigentes nada disto é novidade. E este é o nosso verdadeiro drama. O do governo e das suas políticas uma mera extensão.
sexta-feira, 2 de novembro de 2007
Pobre país!
publicado por josé manuel constantino às 09:12 Labels: Ética desportiva, Jovens e desporto
Subscrever:
Enviar feedback (Atom)
1 comentário:
Antes de mais, identifico-me: Carlos Mangas, Licenciado pela FADEUP. Parabéns por tocar num ponto fundamental da (de)formação dos nossos jovens futebolistas. Faço-lhe um convite para visitar o meu blog, "Educar pelo desporto"...onde também foco alguns problemas "paralelos" a esses. http://educarpelodesporto.blogspot.com/
Enviar um comentário