Depois de mais um sorteio para mais uma fase de apuramento para mais uma grande competição internacional, logo surgiram vozes - o televisivo Rui Santos, por exemplo - a reclamarem a criação de duas divisões europeias que separassem o "trigo" do "joio", a fim de assim se evitar que as selecções de maior nomeada tivessem que realizar jogos cansativos que só servirão para cumprir calendário. Assim, a selecção de Portugal não deveria ter que jogar com os seleccionados da Albânia e de Malta.
Não vou discutir os méritos e os deméritos destas propostas. Mas vale assinalar que elas acompanham uma certa "sensibilidade geopolítica", sensibilidade que se mostra cada vez mais irritada com toda a conflituosidade política associada aos nacionalismos de leste e que começa agora a deixar para trás a euforia celebratória que antes brindara o estilhaçamento nacionalista da URSS e da Jugoslávia. (O mesmo, embora com contornos diferentes, sucede a respeito de Timor). Resta saber se estas propostas que defendem uma competição a "duas velocidades" têm cabimento no quadro das actuais tendências da economia mundial do futebol profissional, tendências marcadas pela lógica de expansão capitalista do jogo.
Acrescento, no entanto, um argumento que os patriotas lusitanos podem brandir a favor das "duas velocidades" e da tese da separação do "trigo" do "joio": é que assim sempre evitavam os empates entre o trigo e o joio, como aquele 1-1 obtido por Portugal na Arménia. Por outro lado, convém não menosprezarmos as vantagens das teses das "duas velocidades": seguindo estas teses, teríamos sido poupados, por exemplo, aos inúmeros elogios feitos à selecção portuguesa de rugby no recente mundial da modalidade.
Ressalvo, por fim, que nada me move contra o rugby. Pelo contrário. É porque a modalidade me interessa que ademais critico a onda nacionalista que sobre ela se abateu no Verão passado. Isto porque quer-me parecer que a forma como alguns jogadores e muitos propagandistas e marketeiros do rugby comentaram a performance da selecção portuguesa se limitou a reproduzir os estereótipos mais simplistas que pairam sobre uma modalidade complexa: a ênfase colocada em virtudes como a "honra", a "coragem" e a "bravura", cristalizadas no episódio da berraria do hino nacional, acabou por reduzir, uma e outra vez, a complexidade de um jogo inteligente à imagem primária da força bruta.
O cunho aristocrata da modalidade - sublinhado aqui e ali nos elogios ao amadorismo de grande parte dos jogadores - parece aliás dar-se bem com estas virtudes guerreiras. Assim é em Portugal mas também noutras paragens: pelas ruas de Buenos Aires, podia-se ver recentemente um outdoor da VolksWagen (que julgo também ter apoiado a selecção de rugby portuguesa) no qual se legendava a equipa de rugby argentina com um slogan que, mais coisa menos coisa, rezava assim: "animais que se comportam como cavalheiros".
sexta-feira, 30 de novembro de 2007
O Nacionalismo Oval
publicado por Zé Neves às 15:03 2 comments Labels: Modalidades desportivas, Nação desportiva
quarta-feira, 28 de novembro de 2007
17 anos depois, Justiça!
Desta vez, e a evidenciar que estes problemas não são, claro está, exclusivamente internos, um clube espanhol, o Obradoiro Club de Amigos do Baloncesto, viu ao fim de 17 anos as suas pretensões atendidas num contencioso com origens na eliminatória de subida à competição da Asociación de Clubs de Baloncesto (ACB) na época desportiva de 1989-1990.
Para além da leitura jurídica da sentença do Tribunal Supremo relativo ao “Caso Obradoiro”, que ditou a readmissão deste clube na competição da ACB nas mesmas condições de 1990, será sobretudo interessante acompanhar o desfecho desportivo em concreto, ou seja verificar se existirá ou não, e em que moldes, a reintegração do Obradoiro naquela competição.
Situação que o presidente do clube já adiantou que passará por aquilo que a cidade de Santiago quiser. Veremos se não estamos no início de um novo processo de venda de direitos desportivos tal como no caso bem recente do Granada 74.
publicado por Maria José Carvalho às 22:05 3 comments Labels: Desporto profissional, Lei e desporto, Modalidades desportivas
Como é que isto ainda funciona?!
Já aqui se abordou por várias vezes a definição (ou falta dela) de politicas públicas para o desporto.
A definição de políticas, no desporto ou em qualquer outro sector, parte do diagnóstico dos problemas existentes, para a hierarquização de prioridades e alocação de recursos em torno de medidas que visam atingir determinados objectivos e desencadear impactos geradores de desenvolvimento para suprir as carências diagnosticadas e criar valor social.
A regulação, ou melhor, a regulamentação (conceitos diferentes) é apenas um dos instrumentos de políticas públicas que o Estado tem usado em abundância para o desporto, olvidando todos os demais.
Numa época em que a escassez de recursos, incertezas e dinâmicas sociais que “aceleram o tempo e deslocalizam o espaço” as soluções do passado requerem um reequacionamento. Aqui, as funções do Estado assumem lugar de destaque. O Estado, como profetizou Bell, é demasiado pequeno para os grandes problemas da vida e demasiado grande para os pequenos problemas da vida.
