“Se um miúdo me perguntasse, neste momento, se deveria seguir a carreira de basquetebolista profissional, dizia-lhe logo que não”. Esta foi a afirmação categórica de Alexandre Pires, presidente da Associação de Jogadores de Basquetebol, quando, há uma semana, denunciava em conferência de imprensa os atropelos aos regulamentos por parte das entidades que gerem o Basquetebol profissional e não profissional.
Já anteriormente tínhamos assistido a trocas de mimos entre a Federação Portuguesa de Basquetebol (FPB) e a Liga de Clubes de Basquetebol (LCB) e até a revelações do presidente da LCB de que iria denunciar junto de várias entidades públicas irregularidades e abusos de poder da FPB. Não foi a isto que o basquetebol nos habituou ao longo dos tempos, sendo até considerada modalidade de referência pelas demais.
Pois claro, sempre e sempre o PODER! E não creio que a Lei de Bases da Actividade Física e do Desporto, ao ter atribuído maiores competências às federações, nomeadamente ao nível da arbitragem e da disciplina das competições profissionais, vá solucionar as eventuais querelas resultantes da conflitualidade latente entre as ligas e respectivas federações desportivas.
Enquanto as organizações desportivas não se conseguirem distanciar dos valores tradicionais do modelo europeu de desporto e não substituírem a hierarquia pela heterarquia, a autoridade directa pela conexão comunicativa, a dominação central pela composição policêntrica e a regulação unilateral pelas directrizes policontextuais, de nada serve fazerem regulamentos e mais regulamentos para depois os infringirem.
O modelo europeu de desporto está a rebentar pelas costuras e os nossos dirigentes não revelam suficiente cultura organizacional para superarem os problemas no interior da modalidade. Assistimos há bem pouco tempo à prolongada história do desassossego vivida no andebol entre a federação e a liga profissional com nefastas consequências para a modalidade. É a repetição desse cenário que pretendem as gentes do basquetebol?
Já anteriormente tínhamos assistido a trocas de mimos entre a Federação Portuguesa de Basquetebol (FPB) e a Liga de Clubes de Basquetebol (LCB) e até a revelações do presidente da LCB de que iria denunciar junto de várias entidades públicas irregularidades e abusos de poder da FPB. Não foi a isto que o basquetebol nos habituou ao longo dos tempos, sendo até considerada modalidade de referência pelas demais.
Pois claro, sempre e sempre o PODER! E não creio que a Lei de Bases da Actividade Física e do Desporto, ao ter atribuído maiores competências às federações, nomeadamente ao nível da arbitragem e da disciplina das competições profissionais, vá solucionar as eventuais querelas resultantes da conflitualidade latente entre as ligas e respectivas federações desportivas.
Enquanto as organizações desportivas não se conseguirem distanciar dos valores tradicionais do modelo europeu de desporto e não substituírem a hierarquia pela heterarquia, a autoridade directa pela conexão comunicativa, a dominação central pela composição policêntrica e a regulação unilateral pelas directrizes policontextuais, de nada serve fazerem regulamentos e mais regulamentos para depois os infringirem.
O modelo europeu de desporto está a rebentar pelas costuras e os nossos dirigentes não revelam suficiente cultura organizacional para superarem os problemas no interior da modalidade. Assistimos há bem pouco tempo à prolongada história do desassossego vivida no andebol entre a federação e a liga profissional com nefastas consequências para a modalidade. É a repetição desse cenário que pretendem as gentes do basquetebol?
Em vez de clamarem e andarem com sucessivas queixinhas para o Secretário de Estado do Desporto, façam o brainstorming necessário com todos os agentes envolvidos na solução do problema e deixem-se de preservar as quintinhas próprias. Talvez fosse proveitoso também passar umas horitas com David Stern para conseguirem perceber a magia sublime da persistência da NBA que esta semana iniciou a 62.ª época desportiva. É obra!!
1 comentário:
"Dividir para reinar" parece de facto um lema na ordem do dia do desporto profissional neste país.
Uma leitura breve pela agenda das politicas desportivas europeias recentes (Relatório Arnaut, Livro Branco e Tratado Reformador) não augura nada de bom para o futuro do desporto profissional.
Como já tive aqui ocasião de referir as altas instâncias desportivas têm conseguido gerir muito bem os seus interesses junto das instituições europeias ao vincarem os valores sociais do desporto e a importância do modelo europeu do desporto para a sua sustentabilidade, e com essa estratégia retirarem o foco da agenda sobre a dimensão económica associada a toda a industria do desporto profissional.
Entretanto vão gerindo a seu belo prazer essa vertente, reclamado a "especificidade" do desporto, a necessária independência e autonomia face aos poderes públicos, num processo de auto-regulação pouco democrático e, por vezes, ao arrepio do direito comunitário, enquanto a Comissão e os Governos nacionais assinam por baixo (veja-se o artigo 18.º da LBAFD, a propósito da "especificidade").
Vamos aguardar o futuro das politicas desportivas europeias, agora que a União Europeia vê os seus poderes reforçados nesta matéria.
A leitura do Plano de Acção Pierre de Coubertin aponta claramente para o reforço dos principios do modelo europeu de desporto. Se a isso juntarmos as declarações recentes do ministro PSP sobre as prioridades de acção, designadamente aquelas que "reconhecem a função social do desporto"...
Nós por cá preferimos regulamentar em vez de regular. Preferimos encarar competições que visam a rentabilidade económica e o espectáculo, com os mesmos mecanismos de organização voluntarista do passado, as mesmas pessoas do passado, os mesmos problemas do passado.
Ah! E a prestação de contas é também um problema. Mas num país que demora meses a discutir o Orçamento Geral do Estado e aprova a Conta Geral do Estado numa sessão parlamentar, não se pode pedir muito..
Enfim..."É preciso fazer algo para que tudo fique na mesma"
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