“Venho aqui falar de certezas”. Assim dizia o ministro do desporto, com pompa e circunstância na tribuna de honra do estádio do Complexo Desportivo do Jamor após a assinatura de um protocolo com a Federação Portuguesa de Golfe e perante muitos convidados deslumbrados com tanta festa, determinação e confiança. Estávamos no dia 21 de Novembro de 2005,ou seja, precisamente há dois anos, e anunciava-se “o fim de um ciclo de adiamentos de projectos”. Era o complexo de golfe do Jamor de 18 buracos. E para que não restassem dúvidas garantia: “num período de 120 dias será constituída a sociedade anónima que irá construir e administrar o espaço, estando já contemplado no Orçamento de Estado para 2006 cerca de 800 mil euros para o arranque desta infra-estrutura”. O ministro da economia, presente na cerimónia, sempre original e fugindo aos lugares comuns como é seu hábito, considerou mesmo que a melhor forma de definir o novo campo era chamá-lo de "quatro em um", pois, dizia, junta o cariz social, económico, turístico e ambiental. Passaram dois anos. O prazo previsto já foi ultrapassado cinco vezes. Nada do que foi anunciado ainda se concretizou. Como já não estamos “no ciclo de adiamento de projectos” e o governo “só fala de certezas”, pergunta-se: estamos em que ciclo e podemos contar com que certezas? Era bom para a higiene política que alguém esclarecesse o que se passou de então para cá. Ou o que se está a passar. Em nome da verdade e para que haja alguma certeza.
quarta-feira, 21 de novembro de 2007
Refrescar a memória
publicado por josé manuel constantino às 09:42 Labels: Federações desportivas, Política desportiva
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1 comentário:
De acordo com o Livro Branco da Comissão Europeia sobre "Governança Europeia" (de 2001) esta "governança designa o conjunto de regras, processos e práticas que dizem respeito à qualidade do exercício do poder a nível europeu, essencialmente no que se refere à responsabilidade, transparência, coerência e eficácia". Neste caso descrito no post estão os nossos governantes envolvidos nos antípodas das características definidoras da governança na Europa.
Estranho? Caso único? Irresponsabilidade, intransparência, ineficácia, incoerência? Ná, ná!
Desgoverno, publicidade enganosa, interesses mal explicados e justificados - parece que sim, obviamente (e não os demitem...!?).
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