quinta-feira, 1 de outubro de 2009

Formação não formal de jovens dirigentes

Passam 10 meses desde que mais de cem jovens de 32 diferentes países se reuniram em Paris, no Comité Olímpico Francês para discussão do White Paper. Decidiram, após 6 dias de análises e dinâmicas informais de discussão, apresentar uma visão, que na sua opinião, o White Paper continha ao nível de insuficiências, algumas incongruências ou matérias não abordadas.

Essa mesma declaração, a que decidiram chamá-la Pink Paper
, foi apresentada ao Conselho Europeu e enviada através das entidades ISCA e ENGSO Youth para todos os Governos que constituem a União Europeia e os restantes países que estavam representados nesse “European Youht and Sport Forum”.

Abarco este evento como introdução, a meu ver, à parca (e sem grande (in)fluência) formação de jovens dirigentes desportivos em Portugal ou eventos deste género que envolvam a participação dos jovens dirigentes. Acontece esporadicamente, com apostas singulares de algumas instituições, como no caso de autarquias ou ONG’s, e por isso mesmo dificulta para que se atinja uma dinâmica que permita potenciar o conhecimento e a troca de experiências, bem como o verdadeiro impacto das formações, áreas, aprendizagens, etc.

Para além dos cursos técnico-profissionais ou da formação formal universitária (matéria que já foi abordada na Colectividade), pouca ou nenhuma oferta é percepcionada, quer como alternativa à educação formal, quer como uma aposta planeada por parte governamental, neste caso, a Secretaria de Estado da Juventude.

Através de consultas céleres no Conselho Europeu
, a plataforma SALTO ou a ENGSO, somente para citar alguns exemplos, dão-nos uma perspectiva do movimento relacionado com o desporto e a formação de jovens dirigentes onde incluo voluntários em diversas áreas, coordenadores de projectos, treinadores de formação, dirigentes de ONG’s, etc.

A oferta deste tipo de formação assume uma pertinência, dado que ao formar-se jovens que já estão em posições de enorme importância para a pirâmide da prática desportiva e/ou dirigismo desportivo ou que podem vir a assumir, contribui-se para a criação de valor no presente e num futuro muito próximo. E não podemos obrigá-los a seguir pela via do ensino superior, até porque, e como já foi discutido na Colectividade, sabemos não ser ou ter resposta para diversas problemáticas.

Não se trata de uma corrida ou causa perdida, mas corre-se claramente atrás do prejuízo, utilizando uma expressão tipicamente desportiva. A formação não formal ou através de outros movimentos associativos ou de voluntariado, assume-se como uma prioridade. Para se ter uma ideia, o Reino Unido investiu no primeiro mandato de presidência do Primeiro-Ministro Tony Blair a verba de 23 milhões de libras em projectos que através do método da educação não formal e do desporto pretenderam formar jovens (até aos 30 anos) activos, interessados em dinamizar projectos que contribuíssem de alguma forma para uma sociedade mais consciente e activa, quer em temáticas directamente desportivas como o treino de outros jovens ou apresentação de projectos de programas para a implementação de valores como a ética, quer em temáticas relacionadas indirectamente como a obesidade, riscos sociais, etc.

Considerando que se entra (?) num novo mandato, aguardaremos para averiguar que alterações aparecerão comparando com o passado recente.

1 comentário:

Unknown disse...

Boa temática. O silêncio (comentários) aumenta a ideia de que este tema ou passa despercebido ou então, alguém se acha tão culpado sobre este tema que nem comenta.

Enquanto se achar que no desoprto e jovens apenas se deve aopstar nos atletas...e não nos diriegntes jovens, nada avança.

Por isso mesmo o artigo devia ter ficado mais algum tempo na primeira linha e não ser desaparecer logo.