Parece evidente, como afirma José Manuel Constantino, que o ideário socialista de sociedades mecanicistas centralizadas e planeadas pelo Estado está, há muito ultrapassado, particularmente em domínios sociais que nasceram à margem dos poderes públicos, como é o caso do desporto.
Ora, isto não significa que não se defina, na construção e implementação de politicas desportivas, um fio condutor para, “step by step”, se passar da situação desportiva actual, à situação possível ou desejável, seja ela qual for.
Para isso urge passar da ideologia do plano como produto, típica do catecismo do planeamento clássico - sectorial, normativo, rígido e orientado pela oferta, para o planeamento como processo, de cariz estratégico, evolutivo, prospectivo, participativo, flexível, responsabilizador e orientado pela procura.
Quando ainda se pergunta quanto custa o Estado e se esquece de perguntar quanto vale o Estado vemos que o caminho a percorrer é longo. Quando se ambiciona em ter o modelo do CONI em Portugal...
Se a isso juntarmos uma contabilidade pública baseada em inputs e despesas de caixa, tornando impossível uma contabilidade analítica eficaz de cariz patrimonial que permita identificar claramente o valor criado para o financiamento público no desporto (value for money)...
Seria interessante perceber porque motivo, no meio de tantas reformas do Estado, não se aborde em profundidade a reforma do processo orçamental, que permita distinguir a boa gestão de dinheiros públicos. Tema essencial e transversal a todas as politicas públicas.
Hoje quando se olha para um qualquer plano ou relatório de actividades de um organismo público, tudo está “em curso”, em “fase de desenvolvimento” e “implementação”. Só quando as direcções estão para sair as coisas assumem outra tonalidade.
Hoje em dia o Estado é cada vez maior, independentemente de ter um carácter mais interventivo ou regulador, uma administração mais directa ou indirecta, mais burocrática ou empresarial. O Estado acolhe cada vez mais necessidades dos cidadãos.
O desporto é uma área onde o Estado tem e terá responsabilidades. Cabe-lhe ser eficiente no cumprimento das suas atribuições, não esquecendo a diferença entre cidadão e cliente nas políticas que concretiza e no serviço público desportivo que promove.
É dos livros que o Estado é um reflexo da sociedade. Enquanto pensarmos que o Estado são “eles” vamo-nos apenas espantando, como diria voz amiga: “Como é que isto ainda funciona?!”
publicado por João Almeida às 19:02 10 comments Labels: Financiamento do desporto, Política desportiva
terça-feira, 27 de novembro de 2007
Soixante -huitard sempre ou o que fazer?
publicado por josé manuel constantino às 15:16 20 comments Labels: Política desportiva
segunda-feira, 26 de novembro de 2007
Orgânica a mais e política a menos
publicado por josé manuel constantino às 13:43 6 comments Labels: Administração Pública Desportiva, Financiamento do desporto
Bater umas bolas
publicado por João Almeida às 01:13 2 comments Labels: Infra-estruturas desportivas
domingo, 25 de novembro de 2007
O Futebolês
publicado por josé manuel constantino às 12:03 1 comments Labels: Vária
sábado, 24 de novembro de 2007
Quer ver a Taça da Europa de Atletismo?
Estranho sim, que o Ministro dos Assuntos Parlamentares não tenha incluído em 2006 esta participação desportiva nacional na lista dos acontecimentos qualificados de interesse generalizado do público, como o João Almeida bem sublinhou em texto anterior.
Se situações deste tipo estão ultrapassadas para 2008 devido à inclusão da participação das selecções nacionais "A" nas fases finais dos Campeonatos do Mundo e da Europa das diversas modalidades desportivas, continuam outras a ser marginalizadas por despacho e que revelam inegável interesse público generalizado. Referimo-nos designadamente à Taça da Europa de Atletismo, a prova colectiva mais importante do atletismo nacional, que se disputará em Leiria entre 21 e 22 de Junho próximo.
Facto estranho este se ainda atendermos ao projecto de contrato de concessão do serviço público de televisão que valoriza a programação respeitante ao desporto amador e ao desporto escolar (cláusula 9.ª).
Assim, se quisermos ver em sinal aberto os nossos melhores atletas, mesmo antes de rumarem aos Jogos Olímpicos, bem como outras vedetas internacionais, resta-nos esperar que a Federação Portuguesa de Atletismo invista mais de 30.000 euros como o fez para a transmissão de 2005. Belo serviço público de televisão…
publicado por Maria José Carvalho às 19:16 3 comments Labels: Modalidades desportivas, Prática desportiva
sexta-feira, 23 de novembro de 2007
Trinta toques seguidos na bola
publicado por José Manuel Meirim às 22:49 5 comments Labels: Direitos fundamentais, Jovens e desporto
A meditação budista
publicado por josé manuel constantino às 10:15 5 comments Labels: Desporto na escola, Lei e desporto, Política desportiva
quinta-feira, 22 de novembro de 2007
Recordar Kalimero
Ontem, voltei a recordá-lo em mais um momento alto de um dos Kalimeros da actualidade. Apenas com uma excepção: no fim não me devotei às lágrimas como outrora.
publicado por Maria José Carvalho às 13:52 6 comments Labels: Ética desportiva, Vária
Respeito pela memória
Faleceu recentemente António Raio, uma das maiores glórias do hóquei em patins deste país.
