Ontem, pela manhã, ao actualizar a informação da estrutura orgânica do desporto nos governos dos países vizinhos deparei-me com uma Ministra espanhola a tutelar o Ministério da Educação e Ciência, no qual se localiza o desporto, e uma Ministra francesa responsável pelo Ministério da Saúde, da Juventude e dos Desportos. Quando regressava do almoço fui acompanhada no percurso até ao trabalho pela nossa campeã Naide Gomes em entrevista na TSF. Logo me ocorreram outras tantas heroínas desportivas, como a Susana Feitor, a Telma Monteiro, a Rosa Mota, a Leila Marques, a Fernanda Ribeiro, a Ticha Penicheiro, a Vanessa Fernandes, a Aurora Cunha, etc., que representam autênticas pérolas num quadro deveras cinzento da representatividade das mulheres nos diversos níveis de participação no desporto pátrio.
Devido às competições europeias, acabei o dia a jantar com amigos doentes pelo futebol, os quais me informaram, sem se coibirem de revelar o seu espanto, que o Roma que defrontará o Sporting tem como administradora uma mulher de armas e que outras áreas, entre as quais, a das finanças, a da comunicação e do marketing, são igualmente lideradas por mulheres. Claro que algumas das mulheres presentes, logo atacaram com imensas “poderosas”, como Angela Merkel ou Benazir Bhutto, até que alguém finalizou esta conversa parafraseando o “baixinho” – Habituem-se…
Quando me deitei, o meu inconsciente, provavelmente por ter sido enxofrado todo o dia por “tanto poder feminino”, levou-me para um sonho cómico: a primeira reunião do Conselho Nacional do Desporto composta pelos seguintes elementos:
30 Mulheres e 2 Homens, designadamente:
.A Secretária de Estado da Juventude e do Desporto (a presidir);
.A Presidenta do IDP;
.Oito mulheres representantes de Ministérios, das Regiões Autónomas e da Associação Nacional de Municípios Portugueses;
.A Presidenta do Comité Olímpico de Portugal;
.A Presidenta da Confederação do Desporto de Portugal;
.A …
.A …
.O Presidente da Associação Nacional de Adeptos (provavelmente por ter sido uma das poucas entidades presididas por homens que foi olvidada para a composição deste Conselho);
.Um elemento de reconhecido mérito no âmbito da actividade desportiva (Ricardo Araújo Pereira, insigne colunista desportivo).
7h, UFA! Acordei do pesadelo… e ainda um pouco estremunhada tentei imaginar o cenário. Impossível tarefa face ao nosso modelo organizacional desportivo, ainda na fase da pré-história.
Enfim, estamos salvas/os…! E hoje é um outro dia…
Nota: Desejo, sinceramente, bom trabalho para as duas mulheres que integram o CND.
Devido às competições europeias, acabei o dia a jantar com amigos doentes pelo futebol, os quais me informaram, sem se coibirem de revelar o seu espanto, que o Roma que defrontará o Sporting tem como administradora uma mulher de armas e que outras áreas, entre as quais, a das finanças, a da comunicação e do marketing, são igualmente lideradas por mulheres. Claro que algumas das mulheres presentes, logo atacaram com imensas “poderosas”, como Angela Merkel ou Benazir Bhutto, até que alguém finalizou esta conversa parafraseando o “baixinho” – Habituem-se…
Quando me deitei, o meu inconsciente, provavelmente por ter sido enxofrado todo o dia por “tanto poder feminino”, levou-me para um sonho cómico: a primeira reunião do Conselho Nacional do Desporto composta pelos seguintes elementos:
30 Mulheres e 2 Homens, designadamente:
.A Secretária de Estado da Juventude e do Desporto (a presidir);
.A Presidenta do IDP;
.Oito mulheres representantes de Ministérios, das Regiões Autónomas e da Associação Nacional de Municípios Portugueses;
.A Presidenta do Comité Olímpico de Portugal;
.A Presidenta da Confederação do Desporto de Portugal;
.A …
.A …
.O Presidente da Associação Nacional de Adeptos (provavelmente por ter sido uma das poucas entidades presididas por homens que foi olvidada para a composição deste Conselho);
.Um elemento de reconhecido mérito no âmbito da actividade desportiva (Ricardo Araújo Pereira, insigne colunista desportivo).
7h, UFA! Acordei do pesadelo… e ainda um pouco estremunhada tentei imaginar o cenário. Impossível tarefa face ao nosso modelo organizacional desportivo, ainda na fase da pré-história.
Enfim, estamos salvas/os…! E hoje é um outro dia…
Nota: Desejo, sinceramente, bom trabalho para as duas mulheres que integram o CND.
