O presidente do Comité Olímpico de Portugal (COP) concedeu, no passado dia 13, uma longa entrevista ao O Jogo. Tendo presente - o que muitas vezes se esquece - que o poder no desporto não é apenas exercido pelo Estado, existindo uma quota-parte não negligenciável na titularidade das organizações desportivas privadas, desde logo no COP, as palavras do presidente do COP, independentemente de quem, em concreto, exerça essas funções, adquirem especial importância.
Não é este o espaço adequado para escalpelizar tais palavras. Por outro lado, faltam-nos competências para algumas das questões nela colocadas.
Numa visão geral, como é de esperar, concordamos com algumas das afirmações e discordamos de outras.
Um tema - o da aspiração em alcançar o estatuto do Comité Olímpico Nacional Italiano - será analisado noutro espaço.
Aqui, face a um quase silêncio sobre o conteúdo dessa entrevista, queremos apenas deixar algumas palavras sobre um dos aspectos que nos tocou.
A dado passo, o presidente do COP afirma, peremptoriamente, que não é político e não quer saber dos políticos, a propósito das divergentes posições - dele e do poder político - sobre uma candidatura " de Portugal" - deve ser Lisboa - à realização dos Jogos Olímpicos.
Contudo, algumas linhas antes, são também suas as seguintes palavras, na defesa da sua proposta:
" Eu diria que um projecto destes a 12 anos, a três ciclos olímpicos, para além de permitir aos portugueses tirar os olhos do chão, como andam actualmente - preocupados com as pensões, os salários, os empregos e todos os problemas que lhes batem à porta - e olhar em frente, vendo que Portugal é um país com futuro e capaz de fazer grandes obras."
Nada mau para quem não é político e não quer saber dos políticos.
1 comentário:
Por acaso li a entrevista. O que me fez comprar o jornal foi o título que vínha na manchete que se refería à Universidade como limitadora do desenvolvimento desportivo. O que mais me tocou foi a generalização que o presidente do COP fez na medida em que deu a clara ideia que não são criadas condições aos alunos com estatuto de alto rendimento para que estes possam fazer o curso, independentemente de terem provas ou não. Apesar de conhecer professores que em determinado momento já dificultaram a vida a alunos da alta competição, a grande maioria não coloca qualquer espécie de entrave aos alunos com esse estatuto e muito menos a faculdade de Desporto da UP. Não vou generalizar às outras faculdades, porque não quero cometer o mesmo erro do presidente do COP.
Enviar um comentário