A forma subliminar, quando não a ausência, de referência ao falecimento de desportistas nos jornais desportivos de grande tiragem é preocupante e lamentável.
O jornalismo desportivo, talvez mais do que outros tipos de jornalismo, contribuiu durante décadas para consolidar a identidade dos cidadãos com as maiores referências desportivas da nação, e foi crescendo à custa da mediatização dos seus feitos, em particular no hóquei em patins onde Raio se notabilizou nas primeiras conquistas internacionais.
É evidente que estas são notícias que não se coadunam com a voragem das vendas, mas o respeito pelo passado e pela memória desportiva de um país não tem preço.
Mais do que informar trata-se de reconhecer e atribuir, na ultima hora, o devido destaque àqueles que reservaram um lugar na história desportiva de Portugal e na memória de várias gerações.
publicado por João Almeida às 01:53 1 comments Labels: Agentes desportivos, História do desporto
quarta-feira, 21 de novembro de 2007
E depois?
Depois do Decreto Legislativo Regional n.º 12/2005/M, de 26 de Julho sobre o financiamento público ao desporto na Madeira e das alterações produzidas pelo DLR n.º 4/2007/M, de 11 de Janeiro, cuja aproximação à essência do regime jurídico dos contratos programa de desenvolvimento desportivo, nomeadamente no apoio ao desporto profissional, é assaz curiosa...
Depois das notícias do congelamento, por ordem judicial, das transferências do IDRAM ao Marítimo e Nacional devido a dividas fiscais, e posterior “ajuste” por transferência directa para as contas pessoais dos presidentes dos clubes no valor de milhões de euros...
Depois de confrontado com as acusações sobre este processo o ex-presidente do IDRAM ter confirmado tudo e explicado que "quando se colocou a situação de Marítimo e Nacional terem as contas bloqueadas, a única solução encontrada foi através de duas contas (dos respectivos presidentes) a pedido dos clubes..." com o objectivo de "pagar aquelas dívidas. Foi tudo claro"...
Depois das claras responsabilidades no incumprimento das normas legais sobre comparticipação financeira ao sistema desportivo que o Tribunal de Contas imputa ao IDRAM, o seu presidente veio oportunamente a ser eleito em Outubro de 2004 deputado regional ganhando assim imunidade quando o relatório se aproximava da sua tramitação final...
Depois do Tribunal de Contas solicitar na pág. 53 do referido relatório o seu envio ao Ministério Público... Veio-se recentemente a saber, através do Público, que o procurador decidiu arquivar o processo...
publicado por João Almeida às 23:56 0 comments Labels: Desporto profissional, Financiamento do desporto
Refrescar a memória
publicado por josé manuel constantino às 09:42 1 comments Labels: Federações desportivas, Política desportiva
terça-feira, 20 de novembro de 2007
A graçola
publicado por josé manuel constantino às 09:47 2 comments Labels: Arbitragem
segunda-feira, 19 de novembro de 2007
O alto rendimento e as medidas avulso
Continuamos com o velho problema: em vez de estruturarem a política para o alto rendimento como um todo e reformarem posteriormente o regime jurídico, anémico e pleno de lacunas, em vigor neste subsistema desportivo, os nossos políticos preferem ditar medidas avulsas para irem “calando” as reivindicações de anos e anos a fio...
Simultaneamente, há que aproveitar a onda, reunir os melhores atletas para um “almoço de trabalho” (?), aí abraçar os nossos ídolos frente às câmaras televisivas e responder às queixas dos atletas, como as do Nelson Évora – campeão do mundo de triplo salto que denunciou a inexistência de uma pista coberta para treinar – com “isso não é verdade...” ou então “é natural os atletas reclamaram por condições quando alcançam bons resultados internacionais...”.
publicado por Maria José Carvalho às 20:30 3 comments Labels: Prática desportiva, Tributação
Mais uma vez
publicado por josé manuel constantino às 11:21 1 comments Labels: Administração Pública Desportiva, Infra-estruturas desportivas
Regulamentação ou regulação?
Acosta irá propor a existência de um limite de três atletas inscritos em federações estrangeiras por clube, e um máximo de dois destes atletas em campo.
Com efeito, não se trata aqui de estabelecer uma quota de atletas nacionais, ou atletas formados no clube, mas voltar ao regime antes de Bosman.
Nas suas palavras “A identidade nacional é reforçada através do desporto, e a ultima decisão da Comissão Europeia no Porto parece ir na mesma direcção”.
As recentes declarações de altos responsáveis de autoridades desportivas internacionais, não só revelam uma súbita e interessante tendência em encontrarem soluções para contornar a jurisprudência comunitária, mas podem vir a constituir momento único para o aprofundamento de questões estratégicas sobre a regulação do desporto:
- Em que medida a liberdade de circulação de desportistas condiciona a formação de jovens atletas e a sua integração em competições de topo?