8 comentários:
E o CND servirá exactamente para que funções e objectivos no nosso desporto? Será que a sua composição conhecida impulsionará a prática desportiva lamentável que temos? E as duas magníficas far-se-ão ouvir por cima dos afeiçoados "donos da bola" que lá estão em catadupa e sem excepção de monta? Se pudesse ser mosca gostaria de ouvir as profundíssimas discussões sobre as estratégias para o sistema desportivo desses conselheiros, muitos consuetudinários...! Melhor mesmo são as criancinhas de género masculino ou feminino, por mim tanto faz desde que possam praticar o desporto!
COMPTE-RENDU DE RECHERCHES
De l’expression corporelle aux activités physiques artistiques : androcentrisme de l’E.P.S. et détournement d’une lutte
Sylvain Ferez
Résumé
Une approche anthropo-sociologique dynamique permet d’interroger le devenir d’une activité présentée à la fin des années 60 comme un changement important pour l’E.P.S. : l’expression corporelle. Une pré-enquête permet ainsi de saisir, dans le mouvement qui conduit de son apparition dans les textes officiels en 1967 au présent, le détournement d’une pratique révélatrice d’une lutte sociale renvoyant au mouvement culturel des femmes. Ce mouvement est analysé à partir d’une enquête sociologique sur les Activités Physiques Artistiques (A.P.A.) qui représentent les vestiges institutionnels de l’expression corporelle. L’hypothèse est que les A.P.A. contribuent à créer en E.P.S. du désordre institué, c’est-à-dire dans leur marginalité même, véhiculent l’ordre symbolique qui fonde la domination masculine. La conjonction d’une enquête par questionnaire auprès des enseignants coordonnateurs de l’E.P.S. dans les lycées publics de l’académie de Monptellier analysée au moyen de statistiques descriptives, d’une série d’entretiens semi-directifs avec des enseignants reconnus comme spécialistes des A.P.A. traités par l’Analyse des Relations par Opposition et de l’observation armée de séances d’A.P.A. dont il est rendu compte par analyse lexicale de contenu, permet de valider l’hypothèse. Les A.P.A. prennent ainsi une place à la fois singulière et active dans la manifestation de l’androcentrisme en l’E.P.S.
Uma reunião com 30 mulheres e 2 homens?
Isso parece uma reunião de conselho de turma do 3º ciclo ou ensino secundário ... as reuniões NUNCA mais acabam ...
Não levem a mal ... foi só para animar ... lololololo
COMPTE-RENDU DE RECHERCHES
De l’expression corporelle aux activités physiques artistiques : androcentrisme de l’E.P.S. et détournement d’une lutte
Sylvain Ferez
Résumé
Une approche anthropo-sociologique dynamique permet d’interroger le devenir d’une activité présentée à la fin des années 60 comme un changement important pour l’E.P.S. : l’expression corporelle. Une pré-enquête permet ainsi de saisir, dans le mouvement qui conduit de son apparition dans les textes officiels en 1967 au présent, le détournement d’une pratique révélatrice d’une lutte sociale renvoyant au mouvement culturel des femmes. Ce mouvement est analysé à partir d’une enquête sociologique sur les Activités Physiques Artistiques (A.P.A.) qui représentent les vestiges institutionnels de l’expression corporelle. L’hypothèse est que les A.P.A. contribuent à créer en E.P.S. du désordre institué, c’est-à-dire dans leur marginalité même, véhiculent l’ordre symbolique qui fonde la domination masculine. La conjonction d’une enquête par questionnaire auprès des enseignants coordonnateurs de l’E.P.S. dans les lycées publics de l’académie de Monptellier analysée au moyen de statistiques descriptives, d’une série d’entretiens semi-directifs avec des enseignants reconnus comme spécialistes des A.P.A. traités par l’Analyse des Relations par Opposition et de l’observation armée de séances d’A.P.A. dont il est rendu compte par analyse lexicale de contenu, permet de valider l’hypothèse. Les A.P.A. prennent ainsi une place à la fois singulière et active dans la manifestation de l’androcentrisme en l’E.P.S.
Entre o feminismo nacional e o feminismo intruso, aqui:
http://sociologies.revues.org/document246.html
Cem anos de feminismo, aqui
http://www.unesco.org/courier/2000_06/fr/doss11.htm
LE FÉMINISME COMME PENSÉE DE LA DIFFÉRENCE
http://www.unb.br/ih/his/gefem/labrys5/textoscondensados/waleskafr.htm
Aos anónimos que nos facultaram referências bibliográficas, muito obrigada, nunca são demais.
De facto, concordamos com j. manageiro da costa, melhor mesmo são as criancinhas, rapazes ou raparigas a praticarem desporto. O problema é que os recursos, as políticas, e a cultura sócio-desportiva privilegiam os rapazes em detrimento da outra parte da população. Para além da literatura e da realidade social demonstrarem essa evidência, rendi-me à mesma quando o meu filho com 5 anos me contava que na escola enquanto os rapazes jogavam futebol as raparigas batiam palmas. Ao anónimo que fez a analogia com a reunião de conselho de turma, não levei nada a mal e até achei muita graça..., porque claro que presumi que entendeu o nosso pensamento.
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