quarta-feira, 23 de setembro de 2009

Transparência


A Transparency International (TI) é a maior organização da sociedade civil dedicada ao combate à corrupção. Os sociólogos que estudam este fenómeno têm ciente a importância política das iniciativas desta entidade.

Não sendo a primeira vez que aborda a problemática da corrupção no desporto, o documento de trabalho agora apresentado sublinha a preocupação na falta de integridade da industria desportiva, a qual pode pôr em causa os seus valores nucleares: fair play, ética desportiva, respeito mútuo e confiança nas regras do jogo. Traz para a comunidade académica e política que discute a corrupção, de uma forma simples, os principais problemas deste fenómeno no contexto desportivo. Alguns dirão: Nada de novo!

A questão não é tanto essa, mas o momento político escolhido para lançar um documento deste género, após os recentes episódios no mundo do atletismo e da Fórmula 1, e a preparação de um domínio de acção comunitário em matéria de desporto, o qual, ainda que constituindo-se como uma competência complementar à acção dos governos nacionais, terá um papel importante a desempenhar nos problemas supra nacionais que hoje se colocam no desporto mundial. Quem acompanha a vivência das instituições comunitárias está ciente que a institucionalização de uma agenda permanente em 2004 criou na UE uma metodologia de trabalho e consulta para a criação de um programa político para o desporto, completamente diferente do percurso errático onde navegava até então, disso é prova o labor dos diversos grupos de trabalho constituídos desde então no apoio ao Conselho e as diversas iniciativas lançadas para implementar o programa de acção previsto no Livro Branco, a mais recente no domínio do voluntariado, a qual convido os leitores a participarem.

O documento de trabalho da TI elege sete áreas particularmente vulneráveis à corrupção devido à falta de transparência ou integridade: Viciação de resultados, crime organizado, governança, construção, patrocínios e media. Avança com propostas de prevenção das ameaças à corrupção, frisando a necessidade de implementar padrões de transparência e prestação de contas na governação desportiva.

Sobre a aplicação destes princípios são conhecidas as limitações dos países do sul da Europa. São também conhecidas, no nosso país, as diferentes opções tomadas em relação às propostas de João Cravinho nesta matéria. O leitor que quiser seguir em maior profundidade o “estado da arte” sobre o combate à corrupção em Portugal poderá avaliar por si próprio os dados recolhidos por Luis Sousa para o estudo desta realidade e, assim, extrair as suas conclusões.

1 comentário:

Anónimo disse...

O filtro do Moderador do Blog está tão bom que já ninguém reage aos assuntos!
É de continuar, e de preferência apertando mais a moderação!
Pode ser que assim o Blog desapareça com assuntos tão monótonos!
Boa sorte!