- Num quadro de liberdade de circulação quais os remédios (redistribuição de receitas?) a implementar na regulação do mercado desportivo para evitar os desiquilibrios e garantir a competitividade entre clubes profissionais que investem na formação de jovens atletas, e assim desempenham uma tarefa social importante, daqueles que se limitam a comprar atletas?
- As federações desportivas são autoridades reguladoras do mercado desportivo que visam corrigir as suas falhas, no respeito pelo direito comunitário, ao proteger os interesses do público, dos atletas e dos clubes no desenvolvimento da modalidade, consolidando assim a especificidade e o valor social do desporto na comunidade? Ou preferem utilizar o argumento da especificidade do desporto consagrado no nóvel tratado, para se balcanizarem como uma autoridade regulamentadora, de preferência como pessoas colectivas de direito suiço, numa cadeia hierárquica autista de comando e controlo burocrático, cujo eixo de desenvolvimento assenta na consolidação de receitas?
- Como afinar os mecanismos que delimitem as competições profissionais, sujeitas a exploração comercial, das competições amadoras sujeitas a outros propósitos, de modo a evitar a “canibalização” destas por aquelas? A regulamentação por decreto tem sido eficaz?
publicado por João Almeida às 00:58 0 comments Labels: Europa e desporto, Federações desportivas, Prática desportiva
sábado, 17 de novembro de 2007
O COP e a política
publicado por José Manuel Meirim às 18:36 1 comments Labels: Associativismo desportivo, Olimpismo, Política desportiva
sexta-feira, 16 de novembro de 2007
Ontem assobios, hoje aplausos
publicado por Maria José Carvalho às 23:00 4 comments Labels: Administração Pública Desportiva
quinta-feira, 15 de novembro de 2007
“Absolutamente lamentável”
No programa político do actual governo afirma-se: “É uma noção de serviço público do desporto que deve ser acolhida na definição dos valores centrais da política desportiva em Portugal”.
Quer a Secretaria de Estado da Juventude e do Desporto (SEJD), quer o Instituto do Desporto de Portugal prestam um péssimo serviço público na comunicação on-line que possibilitam com os seus endereços electrónicos.
O site da SEJD, no que ao desporto diz respeito, é no essencial a “agência lusa privada” do senhor secretário de Estado da Juventude e do Desporto. Tudo o resto, com excepção da entrada da legislação, mas que é um serviço já prestado com qualidade no site do IDP, são inanidades. Vejam a “Organização do Desporto”, com um rudimentar organigrama que ainda contempla o Conselho Superior de Desporto. Nem experimentem o “Mecenato” porque é para rir, reconduz para a “agência lusa privada” ilustrando a árdua actividade de praticamente um único “mecenas”. Quando pensamos que afinal vamos encontrar um qualquer documento político, ainda que apenas um, a entrada do “Desporto para Todos” é anedótica, transcreve uma frase do programa do governo.
publicado por Maria José Carvalho às 21:12 4 comments Labels: Administração Pública Desportiva
O que dizer ?
publicado por josé manuel constantino às 09:42 2 comments Labels: Administração Pública Desportiva
quarta-feira, 14 de novembro de 2007
Boas práticas no futebol
Um outro clube de futebol profissional vê dezenas de ex-dirigentes a serem constituídos arguídos por ausência de liquidação de 435 mil euros de impostos.
A um nível desportivo, menos profissional, o Governo dá uma ajuda e continua por pagar os subsídios de deslocação dos clubes de futebol às Regiões Autónomas nesta época desportiva.
Neste contexto o presidente da FPF vem defender a candidatura de Portugal à organização do Mundial de 2018.
Os exemplos de boas práticas de gestão financeira e governação no futebol português vieram para ficar...
Já em Inglaterra surgem opções inovadoras na relação entre os adeptos e a sustentabilidade do seu clube. Os 20 mil membros do site MyFootballClub pagarão cada um 35 Libras para adquiririem 51% do clube Ebbsfleet United, a jogar numa liga secundária (Blue Square Premier). O processo foi aprovado pelas autoridades financeiras britânicas e está a ser acompanhado com interesse por consultoras financeiras.
Leia mais aqui
publicado por João Almeida às 04:09 0 comments Labels: Desporto profissional, Tributação
terça-feira, 13 de novembro de 2007
A propósito dos exames dos professores
Enquanto se aguarda pela publicação deste diploma, já se sabe que, de futuro, quem pretender ser professor terá de se submeter a esta prova nacional, que incidirá sobre competências transversais às diversas áreas de docência e sobre conhecimentos de ordem científica e técnica próprios de cada disciplina.
Registaram-se já opiniões díspares: por um lado, a Confederação Nacional das Associações de Pais considera que a prova de ingresso na carreira docente vai fazer uma "triagem" nos candidatos a docentes e pôr fim ao "facilitismo" no acesso à profissão. O seu presidente, Albino Almeida, adiantou que “as provas de acesso não deviam existir, mas compreende-se porque a formação inicial dos professores não é a melhor". Por outro lado, os sindicatos do sector da educação repudiam tais provas de ingresso na carreira docente, pois põem em causa a acreditação das Instituições do Ensino Superior e, se o Governo tem dúvidas relativamente a esta acreditação, então terá de pôr em causa os critérios de avaliação dessas instituições.
Este delicado assunto recordou-me uma pesquisa que fiz há dois meses, por motivo que nada tem a ver com a presente questão, relativa à oferta de cursos existentes no domínio do Desporto e Educação Física. O resultado foi o seguinte:
- Desporto e Bem-Estar
- Aptidão Física e Saúde
- Ciências do Desporto
- Ciências do Desporto, Variante de Gestão e Lazer
- Condição Física e Saúde no Desporto
- Desporto
- Desporto e Actividade Física
- Desporto e Educação Física
- Desportos e Lazer
- Desporto de Natureza e Turismo Activo
- Desporto de Recreação
- Desporto, Actividade Física e Lazer
- Desporto, variante de Condição Física
- Desporto, variante de Desporto de Natureza e Turismo Activo
- Desporto, variante de Gestão das Organizações Desportivas
- Desporto, variante de Psicologia de Desporto e Exercício
- Desporto, variante de Treino Desportivo
- Educação Física
- Educação Física e Animação Social
- Educação Física e Desporto
- Educação Física e Desporto Escolar
- Educação Física, Saúde e Desporto
- Gestão do Desporto
- Gestão das Organizações Desportivas
- Motricidade Humana
- Treino Desportivo
Claro que seria fastidioso indicar neste espaço todas as instituições que ministram estes cursos e as diferentes vagas de que dispõem. No entanto, como calculam, muitos destes cursos existem em várias instituições repartidas por faculdades, institutos superiores, institutos politécnicos e escolas superiores.
Quem permitiu tal pulverização ao nível da formação de professores? Quem criou expectativas de futuro e ofereceu o desemprego em troca? Será que a aprovação de tal diversidade de cursos teve, na base, a avaliação criteriosa dos respectivos programas e da formação efectuada?
Muitas outras questões se poderiam colocar neste âmbito, mas também em relação aos ditos exames, e em relação aos prémios nacionais atribuídos a professores, contudo o texto já vai longo e salta-me outro pensamento: eu, que já me submeti a diferenciados tipos de avaliação, inclusive aos de uma ordem profissional, já vi mais distante e com piores olhos uma Ordem para a classe dos Professores.
publicado por Maria José Carvalho às 19:43 6 comments Labels: Escolas do Desporto
Um escudo humano
publicado por José Manuel Meirim às 17:34 1 comments Labels: Ética desportiva, Jovens e desporto
Nem sempre o que se promete ,se cumpre
publicado por josé manuel constantino às 11:36 1 comments Labels: Administração Pública Desportiva, Agentes desportivos
segunda-feira, 12 de novembro de 2007
De que vale a lei?
Por cá aguarda-se, pacientemente, por alguma desgraça, prometendo sempre nova legislação, espécie de remédio para todos os males do desporto e do país.
E porque sempre entendemos não ser de confiar no total efeito terapêutico da norma jurídica, estaremos a debater essa matéria no próximo dia 15, numa iniciativa do Panathlon Clube de Lisboa.
publicado por José Manuel Meirim às 14:47 1 comments Labels: Ética desportiva, Lei e desporto
domingo, 11 de novembro de 2007
Ler O Jogo
Na viagem para a Corunha, num assento do pequeno avião, deparo, a dado momento, com um jornal desportivo português. Como jurista que gosta de olhar o desporto, todos os dias adquiro (por obrigação) A Bola e o Record, com tal gesto adquirindo informação – principalmente a partir da página 35 – sobre a vivência desportiva nacional. Fruto da repetição das matérias e, há que admiti-lo, de algum preconceito, tenho menosprezado a leitura de “O Jogo”.
Mas era esse jornal que se apresentava ali disponível para apressar a viagem.
Comecei pela última página, como se houvesse algo que me chamasse (agora até penso que alguém deixou o jornal com algum propósito).
Nela falava-se na “tremenda «gaffe»” de Laurentino Dias, pessoa que, como se sabe, desempenha, na infelicidade deste país, a personagem de membro do Governo responsável (?) pelo desporto (?).
Decorria o acto de apresentação de um – por sinal, algo esquisito – prémio “O melhor clube português”, a atribuir pelo Sindicato dos Jogadores Profissionais de Futebol e, pelos vistos, apadrinhado por Laurentino Dias.
Reza a notícia que um jornalista questiona o presidente do sindicato sobre um eventual favorito.
Descreve o jornalista de “O Jogo” (que assina PMS):
“Laurentino Dias sobrepõe a sua voz à de Joaquim Evangelista, num estilo descontraído, lançando a seguinte recomendação aos profissionais da comunicação social: “Não querem que o presidente do Sindicato dê já a classificação final do campeonato... Ele nem sequer é o presidente da arbitragem, é o presidente do Sindicato de jogadores...”, referiu, antes de soltar uma gargalhada, logo abafada pela preocupação de Evangelista em prosseguir o seu raciocínio”.
Mais. Ainda na última página contamos com um comentário de Carlos Machado, verdadeiramente demolidor para Laurentino Dias.
A moral a retirar desta história não vai, contudo, para Laurentino Dias. É que a sua futebolice primária e tudo o mais que a envolve, é como a fama do Brandy Constantino: vem de longe.
Eu é que devo reafirmar as minhas convicções no pluralismo e na humildade, passando a comprar “O Jogo” e não ser alvo fácil do “silêncio centrão” de A Bola e do Record que, no dia seguinte ao acontecido, nada disseram e tudo, no fundo, ocultaram.
Obrigado PMS, obrigado “O Jogo”.
publicado por José Manuel Meirim às 17:24 2 comments Labels: Arbitragem
sexta-feira, 9 de novembro de 2007
DESCULPE??? O presidente dos árbitros???
Mas….poderemos (agentes do desporto) dar-nos a este luxo???
Mais grave ainda, é revelador do subconsciente talvez enraizado e generalizado e não racional.
Aguardo pela resposta do Presidente dos Árbitros, para saber se sabe ou não responder aos jornalistas…..
O Presidente da APAF vem aligeirar a questão. Bom, enfiou a carapuça? Seria este Presidente dos Árbitros o visado??? Hummmmmm não creio!!!
As brincadeiras têm limite. Tal como a paciência…..
publicado por Nuno Parreira Castro às 17:18 1 comments Labels: Arbitragem
A permanência do erro
publicado por josé manuel constantino às 10:55 2 comments Labels: Política desportiva
quinta-feira, 8 de novembro de 2007
As apostas olímpicas
Seguiram-se alguns comentários sobre o binómio (ou dicotomia) realidade desportiva e retórica desportiva, reafirmando-se o seu (progressivo?) afastamento dos termos equacionados.
Terminaram as causas, os valores e os princípios, no desporto?
Pressente-se, contudo, nas linhas escritas, o evitar da formulação de juízos de valor em face da disparidade constatada entre a narrativa e a vivência.
Apenas por entender que é um tema que merece permanecer vivo, adito agora informação colhida recentemente em Lausana, na sede do Comité Olímpico Internacional.
As apostas on-line sobre resultados desportivos parecem ser das tais realidades globais que vieram para ficar.
Se até aqui, em alguns países, o jogo era monopólio do Estado, assiste-se claramente a um movimento liberalizador, encimado pela Comissão Europeia – e com o contributo do Tribunal de Justiça – em nome das liberdades económicas europeias.
O risco de que as competições desportivas e os seus resultados venham a ser viciados em favor de proveitos oriundos do “mercado das apostas” é, pois, todos o sabem, bem real. Presentemente, cabe ao ténis internacional o protagonismo das suspeitas dos “jogos combinados”.
Os Jogos Olímpicos não escapam a tal risco.
Por essa razão, o COI debate presentemente duas coisas.
Por um lado, estuda a melhor forma de enquadrar (acreditar) as grandes empresas internacionais de apostas. Desse modo, a postura não é, à partida, de confronto, mas antes de procurar que tais empresas sejam conquistadas para o universo olímpico, recebendo, em troca, uma legitimação do COI.
Quase que se diria que se trata de “uma espécie de legalização olímpica do jogo”.
Ultrapassada essa fase, surge a segunda questão.
Deve ou não o COI, em virtude dessa acreditação, ser remunerado por essas empresas de apostas?
Neste domínio são duas as posições que ainda subsistem sobre a mesa: não ao dinheiro das apostas; sim, tendo em vista a sua aplicação a projectos do movimento olímpico.
Como disse, o meu propósito com este texto, era modesto.
No entanto, quem sabe se da junção de crescentes exemplos, e do debate em seu redor, não se assistirá a uma reafirmação dos valores (tradicionais?) do desporto ou, ao invés, sermos compelidos a, de uma forma límpida (sem desfasamentos entre a retórica e a vida), assentar em outras premissas para o desporto moderno.
publicado por José Manuel Meirim às 12:04 2 comments Labels: Europa e desporto, Financiamento do desporto, Olimpismo
Um novo mérito
Jacques Rogge veio afirmar em conferência de imprensa que a desclassificação de Marion Jones, por doping, não levará a um arranjo automático das classificações dos Jogos Olímpicos de Sydney 2000.
“Não haverá uma reclassificação automática. Cada atleta potencialmente reclassificável será escrutinado tendo em conta o seu mérito. Queremos premiar atletas que sabemos estarem absolutamente limpos”
Estas declarações prendem-se com o facto da segunda classificada na prova dos 100 metros de Sidney ser Ekaterini Thanouk, também ela envolvida em fortes suspeitas de dopagem e violação das regras antidopagem, com sucessivas fugas a controlo surpresa.
Ficámos pois a saber que o COI vai proceder a reclassificações de atletas em função do seu mérito. Eu só conheço um mérito. O mérito desportivo!
Será interessante aguardar pelos próximos episódios desta novela para saber como o COI irá proceder à reclassificação das atletas daquela prova. Poderá vir a ser um método de secretaria inovador, a fazer escola e doutrina...
publicado por João Almeida às 11:53 1 comments Labels: Ética desportiva, Olimpismo
quarta-feira, 7 de novembro de 2007
Profissionalização - Que rumo?
As minhas atribuições na gestão de um complexo desportivo possibilitam-me o contacto regular, há vários anos, com um clube de futebol profissional e com os árbitros de 1.ª categoria dessa modalidade que treinam nestas instalações.
As diferenças no apoio técnico e logístico no planeamento das sessões de treino e durante a sua realização são enormes entre estes dois utentes, com natural vantagem para o clube, repetindo-se todos os anos esta decalage, apesar de permanentes mudanças anunciadas na comunicação social para a arbitragem no inicio de cada época desportiva.
Muito se tem falado em profissionalização da arbitragem. Questiono-me quais os objectivos e a valorização desportiva gerada pela profissionalização se as condições de treino e apoio técnico aos árbitros se mantiver nas condições que semanalmente presencio.
Quais os objectivos da profissionalização? Baseado em que diagnóstico? Qual a estratégia a implementar? Quem avalia este processo? Que resultados e impactos se prevêem para a melhoria da qualidade do futebol? Que condições de treino, formação e suporte técnico estão previstas para os árbitros? Quais os agentes envolvidos e de que forma o fazem? Qual a metodologia e etapas de implementação? Com que estrutura? Coordenada e financiada por quem? São algumas questões que me ocorrem
Não estaremos a queimar etapas e a construir a casa pelo telhado? Deixo a palavra aos entendidos…
publicado por João Almeida às 13:21 0 comments Labels: Arbitragem, Desporto profissional
Mérito internacional
publicado por josé manuel constantino às 09:33 2 comments Labels: Escolas do Desporto
As poderosas e o meu pesadelo…
Devido às competições europeias, acabei o dia a jantar com amigos doentes pelo futebol, os quais me informaram, sem se coibirem de revelar o seu espanto, que o Roma que defrontará o Sporting tem como administradora uma mulher de armas e que outras áreas, entre as quais, a das finanças, a da comunicação e do marketing, são igualmente lideradas por mulheres. Claro que algumas das mulheres presentes, logo atacaram com imensas “poderosas”, como Angela Merkel ou Benazir Bhutto, até que alguém finalizou esta conversa parafraseando o “baixinho” – Habituem-se…
Quando me deitei, o meu inconsciente, provavelmente por ter sido enxofrado todo o dia por “tanto poder feminino”, levou-me para um sonho cómico: a primeira reunião do Conselho Nacional do Desporto composta pelos seguintes elementos:
30 Mulheres e 2 Homens, designadamente:
.A Secretária de Estado da Juventude e do Desporto (a presidir);
.A Presidenta do IDP;
.Oito mulheres representantes de Ministérios, das Regiões Autónomas e da Associação Nacional de Municípios Portugueses;
.A Presidenta do Comité Olímpico de Portugal;
.A Presidenta da Confederação do Desporto de Portugal;
.A …
.A …
.O Presidente da Associação Nacional de Adeptos (provavelmente por ter sido uma das poucas entidades presididas por homens que foi olvidada para a composição deste Conselho);
.Um elemento de reconhecido mérito no âmbito da actividade desportiva (Ricardo Araújo Pereira, insigne colunista desportivo).
7h, UFA! Acordei do pesadelo… e ainda um pouco estremunhada tentei imaginar o cenário. Impossível tarefa face ao nosso modelo organizacional desportivo, ainda na fase da pré-história.
Enfim, estamos salvas/os…! E hoje é um outro dia…
Nota: Desejo, sinceramente, bom trabalho para as duas mulheres que integram o CND.
publicado por Maria José Carvalho às 08:27 8 comments Labels: Administração Pública Desportiva, Mulheres e Desporto
domingo, 4 de novembro de 2007
As eleições para a FPF
publicado por josé manuel constantino às 16:21 5 comments Labels: Dirigentes desportivos, Federações desportivas, Organizações desportivas
sábado, 3 de novembro de 2007
Dopagem: meios e fins
publicado por José Manuel Meirim às 18:41 0 comments Labels: Direitos fundamentais, Ética desportiva
Doping e direitos humanos
Luc Misson, advogado belga envolvido no caso Bosman volta, segundo notícia o jornal Público de ontem, a assumir a defesa de um caso que pode vir a abalar o desporto europeu.
Misson foi contratado por Andrei Kaschechkin, ciclista russo, acusado de dopagem num controlo extracompetição que a União Ciclista Internacional (UCI) submeteu ao atleta em 1 de Agosto
O advogado está disposto a levar o caso até ao Tribunal Europeu dos Direitos do Homem, contestando a legitimidade da UCI para realizar controlos antidoping, defendendo que só as autoridades públicas o podem fazer, e que os testes devem ser “livremente aceites por quem é visado”.
Para Misson “ as análises sanguíneas e os controlos surpresa constituem atentados à vida privada dos ciclistas” O causídico considera que as deliberações das comissões disciplinares das federações desportivas que emitem punições por doping violam o princípio de direito a um processo justo num “tribunal independente”.
Após os alertas sobre o respeito pelo direito da concorrência em questões de doping levantados pelo caso Meca-Medina, e das posições das autoridades desportivas sobre o perigo que a jurisprudência do Tribunal de Justiça das Comunidades trouxe, neste caso, para a especificidade do desporto e do seu modelo europeu de organização (v. http://pt.uefa.com/MultimediaFiles/Download/uefa/KeyTopics/480391_DOWNLOAD.pdf) volta a alertar os poderes desportivos para o respeito, nos seus regulamentos e decisões, pelas liberdades fundamentais definidas nas normas comunitárias.
Os tribunais europeus têm vindo a refrear os intentos das autoridades desportivas e das instâncias políticas comunitárias de, ao abrigo da especificidade do desporto, regularem e disciplinarem esta actividade, muitas vezes de uma forma desproporcionada, à margem dos princípios gerais do direito comunitário e das liberdades que fundaram as bases do mercado único europeu.
Fica o aviso que o caminho da especificidade, consagrado no Tratado de Lisboa, está a ser acompanhado pelos tribunais europeus, mesmo quando se recorre a um tipo de justiça privada, como é o caso do desporto, em particular do doping.
Reflectir sobre o doping passa por enquadrar mecanismos de controlo que garantam uma monitorização eficaz dos atletas (onde os controlos extra competição e o sistema de localização são instrumentos importantes) com o respeito pela liberdade no exercício da profissão e pelos direitos laborais dos atletas, nomeadamente a sua privacidade.
As notícias recorrentes sobre redes de cumplicidade e influências politicas entre o Sr Pound, o COI e os interesses de laboratórios farmacêuticos, bem como acusações de forte politização do movimento desportivo aquando da retirada da candidatura do antigo ministro dos desporto gaulês Jean-François Lamour à presidência da Agência Mundial Antidopagem (AMA), para suceder a Richard Pound, não auguram nada de bom para a transparência e eficácia na luta contra a dopagem.
publicado por João Almeida às 12:36 0 comments Labels: Direitos fundamentais, Ética desportiva
sexta-feira, 2 de novembro de 2007
Pobre país!
publicado por josé manuel constantino às 09:12 1 comments Labels: Ética desportiva, Jovens e desporto
quinta-feira, 1 de novembro de 2007
gestão sem orçamento
João Florêncio demitiu-se de treinador da equipa principal de andebol do Belenenses, alegando "um vazio enorme na organização do andebol do Belenenses".
Mais afirma que não recebeu qualquer ordenado referente a esta época desportiva. Nas suas palavras: "Chegou o dia 25 não se falou com ninguém. Ninguém assume as responsabilidades. Este é o ponto principal"
Os atropelos à regulamentação sobre competições desportivas profissionais, ou às obrigações contratuais para com atletas profissionais, não são nada de novo neste país, como amiude se dá conta com a abertura de qualquer jornal. Se a isto acrescer o ambiente tenso em que vive a organização do andebol nacional...
Inovador é saber, pelas palavras do treinador, que o clube não tem um orçamento!!!
Sem entrar em pormenores jurídicos sobre este facto, detenho-me apenas nas questões de gestão desportiva.
Um orçamento é uma previsão de receitas e despesas para um determinado período de tempo, de preferência uma época desportiva. Constitui o documento básico da gestão financeira de qualquer organização, profissional ou associativa.
É, assim, a estrutura base para o planeamento financeiro, e por consequência, para toda a gestão desportiva de um clube.
Hoje fiquei a saber que é possivel gerir uma equipa desportiva profissional sem um orçamento. E há quem ainda diga que o desporto português não consegue inovar...
publicado por João Almeida às 22:29 0 comments Labels: Desporto profissional, Gestão desportiva
O ocaso do basquetebol profissional
Já anteriormente tínhamos assistido a trocas de mimos entre a Federação Portuguesa de Basquetebol (FPB) e a Liga de Clubes de Basquetebol (LCB) e até a revelações do presidente da LCB de que iria denunciar junto de várias entidades públicas irregularidades e abusos de poder da FPB. Não foi a isto que o basquetebol nos habituou ao longo dos tempos, sendo até considerada modalidade de referência pelas demais.
Pois claro, sempre e sempre o PODER! E não creio que a Lei de Bases da Actividade Física e do Desporto, ao ter atribuído maiores competências às federações, nomeadamente ao nível da arbitragem e da disciplina das competições profissionais, vá solucionar as eventuais querelas resultantes da conflitualidade latente entre as ligas e respectivas federações desportivas.
Enquanto as organizações desportivas não se conseguirem distanciar dos valores tradicionais do modelo europeu de desporto e não substituírem a hierarquia pela heterarquia, a autoridade directa pela conexão comunicativa, a dominação central pela composição policêntrica e a regulação unilateral pelas directrizes policontextuais, de nada serve fazerem regulamentos e mais regulamentos para depois os infringirem.
O modelo europeu de desporto está a rebentar pelas costuras e os nossos dirigentes não revelam suficiente cultura organizacional para superarem os problemas no interior da modalidade. Assistimos há bem pouco tempo à prolongada história do desassossego vivida no andebol entre a federação e a liga profissional com nefastas consequências para a modalidade. É a repetição desse cenário que pretendem as gentes do basquetebol?
publicado por Maria José Carvalho às 18:58 1 comments Labels: Desporto profissional, Modalidades desportivas, Organizações desportivas